ENTRE CAMINHOS E SEGREDOS [27] ~ Bomba!

Um conto erótico de Rafael
Categoria: Gay
Contém 2265 palavras
Data: 22/10/2024 11:06:54

Ao chegar em casa, conversei com minha mãe sobre coisas triviais. Ela quis saber como tinha sido o aniversário do Alysson, se tudo tinha corrido bem. Respondi que sim, embora tenha omitido alguns detalhes que certamente a deixariam preocupada. Sentamos juntos para assistir a um dos programas dominicais, e, depois de algum tempo, pedimos uma pizza para jantar. Aquela tranquilidade quase parecia surreal, considerando tudo o que estava acontecendo em minha vida.

Após o jantar, fui para o quarto estudar. Não consegui me concentrar muito, com os pensamentos vagando entre Silas, Bernardo, Alysson e, claro, Caio. Minha vida havia tomado um rumo muito mais agitado, mas eu não achava isso ruim. De certa forma, estava gostando do caos e das emoções intensas que vinham com ele.

Foi então que recebi uma mensagem do Caio:

“E aí, parceiro, já tá em casa?”

Sorri ao ler e respondi que sim. Ele logo replicou:

“Cola aqui em casa.”

Respondi que estava cansado, mas prometi que de manhã eu passaria lá, já que ele havia tirado um tempo da fábrica e teríamos a manhã livre. Me organizei para dormir, mas a mente não parava. Fiquei pensando em tudo... Silas, Bernardo, Alysson, Caio. Era um turbilhão de sentimentos e situações que eu nunca imaginei vivenciar de uma só vez. Mesmo assim, algo dentro de mim estava gostando de toda essa adrenalina.

Já passava da meia-noite quando recebi uma mensagem do Bernardo. Ele dizia que havia chegado bem. Perguntei se podia ligar e, assim que ele confirmou, liguei. Ficamos conversando por quase 40 minutos. A saudade já apertava, e o que mais me doía era não saber quando nos veríamos novamente. Mas, mesmo distante, aquele contato era o que me mantinha conectado a ele.

Adormeci vencido pelo cansaço e dormi feito uma pedra. Quando acordei, já eram quase 9h. Fazia tempo que não tinha uma noite de sono tão profunda. Peguei o celular para verificar as mensagens, e, como esperado, já havia uma do Caio:

"Cadê você?"

Respondi rapidamente, dizendo que tinha acabado de acordar e que logo chegaria lá. Tomei um banho rápido, vesti uma roupa confortável e segui em direção à casa dele. Assim que cheguei, Caio me deu um abraço apertado e perguntou como estavam as coisas, especialmente sobre a conversa com o Silas, não hesitei em contar como tudo tinha se desenrolado. Falei sobre a tensão com Silas, o reencontro, e acabei abrindo o jogo sobre o pedido de namoro do Bernardo e o compromisso de fidelidade que ele havia me pedido.

Caio me olhou daquele jeito que eu conhecia bem, um olhar provocativo que sempre vinha antes de algo mais. Ele sorriu e, com um tom meio brincalhão, perguntou:

"Mas você vai ser fiel?"

Hesitei por um momento e respondi:

"Vou tentar... mas a gente nem teve uma despedida."

Ele sorriu ainda mais, como se estivesse esperando aquela resposta, e, sem perder tempo, se aproximou de mim, puxando-me para um beijo. Eu não resisti. Por mais que amasse o Bernardo, eu sempre tive uma relação diferente com Caio. Ele era como uma "amizade colorida". Eu gostava dos beijos dele, da maneira como a gente fazia sexo... E naquele momento, com ele tão próximo, era difícil lembrar das promessas que havia feito ao Bernardo.

Ainda tentei me afastar, dizendo para ele parar. Mas Caio, sendo Caio, me puxou para a cama, voltou a me beijar, e, com aquele olhar que sempre me conquistava, disse:

"Prometo que essa vai ser nossa despedida. Afinal, eu tô indo embora... Vou passar umas semanas na capital para um treinamento, e depois vou viajar toda a campanha com aquele político. Acho que mereço uma despedida, né?"

Esqueci de tudo. Meu desejo por Caio falou mais alto. Puxei-o para outro beijo, e assim passamos as próximas horas juntos, num misto de prazer e despedida, passamos o resto a manhã transado, o Caio me comeu selvagem, me comeu com carinho, transamos de diversas maneiras, e eu também comi ele, foi uma boa despedida, mas eu sabia que ali ainda não seria o nosso fim, tinha muita água para rolar.

Após a manhã intensa com Caio, ele preparou um almoço rápido, e conversamos sobre coisas leves. Eventualmente, ele mencionou que deixaria a chave da casa comigo, já que não sabia ao certo quando voltaria. Tudo dependeria da agenda do candidato que ele estava acompanhando, sem data exata de retorno. Com um sorriso, ele disse que eu podia usar a casa e até trazer alguém, se quisesse. Ri, meio sem jeito, mas aceitei as chaves.

Duas semanas se passaram tranquilamente. Eu e Bernardo conversávamos todos os dias, mantendo nossa relação forte apesar da distância. Minha relação com Alysson continuava neutra, sem muita evolução, e ele evitava tocar no assunto do Silas. Eu via isso como um bom sinal, já que ainda estava preparando o terreno para uma possível conversa com Silas, mas sabia que esse momento demoraria a chegar.

Uma coisa que chamou minha atenção foi minha mãe. Após o encontro com Silas, notei algumas mudanças nela. Sempre uma mulher bonita, mas que havia deixado de lado um pouco a vaidade ao longo dos anos de trabalho na fazenda e a vida pacata que levávamos. Agora, ela estava se cuidando mais, até havia começado a frequentar a academia e estava se arrumando com mais frequência. Achei curioso, talvez ela tivesse conhecido alguém ou apenas redescoberto sua autoestima, mas como ela não mencionou nada, resolvi esperar que ela falasse quando quisesse.

Alysson, por outro lado, mencionou que passaríamos o próximo fim de semana na capital. Ele estava prestes a finalizar a compra daquela fábrica por lá e queria aproveitar a viagem para resolver os últimos detalhes. Para mim, significava que eu teria a chance de ver Bernardo e matar as saudades. E assim foi.

O final de semana foi perfeito. Alysson conseguiu fechar a compra da fábrica, o que significava que passaríamos mais tempo na capital, como ele já havia mencionado anteriormente. Passei grande parte do tempo com Bernardo, matamos as saudades de todas as formas possíveis. Fomos à praia, saímos para baladas, e até passamos um dia com Sofia, que nos atualizou sobre seus "namoradinhos". Claro que senti ciúmes, e Bernardo sempre achava graça disso.

Quanto à fidelidade... até que eu estava indo bem. Com Caio distante e sem qualquer clima para transar com Alysson, mantive-me fiel durante essas semanas. Depois desse fim de semana maravilhoso, enquanto voltávamos para o Alto, apenas eu e Alysson no carro, ele decidiu iniciar uma conversa.

Enquanto dirigíamos de volta para o Alto, Alysson quebrou o silêncio com um tom despreocupado, mas carregado de intenções.

– E então, como foi o final de semana? Matou a saudade do meu filhão? – Ele perguntou, com um sorriso no rosto, mas com aquele olhar atento, como quem queria saber mais do que apenas detalhes.

– Sim, foi muito bom, tio. Eu tava com muita saudade dele – respondi, lembrando de cada momento com Bernardo, e o sorriso escapou no meu rosto.

– Ótimo... – ele deu uma pausa, e eu já sabia que vinha algo mais. – Bom, acho que você já imagina que agora vamos frequentar a capital com mais frequência, não é mesmo?

– Sim – confirmei, meio apreensivo sobre o que ele ia dizer em seguida.

– Então... você não vai precisar ficar tão distante do Bernardo. Como você sabe, eu não gosto muito da vida na capital. Não consigo me adaptar. Meu lugar é na fazenda, no campo. – Ele olhou para a estrada, mas eu sabia que ele estava preparando o terreno para o que viria. – Por isso, vou querer que você acompanhe a reforma da fábrica de perto. Nesses dias que você ficar pela capital, você pode ficar lá em casa... e aí o Bernardo vai estar livre pra você – ele disse com um sorriso malicioso, mas sem desviar o olhar da estrada.

Ri de leve, mas a preocupação me atingiu. Ele notou e logo continuou.

– Mas, ó... toma cuidado pra não dar bandeira e a Cláudia perceber que vocês dois são um casal. – Sua expressão ficou um pouco mais séria. – Eu ainda vou precisar de você aqui no Alto em alguns dias, mas a gente vai se ajustando. Pra mim, o mais importante vai ser você se acostumar com as coisas da capital.

Eu sorri, aliviado e ao mesmo tempo grato por tudo que ele estava fazendo.

– Obrigado, tio. De verdade, por tudo isso.

Ele desviou o olhar da estrada por um segundo, com aquele sorriso travesso que eu conhecia tão bem. Senti sua mão deslizar para minha coxa, alisando de leve, e o clima no carro esquentou rapidamente.

– Acho que isso pede uma comemoração, não acha? – ele perguntou, com a voz rouca, passando a língua pelos lábios enquanto me olhava intensamente.

Meu coração acelerou e, tentando quebrar o clima com um toque de humor, retruquei com um sorriso maroto:

– Bom... ainda não transei com meu sogro. Só com meu tio e meu chefe – disse piscando para ele.

Alysson soltou uma risada baixa, mas cheia de segundas intenções. Ele se inclinou um pouco mais na minha direção, e eu já sabia que aquele caminho de volta pro Alto poderia ficar bem mais quente.

Seguindo viagem, o Alysson desviou para um daqueles motéis de beira de estrada. Eu já estava cheio de expectativa, sabendo bem o que vinha pela frente. Assim que entramos no quarto, nossas roupas mal tocaram o chão antes de nos jogarmos nos beijos. Transamos intensamente, como sempre. O Alysson tinha uma energia sexual impressionante, e cada momento com ele parecia mais intenso que o anterior.

Depois de um tempo, enquanto estávamos deitados, ele olhou para mim com uma expressão que misturava seriedade e excitação.

– Tenho um segredo pra te contar – disse ele, a voz baixa e envolvente. – Mas quase ninguém sabe ainda. Acredito que nas próximas eleições para prefeito, daqui a dois anos... eu vou me candidatar.

Fiquei surpreso, não era algo que eu esperava ouvir.

– Sério? Nossa, tio... nunca imaginei isso. Fico feliz que você confie isso em mim – respondi, puxando-o para um beijo rápido, meio atordoado com a novidade.

Ele sorriu, mas parecia pensativo.

– Sim, o atual prefeito não anda fazendo um bom trabalho. A oposição tem chance, mas vai precisar soltar muito dinheiro pra conseguir ganhar. – Ele fez uma pausa, olhando para o teto, como se pesasse cada palavra. – Só que eu ainda não sei se quero abrir essa torneira...

Fiquei em silêncio, sentindo o peso da revelação. A ideia de Alysson no mundo da política me pegou de surpresa, mas fazia sentido. Ele sempre foi estrategista, sempre teve essa habilidade de mover as peças no tabuleiro certo.

– Você já sabe que pode contar comigo, não é? – disse, ainda digerindo a informação.

– Sei sim, – ele disse enquanto me colocava de quatro na cama, e começou a meter e disse – Quando eu me sentar na cadeira de prefeito, a primeira coisa que vou decretar e que todo tio pode comer seu sobrinho. – sorri com um olhar sacana

– Você sera o melhor prefeito declarando isso – falei entrando na brincadeira –

– Safado, quero te comer no primeiro dia de mandato.

Não demorou e o Alysson gozou pela quarta vez, ele sorriu de lado, um sorriso que dizia muito mais do que palavras poderiam expressar. E ali, naquele quarto de motel, eu percebi que estava diante de algo maior do que apenas a relação intensa entre nós dois. Alysson tinha ambições grandes, e eu estava prestes a ver de perto o impacto que isso teria em nossas vidas.

Retornamos para o Alto, e o Alysson me deixou em casa trocamos um beijo rápido. Assim que entrei, meu celular começou a vibrar. Era o Caio me ligando.

– Oi, sumido, lembrou que eu existo? – eu disse ao telefone.

– Oi, gatinho. Estou muito ocupado, cara. Esse trabalho está me matando. Você está pelo Alto hoje?

– Estou sim, acabei de chegar –

– Ótimo, hoje vou dormir em casa. Aparece lá à noite, tenho um assunto sério pra falar com você.

Fiquei apreensivo. – Que assunto? – perguntei, tentando entender o que estava acontecendo.

– Só pessoalmente. Tenho que desligar, até já já – ele disse, cortando a ligação de repente.

Passei o resto da tarde com uma sensação incômoda. Caio nunca havia falado de maneira tão séria comigo, e meu instinto foi pensar o pior. "Será que ele viu o Bernardo me traindo?", foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça. Isso me atormentou o resto do dia, e por mais que tentasse me concentrar em outras coisas, não conseguia parar de pensar no que Caio tinha para me dizer.

Finalmente chegou a hora. Fui até a casa do Caio, e quando ele não apareceu de imediato, usei a chave que ele tinha me dado e esperei. Quase dez da noite, ele chegou com um sorriso no rosto e me abraçou forte. Mesmo assim, a tensão no ar não diminuía.

– E então, fala o que você tem pra me contar – pedi, minha ansiedade crescendo.

Caio coçou a cabeça, claramente desconfortável. – Bom... não sei nem por onde começar, mas vou jogar logo a bomba. Lembra da Letícia? A ruivinha que a gente comeu juntos na festa da padroeira?

Franzi o cenho. – Sim, lembro...

Ele respirou fundo. – Ela está grávida da gente.

– O quê? O que você tá dizendo? Como assim "da gente"?

Caio fez uma expressão confusa, quase cômica, mas o assunto era sério demais para risos. – Não lembro quem gozou dentro dela, ou se foram os dois... Mas, bom, ela tá grávida, e ou você vai ser pai... ou eu vou ser pai.

A notícia me atingiu como um soco. Minha cabeça girou, tentando processar aquilo. Eu olhei para ele, perdido em pensamentos.

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Comentários

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Rafael é um safado e eu adoro isso, mas se Bernardo estiver sendo fiel isso não vai ser bom pra ele. Por isso espero que Bernardo seja mais um safado nessa família.

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hmm, sinto que perdi alguma coisa, algo que não estou vendo, que ficou escondido nas entre linhas.

Estou com medo de quando o Alysson se candidatar a Prefeito, sinto que passados e segredos serão revelados.

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Isso que é tirar uma carta da manga e embaralhar o jogo todo...

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Hahahaha! Aprendi com o conto do “Bernardo”. Fazer esses ganchos pra outro episódio! Lembro que na época ele falou que fazia isso pr ele próprio escrever logo o outro cap! E eh isso que eu faço! Pq to viciado nessa história, cada vez que sento de frente o pc e começo a desenvolver as coisas vão surgindo kkkk

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