Chegar em Porto Seguro foi como abrir uma janela para a liberdade. Assim que descemos do avião, senti o calor da Bahia me envolver, como um convite a deixar tudo para trás. Pedro estava animado, como sempre, fazendo piadas e apontando detalhes no caminho. Ele sabia que eu adorava a energia dele assim, leve e despreocupada. Quando encontramos Jonas e Luana no saguão, percebi que essa viagem seria exatamente o que precisávamos. Quatro dias para nos desligarmos do mundo e nos entregarmos àquilo que sempre nos uniu: diversão, conexão e, claro, um pouco de ousadia.
O trajeto até o Club Med em Trancoso foi mágico. A paisagem da Bahia nunca decepciona. A estrada era cercada por árvores altas e, de vez em quando, o mar surgia ao longe, azul e brilhante. No transfer, comentei com Luana que parecia que estávamos entrando em um cartão-postal, e ela sorriu daquele jeito dela, tranquilo e cheio de significado. Luana era assim: profunda, sempre lendo as entrelinhas, enquanto Pedro e eu preferíamos viver na superfície da euforia.
Quando chegamos ao resort e fizemos o check-in, foi difícil conter a empolgação. O lugar era ainda mais lindo do que nas fotos. Nosso bangalô era aconchegante e tinha uma varanda com vista para o mar. Enquanto Pedro desarrumava as malas, já comecei a planejar o primeiro drink à beira da piscina. Não demorou muito para eu arrastar todos para lá.
Na piscina, o clima era puro relaxamento. Escolhi um biquíni novo, que Pedro tinha insistido que eu comprasse, e pedi uma caipirinha bem gelada. Jonas e Luana ficaram mais reservados nas espreguiçadeiras, mas Pedro e eu já estávamos nos enturmando com outros hóspedes. Apesar de nossa energia expansiva, eu percebia os olhares entre Jonas e Luana, aquele esforço de se reconectarem. Admirei isso em silêncio, enquanto mergulhava no frescor da piscina e me deixava levar pela tarde ensolarada.
Pedro, claro, não demorou a sugerir algo mais ativo. Vôlei na areia. Eu ri, porque ele sabia que eu não era fã de esportes, mas fui pela diversão. A partida foi uma bagunça deliciosa, com ele tropeçando e Luana se esforçando para manter a compostura, enquanto eu e Jonas ríamos das tentativas desajeitadas de todos. No final, estávamos cobertos de areia e completamente famintos.
O jantar foi uma experiência à parte. O buffet era digno de um banquete, com pratos típicos baianos e sobremesas que pareciam saídas de um concurso de confeitaria. Pedro e Jonas discutiam sobre a melhor forma de comer acarajé, enquanto eu e Luana apenas trocávamos sorrisos cúmplices, como sempre. Havia algo nela naquela noite, algo mais leve. Talvez fosse o lugar. Talvez fosse o clima.
Quando a noite caiu, o resort se transformou. Havia uma festa à beira da piscina, com luzes que faziam tudo parecer um sonho. Escolhi meu vestido vermelho, justo, porque sabia que Pedro adorava. Ele, claro, não parava de me elogiar. Mas eu percebia também os olhares de Jonas. Não era ciúmes. Nunca foi. Era aquela energia única que nós quatro compartilhávamos, algo que fazia a conexão entre nós ainda mais intensa.
Na pista de dança, éramos os donos da noite. Jonas estava mais solto do que o normal, e Luana, em seu vestido azul fluido, era puro charme. Em um momento, a música mudou para algo mais lento, e me aproximei dela, puxando-a para dançar comigo. Rimos, giramos, e por um instante, esqueci do mundo ao redor. Pedro e Jonas nos observavam, os olhos brilhando, e eu sabia que eles sentiam a mesma faísca que eu.
Voltamos ao bangalô exaustos, mas com aquela sensação boa de plenitude. Pedro e eu nos despedimos deles com sorrisos que prometiam mais. Quando nos trancamos no nosso quarto, ele me puxou para perto, os olhos cheios de intensidade.
— Primeiro dia e já parece que estamos aqui há uma semana — ele disse, e eu ri, concordando.
Enquanto me jogava na cama, senti que esse feriado seria tudo o que queríamos — e talvez um pouco mais.
O sol brilhava forte naquela manhã, e o calor parecia penetrar direto na minha pele, despertando algo profundo dentro de mim. Era como se Trancoso tivesse sua própria energia, algo que fazia tudo parecer mais vivo, mais intenso. Enquanto caminhávamos pela trilha até a praia, eu sentia o olhar de Pedro nas minhas costas. Sabia exatamente o que ele via: a curva da minha cintura, meu biquíni azul que ele mesmo escolheu para mim antes da viagem. Pedro adorava me ver assim, confiante, livre. E eu adorava provocá-lo.
Quando chegamos à praia, a paisagem me tirou o fôlego. O mar era uma explosão de azul cristalino, e o som das ondas batendo na areia era quase hipnótico. Tirei minha canga e corri para a água, rindo sozinha, mas consciente de que Pedro me observava. Eu sempre soube como atraí-lo, mas naquele momento, minha mente já estava viajando.
Enquanto molhava os pés na água, avistei um homem vindo em nossa direção. Ele carregava uma prancha de surfe e um sorriso que poderia derreter qualquer mulher. Era o tipo de cara que exalava confiança, com aquele bronzeado de quem vivia ao ar livre, o cabelo loiro bagunçado pelo sal do mar e uma postura descontraída. Quando ele se aproximou e começou a conversar, minha atenção foi completamente capturada.
Ele falava sobre as ondas, sobre as melhores praias para surfar, mas o que realmente me intrigava era a forma como me olhava, como se fosse capaz de enxergar exatamente o que eu estava pensando. E, para ser honesta, naquele momento, eu estava pensando em como seria ser dividida entre ele e Pedro. Era uma fantasia que eu já havia compartilhado com Pedro antes, em noites de confissões íntimas. Ele sabia que eu adorava a ideia de ser desejada por mais de um homem ao mesmo tempo, de ser o centro da atenção, da paixão.
A forma como o surfista me olhava só alimentava esse desejo. Ele não era nem um pouco discreto, e eu adorava isso. Meu riso ficou mais alto, mais fácil, e percebi que Pedro, a distância, estava atento a tudo. Jonas também, mas o olhar dele era diferente, mais... desconfiado. Luana parecia mais contida, tentando não se envolver muito, mas eu podia sentir a tensão no ar.
O surfista sugeriu que aprendêssemos a surfar com ele, e por um instante, minha mente já estava viajando novamente. Imaginei Pedro e ele, ambos me observando enquanto eu tentava me equilibrar na prancha, seus olhares avaliando cada movimento meu. Imaginei as mãos deles, diferentes mas igualmente firmes, me ajudando a levantar, me segurando quando eu caísse. O calor subiu pela minha pele, e precisei morder o lábio para conter o sorriso malicioso que ameaçava escapar.
Mas Luana cortou a conversa antes que eu pudesse aceitar o convite. Ela me puxou pelo braço, e mesmo que eu tenha seguido, não pude evitar lançar um último olhar para o surfista. Ele sorriu, um sorriso que prometia mais do que simples aulas de surfe, e eu soube que aquilo não terminaria ali.
Enquanto caminhávamos de volta para Pedro e Jonas, senti os olhos de Pedro cravados em mim. Ele sabia o que eu estava pensando, claro que sabia. Ele sempre soube. E aquilo apenas tornava tudo mais excitante.
Quando chegamos perto deles, comecei a falar animadamente sobre o surfista, testando os limites, provocando. Jonas parecia tenso, mas Pedro estava calmo, como sempre, com aquele sorriso de quem sabia exatamente onde aquilo poderia nos levar.
Naquela noite, enquanto Pedro e eu estávamos no quarto, eu contei a ele o que estava pensando, sem me segurar. Ele apenas riu e me puxou para perto, sussurrando no meu ouvido:
— Quem sabe amanhã você não tem a chance de realizar essa fantasia?
Meu corpo inteiro se acendeu com a promessa implícita, e, pela primeira vez, desejei que o dia seguinte chegasse o mais rápido possível.
O sol estava começando a se esconder atrás do horizonte, tingindo o céu de laranja e rosa. Eu caminhava descalça pela areia fina ao lado de Pedro, sentindo a brisa salgada bagunçar meus cabelos. Ele parecia mais relaxado do que de costume, o que sempre me deixava à vontade. Nosso relacionamento sempre teve essa mistura de cumplicidade e liberdade, e era algo que eu adorava nele.
— Você devia fazer umas aulas de surf com aquele cara de hoje cedo, — Pedro disse, com um sorriso malicioso nos lábios. — Ele parecia bem disposto a te ensinar.
Rolei os olhos, mas não consegui segurar o riso.
— Disposto? Acho que ele estava mais interessado em outra coisa.
Pedro deu de ombros, colocando as mãos no bolso da bermuda.
— E quem disse que isso é um problema? Você quer se divertir, não quer? Aproveita.
A forma como ele falou, com aquele olhar que sempre parecia me despir, fez algo dentro de mim se agitar. Pedro sempre soube como encorajar meus desejos mais secretos, como me empurrar para explorar aquilo que eu normalmente hesitaria.
Quando voltamos para o trecho onde o surfista ainda estava, ele nos viu e acenou, caminhando até nós com a prancha debaixo do braço e aquele sorriso confiante. Pedro não perdeu tempo em puxar assunto, e em questão de minutos, eu já estava concordando em entrar na água para aprender algumas técnicas básicas.
— É só se equilibrar, — ele dizia enquanto posicionava a prancha na areia para me mostrar o movimento. Mas, no momento em que ele se aproximou para corrigir minha postura, senti as mãos dele deslizando pelas minhas costas e parando levemente na curva da minha cintura. Não era apenas técnico, era algo mais.
Quando entramos na água, ele não perdeu a oportunidade de "ajustar" minha posição novamente. As mãos firmes tocavam minhas coxas enquanto ele me ajudava a subir na prancha, e eu podia sentir seus dedos demorando mais do que o necessário. Meu coração estava acelerado — não pelo medo de cair, mas pela mistura de excitação e proibido que aquilo trazia.
Pedro estava na areia, nos observando com aquele sorriso de aprovação. Eu sabia que ele gostava de assistir, que aquela cena provavelmente estava acendendo algo nele também.
Depois de alguns minutos e algumas ondas desajeitadas, voltamos para a areia. Estava ofegante, e o surfista aproveitou para passar o braço pelos meus ombros, como se já fôssemos íntimos. Eu não recuei. Olhei para Pedro, que apenas arqueou a sobrancelha, divertido.
— A gente estava pensando em voltar para o bangalô, tomar uns drinks... — Pedro começou, com a voz casual, mas o olhar cheio de intenções. — O que acha de vir com a gente?
O surfista sorriu, claramente entendendo o convite.
— Seria um prazer.
Enquanto caminhávamos de volta pela praia, o surfista ao meu lado, eu sentia as mãos dele ocasionalmente tocarem minha cintura, meu braço. Pedro andava logo atrás, observando tudo com aquele olhar atento e satisfeito. Eu sabia que a noite estava apenas começando, e uma onda de antecipação percorreu meu corpo.
O bangalô estava próximo, e com cada passo, a excitação aumentava. Eu mal podia esperar para ver onde isso nos levaria.
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