AVISO
Alerto ao leitor que possa demandar uma continuação que o presente conto já está finalizado e será postado em cinco partes. Ele é sobre um jovem rebelde chamado Victor que, devido a seu comportamento, recebe uma punição inusitada de sua mãe, e tudo na frente de sua irmã mais nova. A inspiração vem de relatos que ouvi de amigos mais velhos sobre como punições dos pais para com os filhos antigamente também costumavam carregar aspectos de humilhação. Acabei me interessando por escrever uma história que transplante, de alguma forma, essa forma de pedagogia antiga a um contexto moderno atual, criando situações que a tornem possível na história.
Meu processo de escrita é bem lento, o que é notável pela distância temporal entre meu último conto e este. Tudo aqui, garanto, é bem detalhado e promete ser uma experiência de leitura envolvente, embora o lado sexual da história demore para aparecer e, quando aparece, não costuma ir muito longe. Fique avisado disso ao iniciar a leitura. O conto está devidamente tageado e, com essa informação, você sabe o que esperar.
Ademais, reafirmo que gosto de escrever histórias nessa temática, envolvendo extremo embaraço e humilhação; principalmente com personagens que enxergam na nudez um tabu, mas que são, de alguma forma, despidos(as), envergonhados(as) e ficam indefesos(as) frente a outros(as) vestidos(as). Esse conto, por ter demorado tanto para ser finalizado, contém algumas outras ideias que tive de histórias, que aparecerão ao longo da obra na forma de lembranças do protagonista. Isso pode irritar um pouco o leitor que quer que as coisas sejam mais diretas ao ponto, mas, garanto, servem a construção psicológica da personagem principal.
Por fim, um beijo a todos(as) e uma excelente leitura.
(Não possuo assinatura no site ainda. Para qualquer contato privado: extremeexhib@gmail.com)
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Risadas e berros interrompiam minha paz naquela noite. Em meu quarto, era possível ouvir minha irmã conversando com sua amiga Rayssa ao telefone enquanto eu tentava relaxar. Ela não sabia, mas eu tinha uma queda por sua colega de escola bonita, de cabelos loiros e sorriso simpático. Quando Rayssa vinha a visitar, tentava não transparecer muito aqueles sentimentos e, no fundo, desconfiava de que ela me via da mesma forma devido ao jeito como conversava divertidamente nas poucas ocasiões em que trocamos algumas palavras. O único defeito dela era ser amiga de minha irmã, uma garota chata, escandalosa e irritante.
Tudo aquilo estava me deixando de saco cheio, ter que esperar tanto enquanto ouvia os ruídos e risadas pela casa. Vadia barulhenta! Vá dormir! Pensei com impaciência ouvindo a voz de taquara rachada de minha irmã. O motivo de eu ter que aguardar tanto era que agora possuía um segredo que escondia de minha família: Eu fumava escondido.
Tudo começou em uma festa com meus amigos. As más influências me ofereceram uma tragada em meu primeiro cigarro há cerca de 2 meses atrás e eu gostei. Saindo com um de meus amigos que também tinha sua história com o vício me fizeram pegar dele, eventualmente, alguns cigarros para fumar e, quando percebi, estava comprando eu mesmo alguns maços. Eu não fumava muito, nem poderia por morar com minha mãe e irmã mais nova, mas, todas as noites, ansiava pelo momento em que todos na casa adormeciam e ia acender um. A sensação era gostosa. A fumaça inalada rapidamente abaixava minha pressão, arrepiava meu corpo todo encerrando a abstinência e eu, sentindo a brisa na pele, relaxava, aspirando e expirando a fumaça que tanto fazia mal à minha saúde.
Além disso, fazer aquilo também continha o risco gostoso que, em época de juventude, somos tão atraídos a assumir. Minha mãe, dona Ana, era veementemente contra o consumo de drogas. Ela é bonita e eu puxei isso dela. Minha mãe é uma mulher de meia idade, cabelos longos e um corpo saudável, malhado e bonito. Sua bunda era bem grande e a gravidez parecia apenas ter acentuado o formato de suas nádegas e tamanhos dos seios fartos. A mãe solteira de longos cabelos escuros teve uma criação rígida, mas não transmitia tanto isso aos filhos. Quando com minha idade, minha mãe, por conta própria, foi para um colégio militar, talvez, por ter de praticar atividades físicas em um lugar de educação tão rígida, seu corpo se manteve gostoso como na juventude por tanto tempo. Na época, era impensável que uma mulher assim o fizesse e ela, com muito esforço, aprendeu a ter uma disciplina ainda mais pesada, se impondo de forma dura até conseguir ascender socialmente com suas próprias mãos perante a homens que desacreditaram em seu potencial.
Todavia, com os filhos, quando não estava brava por algo que fazíamos, minha mãe era também uma pessoa muito doce e amorosa. Ela dizia que não queria cometer os mesmos erros de sua mãe e nos dava consideravelmente bastante liberdade. Às vezes, de forma descontraída, ela dizia como tínhamos sorte pela vida que nos dava e contava com divertimento sobre as punições que recebia quando adolescente: Palmadas, ajoelhar sobre o milho e até chineladas sobre o corpo completamente despido eram relatados por ela. Impressionantemente, minha mãe nunca levantou a mão para mim e minha irmã que, à medida que o tempo passava, estava se tornando cada vez mais parecida fisicamente com ela. Todavia, quando minha mãe dizia algo, tinhamos de obedecer.
Certo dia, minha mãe contou a mim e minha irmã que, quando jovem, ela passou tempo demais com o chuveiro ligado uma vez. De acordo com ela, devido a uma mania já antes repreendida por minha avó que minha mãe tinha de ficar arrumando o próprio cabelo na frente do espelho enquanto a água corria. Certamente era um gasto bastante desnecessário de luz e recursos hídricos, ainda mais em uma família que, na época, não tinha muito como se segurar financeiramente. Não demorou muito para que, um dia, apavorada e sem sequer começar a tomar seu banho, minha mãe constatasse que o aparelho havia queimado. Ela ficou apavorada, testou o chuveiro várias vezes, mas a água que o deixava permanecia fria como gelo.
Naquele dia, minha mãe pensava que, se relatasse de imediato para minha avó que tinha estragado um aparelho que, na época, era tão caro, sua punição seria mais leve. Ela se enganou. Quando dona Ana, na época, jovem tal qual eu, se dirigiu apenas de toalha à sua mãe e lhe contou o que havia ocorrido, a velha ficou uma fera. Ela percebeu que, além de sua filha ter queimado o chuveiro, o banho sequer havia sido tomado. Consertar aquilo sairia caro, um prejuízo causado pela vaidade estúpida que já havia sido objeto de brigas, não faltando avisos. Foi então que minha mãe foi arrastada para o quintal por minha avó, seminua mesmo como estava e bem na parte da frente da casa, onde, na rua, qualquer um que passasse podia testemunhar a comoção. Minha avó então trouxe dois baldes, uma barra de sabão e seus chinelos duros de couro.
Todos os vizinhos fofoqueiros e garotos curiosos do bairro transitando pelo local viram quando minha avó arrancou a toalha de sua filha ali mesmo, a surrou na bunda nua e a fez, humilhada e chorando, tomar o frio e demorado banho para qualquer um que quisesse observar no momento. Com os baldes de água e sabão, ela assim o fez. Minha mãe contou para nós sobre como aquele foi o momento mais vergonhoso de sua vida, como minha avó a instruiu a se lavar na frente de todos e a estapeava novamente sempre que ela, morrendo de vergonha e frio, tentava se cobrir com as mãos. Na vizinhança, ela ainda tinha de ouvir os comentários e fofocas. Seus colegas tiravam sarro dela sempre que podiam, já as pessoas mais velhas, concordavam com minha avó em sua cruel pedagogia. Depois disso, até o final daquele ano, minha mãe perdera o direito de fechar a porta do banheiro quando tomava banho, fazendo sua higiene enquanto inspecionada todos os dias por minha avó. O trauma pareceu ter permanecido para além daquela época. Eu notava como, quando minha mãe ia se banhar, ela fazia tudo em menos de 2min, trancava a porta atrás de si e saia do banheiro logo em seguida. Ela certamente nunca demorou no banho depois daquilo.
Eu achava tudo aquilo um absurdo. Outros tempos, só podia concluir. Se hoje algo dessa natureza ocorresse, pensava, certamente os vizinhos teriam interferido e as autoridades com certeza seriam acionadas. Sendo um rapaz ainda em desenvolvimento, eu só podia imaginar a quantidade de constrangimento que sentiria se fosse submetido a tamanha exposição. Eu não tinha um corpo feio, praticava exercícios regularmente o que me desenvolveu bem, mas, passando por essa etapa da vida, certamente possuia minhas inseguranças. Meu cabelo era preto como o de minha mãe e, lá embaixo, a mesma cor à poucos anos começou a aparecer. Entretanto, eu ainda tinha escassos pelos na região intima e esperava que, com o tempo, eles se desenvolvessem mais como é normal em outros caras. Meu penis tinha tamanho médio e eu também torcia para o tempo fazer seu trabalho ali, garantindo-me mais alguns centímetros. “Dizem que cresce até os 21 anos” eu repetia para mim mesmo esperançoso e tinha muita timidez em deixar qualquer um ver o que escondia nas calças, tanto que ainda era virgem. Fazer algo do tipo que minha avó fez com minha mãe com uma garota era muita maldade, mas, aparentemente, naquele tempo, acreditava-se que a vergonha adicionava à disciplina. Para um jovem púbere, a aparência de seu corpo é seu segredo mais íntimo, portanto, tanto minha mãe quanto minha irmã não tinham acesso a me ver sem roupas desde que eu era muito novo.
Minha irmã finalmente dormiu, eu percebi e, portanto, abri a janela do meu quarto. Quando minha mãe dizia que tínhamos muita sorte da vida que possuíamos, ela não brincava. A casa em que morávamos era bastante grande, com dois andares e quatro quartos. O meu quarto era o melhor de todos. Sua janela dava diretamente para uma espécie de sacada, onde havia uma escada de metal que levava ao telhado. Eu adorava sair pela entrada de ventilação e ficar lá em cima, olhando para o céu e inalando a fumaça de nicotina.
Assim eu fiz, sentindo a brisa fria e a fumaça quente do cigarro. Fumar é um vício que não vale a pena ter. Quando se acende o primeiro tubo de papel e tabaco, a vontade logo passa e, já na metade, você se arrepende de sequer ter começado. Quando terminei, atirei a bituca na rua logo a frente. A localização de onde morávamos era bastante confortável. Na rua em frente, escuridão e tranquilidade pairavam no ar e, portanto, eu sabia que não seria flagrado ali em meu segredo por quaisquer vizinhos fofoqueiros.
O telhado, local onde só eu tinha acesso diretamente pela janela dos meus aposentos, era, sem dúvidas, o meu lugar preferido da casa. Às vezes, eu passava horas lá, levava meus cigarros, alguma revista e o celular. Eu ficava lá pensando na vida, ocasionalmente até tomando um banho de sol. Como eu era ainda muito jovem, admito, ficar muito tempo sozinho refletindo sobre as coisas levava muitas vezes à exploração de um lado mais sujo de minha imaginação. Eventualmente, eu permanecia no telhado mais um tempo, dando corda a esse tipo de pensamento, até acariciando por cima da bermuda minha ereção, aproveitando que, lá de cima, ninguém podia me ver. Geralmente, quando eu não mais aguentava me segurar, corria de volta para dentro de meu quarto e lá terminava sozinho o que comecei.
Eu admito também, sempre tive vontade de, um dia, fazer alguma safadeza ali sob a luz das estrelas, mas nunca tive coragem. A rua em frente a minha casa podia ser sossegada e quase inóspita, mas ainda assim eu corria risco de ser visto. O perigo, todavia, não me desencorajava tanto quanto eu queria e a verdade é que eu ficava ainda mais excitado de pensar em um cenário em que fosse exposto em um momento íntimo. As vezes, eu me masturbava e vislumbrava com minha imaginação fértil minha irmã e minha mãe entrando de repente em meu quarto e me flagrando. Na vida real, eu ficaria mortificado de vergonha, mas no mundo das putarias em minha cabeça, esse cenário me dava muito tesão. Eram essas apenas fantasias que obviamente jamais concretizaria.
Uma vez que eu tinha pensamentos tão impuros no telhado naquela noite, não demorou muito para que voltasse ao meu quarto. Eu assim o fiz depois de guardar o maço quase vazio no bolso direito de meus shorts. Aquele maldito pijama velho tinha buracos em seus bolsos, não grandes o suficiente para deixarem a caixinha de cigarros cair, mas suficientemente incomodos para me fazer perder moedas, por exemplo. Sendo assim, eu guardava o isqueiro do lado de meu corpo, no elástico de minha cueca. Era seguro pois aquelas coisas dificilmente abandonariam meu corpo para que minha mãe ou irmã achassem, ou pelo menos, era o que pensava.
Eu usava apenas uma bermuda de tecido delicado, uma regata e minha cueca, vestes básicas de dormir. Era bom que estivesse já tão tarde. Assim, eu poderia fazer aquilo sem ouvir vozes pela casa que me desconcentrem. Tudo foi muito rápido, afinal, eu já estava para além de excitado quando comecei. Todavia, naquele momento, percebi que, chegando ao ápice, imaginei algo bastante atípico. Quase que por acidente, eu lembrei enquanto gozava da história que minha mãe revelou a mim e a minha irmã, aquela em que seu corpo gostoso nu foi revelado de forma tão cruel para todos que quisessem ver. Eu via todas as suas formas em minha cabeça e, no momento mais excitante de minha punheta noturna, me imaginei em seu lugar e minha mãe no lugar de minha avó. Eu estava ali, totalmente nu na sua frente e exposto em frente a rua enquanto tomava banho daquela forma tão degradante. Só de cogitar tamanha humilhação, senti tanto tesão que comecei a gozar com tanta intensidade que tapei minha boca com minha mão disponível para não fazer muito barulho.
Ao final, eu estava deitado em minha cama e com porra escorrendo pela minha barriga. O sono que se pôs sobre mim naquele momento, misturado a intensa estimulação, me cansaram tanto que eu sequer queria levantar para me limpar. Era pura preguiça, afinal, meu quarto possuía um banheiro. Eu me limpei nos lençóis de minha cama mesmo, um mau hábito que possuía e que não tinha a intenção de encerrar. Era melhor que arrumar a bagunça com meu pijama, pois há muito tempo roupas não eram lavadas naquela casa, o que deixava meu guarda roupa com quase nada para que usasse. Até mesmo as vestes que utilizava necessitavam urgentemente de uma lavagem. Amanhã eu resolvo isso. Pensei e adormeci.
Eu não deveria ter dormido tão tarde. O dia seguinte amanheceu bem caótico e eu, em meu quarto, fui surpreendido pelas incessantes batidas em minha porta.
– Acorda Victor! – Gritou minha mãe na porta e eu pulei da cama para atendê-la. Eu odiava acordar de manhã no sábado, ainda mais dessa forma e, portanto, fui fulminante de raiva em direção ao irritante ruído. Pelo menos eu não tinha uma ereção matinal como de costume.
– O que foi? – Perguntei quase gritando de tão alto quando abri a porta e a vi.
– Você esqueceu? Hoje é dia de lavar roupa. – Respondeu minha mãe com muita velocidade e já adentrando no recinto.
Sim. Como fui esquecer disso? Me perguntei ao lembrar. Era o terceiro sábado do mês, o que significava que minha mãe e irmã estavam percorrendo a casa no momento atrás de cada tecido que pudessem encontrar. Eu achava estranho como minha mãe apenas lavava roupas uma vez por mês. Talvez ela tenha pegado essa mania da época do colégio militar. O que importava é que, com a chegada dessa data, tal qual um sargento, minha mãe saía apressada pela casa despertando todo mundo e coletando todo tipo de pano sujo.
– Já está muito tarde. Me ajuda. – Ela mandou com impaciência enquanto abria cada porta do meu guarda roupa. Em suas mãos, minha mãe tinha uma sacola plástica grande onde depositava o tudo o que via. Eu não queria ter que fazer isso logo de manhã, mas obedeci mesmo assim e comecei a catar as meias no chão. Em casa, minha mãe nunca me ordenava a lhe ajudar com a roupa suja. Quem fazia todo o serviço doméstico era ela e minha irmã, talvez fosse esse um resquício de uma criação machista transmitida para as próximas gerações. Eu gostava que fosse assim e também não fazia qualquer esforço para auxiliá-las.
– Mãe, eu já não tenho mais nada para usar hoje. – Disse a ela que sequer me olhou de tão ocupada que estava. Como a roupa era tão pouco frequentemente lavada, quando eu e minha irmã nos esgotavamos de vestes para usar antes do dia de lavanderia, alertavamos a nossa mãe que rápidamente nos dava dinheiro para comprar roupas novas. Às vezes, eu mentia apenas para ganhar uma camiseta ou uma bermuda novas.
– Depois eu resolvo isso Victor – Respondeu ela ainda muito desatenta ao que disse. Minha mãe com velocidade desfronhava os travesseiros e puxava os lençóis da cama para fora. Devo admitir que foi um pouco estranho vê-la tocar a roupa de cama em que, na noite anterior, eu havia sujado toda com minha porra. Por outro lado, eu gostava de saber que tinha ela e minha irmã na posição tão submissa de ter que lavar não só aquela, mas todas as minhas bagunças. Eu me sentia o homem da casa. Era bem servido sempre enquanto as mulheres que viviam comigo lavavam minhas cuecas. É bom ter nascido menino.
Apesar de seu hábito pouco frequente com a máquina de lavar, minha mãe era uma pessoa muito metódica e, rapidamente, parecia ter limpado meu quarto de qualquer tipo de roupas, toalhas, forros e até cortinas. Ela se preocupava muito com a limpeza e parecia ter um sexto sentido para identificar a sujeira em qualquer lugar que fosse. Até os ítens dentro do guarda-roupas foram coletados. Dona Ana e seu nariz sensível não toleravam a mera possibilidade do cheiro de poeira que, dizia ela, já era perceptível mesmo em roupas não utilizadas após poucos dias de lavadas. Ao o que pensei ser o fim, ela tinha uma sacola enorme e bem cheia pendurada em sua mão direita, mas olhou para mim ainda um pouco incomodada e bastante apressada.
– Victor, você tem que parar de usar o mesmo pijama para dormir todos os dias meu filho.
– Você acha que já está muito sujo? – Perguntei verificando minhas vestes com as mãos. Eu não achava que estivesse de forma alguma. Tinha o hábito de sempre colocar aquelas roupas quando em casa, o que incomodava minha mãe. Ela dizia que eu, no máximo, deveria apenas dormir duas noites com o mesmo pijama, antes de colocá-lo para lavar. Naquele momento, nem se tivesse tempo para calcular, saberia dizer quantas vezes desobedeci essa sua regra naquele mês.
– É claro que está. Vamos, me dê logo esse pijama. Estou com pressa. – Minha mãe exigiu.
Aquilo não era tão atípico, embora não me fosse muito confortável de fazer. Em muitas outras ocasiões, minha mãe demandou que as roupas que tinha no corpo fossem lavadas. Nesse caso, sabia que, no quarto de dona Ana, algumas vestes velhas, a muito tempo não utilizadas, minhas e de minha irmã estavam bem guardadas caso precisasse de algo para me cobrir. De qualquer forma, as roupas secariam rápido em decorrência do calor e eu poderia usar meu pijama de novo. Ademais, minha mãe parecia estressada pela lavagem de roupas estar atrasada. Ela era bem chata com horários. Por isso, decidi obedecer rapidamente para não piorar seu humor. Seria bom que ela estivesse bem contente para que me desse dinheiro para comprar mais roupas.
Eu engoli o seco e rapidamente saí de minha camiseta. Não tinha muito problema para mim, mesmo que fosse muito tímido, em ficar sem camisa na frente dela por alguns poucos minutos. Eu nunca andava assim pela casa e até evitava locais como piscinas por não me sentir confortável com o peito exposto. O pior foi remover de minhas pernas o short de pijama e ficar só de cueca, mas, quando terminei a tarefa, percebi que minha mãe, de tão apressada, sequer olhava para mim quando pegou as roupas de minha mão e foi andando rapidamente para fora do meu quarto.
Mulheres e suas manias de limpeza. Pensei com ironia ainda seminu e me dirigi para o corredor. Meu objetivo, é claro, era o quarto de minha mãe. Eu sabia exatamente em que gaveta encontraria as vestes provisórias que utilizaria até que meu pijama estivesse limpo, amaciado e seco. Por um lado, era bom andar só de cueca no segundo andar da casa. Às vezes, eu ficava assim trancado em meu quarto, quando não totalmente pelado. Não tinha qualquer motivo para que eu me preocupasse. Eu sabia que estava sozinho na parte depois da escada da residência. Minha irmã devia estar lá em baixo na lavanderia ajudando minha mãe e não me veria apenas com a cueca boxe preta fuçando nas coisas de dona Ana.
Todavia, fui recebido com uma porta trancada assim que tentei adentrar no quarto dela no final do corredor. Aquilo era muito incomum. Minha mãe nunca trancava seu quarto quando nele se encontrava, muito menos o deixava fechado ao abandoná-lo. Droga! Praguejei em minha cabeça e percebi a situação em que me encontrava. Eu estava apenas de cueca, sem nada mais para vestir até que minha mãe e irmã acabassem de lavar a roupa, ou até que minha mãe voltasse para seu quarto. Pelo visto, eu ficaria um bom tempo assim. Eu poderia descer as escadas e pegar a chave com minha mãe, mas não queria ter que ir até a lavanderia seminu daquele jeito. Minha irmã poderia me ver se assim o fizesse. Ela com certeza faria alguma piadinha para me deixar envergonhado.
Naquele momento, decidi então ficar em meu quarto e esperar. Seria uma manhã bem chata pelo que já percebi, mas, pelo menos, eu sabia uma forma pouco saudável de matar o tempo. Assim, voltando pelo corredor em direção aos meus aposentos, levei a mão de forma quase que automática ao bolso para pegar um cigarro. Foi nesse momento que percebi como minha situação era bem mais grave do que imaginava.
Obviamente, os cigarros não estavam lá. Eu estava usando apenas minha cueca, afinal e sequer bolsos existiam nas laterais das minhas pernas. Meu sangue esfriou na hora e um arrepio percorreu minha espinha. Quando tateei minha cueca, percebi ao lado de meu corpo que o isqueiro ainda se encontrava em seu cós, mas não o maço de cigarros. Eu entreguei meu short para ela. Lembrei horrorizado. Meus cigarros estavam lá, em posse de minha mãe. Ela poderia lavar a roupa e arruinar todos eles, ou esvaziar os bolsos antes disso. Em todos os cenários, ela descobriria meu segredo e eu estaria perdido.
Eu tinha que ir a lavanderia antes que isso acontecesse. Merda! Xinguei em minha cabeça. Eu ainda estava só com a roupa de baixo e sem nada além daquilo para usar. Era o pior cenário que poderia me ocorrer, mas supus que, era melhor que eu ficasse envergonhado do que morto, pois minha mãe acabaria comigo se soubesse que eu fumava escondido. Assim, corri pelas escadas de madeira da casa em desespero.
– Victor! – Era o grito de minha mãe, distante mas tão alto como poderia ser. Minha alma pareceu ter abandonado meu corpo. – Venha aqui agora! – Ela ordenou aos berros.
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