Chegamos ao hotel, que era simples, típico de cidades do interior. O quarto tinha uma decoração modesta, com móveis funcionais e um ambiente aconchegante, embora sem luxo. As paredes eram de uma cor clara, um pouco desgastadas pelo tempo, e o chão era de cerâmica fria. No centro, uma cama de casal de lençóis brancos e uma colcha de estampa floral preenchia o espaço. Havia também uma pequena cômoda com um espelho redondo e uma televisão antiga presa à parede. No canto, uma cadeira solitária, e ao lado da cama, uma mesinha de cabeceira com uma luminária amarelada, que lançava uma luz suave sobre o ambiente. O ar tinha o cheiro típico de limpeza simples, misturado com o frescor da noite que entrava pela pequena janela.
Quando entramos, a primeira coisa que me chamou a atenção foi que só havia uma cama de casal. Meu alerta imediatamente acendeu, mas Alysson parecia agir de forma completamente natural, sem deixar transparecer qualquer desconforto. Ele começou a conversar comigo sobre assuntos banais, os quais eu nem conseguia me lembrar bem, distraído pela situação. Então, ele sugeriu casualmente:
— Que tal a gente tomar um banho e sair pra comer alguma coisa? Talvez tomar uma cervejinha também, pra relaxar, ajuda a dormir melhor depois da viagem.
Eu assenti, meio perdido no fluxo da conversa, ainda refletindo sobre a cama compartilhada. A ideia da cerveja me pareceu uma boa maneira de aliviar a tensão que, aos poucos, estava tomando conta de mim.
— Claro, vamos sim. Acho que vai ser bom.
Sem qualquer pudor, Alysson começou a tirar a roupa na minha frente. Primeiro, tirou a camisa, revelando um corpo que chamava a atenção. Ele tinha cerca de 1,82 m de altura, com uma constituição física que não era nem muito magra, nem muito musculosa, mas claramente forte. Seus braços eram robustos, marcados por músculos bem definidos, fruto de um trabalho físico regular. A pele dele era queimada pelo sol, de um tom dourado que trazia o calor das horas expostas ao ar livre. O peito era levemente coberto por pelos que descia até o seu pau, que estava meia bomba, e tinha bastante pêlo, e a barriga, apesar de não ser trincada, tinha firmeza, e sua bunda era grande e musculosa.
Eu tentei desviar o olhar discretamente, mas era difícil não reparar. Ele agia como se aquilo fosse completamente normal, antes de pegar uma toalha e seguir para o banheiro. Seus movimentos eram naturais, e ele não parecia nem um pouco preocupado em ser visto.
Enquanto ele tomava banho, fiquei organizando minha mala, tirando as roupas que usaria depois e separando minhas coisas de higiene. Eu tentava manter o foco, mas a situação me deixava um pouco inquieto. Aquele cenário estava diferente de tudo que eu tinha vivido até ali.
Alysson saiu do banheiro alguns minutos depois, enrolado na toalha, com o cabelo ainda molhado. Parecia relaxado, como se aquele fosse apenas mais um dia comum. Eu, então, fiz o mesmo que ele tinha feito. Tirei minhas roupas, ficando completamente nu por um breve momento, e segui para o banho. Estava de costas para ele, e, embora eu não soubesse se ele estava reparando ou não, senti uma leve tensão no ar, misturada com a sensação de que algo ali estava mudando, ainda que fosse silenciosamente.
Quando saí do banho, encontrei o Alysson deitado na cama, com o celular nas mãos, vestindo uma roupa casual. Vesti um short e uma camisa, tentando parecer o mais tranquilo possível, e descemos juntos. Fomos a um restaurante simples, próximo ao hotel. Alysson, sempre prático, pediu uma carne com batata frita e, claro, uma cerveja. Enquanto esperávamos, ficamos conversando sobre assuntos de trabalho, e de vez em quando ele desviava o olhar para a TV, onde estava passando um jogo de futebol, sem prestar muita atenção.
Já havíamos tomado quatro garrafas de cerveja, e Alysson já estava visivelmente relaxado, o rosto levemente corado. Eu também já estava me sentindo mais solto. Ele deu um último gole no copo e comentou, rindo:
— Melhor a gente parar por aqui, se não, amanhã ninguém vai conseguir dirigir com essa ressaca.
Eu sorri, concordando, enquanto ele fazia o pedido da conta. No entanto, ele olhou para o garçom e, com um sorriso malicioso, pediu mais quatro long necks para viagem.
— Embala pra viagem, por favor — ele piscou para mim, como quem diz que a noite ainda não tinha acabado completamente.
O garçom, já acostumado com esse tipo de pedido, sorriu de volta e assentiu.
— Tudo bem, senhor.
Claro que, com o álcool correndo nas veias e os hormônios à flor da pele, minha mente foi longe. Alysson era meu patrão, mas a tensão no ar parecia crescente. A ideia de algo mais acontecendo pairava no ar, mas eu sabia que precisava manter o respeito. Afinal, ele era meu chefe, e aquela era uma linha perigosa de se cruzar. Ainda assim, não pude evitar de pensar no "e se". Resolvi deixar as coisas fluírem naturalmente.
Quando voltamos ao quarto, Alysson abriu uma das long necks e me entregou outra. Ele tomou um gole, largou o corpo pesado na cama, tirando a camisa e ficando só de short. Sem hesitar, fiz o mesmo, tirando minha camisa e ficando sentado na beira da cama, enquanto ligava a TV. Ficamos ali, bebendo e conversando sobre qualquer coisa, nada muito importante. Mas o clima parecia mais descontraído, talvez um pouco mais íntimo, com o tempo passando devagar.
De repente, Alysson virou-se para mim, apoiando-se no cotovelo e me olhando de maneira séria, mas não ameaçadora.
— Rafael, posso te fazer uma pergunta?
Meu coração acelerou. Não sabia o que esperar, mas assenti, tentando manter a calma.
— Claro, pode sim.
Ele respirou fundo, mas o tom de voz era calmo, como se estivesse tentando aliviar qualquer tensão.
— Você e o Bernardo... Vocês têm alguma coisa?
Fiquei paralisado por um momento, surpreso com a pergunta. Arregalei os olhos, incapaz de esconder o choque. Não esperava que ele falasse disso, ainda mais tão direto. O silêncio foi longo, e eu não sabia como responder. Mas antes que eu dissesse algo, Alysson continuou, agora com um sorriso tranquilizador.
— Relaxa, Rafael. Eu não vou brigar com você. Sei que o Bernardo é gay... Ele nunca me disse, mas eu sei. Tô só esperando o momento em que ele vai se abrir comigo.
Eu ainda estava meio sem reação, e ele riu de leve, tentando me tranquilizar mais.
— E olha, vocês meio que fizeram barulho quando voltaram da balada aquele dia. Quando passei perto do quarto, ouvi... uns gemidos. Só fiz somar um mais um.
Senti meu rosto esquentar de vergonha e nervosismo, mas acabei soltando um sorriso sem graça, tentando quebrar o clima.
— É... a gente está se conhecendo melhor, ficando... Mas ainda não sei bem o que vai ser disso tudo.
Alysson assentiu, bebendo mais um gole de cerveja e me olhando com um misto de compreensão e curiosidade.
— Fico feliz que ele tenha alguém como você. O Bernardo... ele sempre foi reservado, meio na dele. Se ele tá se abrindo pra você, é porque confia. E eu sei que isso é importante.
A tensão inicial foi se dissipando, substituída por uma sensação de alívio. Alysson estava levando tudo de forma muito mais tranquila do que eu esperava, e isso me fez relaxar um pouco mais.
Ele me olhou com um sorriso sincero e finalizou:
— Só cuida bem dele, viu? O Bernardo é o meu garoto. Quero ver ele feliz.
Eu sorri, sentindo o peso da responsabilidade nas palavras dele, mas também o apoio que ele estava me oferecendo, de uma forma quase paternal. Era uma conversa que eu jamais imaginaria ter, mas, ao mesmo tempo, me trouxe uma paz inesperada.
— Pode deixar, Alysson. Eu vou cuidar sim.
E ali, no meio daquela noite, em um quarto simples de hotel, percebi que as coisas poderiam ser mais leves do que eu imaginava, desde que fossem tratadas com honestidade.
O clima no quarto mudou completamente, e o silêncio que se instalou estava carregado de uma tensão nova, difícil de definir. Quando Alysson se levantou da cama e foi até o frigobar, peguei a cerveja que ele me entregou, percebendo um olhar diferente nele, algo mais intenso e provocador. Ele abriu um sorriso malicioso e, com uma naturalidade desconcertante, comentou:
— Eu só gosto de dormir pelado. Tem algum problema com isso?
Engoli em seco, tentei manter a calma e dei um gole na minha cerveja antes de responder, passando a língua lentamente pelos meus lábios, sentindo seus olhos sobre mim.
— Não, nenhum problema — respondi, tentando soar casual, mesmo que por dentro meu coração estivesse acelerado.
Alysson me observou enquanto ia tirando suas roupas, sem pressa, como se aquilo fosse algo absolutamente comum para ele. Depois de um último gole na cerveja, ele se deitou novamente na cama, agora completamente nu. O silêncio voltou a cair sobre nós, e o ar parecia ainda mais pesado. Tomei coragem e perguntei:
— Posso tirar a minha roupa também?
Ele deu um meio sorriso e respondeu com tranquilidade:
— Fica à vontade.
Segui seu exemplo, tomando um grande gole da cerveja antes de tirar minhas roupas. Deitei ao lado dele, a tensão entre nós quase palpável. Ficamos ali, lado a lado, em completo silêncio por um tempo que pareceu uma eternidade, até que Alysson quebrou o silêncio, sua voz carregada de uma mistura de provocação e curiosidade:
— Você tem uma bundinha bem grande... O Bernardo deve se acabar nela.
Senti meu rosto esquentar um pouco, mas me virei de lado para ele, encarando-o diretamente, e respondi com um sorriso leve:
— Na maioria das vezes, sou eu quem faz o trabalho... sou o ativo com o Bernardo.
Alysson abriu um sorriso, dessa vez mais largo, como se estivesse achando graça na situação.
— Então quer dizer que meu filho gosta de ser passivo? — disse ele, com uma risada baixa, mas ainda com aquele olhar indecifrável.
O comentário dele ficou no ar, o clima entre nós oscilando entre a leveza da provocação e algo mais profundo, uma tensão não resolvida. A brincadeira dele sobre o Bernardo revelava o quanto ele sabia mais do que deixava transparecer, e aquilo me fazia pensar sobre os limites daquela conversa e até onde ela poderia ir. Eu sabia que estava em um terreno desconhecido, mas algo em mim também queria descobrir onde aquilo tudo poderia levar.
A tensão no ar se tornou palpável enquanto nossos olhares se mantinham fixos, como se ambos soubéssemos o que estava prestes a acontecer, mas ainda hesitássemos em cruzar aquela linha. O silêncio era quase ensurdecedor, até que Alysson o quebrou com uma voz baixa e rouca:
— Posso me arrepender disso depois, mas vem cá...
Antes que eu pudesse responder, ele me puxou, nossos corpos colidindo, e senti seus lábios quentes nos meus, em um beijo que começou suave, mas rapidamente se intensificou. O calor entre nós cresceu à medida que nos aproximávamos mais, nossas mãos explorando a pele um do outro, rapidamente comecei a pegar no seu pau, que devia ter uns 20cm levemente grosso, e ele ficou apalpando minha bunda, entre beijos e carícias, ele sussurrava no meu ouvido, que eu era um gostoso, que eu tinha fudido o filho dele e agora ele iria me fuder,. Alysson me segurava com firmeza e de forma forte.
Nossos beijos se tornaram mais profundos e urgentes, os corpos colados, o contato pele com pele fazendo com que meu coração disparasse. Cada movimento era carregado de desejo contido, mãos deslizando, os toques deixando rastros de calor por onde passavam.
Nos olhos de Alysson, pude ver algo além da provocação — uma mistura de desejo e uma curiosidade voraz. Ele me olhava como se quisesse entender cada reação, cada suspiro. Em silêncio, nossos corpos se comunicavam, e o que começou com um beijo lentamente se transformava em algo mais intenso, e logo ele conduziu minha cabeça até o seu pau, onde comecei um boquete como nunca havia feito, eu queria aproveitar aquele homem, queria aproveitar cada segundo, afinal não tinha certeza se teria outra oportunidade. Após um período de tempo chupando seu pau, ele me chamou e ficamos num 69, onde ele começou a chupar meu cú e segui chupando seu pau. Ficamos assim por um certo tempo, até que ele fala que vai meter, ele me posiciona no pé da cama me deixando de quatro, e ele fica em pé, dá um cuspe no seu pau e começa a meter, pela primeira vez não senti dor, somente prazer, tudo era uma grande excitação para mim, o Alysson metia de forma lenta, e eu sentia os seus pentelhos roçarem na minha bunda o que me deixava completamente louco, e meu pau estava em riste, eu evitava ficar tocando nele porque sabia que a qualquer momento poderia gozar, eu estava muito excitada como nunca havia ficado em toda minha vida, mudamos de posição e o Alysson me coloca de frango, essa era uma das minhas posições favoritas porque eu gostava de olhar para cara do macho que estivesse me comendo, eu sempre tive uma sina muito grande pelo olhar, principalmente o olhar quando se estava metendo e o do Alysson era espetacular. Não demorou muito e falei para ele que iria gozar, comecei a gozar e ele acelerou as estocadas, e gozou em seguida.
O silêncio que antes era constrangedor agora se transformou em cumplicidade. As respirações aceleradas e os olhares trocados diziam mais do que qualquer palavra poderia expressar. Ao final, quando tudo terminou, permanecemos lado a lado, o cansaço e o alívio nos envolvendo, até que, lentamente, a tranquilidade tomou conta de nós e pegamos no sono.
Acordei ainda excitado, relembrando a noite passada. Alysson ainda dormia profundamente, então me levantei com cuidado e fui ao banheiro tomar um banho e me limpar. Quando saí, ele já estava acordado, deitado sem o lençol, totalmente à vontade, pelado. Ele me lançou um sorriso tranquilo, mas suas palavras logo cortaram o clima:
— Olha, Rafa... Espero que o que rolou ontem fique só entre a gente, tá? Não comenta com ninguém.
Eu sorri, meio sem graça, e assenti.
— Pode ficar tranquilo, Alysson. Não vou falar nada pra ninguém.
Ele me encarou por mais um segundo, e então continuou, mais sério:
— E espero que você também não mude comigo. Foi só uma vez, ok? Eu estava com muito tesão, não pense que isso vai se repetir.
Essas palavras caíram como um balde de água fria. Eu tinha gostado do que aconteceu, mas sabia que ele estava certo. Além de ser meu chefe, Alysson era o pai do Bernardo, meu... quase namorado. Tinha muitas coisas em jogo. Suspirei, entendendo o que ele queria dizer.
— Claro, Alysson. Entendo completamente.
Ele deu um último sorriso, como quem encerra o assunto, e se levantou para se vestir. Ficamos em silêncio enquanto arrumávamos nossas coisas. O que aconteceu ficaria apenas entre nós dois, seria o nosso segredo.
Depois de organizados, descemos para tomar café, e logo pegamos a estrada de volta ao Alto.
A estrada se estendia à nossa frente, e o som suave dos pneus no asfalto preenchia o silêncio confortável entre nós. Estava com a cabeça cheia de pensamentos, principalmente depois da noite anterior. Embora as coisas entre mim e Alysson tivessem mudado de uma forma inesperada, a convivência parecia continuar tranquila. Nosso vínculo era algo diferente, e embora ele tenha deixado claro que o que aconteceu ficaria no passado, eu ainda sentia aquela curiosidade e o desejo de entender melhor a relação dele com Bernardo.
Decidi quebrar o silêncio e perguntar algo que estava remoendo há algum tempo.
— Alysson... — chamei com a voz um pouco hesitante, mas ele olhou para mim de soslaio, indicando que estava ouvindo. — Como você descobriu que o Bernardo é gay?
Alysson soltou um suspiro, como se estivesse esperando por aquela pergunta. Ele ficou em silêncio por um momento, os olhos fixos na estrada à frente, e eu percebi que ele estava organizando os pensamentos.
— Eu sempre soube que tinha algo de diferente no Bernardo, mas sabe como é... — Ele deu de ombros, mantendo o tom leve, mas sério. — A gente sempre espera que os filhos falem por conta própria. Eu queria que ele se sentisse à vontade pra isso. Mas ele nunca chegou a me contar diretamente.
— Então, como descobriu? — perguntei, curioso.
Ele sorriu de canto, um sorriso meio resignado, meio brincalhão, e balançou a cabeça como quem lembra de uma história que nunca teve intenção de contar.
— Eu sou pai, Rafa, e os pais, às vezes, sabem mais do que os filhos imaginam. — Ele deu uma risada curta. — Mas a verdade é que não foi por observação, embora já tivesse minhas desconfianças... Descobri de uma forma meio inusitada.
— Inusitada como?
Alysson olhou para mim, e pela primeira vez, parecia um pouco desconfortável em relembrar.
— Uma vez eu viajei e o Bernardo ficou sozinho em casa por alguns dia! — falou Alysson, com o olhar fixo na estrada. Assenti com a cabeça, curioso. — Eu voltei um dia antes do previsto, de surpresa. Queria pegá-lo no flagra fazendo alguma besteira. Achei que ia encontrar a casa cheia de amigos, uma festa rolando... — Ele riu, talvez relembrando o que havia imaginado.
Eu também sorri, imaginando Bernardo organizando uma festa enquanto o pai estava fora.
— Mas quando cheguei, a casa estava tranquila. Nada fora do lugar. Achei estranho, mas segui em frente e subi as escadas. Decidi ir direto pro quarto dele... — Alysson fez uma pausa, como se revivesse o momento, os olhos fixos à frente. — Escutei uns gemidos, e a porta estava entreaberta, e percebi que o Bernardo estava com um outro garoto, que depois descobri que era o Caio.
Meu coração acelerou. Aquilo devia ter sido um choque para ele.
— E aí? O que aconteceu? — perguntei, sentindo a tensão no ar.
— Eu saí, Rafa. Não falei nada. Só dei meia-volta e fechei a porta antes que eles me vissem. O Bernardo? Bom... ele nunca soube que eu vi. — Alysson deu um suspiro pesado. — Fiquei em silêncio, esperei o momento certo pra conversar, mas ele nunca se abriu pra mim. Ele não faz ideia que eu já sei, e eu nunca quis forçar essa conversa.
Fiquei em silêncio por alguns instantes, surpreso com a forma como ele lidou com aquilo.
— Você nunca tentou falar sobre isso com ele? — perguntei, curioso.
Alysson balançou a cabeça.
— Não. Eu decidi esperar que ele me procurasse, que ele se sentisse à vontade pra falar quando estivesse pronto. O problema é que ele ainda não se sentiu. — Ele suspirou novamente. — Eu sei que ele se sente envergonhado, que acha que precisa esconder quem ele é de mim. Mas o fato é que... eu só quero que ele seja feliz. Não importa com quem.
As palavras de Alysson eram carregadas de compreensão, mas também de uma tristeza contida. Ele queria se aproximar do filho, mas respeitava o tempo de Bernardo.
— E como você descobriu que o outro cara era o Caio? — perguntei, ligando as peças.
Alysson assentiu lentamente.
— Eu vi algumas mensagens dele no celular do Bernardo antes disso, e já desconfiava que tinha alguma coisa rolando entre eles. Quando vi os dois juntos naquele dia, tudo fez sentido. Mas nunca falei nada. O Caio é um bom garoto, parecia gostar do Bernardo, então... eu deixei as coisas acontecerem no tempo deles.
Eu refleti por um momento, admirando a paciência e o carinho de Alysson em lidar com essa situação.
— Eu nunca pensei que você já soubesse, Alysson. — Comentei, sincero. — Mas é bonito ver o quanto você respeita o tempo do Bernardo. Ele tem sorte de ter você como pai.
— Só espero que ele veja isso um dia. — Ele deu um sorriso triste, mas logo disfarçou com uma risada leve. — E, pelo jeito, ele encontrou alguém que está mexendo com ele. Dá pra ver como ele está diferente desde que conheceu você.
Sorri, sentindo um calor no peito.
— Eu gosto muito dele, Alyson. — Falei com sinceridade. — Mas confesso que, às vezes, eu não sei exatamente como lidar com tudo isso.
Alyson riu, como se entendesse perfeitamente.
— Ninguém sabe, Rafa. A única coisa que importa é vocês serem sinceros um com o outro. O resto... deixa acontecer.
A viagem continuou em silêncio por mais alguns minutos, enquanto eu refletia sobre tudo que Alyson havia compartilhado. A relação entre ele e Bernardo era delicada, mas cheia de amor e cuidado. Saber que Alyson já sabia sobre Caio e Bernardo, sem que eles soubessem disso, criava uma tensão silenciosa. A conexão entre todos nós estava se tornando mais intrincada, mais complexa.
Quando chegamos ao Alto, o céu estava tingido de laranja e rosa, e as luzes da cidade brilhavam ao longe. Apesar da rotina que nos aguardava, algo havia mudado em mim. A relação com Alyson, com Bernardo, e até comigo mesmo parecia ter ganhado uma nova profundidade. Eu sabia que, a partir daquele fim de semana, nada seria mais como antes.