Antes da segunda parte, eu gostaria de esclarecer duas coisas:
Primeiro: Sexo seguro salva vidas. Então, usem camisinha. Eu não vou ficar, em cada cena de sexo, informando que o personagem colocou preservativo. Quebra a narrativa e nem sempre eu lembro. Imaginem que tudo é feito da forma mais segura possível, afinal, somos todos adultos e responsáveis.
Segundo: Muito já se falou, em diversos textos, de diversos autores, sobre os acordos de cada casal em relação à vida liberal, o que pode e o que não pode... Enfim, cada casal tem sua própria cartilha e seu jeito de se relacionar com os outros. É chato gastar vários parágrafos para uma coisa já tão bem estabelecida na casa. Imaginem o básico de sempre, de acordo com a preferência de cada um.
De volta ao conto:
Sempre ingênuo e excessivamente submisso, mais uma vez me deixei levar por falsas esperanças, acreditando que Malu merecia algo a mais de mim. Aquela troca de mensagens parecia indicar, e eu acreditava de forma cega, que ela estava sendo completamente honesta e que seguia fielmente tudo o que havíamos acordado. Na minha mente, não havia necessidade de confrontá-la ou exigir uma explicação mais detalhada sobre suas ações. Tudo que eu desejava acreditar estava bem diante dos meus olhos, e isso me envolvia em uma falsa névoa de otimismo e confiança.
Nossa vida como casal retomou o clima amigável e prazeroso que costumávamos desfrutar. Malu continuava a seguir sua rotina com horários impressionantemente pontuais. Ela se mostrava ainda mais carinhosa na intimidade, dedicando-se intensamente ao meu prazer e felicidade. Entretanto, um novo acontecimento surgiu, ameaçando abalar o delicado equilíbrio dentro de mim, que eu trabalhara arduamente para restaurar, me fazendo questionar tudo o que havia alimentado de esperanças nos últimos tempos.
Eu estava em meio a uma semana decisiva no trabalho, na fase final de um grande projeto de expansão que envolvia uma estrutura complexa e tecnicamente desafiadora. Sou engenheiro estrutural, e minha atuação é focada principalmente em grandes construções, como shoppings, estádios e arenas, onde a atenção aos detalhes é fundamental para garantir a segurança e a qualidade das edificações. Aquela era a pior semana para receber notícias ruins, pois qualquer informação negativa poderia afetar diretamente a minha concentração e foco, prejudicando o andamento do projeto e, consequentemente, o sucesso da obra.
Recebi um vídeo no WhatsApp proveniente de um número desconhecido. À primeira vista, não me importei muito com aquilo, já que estava imerso nas atividades do canteiro de obras e cercado de colaboradores. Decidi aguardar até chegar ao meu escritório, onde teria a privacidade necessária para analisar melhor aquela mensagem. Com o dia repleto de compromissos e reuniões, era crucial manter a mente clara e focada, livre de distrações externas.
Imediatamente, assim que comecei a assistir, vi que era uma transa entre Malu e Rafael, gravada por uma terceira pessoa, uma mulher. Com certeza, estavam em um motel:
“Malu, montada sobre Rafael, trocava beijos ardentes e lascivos com aquele desgraçado.
— Nós só temos duas horas de almoço e ainda precisamos comer. Não demorem, eu também quero brincar. — A voz da mulher que gravava não me era estranha.
Rafael virou por cima da Malu, se enfiando entre suas pernas e começou a despir sua calça, aproveitando para beijar as coxas e deixando minha esposa toda arrepiada.
— Você é muito gostosa. Tenho inveja do seu marido, que pode aproveitar tudo isso quando bem entende.
A mulher que gravava riu e provocou:
— Fabiano é um pedaço de mau caminho também. Seu marido é um gostoso. Acho que vou tentar a sorte. Você não liga, amiga? Posso tentar?
Arfando de prazer, enquanto Rafael caprichava com a língua em seu grelinho, Malu, com a voz embargada pelo tesão, tentou responder:
— Se o Binho quiser, por mim, tudo bem. Nós temos o mesmo direito. O que vale para mim, vale para ele também.
Rafael já tirava a blusa da Malu e subia com a boca até os seios empinados e de biquinhos endurecidos pela excitação da minha esposa. Aproveitando a deixa, ele disse:
— Por que não convidamos seu marido para uma festinha a quatro? Será que ele topa?
A mulher que gravava abaixou o celular rapidamente e eu pude ver que ela se masturbava freneticamente, inclusive, gemendo baixinho. A bucetinha de pelos finos e avermelhados, bem aparados, evidenciava ser uma ruiva.
— Boa ideia, Rafa. Será que ele topa, amiga?
Envolvida pelo prazer das carícias de Rafael, que já pincelava o pau em sua xoxota, Malu respondeu baixinho, entre gemidos:
— Não sei… posso introduzir o assunto e ver a reação dele…”
O vídeo acabava ali. Eu estava confuso, mas também muito excitado. Com o pau duro, não sabia dizer se a excitação era maior do que a raiva de finalmente ver, com meus próprios olhos naquele vídeo, minha esposa sendo o brinquedo de outro homem.
Me recompus, pois mesmo submisso aos desejos da Malu, eu jamais bateria punheta naquele momento. Aceitei abrir o casamento por medo de perder minha esposa, mas me masturbar, ao mesmo tempo que o pau de outro homem dava prazer à minha mulher, para mim, ainda não totalmente satisfeito com minha nova realidade, era o cúmulo da humilhação e da falta de respeito próprio.
“Quem estava gravando? Eu conheço essa voz.” Pensei e, logo em seguida, tendo a certeza de que assisti ao primeiro vídeo, a pessoa enviou mais um. Curioso, mas também com receio, abri o segundo vídeo:
“A cineasta se revelou e era a Cecília, subalterna e braço direito da Malu no trabalho, eu conhecia muito bem aquela ruiva deliciosa. Já bati muita punheta pensando naquela mulher. Montada sobre a Malu, beijando a boca e os seios da minha esposa, ela era ferozmente currada pelo Rafael.
— Assim mesmo… que delícia… fode essa buceta… que loucura…
Malu a segurava pelos cabelos e dava tapas em seu rosto:
— Tá gostoso, piranha? Quer que meu Binho te pegue do mesmo jeito? Quer que ele foda essa buceta com força? Meu Binho é um comedor de cu profissional, nem o Rafa chega aos pés dele…
Rafael protestou:
— Eu estou aqui, sabia? Não tá ajudando…
Malu o provocou:
— Só falei a verdade. A mais pura verdade. Deixa de ser melindroso. Nunca menti pra ninguém e sempre disse que o Binho é um amante espetacular.
Eu estava surpreso e me senti lisonjeado, mas Malu me surpreendeu ainda mais:
— Depois de provar o Binho, acho que você vai viciar, safada…
Meio enfezado, um pouco irritado até, Rafael perguntou:
— Se ele é tão bom, o que você está fazendo aqui, então? Você está sendo hipócrita e incoerente.
Sem se abalar, dando uma chupada estalada nos seios da Cecília, Malu respondeu:
— E o que isso tem a ver? Estar entediada é diferente de estar insatisfeita. Minha vida sexual em casa está espetacular, ainda mais incrível. Tudo isso que estamos vivendo é apenas aprendizado para mim. Está servindo para incrementar o meu casamento e melhorar a minha vida sexual com o Fabiano. Vocês estão me ajudando muito.”
Assisti aos vídeos uma segunda vez e percebi que se tratava de algo que mexeria com minhas emoções e, possivelmente, impactaria minha produtividade nas próximas horas. O conteúdo se mostrava pessoal e inesperado, o que fez com que eu me sentisse dividido entre a necessidade de atender às demandas do projeto e a urgência de processar o que estava vendo.
Após refletir sobre o que o vídeo representava, percebi que precisava encontrar um espaço mental para lidar com aquela nova realidade. “Malu também curte mulheres? Há quanto tempo ela e Cecília são amantes?” Pensei, mas com um projeto tão grande à minha frente e prazos apertados, o desafio agora se estendia além da engenharia, incluindo também a gestão das minhas emoções e a resiliência profissional. Com isso em mente, tentei reorganizar minha agenda para reservar um momento mais tarde para me dedicar a essas questões pessoais, garantindo, ao mesmo tempo, que o trabalho não fosse prejudicado. Era um verdadeiro teste de prioritização, e eu estava determinado a não deixar que fatores externos atrapalhassem o fluxo do meu trabalho.
Após concluir minha agenda de reuniões, estando novamente sozinho em meu escritório, tentei entender o que aqueles vídeos significavam. A verdade é que eu fiquei ainda mais confuso e preocupado com o futuro do meu casamento. Tentando conseguir alguma informação relevante, peguei o celular e respondi à mensagem:
“Cecília? Foi você que mandou esses vídeos?”
Percebi que provavelmente fui bloqueado, pois a mensagem exibiu apenas um dos dois risquinhos que confirmavam a entrega. Comecei a achar que aquele número fora utilizado apenas para me manipular de alguma forma, servindo como uma preparação para o que estava por vir. Se a intenção era me envolver naquele processo de poliamor presencial, acredito que teria sido mais eficaz se a abordagem tivesse vindo diretamente da Malu.
De qualquer forma, o expediente chegara ao fim e retornei para casa. Enquanto dirigia, lutava para decidir se deveria abrir o jogo com minha esposa. A ideia de ter uma conversa mais franca me intrigava. Contar sobre os vídeos que assisti e tentar entender tudo o que estava acontecendo me parecia urgente.
Como de costume, fui recebido em casa como um rei. Malu preparou uma xícara de café cuidadosamente para mim e se acomodou em meu colo, uma atitude que sempre aquecia meu coração. Sem rodeios, que era seu estilo habitual ao iniciar conversas, ela foi bastante direta:
— Já faz seis meses que optamos por abrir nosso casamento e, inicialmente, achei melhor lhe dar espaço. Contudo, agora minha curiosidade é grande. Me responda sinceramente: você já esteve com outra mulher?
Foi nesse momento que percebi que a verdade era complexa e que eu teria que pesar cada palavra antes de responder. Estar em um relacionamento aberto, pelo menos na minha visão daquele momento, acarretava desafios inesperados e apelos emocionais profundos. Senti que, se resolvesse me abrir, não apenas colocaria em risco a confiança que Malu depositava em mim, mas também exporia vulnerabilidades que preferiria deixar escondidas.
Enquanto refletia sobre, uma onda de emoções passou por mim. A necessidade de honestidade e a vontade de proteger nosso vínculo se chocavam de maneira intensa, criando um dilema interno difícil. Fui tomado por um turbilhão de sentimentos: medo, culpa e um toque de ansiedade, todos ao mesmo tempo, crescendo em intensidade.
À medida que Malu aguardava minha resposta, percebi que mais do que uma simples pergunta, ela estava buscando conexão. O espaço que decidimos criar em nosso relacionamento era um convite para a liberdade, mas a liberdade frequentemente vem acompanhada de responsabilidades. Percebi que a compreensão e a empatia eram fundamentais neste processo.
Quando meus pensamentos voltaram para as últimas semanas, me lembrei de como nossa escolha de abrir o casamento havia nos aproximado em muitos aspectos, mas também tinha revelado fissuras que antes estavam escondidas. O dilema de como abordar as experiências do outro era uma realidade que poucos se atreviam a discutir. Mas eu sabia que o diálogo era essencial.
Antes de responder, respirei fundo. A sinceridade era necessária, e eu estava determinado a não permitir que o medo falasse mais alto. Com hesitação, comecei:
— Olha, Malu, nossa decisão foi baseada em confiança, e eu quero ser honesto com você. Embora tenha me sentido atraído por outras possibilidades, não me envolvi com ninguém. Acredito que o que temos é especial e esse sentimento ainda permanece puro dentro de mim, imaculado.
Assim que as palavras deixaram meus lábios, vi um leve alívio no semblante da Malu. Ela me olhou nos olhos, como se estivesse avaliando a veracidade de minha resposta, e então fez uma pergunta que eu não esperava:
— Você se sente pronto para experimentar? Confiaria em mim novamente e na opção que estou prestes a mostrar?
Essa proposta tocou em um aspecto importante da nossa dinâmica. Sim, eu queria falar sobre isso. Não apenas sobre as fantasias que habitavam minha mente, mas sobre a liberdade que estávamos tentando construir juntos. Era uma oportunidade para aprofundarmos nossa conexão, e eu não queria perdê-la.
Como não poderia ser diferente, Malu sempre teve uma intuição aguçada, e eu sabia que não conseguiria esconder nada dela. Ela percebeu minha hesitação e comportamento errático, me sondando com aqueles olhinhos astutos. Sem hesitar, peguei meu celular e mostrei os vídeos que havia recebido. O olhar da Malu se transformou, passando de surpresa a um espanto genuíno. Naquele momento, ficou claro para mim que ela estava tão desinformada quanto eu sobre a gravidade da situação. Ela me encarou, claramente constrangida, como se estivesse, sem querer, dando voz aos pensamentos que a atormentavam:
— Mas isso aconteceu hoje… como pode… achei que a Cecília jamais me trairia dessa forma…
Depois de alguns instantes de silêncio carregado, Malu voltou a me olhar, e sua expressão agora refletia uma preocupação real comigo:
— Quer falar sobre isso? Estou disposta a responder honestamente a qualquer dúvida que você tiver.
Meu primeiro impulso foi ser empático, focando no que realmente importava. Ao observar a reação da minha esposa, que estava claramente surpresa e chateada, ficou nítido que ela não estava envolvida no esquema insidioso que se desenrolava. Em cada gesto dela, havia tristeza e indignação.
Como ela sempre fazia, fui direto também, sem enrolação:
— Se foi a Cecília, está claro que ela não é de confiança. Quem garante que esse vídeo foi enviado apenas para mim? Isso é grave e pode impactar na sua vida profissional. Até mesmo nas nossas relações familiares.
Ela não retrucou imediatamente, mas a expressão em seu rosto dizia tudo. O seu silêncio falava mais alto do que palavras:
— Você tem razão. Eu vou esclarecer essa história, só me dê um minuto.
Malu, determinada, demonstrando raiva, pegou seu próprio celular e iniciou uma chamada de vídeo com a Cecília. Assim que a ligação foi atendida, as emoções que Malu tentava dominar simplesmente transbordaram e encheram o espaço virtual entre elas.
— Não tem nada para confessar? Nossa amizade sempre foi sólida, trabalhamos juntas há oito anos e eu confiei em você...
Cecília parecia tão surpreendida quanto Malu, totalmente incapaz de captar a profundidade da crise diante dela.
— Do que você está falando, mulher? Não estou entendendo o que está acontecendo… O que aconteceu para você achar isso de mim?
A tensão da conversa escalou, e as palavras começaram a fluir em um ritmo frenético. Eu sabia que a raiz do problema não residia apenas no compartilhamento do vídeo.
Malu, sem brincadeiras ou retóricas evasivas, insistiu com firmeza:
— Como o vídeo gravado por você hoje no motel chegou até o Fabiano? Você claramente é a única pessoa que possui esse vídeo. Precisamos esclarecer isso imediatamente.
Cecília, ofendida, tentando se justificar, tentou se defender da acusação direta.
— Opa, opa… calma lá. Eu não sou a única, mandei o vídeo tanto para você quanto para o Rafa. Nunca trairia a sua confiança. Antes de me acusar, lembre-se da lealdade que construímos juntas ao longo dos anos.
Era um momento crucial e Malu deu um passo atrás.
— Você tem razão, Cecília. Se é verdade o que você diz, está faltando alguém nessa conversa.
Ela incluiu o Rafael na conversa e fez a chamada, sendo atendida rapidamente. Sem noção da seriedade do momento, ele brincou:
— Reunião? Não me digam que cansaram de brincar apenas no horário do almoço e querem fazer uma coisa diferente, mais longa e sem pressa?
Cecília já estava tão furiosa quanto a Malu:
— Como você pôde fazer isso? Mandar o vídeo de hoje no motel para o marido da Malu, sem nem ao menos conhecê-lo direito ou ter intimidade para isso?
Ele respondeu de bate-pronto:
— Tá maluca? Quando foi que eu fiz isso? Eu nem abri o vídeo ainda, mal cheguei em casa.
Cecília não se deu por vencida:
— Se não fui eu, só poderia ter sido você. Só nós dois, além da Malu, temos esse vídeo. Por que você fez isso?
Rafael se irritou:
— Me erra, maluca. O que eu ganharia com isso? Você está muito desesperada, sei não… parece culpa.
Malu assistia à discussão indignada. E a troca de acusações piorou. Cansado, Rafael disse:
— Quer saber? Eu tenho mais o que fazer. Deu pra mim. Não tenho porque mentir ou enganar. Pensem o que quiserem. — Ele saiu da chamada em grupo.
Cecília parecia mesmo meio desesperada:
— Amiga, eu jamais faria isso com você. Você acredita em mim, né?
Cansada, e muito frustrada, Malu se despediu:
— Preciso organizar meus pensamentos. Nós nos falamos depois.
Malu encerrou a chamada e veio se sentar ao meu lado no sofá.
— Mais essa agora…
Chateado com a situação, com a irresponsabilidade da Malu, acabei sendo grosseiro:
— Onde você estava com a cabeça? Por que deixou a Cecília gravar o que estavam fazendo?
Se sentindo derrotada, Malu deitou a cabeça em meu colo:
— Você tem razão, amor. Fui inocente, me deixei levar. Você me perdoa? Prometo que isso jamais se repetirá.
Eu ainda tinha dúvidas:
— De quem foi a ideia de gravar esse vídeo?
Malu me olhou constrangida, mas confessou:
— A ideia foi minha. Pensei que, futuramente, poderia usar esses vídeos para apimentar ainda mais a nossa relação… achei que com o tempo, quando você se acostumasse mais com as coisas, isso seria uma boa memória para dividir, ou apenas para guardar de recordação.
Eu estava atônito com aquela revelação, mas Malu, indo da água ao vinho em segundos, o que era muito normal para ela, se levantou, deu dois tapinhas nas bochechas com ambas as mãos e, me surpreendendo mais uma vez, sugeriu:
— Quer saber, é hora de você sair da inércia, de debutar nessa vida que escolhemos viver. Vamos nos arrumar, pois eu quero conhecer uma casa de swing.
Ela pegou um flyer promocional em sua bolsa e jogou para mim.
— É disso que eu estou falando. Acho que o que precisamos é de mais cumplicidade, de explorarmos juntos essas novas possibilidades… anda logo, vamos ao banho.
Eu não estava acreditando. Eu sempre soube que Malu era uma mulher de ação, conhecia bem esse lado dela. Ela era adepta de situações e aventuras inusitadas, passeios sem roteiros, sem programação específica.
Minha preocupação com a situação dos vídeos, minha cara emburrada, deu lugar a uma risada forte, uma gargalhada que cresceu em intensidade. Era um riso nervoso, de incredulidade.
— Você está falando sério? Nossa vida está desmoronando e é isso que você sugere?
Malu, sempre afiada, já foi me empurrando pelo corredor, em direção ao banheiro:
— Como assim desmoronando? Isso é só um contratempo, nada demais. Podemos nos deixar abater ou usar isso como incentivo, como combustível de reação. A decisão é simples. Você me conhece, sabe muito bem a minha escolha.
Talvez ela tivesse mesmo razão. Ou talvez, já soubesse a resposta para o culpado por vazar os vídeos e achava que era um esforço desnecessário se deixar abater. Já eu, cansado de ser um personagem secundário, figurante na minha própria história, achei que era hora de igualar o campo de jogo e me permitir aceitar viver, assim como Malu já vinha fazendo nos últimos seis meses.
Swing, aí vamos nós.
Continua…