Quando Silas e Sofia saíram, esperei o elevador descer e fechei a porta. Virei-me e encontrei o olhar de minha mãe, que, sem dizer uma palavra, estendeu os braços para mim. Fui até ela, e a abracei com toda a força que eu tinha. Foi então que tudo o que estava preso em mim por tantos anos transbordou. Aquele choro forte, quase sem controle, que vinha do fundo da alma, emergiu, aliviando cada pedaço da mágoa que eu ainda carregava. Era um choro de alívio, de gratidão. Não havia tristeza, apenas a sensação de um peso saindo das minhas costas, como se, finalmente, eu pudesse respirar.
Minha mãe também chorava, e juntos ficamos ali, sem precisar de palavras. O abraço dela era o colo que eu sempre soube que me sustentaria, independentemente de qualquer dor. Em silêncio, ela me ofereceu o conforto de uma mãe que sabe quando seu filho está precisando, e, assim, fomos até o sofá. Adormeci ali, em meio às lágrimas, sentindo-me, pela primeira vez, completamente em paz.
Ao acordar no meio da noite, peguei meu celular que estava ao lado. Quando o peguei, vi que havia uma mensagem de Sofia. Abri a conversa e senti um sorriso surgir no rosto ao ler as palavras dela:
"Rafa!!! 🥹 Eu nem sei como dizer o quanto estou feliz!!! Ver você e o papai se abraçando ontem… nossa, foi a coisa mais bonita que eu já vi! Eu sempre sonhei com isso, com a gente sendo uma família de verdade, sabe? E agora, com você e o Bruninho, parece que Deus me deu um irmão e um sobrinho de presente! ❤️ Eu fico tão agradecida, Rafa, de verdade, porque agora sinto que a gente vai estar junto de verdade, mesmo com tudo que passou. Eu amo você, e vou sempre estar aqui pra qualquer coisa. Vamos viver muitos momentos juntos, como uma família de verdade, e nunca vou esquecer desse domingo tão especial. Espero que você tenha sentido o mesmo, porque eu tô tão feliz que nem sei como descrever!! Te amo, irmão. Obrigada por ser quem você é e por ter dado essa chance pra gente ser uma família. 💖"
Ao terminar de ler, fechei os olhos, deixando as palavras dela ressoarem. Era um sentimento novo, saber que minha irmã mais nova, com sua pureza e alegria, tinha me acolhido com tanto amor. Sentia o coração leve. Em seguida, notei que havia mais uma mensagem, desta vez de Silas. Respirei fundo antes de abrir, ainda sob o efeito das palavras de Sofia.
Mensagem de Silas:
"Filho, eu não sei como agradecer pelo dia de ontem. Foi um dos melhores da minha vida, e nem consigo expressar o quanto você significa pra mim. Sei que já pedi desculpas, mas preciso que saiba de novo… eu lamento profundamente todo o mal que causei à sua mãe e a você. As coisas que fiz no passado, as escolhas que fiz... essas memórias ainda me assombram, e eu carrego esse peso todos os dias. Mesmo que você tenha me perdoado, é algo que nunca vou conseguir apagar de dentro de mim.
Eu quero que saiba que estarei aqui pra tudo que precisar, sempre que precisar. Sou seu pai e, apesar dos meus erros, quero construir algo com você. Sei que não será fácil, e que essa jornada talvez seja longa. Mas, se você me permitir, quero estar presente aos poucos, te provar que posso ser melhor. Quero, um dia, que você olhe pra mim e sinta orgulho de quem me tornei. Agradeço muito, Rafa, por esse domingo, por você ter me deixado conhecer o Bruninho, por me permitir fazer parte da sua vida. Eu te amo mais do que posso expressar. Obrigado, filho, por me dar essa chance. Se depender de mim, não vou decepcionar."
Respondi a mensagem da Sofia dizendo que ela era importante pra mim, e que sempre eu estaria ali, entre outras coisas, e então respondi a mensagem do Silas:
Oi, pai, boa noite. É... ainda é estranho falar essa palavra, "pai". Acho que porque, por muito tempo, esse lugar não existia em mim, e desde que nos conhecemos, sempre foi “Silas”. Mas hoje, com tudo o que aconteceu, com esse abraço e essa conversa, sinto que estou pronto para te chamar assim. Eu quero deixar as mágoas para trás, seguir em frente, e isso pode ser um processo longo, talvez até meio complicado, porque ainda é difícil para mim entender que você faz parte da minha vida agora.
Pode ser que às vezes eu fique sem jeito ou que as coisas saiam meio atrapalhadas entre nós, mas quero você por perto. Afinal, vou seguir seus passos e quero ser um grande médico, como você. Sei que teremos muito o que compartilhar, e agora nossa família cresceu. Você e a mamãe estão esperando um filho, e, por mais inesperado que tudo tenha sido, sinto que esse bb já é importante para todos nós. Vejo como a minha mãe está feliz, vivendo esse amor que um dia a vida tirou, mas que agora ela tem de volta. E acho que esse filho que está chegando será só alegria, tanto pra você quanto pra mim, pra Sofia e pra Zoe. Eu já amo incondicionalmente esse irmãozinho ou irmãzinha, mesmo sem saber ainda quem ele é. Minha intuição me diz que será um menino, e ele vai ter a chance de conhecer um pai que eu não pude ter, e isso é o que mais me traz paz.
Não consigo dizer “eu te amo” agora, talvez seja precipitado. Esse sentimento ainda está amadurecendo em mim, e a gente tem um longo caminho pela frente. Mas saiba que hoje eu posso te dar uma coisa: te chamar de pai. E, por mais que pareça simples, isso tem um valor imenso pra mim. Nunca imaginei que isso faria parte da minha vida, nunca imaginei que chamaria alguém assim. Agora tenho curiosidade, vontade de saber mais de você, do seu trabalho, de quem você é.
Obrigado por tudo. E... se tiver um tempo, que tal um almoço durante a semana? Acho que poderíamos tentar construir essa relação aos poucos, com calma, sem pressa, mas com sinceridade. Um abraço, pai. Espero que tenha chegado bem em casa.
Foi um domingo intenso, repleto de sentimentos e reviravoltas. Pela primeira vez, minha vida estava realmente agitada, cada capítulo dela carregado de mais emoção, e isso me fazia bem – me fazia sentir vivo. Naquela noite, adormeci aliviado e feliz. Foi um domingo incrível, um dia em família, algo que, para muitos que estão lendo, pode parecer simples ou até uma besteira. Mas, para mim, era algo imenso. Eu tinha um filho. Eu tinha um pai. Tinha irmãs, primos, um tio… enfim, eu tinha uma família. Algo que eu nunca tive. Até então, sempre foi só eu e minha mãe, e, mesmo sendo tratado como filho na antiga fazenda, a sensação era diferente. Eu e minha mãe sempre estávamos ali prontos para servir os antigos patrões, e, por mais que nos acolhessem, era outra realidade. Agora, tudo era leve e calmo, sem aquela sensação de sermos “empregados”. Hoje, nós tínhamos uma família – e uma de verdade.
Depois, minha mãe e eu conversamos, e ela me contou como foi o diálogo dela com Silas. Confidenciou que estava com medo de como eu reagiria ao descobrir a verdade, mas também me revelou que se sentia feliz, grata pela nova chance de viver esse amor. Ela me disse que a vida tirou essa felicidade dela por quase 20 anos, mas que, agora, ela está em outro momento. Ela tem o Silas, e, mesmo sem saber ao certo se isso daria certo, ela precisava tentar. Ela explicou que, depois de tanto tempo, tanto ela quanto Silas pensam e vivem de forma diferente; não são mais os jovens apaixonados de antes. Hoje, ambos têm suas vidas, mas estão dispostos a tentar, sem olhar para o passado ou se preocupar com o amanhã – porque ela quer ser feliz hoje. E essa frase dela eu nunca vou esquecer.
Na segunda-feira, já na faculdade, fiquei sabendo que o resultado da prova para a liga acadêmica havia saído. Como Silas havia me adiantado, nem eu, nem o JP, nem o Felipe passamos. Fazer o quê? Era isso. Agora só restava estudar mais e tentar novamente em outra liga no próximo semestre. E uma novidade que vale a pena mencionar: depois daquela festa no meu apartamento, o Felipe e o Breno começaram a… bem, começaram a namorar. Ou algo próximo disso. Na verdade, eles foram ficando, e acabaram ficando mais sério. Mas vou deixar para aprofundar esse detalhe mais pra frente, quando aconteceu uma situação bem específica entre eles – e, digamos, interessante.
Era final da manhã quando meu celular tocou. Era o Alysson.
– Alô, bom dia, sobrinho safado – disse ele, com aquele tom provocativo.
– Bom dia, tio tesudo, com vontade de me pegar hoje?
– Hahaha, você não tem jeito, né? Mas olha, não liguei para safadeza. Quero saber se você vai aparecer na fábrica hoje.
– Vou sim. Vou almoçar por aqui e depois passo aí. Tem alguma reunião ou cliente agendado?
– Não, nada específico. Mas quero te adiantar uma coisa: o Bernardo vai começar a trabalhar na fábrica. Ele vai estagiar e cuidar de algumas coisas na área de marketing. Tá no início da faculdade ainda, mas ele precisa se ocupar, e eu não quero ficar dando mesada sem que ele tenha um propósito. Ele ficou animado com a ideia, acho que também pelo fato de trabalhar contigo. Mas quero pedir que você consiga separar as coisas. Afinal, o Bernardo é seu primo, e seu ex-namorado. Agora vocês vão trabalhar juntos. Não diretamente, já que sua área é outra, mas vão se ver com mais frequência.
– Tá tranquilo, tio. Pode ficar tranquilo. Eu vou saber separar as coisas e entendo bem o seu ponto. No começo pode ser estranho, mas vou fazer o meu melhor. Quando ele começa?
– Seria hoje, mas preferi conversar contigo antes. Então, amanhã ele começa.
– Humm… vou ser um chefe bem exigente, ele sabe que eu sou o supervisor geral? – falei, em tom de brincadeira, mas era a verdade.
– Haha, ele sabe sim. E não quero que alivie porque ele é meu filho. Quero que ele seja tratado como qualquer outro funcionário. E é isso. Vou te esperar aqui. Dependendo de como as coisas estiverem, a gente pode… aproveitar de outra forma, se você tiver afim.
Mordi os lábios, animado com a sugestão.
– Perfeito. Vou sair já, então. Vamos aproveitar que a Brenda sai pro almoço em breve. Tô afim de umas safadezas com o senhor.
– Vem logo, sobrinho safado.
Com o Bernardo trabalhando na fábrica, teríamos que conviver ao menos três vezes por semana, o que era a média de dias que eu costumava ir lá. Minha função me dava certa flexibilidade, já que em alguns dias eu ficava integralmente na faculdade, então moldava meus horários conforme as demandas. Com o tempo, sabia que minha rotina na faculdade ficaria mais puxada, e talvez fosse preciso ajustar tudo. Ainda não tinha certeza de como seria essa convivência com o Bernardo; por mais que eu quisesse acreditar que poderíamos finalmente encontrar um meio-termo, só o tempo diria. A teoria parecia fácil, mas a prática, muitas vezes, era outra história.
Na fábrica, Alysson estava no escritório. Conversamos, mas só tivemos tempo para um beijo rápido; o lugar não era exatamente seguro para mais do que isso. Ele voltaria para o alto naquela tarde e aproveitou para me passar as tarefas que o Bernardo assumiria e alguns outros pontos do trabalho. Foi uma tarde tediosa, e confesso que saí com uma boa dose de vontade guardada de ter feito algo a mais com ele, mas acabamos nos despedindo com um abraço. Alysson mencionou que talvez passaria o final de semana na cidade, mas ainda não era certo. Continuei o expediente preenchendo alguns relatórios e, na volta, dei carona para a Brenda, com quem a amizade ia ficando cada vez mais forte.
À noite, fui para a academia com JP, e depois o convidei para ir lá em casa. Fomos tomar banho juntos, como os bons amigos que não têm problema em dividir a intimidade. Ele já tinha um cantinho no meu guarda-roupa com algumas roupas, de tanto que dormia lá em casa. Eu adorava isso, porque mesmo sem rolar nada entre nós algumas vezes, JP era o meu melhor amigo, e a companhia dele me fazia bem.
Deitados na cama depois daquele dia longo, ele puxou assunto:
– O domingo foi bom ontem, hein? Gostei muito da sua família.
– Foi mesmo, e te ter lá tornou tudo ainda melhor – falei, acariciando seu rosto.
– Agora, preciso te dizer uma coisa... o Caio é um gostoso! Sério, fiquei apaixonado; aquele corpo dele, nossa, uma delícia.
– Hahaha, sim, o Caio é realmente uma tentação. Aprendi muita coisa com ele. Ele é uma máquina na cama. Você gostaria de transar com ele?
– Se ele topasse, eu já te mandava chamar ele agora pra uma festinha!
– Até posso perguntar, mas pelo que ele me contou, ele está fiel ao Bernardo. Mas já fizemos vários trios lá no alto... tenho umas histórias ótimas.
– É? Então conta pra mim.
E passei a relembrar alguns dos nossos momentos juntos: nossa primeira vez, as aventuras com a Letícia, com o militar e outras histórias. JP ouvia cada detalhe com atenção, e não demorou logo ele estava de pau duro, então segurei seu pau e fui punhetando de leve, enquanto contava todas as nossas aventuras, o JP fez o mesmo e tocou uma punheta pra mim, a noite terminou com o JP me comendo, após ele gozar ele disse:
– Nossa, seu tio Alysson também é um gostoso. – comentou JP, com um sorriso malicioso.
Pensei por um momento, decidindo que talvez fosse o momento certo para me abrir.
– É… a gente já transou. Meio que temos um caso.
JP arregalou os olhos, claramente pego de surpresa.
– Como assim? Tipo… vocês dois?
Ri da reação dele e continuei.
– Sim. É uma longa história, transei com ele, ele sendo o meu chefe, mas ele sabia que eu era seu sobrinho, dai ele me fudeu com força, depois quando descobri que ele era meu tio, fui falar com ele e disse que queria transar com meu tio, dai passamos a noite transando, meti nele, ele meteu em mim, meu tio é uma verdadeira maquina sexual, e teve uma vez que fizemos um sexo a3 bem gostoso, eu ele e o Caio, entre outras coisas.
JP parecia intrigado, absorvendo tudo, e eu finalizei dizendo:
– Bom posso chamar meu tio quando ele tiver aqui, e podemos fazer um A3
– Caralho, isso seria incrivel, fuder com você é com seu tio.
– Talvez ele venha esse final de semana, posso ver se da certo.
– Não vou aguentar e preciso meter em você de novo.
– Claro, pode meter a vontade – puxei ele para um beijo
A noite terminou com outra rodada de sexo entre a gente, e bom eu o JP estavamos ficando cada vez mais afiado na sexo, e eu curtia muito a nossa quimica.