Oiii meus amores!!! Vou contar como foi minha perspectiva nos primeiros dois dias em Trancoso.
Aterrissar em Porto Seguro foi como despertar de um sono longo. O calor úmido e o cheiro do mar pareciam nos abraçar assim que saímos do avião. Jonas segurou minha mão enquanto caminhávamos em direção ao transfer, e eu soube naquele momento que essa viagem não era apenas uma fuga do dia a dia. Era uma oportunidade.
Pedro e Luiza, sempre tão animados, já estavam planejando cada detalhe. Luiza, com sua energia contagiante, ria alto de alguma piada que Pedro fez. Eles eram assim, a alegria que completava nosso equilíbrio. Jonas e eu queríamos algo mais tranquilo, algo que nos reconectasse de forma profunda. E sabíamos que a presença deles só iria enriquecer essa experiência.
O trajeto até o Club Med em Trancoso foi encantador. A estrada estreita, cercada por vegetação vibrante, parecia nos guiar para um outro mundo. Quando finalmente chegamos, a recepção calorosa e o visual do resort tiraram qualquer peso que ainda pudesse existir em nossos ombros. O azul do mar se fundia ao céu, e o som das ondas era quase terapêutico.
O bangalô era perfeito. Eu abri as portas da varanda e me perdi na vista por alguns instantes. Jonas se aproximou e passou os braços ao meu redor, e por um momento, senti que estávamos exatamente onde deveríamos estar. Mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Pedro apareceu na porta, já convocando todo mundo para a piscina. Era impossível dizer não a ele e àquela energia vibrante.
Na piscina, Luiza já estava com um drink na mão, exibindo o biquíni novo que tinha comentado no avião. Ela parecia brilhar sob o sol, rindo alto e se movimentando com a leveza de quem estava no lugar certo, na hora certa. Jonas e eu preferimos nos acomodar em espreguiçadeiras próximas, aproveitando para observar e nos ambientar. Quando ele segurou minha mão, senti algo diferente: um conforto, uma conexão que há muito tempo parecia abafada pelo cotidiano.
Mais tarde, Pedro nos arrastou para o vôlei na areia. Relutei no início — nunca fui muito fã de esportes sob o sol escaldante —, mas acabei cedendo. Foi divertido, apesar de Jonas e Pedro competirem como se estivesse em jogo a honra dos casais. Quando a partida terminou, eu estava exausta, mas leve. Fomos direto para o buffet, onde o aroma de moqueca e acarajé me fez lembrar por que a Bahia é tão especial.
À noite, tudo ganhou um ar mais sensual. O resort organizava uma festa à beira da piscina, com música ao vivo e luzes que criavam sombras dançantes ao nosso redor. Escolhi um vestido azul, longo e fluido, que Jonas sempre elogiava. Luiza, com seu vestido vermelho justo, era o centro das atenções, e Pedro não tirava os olhos dela — nem Jonas, percebi, com um sorriso que guardei para mim.
Dançamos como se não houvesse amanhã. Jonas parecia mais solto do que eu o via há meses, e Pedro, claro, era o responsável por manter todos na pista. Em certo momento, senti Luiza se aproximar de mim e me puxar pela mão. Dançamos juntas, rindo, enquanto os homens nos observavam. Havia algo ali, uma faísca que sempre existiu entre nós quatro, e senti que ela queimava ainda mais forte naquela noite.
Quando voltamos para o bangalô, o cansaço era real, mas havia também uma satisfação difícil de descrever. Pedro e Luiza se despediram com um olhar que prometia mais aventuras. Quando ficamos a sós, Jonas se aproximou de mim, me puxando pela cintura. Ele me olhou como se quisesse dizer algo importante, mas não precisou. O beijo que veio a seguir disse tudo. Ali, sob a luz das estrelas e com o som do mar ao fundo, senti que estávamos exatamente onde deveríamos estar — começando algo que tinha tudo para ser inesquecível.
O sol parecia mais quente naquele segundo dia em Trancoso, ou talvez fosse só eu que sentia o peso de tudo que trazia por dentro. Jonas caminhava ao meu lado, mas algo nele ainda parecia distante. Estávamos aqui para nos reconectar, para tentar deixar para trás as feridas que abri em nosso casamento, mas eu sabia que não seria fácil. O ar salgado e as ondas suaves do mar pareciam convidar à liberdade, mas dentro de mim, havia uma tempestade.
A trilha até a praia era linda, cercada por árvores e sombras frescas. À nossa frente, Luiza andava rindo com Pedro. Ela era sempre tão expansiva, tão livre... às vezes eu a invejava, a forma como ela parecia nunca carregar culpa ou dúvida. Mas, hoje, meu foco era Jonas. Queria fazê-lo lembrar de como ainda podíamos ser bons juntos, de como eu ainda o desejava mais do que qualquer coisa.
Quando chegamos à praia, a visão era deslumbrante. O mar parecia infinito, com tons de azul que iam do mais claro ao mais profundo. Tirei minha canga, deixando meu biquíni simples, mas ajustado perfeitamente ao meu corpo, à mostra. Percebi Jonas me observar, mesmo que discretamente, e meu coração deu um salto. Eu ainda tinha o poder de atraí-lo, mas precisava mais do que isso. Precisava recuperar a confiança que havia quebrado.
Enquanto Luiza corria até a água, rindo e jogando água para todos os lados, decidi ficar na areia por um momento. Molhei os pés na beira do mar e deixei o vento bagunçar meu cabelo. Jonas conversava com Pedro um pouco atrás, e por um instante, me senti sozinha. Era uma solidão familiar, mas agora, com um peso ainda maior.
— Olá, meninas! — uma voz masculina nos chamou a atenção.
Olhei para cima e vi um homem vindo em nossa direção, carregando uma prancha de surfe. Ele era bronzeado, com um sorriso confiante e uma energia que imediatamente atraiu Luiza. Ela era boa em puxar conversa, e antes que eu percebesse, eles estavam rindo como velhos conhecidos. Eu tentei manter distância, mas ele também se dirigiu a mim, comentando sobre o mar, o sol, as belezas de Trancoso.
Eu sorri, educada, mas mantive minha guarda. Ainda assim, havia algo nele, na forma como falava, que fazia meu coração bater um pouco mais rápido. Não era o tipo de atração que me consumia, mas algo mais sutil, talvez um eco do que eu havia permitido me destruir antes. Jonas e Pedro estavam mais atrás, longe o suficiente para não ouvir nossa conversa, mas eu sabia que eles nos observavam.
Enquanto o surfista falava sobre as melhores ondas, puxei meu celular e digitei uma mensagem rápida para Luiza:
*"Não podemos exagerar, lembra por que estamos aqui."*
Luiza me olhou de relance, levemente surpresa, mas balançou a cabeça em concordância. Ela voltou a rir com o surfista, mas agora parecia mais contida. Eu queria sair daquela situação antes que Jonas pudesse interpretar mal, mas o surfista sugeriu que fôssemos aprender a surfar, e Luiza parecia prestes a aceitar.
— Talvez amanhã — cortei rapidamente, antes que ela pudesse responder.
Segurei Luiza pelo braço e a puxei para longe, sorrindo de forma educada para o homem. Enquanto caminhávamos de volta para Jonas e Pedro, senti os olhos de Jonas cravados em mim, avaliando cada movimento. Meu coração batia mais rápido, mas não era pelo surfista. Era por ele. Por saber que ele ainda tinha dúvidas, que o peso do meu erro ainda pairava sobre nós.
Quando finalmente nos reunimos com eles, Luiza, animada como sempre, começou a contar sobre o surfista, mas eu fiquei em silêncio, sentindo o olhar de Jonas queimar sobre mim. Ele não disse nada, mas o silêncio entre nós era mais pesado do que qualquer palavra.
Naquele momento, soube que precisaria fazer mais. Mais do que simples palavras, mais do que gestos pequenos. Precisaria mostrar a Jonas que ele ainda era o homem que eu desejava acima de tudo, que o que tínhamos valia mais do que qualquer erro do passado.
Naquela noite, eu me prometi que faria isso. Que, de alguma forma, o faria entender.
A ponte estava deserta, e a brisa salgada do mar fazia meu vestido de praia leve dançar ao redor das pernas. Jonas andava ao meu lado em silêncio, mas eu sentia a tensão pairando entre nós. Desde mais cedo, ele parecia inquieto, provavelmente remoendo coisas na cabeça — coisas que eu sabia muito bem de onde vinham.
Quando ele finalmente quebrou o silêncio, perguntando sobre o que eu havia digitado no celular, senti um aperto no estômago. Ele não era burro, nunca foi. Jonas tinha uma habilidade irritante de perceber quando algo estava fora do lugar. Mas eu precisava manter a calma.
— Nada demais, Jonas. Só uma mensagem para a Luiza. — Minha voz soou mais tranquila do que eu me sentia.
Quando ele pediu para ver, por um segundo considerei negar. Mas isso só levantaria mais suspeitas. Mostrei a mensagem: *"Não podemos exagerar, lembrar por que estamos aqui."*
Era uma verdade parcial. A mensagem realmente era para a Luiza, mas também era um lembrete para mim mesma. Eu sabia que as coisas entre mim e Jonas estavam por um fio, e essa viagem era a última tentativa de reconexão. Ainda assim, quando o surfista apareceu com aquele sorriso encantador e jeito relaxado, algo dentro de mim reacendeu. Não era apenas desejo, era a velha necessidade de testar limites, de sentir o controle escorrendo pelas mãos e, ao mesmo tempo, dominá-lo.
— E isso foi mesmo para a Luiza? Ou você digitou o número do surfista? — A pergunta dele me pegou desprevenida, mas não demonstrei.
Cheguei mais perto dele, diminuindo a distância. Eu sabia como desviar a atenção de Jonas, como dobrá-lo a meu favor. Sempre soube.
— Jonas, você precisa confiar em mim. — Olhei direto nos olhos dele, deixando minha voz sair suave e sincera. — Eu sei que as coisas têm sido difíceis, mas eu estou aqui. Aqui com você.
Enquanto falava, minha mente trabalhava rápido. Ele precisava sentir que ainda tinha minha lealdade, meu desejo. Mas a verdade era mais complicada. A troca de olhares com o surfista havia despertado algo que eu tentava enterrar. A possibilidade de mais. De um outro tipo de liberdade que Jonas, mesmo sendo um homem liberal, parecia ainda não estar pronto para aceitar completamente.
— Me deixa te mostrar que eu só quero você. — Minha voz saiu com um toque de desafio, e antes que ele pudesse responder, comecei a agir.
Empurrei-o suavemente contra a grade da ponte, sentindo o olhar de surpresa misturado com desejo. Desci até seus pés, minhas mãos ágeis desamarrando sua bermuda. Eu sabia que isso o desarmaria completamente.
Enquanto o envolvia com meus lábios, o gosto familiar e o som de sua respiração pesada preenchiam meus sentidos. Por um momento, me senti poderosa, capaz de manipular a situação ao meu favor. Sabia que ele não pensaria mais no surfista ou na mensagem depois disso.
Mas, no fundo, enquanto o sentia estremecer sob meu toque, uma parte de mim sabia que aquilo não apagava o vazio. A mensagem era tanto um aviso para Luiza quanto para mim mesma. Porque, por mais que eu quisesse reconectar com Jonas, parte de mim ainda ansiava pela adrenalina do proibido, pela excitação de ultrapassar os limites.
Quando terminei, levantei-me e sorri para ele, com aquele sorriso que eu sabia que ele não resistiria.
— Entendeu agora, Jonas? Eu estou aqui. Com você.
E, enquanto ele me olhava como se tudo estivesse bem novamente, minha mente já calculava. Não sobre como fugir com o surfista, mas sobre como continuar jogando esse jogo sem perder Jonas — ou a parte de mim que ainda ansiava pelo perigo.
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