Apaixonado pelo perigo - Cap 11

Um conto erótico de Th1i@go
Categoria: Gay
Contém 1216 palavras
Data: 13/10/2024 17:26:54

— Ele abusou de você, Yuri — disse Erick, olhando dentro dos meus olhos enquanto estávamos sentados na beira da cama.

Eu já havia parado de chorar, e minha cabeça estava completamente atordoada.

— Esquece tudo isso, Erick. Eu não sei o que aconteceu, por que motivo chorei, foi coisa da minha cabeça. — Comecei a passar a mão por cima da cueca dele. — Vamos continuar, esquece tudo isso.

— Yuri — disse ele, tirando minha mão de cima dele —, para com isso. Olha tudo que você me contou, esse cara foi um filho da puta com você.

— E o que eu faço? — gritei. — Eu estou cansado! Cansado de nada ser fácil pra mim, de não conseguir ser feliz, de amar e não ser retribuído. Eu só quero minha chance de ter uma vida com alguém.

Me levantei da cama e comecei a colocar minha roupa para ir embora. Não queria mais ficar ali. Estava colocando minha blusa quando senti Erick chegar por trás de mim e me abraçar.

— Me deixa amar você — disse ele baixinho. — Eu jamais faria nenhum mal a você.

Senti uma lágrima escorrer do meu rosto, e quando virei para ele, nos beijamos lentamente. Seu beijo era carinhoso e calmo ao mesmo tempo, como se no meio de uma tempestade ele fosse a única pessoa que conseguisse me acalmar.

— Yuri, você não precisa continuar morando lá. Pode ficar um tempo comigo aqui em casa, e se você não quiser, você tem uma profissão boa, pode muito bem alugar uma casa em outro lugar e viver sua vida longe daquilo.

— Eu tenho memórias... Muitas coisas ruins aconteceram comigo lá, mas sou muito grato a toda a comunidade. Ajudar aquelas pessoas foi o que sempre me fez querer ser médico — respondi, pensativo.

— Mas você pode continuar ajudando as pessoas, só que você tem que se ajudar primeiro. — Ele disse, acariciando meu cabelo. — Imagina minha cabeça com você voltando para aquele lugar e eu sabendo que nem posso estar lá para te proteger.

Permaneci em silêncio e o abracei. Naquele momento, não queria mais conversar sobre nada, apenas pensar.

— Fica um tempo aqui comigo. Se não quiser, não precisa dormir no mesmo quarto que eu, tem um quarto de hóspedes aqui em casa. Só fica comigo, eu aceito ser seu caso indefinido.

Durante as duas semanas que se passaram, fiquei na casa de Erick e acabamos meio que criando uma rotina.

Eu ia trabalhar e pegava algumas roupas minhas com Anne no trabalho, e Erick sempre passava para me buscar quando eu saía tarde do plantão. Às vezes, quando saía cedo, íamos juntos buscar a Isa na escola, e ela sempre ficava muito feliz quando isso acontecia. Eu não tinha percebido o quanto estava ficando sério até que, em uma dessas vezes que buscamos a Isa, ela saiu emburrada da escola.

Eu e Erick estávamos encostados no carro, parados na porta da escola, esperando ela sair, e nesse dia, diferente dos outros, ela saiu e não falou com nenhum de nós dois. Apenas abriu a porta de trás e se sentou na cadeirinha.

Nos olhamos e entramos no carro. Seguimos em silêncio por alguns segundos, e percebi que Erick estava impaciente. Antes que ele começasse a interrogar a menina como se fosse um de seus detentos, coloquei minha mão sobre a mão dele, que estava na marcha do carro, e me antecipei.

— Como foi seu dia, Isa? Aprendeu algo novo? Sabia que a alfabetização foi minha série preferida na escola?

— Tudo legal — disse ela, quieta e com cara de choro.

— Você não me parece muito feliz hoje — continuei. — Se quiser conversar, sabe que com meus superpoderes eu resolvo tudo, né?

— Eu duvido que você vai resolver isso — ela disse, cruzando os braços.

— Então me conta, ué...

— Tem um menino lá na sala que tá me zoando, e ele, junto com outro garoto, fica rindo de mim o tempo todo...

— E você já falou com a professora? O que ele diz pra você? — perguntei.

— Ele diz que minha família é estranha — ela falou baixinho —, que eu tenho dois pais e isso não tá certo...

— Mas eu não...

— Mas você acha ruim ter dois pais? — disse Erick, antes que eu pudesse terminar minha frase.

— Claro que não! — disse ela. — O dia mais feliz pra mim é quando vocês vêm me buscar juntos na escola. Um papai prende os bandidos e o outro salva as pessoas, vocês são meus heróis.

— Então, meu amor, deixa que a gente resolve esse menino da sua sala e continua sendo feliz, tá combinado? — disse Erick, sorrindo.

Automaticamente, coloquei minha mão para o banco de trás e segurei a mão de Isa. Fiquei pensativo o resto do caminho. Nunca me imaginei em uma situação dessas, e por mais que eu gostasse muito, muito mesmo, da Isa, ainda não tinha pensado nela como uma filha.

Quando chegamos em casa, ela foi para o quarto brincar, e eu fui para o quarto de Erick, ficando sentado na cama, pensativo.

— Um beijo pelos seus pensamentos — disse ele, se aproximando e me abraçando, sentando-se ao meu lado.

— Ela me vê como um pai...

— Sim, pois ela gosta muito de você e sabe que eu também gosto. Você acha que ela não sabe que eu te amo? Criança observa tudo.

— Você me ama? — perguntei, encarando-o.

— Eu te amo, Yuri. Te amo de uma maneira tão forte que não sei explicar, e eu seria a pessoa mais feliz do mundo com você ao meu lado para sempre.

Enquanto ele falava isso, senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto, e, num impulso, o beijei.

— Desculpa por aquele dia. Eu queria muito dormir com você e...

— Yuri, não precisa se desculpar. Eu estou aqui para respeitar o seu tempo. Aliás, amar é colocar a necessidade do outro acima das suas.

— Eu já ouvi essa frase em algum lugar.

— É do Olaf — disse ele, rindo. — Assistimos Frozen essa semana, lembra?

— Bobo — falei, empurrando-o levemente. — Preciso ir em casa — disse, me levantando.

— Só porque eu citei uma frase de um filme da Disney? Não é pra tanto, né?

— Eu vou pegar minhas coisas, seu idiota. Vou vir morar de vez com você.

Era nítida a felicidade no rosto de Erick. E ele merecia estar feliz assim. Ele foi tão paciente e atencioso comigo; nunca nenhum homem me tratou assim durante toda a minha vida. E, mais do que tudo, eu merecia ser feliz assim também.

Peguei um Uber moto e fui até minha casa arrumar minhas coisas. No caminho, passei uma mensagem para Anne dizendo que precisávamos conversar e perguntando se ela podia ir à casa de Erick no dia seguinte.

Entrei em casa, abri o armário do quarto e comecei a colocar todas as minhas roupas em cima da cama. Em cima do armário, peguei uma mala de viagem que eu tinha e comecei a jogar minhas roupas lá dentro. Era isso: pela primeira vez na minha vida, eu ia pensar em mim, na minha felicidade.

Eu estava dobrando algumas roupas quando escutei a porta abrir e alguém andar em direção ao quarto. Imaginando que fosse Anne, que foi pra casa por conta da minha mensagem, continuei o que estava fazendo.

— Posso saber por onde andou esse tempo todo? — disse a voz de Samuel atrás de mim.

Leia mais em nosso grupo do telegram: https://t.me/gaycontoseroticos

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 19 estrelas.
Incentive Th1ago a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Eu li tudo em um dia e não admito que demore a ficar sem postar mais capítulos! Até chorei quando Isa disse que tinha dois papais. Então, pelo amor de Deus…. Não demore a postar!!!!!

1 0
Foto de perfil genérica

Já leu o meu novo conto? Segredos de Família!

Da uma olhadinha, vê lá ☺️

1 0
Foto de perfil de ૨αԲα૯ℓ

Seria pedir muito não demorar pra continuar escrevendo? Tá muito bom! Continua, pfvr!

1 0
Foto de perfil genérica

Já leu o meu novo conto? Segredos de Família!

Da uma olhadinha lá ☺️

1 0
Foto de perfil de Jota_

Pronto, lá vem a prova! Se aguenta aí Yuri!

0 0
Foto de perfil genérica

Lá vem esse Samuel perturbar meu menino

0 0