2. Olhadinha
Oi, gente. Li todos os comentários que vocês deixaram na parte 1 e fiquei muito grata. Quero reafirmar meu compromisso com a verdade, porque é ela que me interessa aqui. Para tornar tudo mais dinâmico, vou tentar trazer diálogos onde houveram, em vez de narrar tudo. Vamos em frente!No dia seguinte ao envio da parte 1, tomei minha primeira iniciativa. Fui até o meu quarto, peguei um shortinho jeans antigo, de uns dois anos atrás, já bem desgastado, e vesti. Ficou uma graça, vocês podem imaginar, né? No entanto, com o frio que fazia em São Paulo, usar aquele shortinho perdeu todo o sentido . A minha segunda opção foi uma legging florida, com tons de rosa e lilás, que formavam listras irregulares. Difícil explicar, mas garanto que é uma peça sensacional, que valoriza bastante o corpo, especialmente as coxas e o bumbum. Vesti e me olhei no espelho novamente, me achando irresistível. Agora, a novidade: sempre que usava algo assim em casa, costumava colocar uma camiseta bem longa para esconder o bumbum, mas desta vez optei por uma blusa de moletom azul claro com elástico na cintura, que deixava tudo mais exposto.
De um lado, me sentia confiante, mas, por outro, parecia que minhas intenções estavam escritas na minha testa, e eu ficava com receio de não conseguir manter a naturalidade. Mas eu estava pronta. De chinelo e meias para completar o look (haha), eu estava preparada.
Foi na cozinha que o vi pela primeira vez naquele dia. Ele tomava seu tradicional café da manhã e lia um livro sobre música.
— Bom dia, filha — ele disse, como de costume.
— Bom dia, pai.
Sentei-me à mesa com ele, frente a frente, como sempre fazíamos durante o café.
— Você vai sair hoje, pai?
— Já estou de saída, mas volto em menos de uma hora.
Fiquei o observando por um momento, admirando como ele estava bonito.
— Quer que eu traga algo pra você?
— Não, pai, estou tranquila.
Depois de terminar meu café, peguei nossas xícaras e fui até a pia lavar a pequena louça. Não costumo fazer isso de manhã, mas o motivo dessa vez era especial. A pia fica virada para a mesa, então eu estava de costas para ele, com meu bumbum completamente à mostra. Será que ele olhou? Provavelmente. Se ficou olhando? Não tenho como saber, mas a sensação era maravilhosa, parecia que ele estava me observando atentamente. Ah, que vontade de me virar rapidamente e pegá-lo no flagra! Continuei lavando os pratos com cuidado, aproveitando para mexer um pouco os quadris, mas sem exagerar, mantendo tudo bem natural.
Quando terminei de lavar a louça e me virei, lá estava ele, sentado calmamente, lendo seu livro. Primeiro, achei curioso ele ainda não ter saído, já que tinha terminado o café e disse que estava de saída. Será que ele estava esperando só para me olhar mais um pouco?
— Você não estava de saída, pai?
— Ah, sim, estou esperando um colega me ligar.
Logo depois, ele recebeu a ligação.
— Filha, estou indo, tá? Tem certeza de que não quer nada? — disse ele pegando as chaves do carro e uma máscara.
— Tenho certeza, pai — e lhe dei um sorriso charmoso.
Ele voltou cerca de quarenta e cinco minutos depois, carregando dois violões, e os levou para o quarto. Eu estava na sala, assistindo Netflix. Normalmente, quando eu usava legging ou shortinho em casa, sempre colocava uma almofada no colo por questão de recato quando ele estava por perto. Mas dessa vez, cruzei as pernas no sofá e permaneci assim, sem me cobrir.
Ele foi até a cozinha, pegou um café e voltou, sentando-se na poltrona ao lado do sofá.
— Que frio, Larissa! Lá fora tá um gelo! — ele disse esfregando as mãos.
— Pois é, e no Canadá está fazendo um calorão! — respondi, sem tirar os olhos da TV.
— O mundo está mesmo virado! O Brasil congelando e o Canadá pegando fogo! — comentou ele, tomando um gole do café.
Silêncio. Curiosamente, até o seriado fez uma pausa, o que me deixou ansiosa e ligeiramente constrangida, algo que raramente acontecia, já que sempre me sentia muito à vontade com ele.
Mas aí aconteceu! Eu vi! Eu vi a primeira olhada dele para a minha periquita! Hahaha. Que delícia, ele olhou! Foi rápido, menos de meio segundo, e ele provavelmente nem percebeu que eu notei. Talvez tenha sido apenas um reflexo, e ele logo desviou o olhar. É claro que, ao longo da vida, ele já deve ter me olhado outras vezes, afinal, é quase involuntário. Mas dessa vez foi diferente: primeiro, porque eu desejei esse olhar, cruzei as pernas de propósito; segundo, porque ele poderia ter se sentado ao meu lado, mas escolheu um lugar de onde teria uma melhor visão; e terceiro, ele olhou uma vez, e depois olhou novamente, mesmo que só por um instante.
Ele sempre sentava naquela poltrona, é verdade, então não posso afirmar que escolheu o lugar estrategicamente, mas sim, ele olhou entre minhas pernas e olhou de novo.
Com isso, o dia seguiu normalmente. Ele ficou no quarto com os violões, e eu continuei assistindo ao seriado e estudando um pouco depois.
Mais tarde, o frio apertou, e acabei colocando uma calça de moletom por cima da legging, encerrando as minhas "atividades" naquele dia, rs.
Sei que não foi um grande avanço, mas tudo bem, estou seguindo com cautela. Pelo menos, não vi motivo para desistir, muito pelo contrário, só me senti mais motivada a continuar.
Se alguém tiver uma boa sugestão, me conte! Uma garota sugeriu que eu colocasse o celular gravando no bolso de trás do shortinho enquanto lavo a louça. Achei a ideia genial, como não pensei nisso antes? Assim, cada olhada dele ficará registrada. Vou tentar isso amanhã e depois conto como foi!
Obrigada!
