Capítulo Final.
Era sábado à tarde e a casa de Roberta estava cheia de diversão. Com um copo de uísque na mão, ela deu um suspiro de alívio enquanto mergulhava em sua série de TV favorita.
O apartamento vazio, sem Renato, ele tinha saído para jogar tênis com os amigos do clube; isso era algo que ele fazia na maioria dos sábados como um ato religioso. Porém, o toque do interfone perturbou a paz de Roberta. Ela levantou-se, atendendo-o.
O porteiro informou ser Arcanjo, pai de Renato e seu sogro. Ela permitiu a entrada dele. Alguns minutos se passaram o som da campainha tocou. Roberta abriu a porta, sorriu e encontrando Arcanjo, que sempre foi atraente, apesar da idade. Ele ainda é um homem alto e bonito, daqueles que sabem envelhecer bem.
“Oi sogrinho, que surpresa!” — ela disse, mantendo o sorriso ao abrir mais a porta, convidando-o a entrar.
“Boa tarde, Robertinha” — respondeu ele, com um sorriso cortês. “E o Renato, está em casa?”
“Não… ele saiu para jogar tênis. Ele deve demorar um pouco, quer entrar e esperar?” — Os olhos de Morgana, examinando o velho à sua frente mais atenta do que o normal.
Arcanjo, entrando na sala espaçosa. Roberta fechou a porta atrás dele, e o conduziu até o sofá, onde ele se acomodou. Ela, então, ofereceu um drink: “Estou tomando uísque, quer se juntar a mim?” — perguntou, pegando a garrafa do lado da mesa.
“Opa… Claro… quero sim” — Arcanjo, aceitou uma dose.
Roberta serviu o drink e entregou o copo ao sogro, os olhares se encontrando por um segundo. A princípio, a conversa foi leve, descontraída, cheia de risadas. Arcanjo estava ali para convidá-los para seu aniversário de 64 anos, que aconteceria na semana seguinte.
No entanto, enquanto o diálogo seguia seu curso, algo começou a mudar. Roberta, sob o controle de Morgana, começou a alterar o curso da conversa sutilmente.
Roberta, naquela tarde de sábado, vestia um vestido verde-claro, com um estilo off-shoulder, deixando os ombros à mostra. As mangas curtas bufantes davam um toque sensual à sua silhueta, e o detalhe de nó na parte frontal destacava o decote cheio. As sandálias brancas de tiras que usava completavam seu visual.
Porém, naquele momento, o visual parecia carregar algo diferente. Cada movimento dela, parecia ser estudado, cada olhar mais intenso. Arcanjo, começava a perceber as mudanças.
“E você, sogrinho, sempre mantém essa postura de homem forte e charmoso, mesmo com essa idade.” — exclamou ela, algo que Roberta jamais disse para o sogro.
“O Renatinho é que teve sorte, em ter casado com uma mulher tão especial e cheia de energia.” — comentou o velho, sem perceber a profundidade das palavras.
Morgana por Roberta riu suavemente, inclinando-se um pouco mais em direção a ele, fixando seu olhar no sogro. Arcanjo se assustou com o olhar diferente da nora, ajustou-se desconfortavelmente no sofá, ciente de que havia algo de estranho em Roberta. — O espírito de Morgana sorria através dos lábios de Roberta, manipulando-a, tornando cada palavra dela um convite.
“Quer mais um pouco de bebida, sogrinho? — ela perguntou, se levantando lentamente, deixando as alças do vestido cair sobre os ombros. Roberta caminhou até a mesa, derramando o líquido no copo no chão, enquanto o olhar de Arcanjo, sem perceber, a seguia.
“Para mim… já é o suficiente, Robertinha…” — respondeu ele, tentando se manter sóbrio.
Roberta voltou com o copo cheio e, dessa vez, se sentou mais próxima do sogro. A conversa continuou e tornava Roberta mais ousada, e a cada segundo que passava, o sorriso, a fala dela, se tornava mais insinuante.
“Sabe, sogrinho” — disse ela, deixando a voz abaixar, quase como um sussurro — “Sempre admirei o senhor. Um homem tão bonito… tão decidido.”
O silêncio se instalou brevemente em Arcanjo, sua fisionomia, começou a mudar de maneira perceptível, seus sorrisos traziam nervosismo, os olhares voltados para baixo. A tensão estava no ar, inicialmente por risos, agora, preenchido por desconforto.
Morgana fez Roberta pousar uma de suas mãos e tocar o braço direito de Arcanjo. Ele, sem saber como reagir, sabia que algo estava errado, porém, as palavras não saíam.
“O senhor sabia que…” — começou Roberta, sua voz suave, enquanto os dedos deslizavam pelo próprio pescoço, descendo lentamente pela clavícula exposta pelo decote do vestido. — “Sempre me disseram que o corpo é uma arma poderosa, não é?” — completou, deixando o comentário provocativo fluir no ar.
Arcanjo a observava extremante nervoso, a mudança de postura de sua nora. O velho tentou manter a postura séria, porém, havia algo na maneira como ela se movia, penetrar suas defesas. Ele abriu a boca para dizer algo, no entendo, foi interrompido pelo toque inesperado da mão de Roberta sobre sua coxa direita.
“O senhor nunca… Quer dizer… Você nunca teve curiosidade em me ver nua?” — Roberta inclinou-se para frente, diminuindo a distância entre eles. Sua mão agora subia pela perna de Arcanjo, e só parou quando tocou o membro dele por cima do tecido da calça.
Arcanjo ficou paralisado por um instante, sentindo o toque da sua nora através do tecido da calça, o toque suave e carregado de segundas intenções. Não teve como lutar internamente, o membro de Arcanjo endureceu na mão macia de Roberta, sabendo que aquela situação era inapropriada, mas sua resistência era frágil diante da insistência da bela mulher à sua frente.
“Roberta… pare… por favor” — gaguejou ele, num sussurro fraco, sua voz traindo a indecisão e o desejo que começava a corroer sua postura. — “Isso… Isso… Isso não está certo.”
— Morgana sorriu por Roberta, um sorriso que misturava ousadia e promiscuidade crua.
“Certo ou errado… não importa para mim, certo? — disse ela, inclinando-se ainda mais perto, os lábios quase tocando os de Arcanjo. “O que importa é o que sentimos, o que queremos… o que precisamos.” — sussurrou, suas palavras de malícia.
As pontas dos dedos de Roberta agora desabotoavam o fecho, os botões da calça de Arcanjo, e ele, enfeitiçado pela nora, não a deteve. Sua mente lutava, mas o corpo, começou a ceder.
Ao despir as calças do velho… Os dedos dela tocaram a pele do membro, e Roberta, o masturbou, seus lábios próximos o suficiente para que ele sentisse a respiração dela sobre seu pau enrijecido.
“Não resista, sogrinho…” — Roberta sussurrou, seus olhos brilhando de desafio e tentação.
Roberta mamou no pênis do sogro por um tempo, o toque leve de seus lábios o fez gemer alto. Em um movimento rápido, ela lambeu os testículos de Arcanjo. O rosto dele queimava de desejos, carregado de uma sensação de inevitabilidade. Ele, tomado pelo desejo, não resistiu mais. Seu corpo reagiu por impulso, o velho a pegou pelos braços e ergueu-a, a beijando com uma intensidade que parecia estar adormecida há muito tempo.
Morgana via Roberta, sorriu entre os beijos, sentindo o descontrole total de Arcanjo com sua nora. Suas mãos se moviam com precisão, tocando cada parte do sogro que agora cedia sem lutar. Os dois se moveram instintivamente, e logo o sofá tornou-se pequeno para conter a putaria que começava a se desenrolar ali.
“Vamos trepar em um lugar mais confortável…” — murmurou Roberta, puxando-o pela mão com um olhar que não deixava espaço para o que ela desejava.
Eles foram para o quarto, e ali, no silêncio da cama, as roupas foram caindo uma a uma ao chão. Roberta tomou o controle completo da situação. — O espírito de Morgana alimentava cada movimento, cada palavra. Ela o conduziu, como se cada posição na cama, tivesse sido ensaiado mil vezes antes.
Arcanjo, completamente vencido, entregou-se àquela experiência proibida e, estocou Roberta na buceta, no cuzinho, saboreando cada parte do corpo da nora. Cada nova posição, um novo gemido. — Roberta, agora totalmente possuída pela entidade que lhe dominava, atendeu todos seus anseios secretos. É que durante o ato, Arcanjo confessou e revelou segredos, sonhos e vontades guardadas…
O orgasmo do velho, chegou como uma tormenta. Arcanjo, o sogro, gozou no rosto de Roberta, ambos entregues a uma experiência tão proibida quanto condenável.
Quando tudo acabou, o quarto foi tomado por um silêncio brutal, apenas o som da respiração dos dois corpos suados e exaustos que preenchia a cama. Arcanjo, a observou por um momento antes de se levantar rapidamente para se vestir e correr dali.
“Agora temos um segredo para guardar, sogrinho…” — disse ela, e um sorriso promíscuo nos lábios, enquanto via Arcanjo vestir-se.
O velho, ofegante, não conseguiu responder. O que acabara de acontecer era algo que ele jamais poderia apagar da mente, e a culpa começou a pesar em seu peito, ainda que seu corpo estivesse satisfeito. Ele foi embora sem se despedir da sua nora.
Mais Tarde…
Após transar com Roberta, Renato se aproximou dela, para comunicar: “Amor, no próximo sábado é o aniversário do meu pai. Ele vai fazer 64 anos, lembra?” — comentou Renato.
Morgana por Roberta ergueu uma sobrancelha: “Claro, lembro sim.” — respondeu ela, esboçando um sorriso leve.
Renato, continuou animado: “Vai ser uma festa simples, na casa dos meus pais. Vai estar todo mundo lá. Pensei em convidar também seus pais, sua irmã e o Felipe. Faz tempo que eles não encontram o pessoal, e os meus pais adoram eles, você sabe.”
Morgana por Roberta — sentiu uma pontada de animação ao ouvir sobre seus próprios pais. Sabia que a ida deles seria perfeita, especialmente seu pai e Felipe, que a evitava desde a viagem à Europa.
“Vou falar com eles amanhã, amor.” — disse Roberta, tentando manter a descrição do ânimo.
Renato, satisfeito com a resposta da esposa, lambeu suavemente os peitos da moça, que horas antes. Arcanjo também chupou, virou de lado para dormir. Roberta o observou virar-se, sentindo que o espírito da ex-prostituta a empurrava cada vez mais para um abismo.
A semana de Roberta seguiu com intensidade. No trabalho, a rotina se tornou uma sequência de encontros com clientes, onde cada venda era precedida por sexo. Roberta, sempre tão profissional, agora vestia-se de maneira provocante para cada encontro, ciente que sua beleza tinha poder sobre os clientes.
Ela encontrou-se com quatro clientes ao longo da semana. Dois deles, vencidos pela sedução de Roberta, cederam mais do que apenas suas assinaturas nos contratos. Em uma mansão nos arredores de Campinas, ela levou um cliente para um dos quartos, aproveitando-se de cama empoeirada para satisfazer tanto os desejos do homem quanto os próprios. Em outro imóvel, o cenário foi um escritório com janelas panorâmicas, onde, sobre a mesa de madeira. Roberta, de pernas abertas, entregou-se ao prazer, com a frieza de Morgana, que via cada encontro como uma transação de negócios.
Durante as noites, ao lado de Renato, o desempenho de Roberta na cama era inigualável. Renato não desconfiava do que havia transformado sua esposa, ela se entregava a ele com intensidade, como se cada transa fosse um ritual que alimentava o casamento.
O Aniversário Inesquecível…
O sábado chegou, trazendo com ele a promessa de fortes emoções.
Roberta e Renato foram ao shopping, discutindo o presente ideal para o aniversário de 64 anos de Arcanjo. Eles escolheram uma garrafa de uísque raro, algo que refletia o gosto refinado do velho, e em seguida, dirigiram-se a algumas lojas de roupas, onde ambos escolheram suas vestimentas para o evento.
Roberta optou por um vestido rosa-claro, de alças finas e recortes discretos, que contornava suas curvas, enquanto Renato escolheu um traje simples e clássico. Camisa clara de botão, jeans azul-claro e tênis branco. Após resolver as compras, Roberta seguiu para o salão de beleza. Sentada à cadeira, os profissionais cuidavam de seus cabelos e unhas. A manicure, feita com precisão, destacava a beleza natural de suas mãos, pés e unhas.
Ao cair da noite, ela e Renato chegaram à casa dos sogros. Dolores, mãe de Renato, os recebeu no quintal, local da festa. Animada com a festa que já ganhava vida à medida que os convidados chegavam.
Roberta, carregava o presente, aproximando-se de Arcanjo, que ficou desconcertado ao vê-la. O abraço que ela lhe ofereceu foi sutil, porém repleto de segundas intenções. Seus seios roçaram levemente o peito do sogro, fazendo-o corar imediatamente.
— Há uma semana, nora e sogro, tiveram um encontro proibido no apartamento do casal.
Pouco tempo depois, Márcia, Antônio, Isabella e Felipe chegaram, assim que cumprimentaram Roberta, o mesmo constrangimento de Arcanjo se repetiu. Antônio evitava seu olhar, e Felipe, mesmo sabendo que a presença de sua cunhada despertava memórias sexuais, não conseguiu evitar um rápido olhar do corpo dela, que ainda o excitava. Roberta, porém, os cumprimentou com a mesma naturalidade com que nada aconteceu.
A noite avançava com a carne assando na churrasqueira, no centro do espaçoso quintal. Uma mesa de madeira forrada de bebidas e comidinhas para todas as idades e mais convidados chegando, em sua maioria, parentes e amigos de Arcanjo e Dolores.
A festa estava em pleno vapor, e a cozinha da casa dos sogros, era o refúgio dos estoques das bebidas. E nesse vem e vai de pessoas, Roberta encontrou Antônio, seu pai ali, isolado. Ela, com um olhar felino, o encontrou ali, isolado, de costas, comendo coxinhas.
“Por que o senhor tem me evitado desde a Espanha? — perguntou Roberta, sua voz alta, carregada de curiosidade.
Antônio, pego de surpresa, tomou um susto, gaguejou enquanto tentava formular uma resposta rápida, mas as palavras pareciam escorrer por entre seus dedos.
“Eu… Eu não sei do que você está falando” — disse ele, sem conseguir sustentar o olhar, movendo as mãos nervosamente no copo de plástico em frente à mesa, como se quisesse sair dali, para se salvar da situação.
“Sabe muito bem do que estou falando…” — replicou Roberta, inclinando-se levemente para frente, quando tocou no pau dele por cima do tecido da sua calça. O toque e tom de sua voz, embora suave, carregava um veneno implícito.
Antônio deu um pulo para trás, sentindo a mão da filha tocando seu membro. Por um instante, eles fixaram o olhar no outro. O dele era de medo e constrangimento. Já o de Morgana, via Roberta, parecia de um predador pronto para atacar sua presa. No entanto, o som de passos vindos do corredor os interrompeu. Ela soltou. — Convidados surgiram, sorridentes e alheios a tudo que acontecia, quebrando o momento proibido.
“Precisamos conversar… depois… papai.” — sussurrou Roberta olhando para baixo, na parte íntima do pai, antes de se afastar dele, seu olhar prometendo que aquele assunto estava longe de ser encerrado.
Antônio, completamente nervoso, não conseguiu responder. Ambos voltaram à festa. Roberta havia mudado. Era Morgana, oculta sob a pele da mulher, começou a emergir com força. Aquela aura doce e serena desapareceu, dando lugar a uma completamente intensa. Seus olhos, antes gentis, agora estavam carregados de malícia.
O comportamento de Roberta começou a chamar atenção dos convidados e familiares. Primeiro, foi o copo de vinho que ela tomou em um único gole. Depois, um segundo, e um terceiro seguiram, até que a quantidade de álcool a deixou visivelmente embriagada. Renato, começou a perceber as mudanças.
Ela se movia de forma estranha, sensual demais. Quando a música trocou de ritmo, Roberta dançou com alguns dos convidados. Eles eram desconhecidos para ela, mas isso não parecia importar.
Seus movimentos eram ousados, e como seus quadris se mexiam ao ritmo da música chamava a atenção de todos. Seus risos altos e olhares intensos faziam com que os convidados a observasse.
Renato, observando, não conseguia compreender o que estava acontecendo. Aquela não era a Roberta que ele conhecia. Ele se aproximou, tentando intervir, mas cada vez que o fazia, ela o ignorava, sorrindo para o homem com quem dançava.
“Roberta, podemos conversar?” — disse Renato, tentando manter a calma.
Ela o olhou, mas os olhos pareciam distantes. Seu sorriso foi malicioso, não havia mais doçura ali.
“Ah, Renato… Cala a boca… Não seja chato… Estou dançando” — respondeu ela, a voz arrastada pelo álcool e por Morgana.
O clima de constrangimento era nítido. Renato, extremamente irritado com o comportamento da esposa, caminhou rapidamente em direção à sogra, Márcia, buscando qualquer tipo de ajuda para o que estava acontecendo. Ele mal conseguia formar frases, tomado por de medo, vergonha e desespero.
“Dona Márcia, você precisa ver… Roberta… Ela não está bem.” — disse Renato, a voz falhando, gaguejando, ao mesmo tempo que gesticulava na direção da esposa.
Márcia, confusa e assustada, se apressou em seguir o genro. Do lado de fora da casa. Ao se aproximar da filha, o que ela viu a deixou gelada. Roberta, agarrada em uma dança sensual com o afilhado de Dolores, murmurava frases desconexas em italiano, um idioma que ela jamais havia dominado. A voz de Roberta era alta e Márcia não reconhecia. Ela se aproximou, os olhos arregalados, e a primeira coisa que conseguiu dizer foi um sussurro trêmulo:
“Roberta… Pare agora… o que você está fazendo?”
Roberta não respondeu, cuspindo no rosto da mãe. A música, que animava a festa de fundo parou na hora. Todos os que viram a atitude dela ficaram horrorizados. Em seguida… Roberta desgruda do jovem com quem dançava. Ela continuou falando palavras em italiano, enquanto deu alguns passos, até a mesa central da festa, onde o bolo e os doces de aniversário estavam organizados.
De repente, Roberta se sentou em uma toalha floral na beirada da mesa de madeira, e ao fundo, os convidados a acompanhavam seguindo com o olhar horrorizadas. Mas ao subir o vestido rosa e abrir as pernas, ouviu-se um som de pavor por todo o quintal: “Ohhhh… Ohhh…” Deliberadamente, Morgana por Roberta, afastou para o lado a calcinha de renda vermelha, e exibiu sua vagina raspada para os todos. O choque tomou conta dos convidados.
Renato ficou paralisado, o rosto pálido. Dolores, mãe de Renato, soltou um grito horrorizada, levando a mão ao peito. Arcanjo, o aniversariante, levou a mão ao rosto, incapaz de crer a cena surreal diante de seus olhos. Os convidados, inicialmente paralisados pelo choque, começaram a murmurar entre si. Márcia e Antônio, incrédulos e profundamente envergonhados, abaixaram a cabeça, sem saber onde enfiar o rosto. Isabella e Felipe pareciam querer desaparecer no chão. Os mais jovens dos presentes, espantados, alguns curtindo o acontecimento, sacaram os celulares, registrando a cena erótica ao vivo.
Renato, enfurecido e completamente decepcionado com a esposa, reuniu forças, avançou em direção de Roberta. Porém, antes que ele pudesse alcançá-la, Roberta, tomada por Morgana, baixou a parte superior do vestido, deixou os seios nus, em seguida, arrancou a calcinha bruscamente. Antes que Renato pudesse tocá-la. Roberta pegou um pedaço do bolo e jogou no rosto do marido, e se levantou, ficando de pé na mesa, exibindo-se de forma explícita diante de todos. O choque dos presentes só aumentou.
“Roberta, o que está fazendo?” — gritou Renato, seu rosto sujo de bolo, sua voz de humilhação. Sem ação, ele ficou parado, desesperado e constrangido.
Roberta seminua ainda se exibindo, passando a mão por seu corpo inteiro, pegou uma garrafa cheia de refrigerante e jogou diretamente em si, o líquido espirrando por toda parte. Renato que pouco enxergava, afastou-se, confuso e furioso, limpando o rosto enquanto tentava pensar o que acabara de acontecer.
Nesse momento, Dolores, ainda em choque, foi a primeira a verbalizar o que todos temiam: “Ela está possuída!” — disse ao se afastar da nora, caminhando para dentro de sua casa.
O sussurro que correu entre os convidados, tornou-se em murmúrios. Era como se, de repente, tudo fizesse sentido.
Dolores entrou em sua casa com passos lentos, o coração palpitando pela gravidade da situação. Ela abriu rapidamente a gaveta do seu criado-mudo no quarto, de onde retirou uma Bíblia bem desgastada pelo tempo, e um crucifixo de madeira que havia pertencido a sua mãe. Segurando-os com força, ela, desesperada, retornou ao quintal.
Ao sair da casa para o quintal, Dolores viu a cena que congelaria seu corpo para sempre. Roberta, nua, ainda em pé na mesa, em pleno descontrole, passava chantilly na buceta. Alguns dos convidados, os mais jovens, começaram a rir, enquanto os outros permaneciam em choque, estáticos. Roberta, com uma voz rouca e provocativa, começava a expor segredos que transformariam aquela noite em um pesadelo eterno:
“Vocês querem saber o que mais? Chupei o meu pai e transei com o Felipe, durante nossa viagem para a Europa.” — Ela apontou para os dois, que ficaram paralisados.
Os murmúrios que antes dominavam a festa foram quebrados por um silêncio. Olhares se cruzando em desespero. Márcia cobriu o rosto, arrasada pela revelação, e Isabella, ao ouvir o nome do marido Felipe ser mencionado, ficou paralisada, as mãos, tremulas.
Felipe e Antônio, agora em pânico total, abaixaram a cabeça, tentando, em vão, encontrar um buraco onde pudessem esconder a vergonha. E então, como se a cena já não pudesse piorar, Roberta voltou o olhar para Arcanjo, seu sogro, o aniversariante, absolutamente paralisado no lugar.
Com um sorriso debochado nos lábios, ela completou: “E você também, sogrinho… semana passada, lembra, quando o senhor foi nos convidar, a gente transou na minha cama?
Arcanjo, o homem que até então mantinha uma postura respeitável, ficou completamente destruído por dentro. Seu rosto envelhecido corou instantaneamente, o suor escorrendo pela testa, enquanto todos os olhares caíam sobre ele. Ele tentou falar algo em sua defesa, mas as palavras não saíam. O horror se desenrolava diante de seus olhos, e ele sabia que não havia volta.
O ar da festa se tornava mais constrangedor a cada segundo. Os convidados, alguns ainda filmando, outros olhando ainda incrédulos para os envolvidos. Antônio e Felipe pareciam afundar na terra, seus rostos queimando de vergonha. Isabella e Márcia estavam devastadas, traídas, em choque total.
Dolores, mesmo horrorizada com o que ouvira, não recuou. Ela sabia que aquilo não era apenas Roberta — era algo além.
Segurando a Bíblia com uma mão e o crucifixo com a outra, ela se aproximou com passos firmes, suas palavras imbuídas de uma fé profunda, ainda que abaladas pelo pavor do que estava acontecendo.
Ela parou aos pés de Roberta, que ainda exibia seu corpo, se contorcia de prazer e desdém sobre a mesa, lambuzada de bolo e totalmente fora de controle.
“Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.” — Começou Dolores, a voz trêmula, mas forte o suficiente para ser ouvida por todos — “Que Deus tenha piedade de você, Roberta, e que este espírito maligno que a possui seja expulso!”
— Roberta, ou melhor, Morgana —, que habitava o corpo da mulher, congelou no instante em que ouviu a primeira palavra da oração. Seu rosto se contorceu em uma expressão de ódio puro, os olhos faiscando. Ela olhou para Dolores com desprezo.
“Cale-se, sua velha vagabunda! Você não tem ideia com quem está lidando.” — gritou Roberta, sua voz agora distorcida, um timbre rouco e assustador, que fez os pelos dos braços de todos os presentes se arrepiarem.
Dolores, no entanto, não recuou. Sua fé era maior que o medo. Continuou a oração, mais firme desta vez, erguendo o crucifixo em direção a Roberta. A Bíblia em sua mão tremia levemente, mas as palavras saíam com convicção.
“Pai Celestial, expulse esta entidade demoníaca que controla o corpo da minha nora!” — rogou Dolores, sua voz crescendo de tom.
Morgana, sentindo a presença espiritual de Dolores crescer, começou a se manifestar mais intensamente no corpo de Roberta. — Seu sorriso sádico desapareceu, e uma fúria animalesca tomou conta dela. Roberta caiu de joelhos sobre a mesa, o bolo esmagado sob suas pernas. Ela pegou uma garrafa de Champanhe no canto da mesa na tentativa de jogar em Dolores, mas o corpo sacudindo violentamente a impediu. Seus olhos, antes serenos, agora reviravam nas órbitas, enquanto um grito gutural irrompia de sua garganta.
“Eu sou Morgana” — berrou a voz de Roberta, tomada pela força maligna — “E ninguém, nem você, velha tola, vai me tirar daqui!”
Os convidados assistiam, horrorizados pelo terror da cena. Renato tentou se aproximar da esposa, seu rosto desesperado, mas Arcanjo o segurou pelo braço, puxando-o para trás, balançando a cabeça em negativa. Dolores não desistiu. Continuou com as orações, agora mais alta, enquanto Roberta/Morgana se debatia violentamente, derrubando pratos e copos ao redor.
Quando Dolores, demonstrando fé e coragem, segurando uma Bíblia em uma das mãos e uma cruz na outra, segurou o corpo nu e curvado de Roberta, um silêncio assustador reinou na festa. Ela, ainda possuída por Morgana, seu corpo tremia como se tivesse sido eletrocutada. A garrafa em sua mão caiu no chão e os gritos e gemidos estranhos pararam de repente. Sua respiração difícil desacelerou e por um momento pareceu que o mundo havia parado.
O belo corpo de Roberta, untado com creme, permanecia imóvel, a pele endurecida pela fúria do espírito que a governava. A moça lentamente abriu os olhos e piscou, como se estivesse acordando de um pesadelo. O olhar de horror desapareceu, substituído pela confusão e, logo, pela vergonha.
“O que… o que eu fiz?” — sussurrou Roberta, sua voz trêmula, os lábios ressecados e rachados. Ela se ergueu da mesa com dificuldade, os seios sujos de pedaços de bolo grudados em sua pele. Olhou ao redor e viu os rostos assustados de seus familiares, smartphones ainda lhe filmando e convidados.
Renato foi até ela, ainda nervoso, com o olhar confuso, sem saber se abraçava ou ia embora. Dolores continuou andando e segurando a cruz e a Bíblia, acompanhando todos os movimentos da sua nora. — Roberta não conseguiu conter as lágrimas, que começou a escorrer por seu lindo rosto. Ela sabe que embora não tinha controle sobre suas ações, se lembrava de tudo. Cada palavra, cada gesto, cada indecência. Roberta abaixou a cabeça, envergonhada.
“Dona Dolores…” — sua voz saiu fraca, entre soluços — “A senhora me salvou… eu… eu não sabia o que estava acontecendo.”
Dolores agora se aproximou com calma e colocou a mão no ombro de Roberta. O amor e a compaixão nos olhos da sogra eram diferentes da preocupação que existia.
“Não era você, Roberta. — Dolores sussurrou com uma voz suave. — “Algo te invadiu…, mas o importante é que voltou.”
Embora estas palavras fossem parecer reconfortantes, a verdade é dura. A vergonha estava estampada no rosto de todo, e os sussurros começaram a aumentar enquanto os convidados se perguntavam; o que estava acontecendo?
Nos dias seguintes, a vida de Roberta e da família mudou drasticamente. Os vídeos do “aniversário amaldiçoado”, começaram a ser postados. Muitas pessoas registraram o incidente com seus telefones, e logo os vídeos de Roberta nua, fazendo coisas obscenas se tornaram virais.
Não teve como escapar das consequências. Padres, líderes espirituais, TV, jornais e todas as redes sociais a viam como a mulher da “Festa do Inferno”. Alguns dos convidados foram entrevistados. Teorias surgiram. E sua reputação pessoal e profissional, foi destruída como um castelo de areia.
Roberta sabia que nunca mais poderia voltar à sua vida cotidiana. A confusão entre a família dela, e a de Renato, também precisa ser resolvida. Ela convocou uma reunião com seus pais e sogros, Renato, Isabella e Felipe, para esclarecer tudo o que havia acontecido.
“Eu não tinha controle do que fiz.” — explicou ela, as lágrimas pontuando cada palavra — “Lembro de tudo, e sei que vocês passaram por humilhação, mas essa Morgana… ou seja, lá o que fosse aquilo… tomou conta de mim. Vocês não têm culpa de nada.”
Arcanjo, Antônio e Felipe, ainda abalados, ouviram, mas a vergonha daquele episódio estava longe de cicatrizar. Isabella, por outro lado, não conseguia sequer olhar para a irmã, e Márcia, sua mãe, permanecia tensa e calada, como se temesse que algo semelhante pudesse acontecer novamente. Ela entendeu que precisava se afastar. Sumir por um tempo para a poeira baixar e o escândalo diminuísse.
Roberta e Renato, deixaram o país, e se mudaram para Toronto, Canadá, fugindo da imprensa, dos repórteres que a perseguiam dia e noite em busca de mais declarações.
Morgana…
O plano de Morgana para Roberta era simples, torná-la uma atriz de filmes pornôs. O aniversário do sogro, era a sua decolagem. Porém, Morgana, não contava com a fé e devoção de Dolores, culminando com seu plano contra Roberta.
Após 62 longos anos de vingança, dominação e caos, saltando de corpo em corpo. Morgana finalmente pôde descansar. Seu espírito, que controlava e corrompia mulheres ao redor de décadas, foi finalmente liberto de sua maldição… Sua alma desapareceu, como uma névoa, que por tanto tempo havia causado dor, tornou-se uma má lembrança para suas vítimas.
O que restou de Morgana… não existe mais.
Fim.