Me leva para casa 3

Um conto erótico de R. Valentim
Categoria: Gay
Contém 4856 palavras
Data: 03/11/2024 22:56:39
Assuntos: Amigo, Beijo, Gay, Oral

Busco na mente desculpas que posso usar para não receber Guilherme na minha casa, sei que poderia simplesmente dizer para que não venha, porém por algum motivo desconhecido não consigo simplesmente dizer isso a ele, por outro lado vai ser uma boa oportunidade de mostrar que não vai mais rolar nada entre a gente.

Porém meu nervosismo está tamanho que estou vendo a hora começar a ter que repetir em voz alta para mim mesmo que não vai rolar nada, na tentativa de me convencer, minha cabeça não fica confusa assim a muito tempo, de qualquer forma resolvo tomar um banho, já não sou bonito, tenho que ser pelo menos cheiroso — mas estou tomando banho por mim, não pra ele.

Guigo me envia uma mensagem dizendo que já está perto, meu coração fica mais apertado quando ele me manda sua localização em tempo real e vejo que está mesmo a poucas quadras daqui, respiro fundo e faço o que pensei antes, repito para mim mesmo em voz alta.

— Não vai rolar nada, somos apenas amigos e o que aconteceu foi um erro — não sei se adiantou de alguma coisa, só que agora não tenho mais tempo para tentar outra coisa.

Vou para o portão para esperar por ele, não por está ansiosos, só por que ele não conhece nada por aqui, vai que não acerta a casa, sei lá, essas coisas acontecem e também gosto de pensar que sou um ótimo anfitrião. Sem demora vejo um carro preto parado em frente minha casa, os vidros são transparentes, Guigo está pagando pela corrida, só de vê-lo tenho certeza de que não vai ser assim tão fácil ficar na minha.

Tenho certeza que ele se arrumou de propósito, só para me provocar, Guigo está com uma camisa de linho de algodão azul clara com a manga dobrada até o quase o cotovelo, uma calça branca e um tênis cinza sem muitos detalhes, tudo isso combinado ao seu charme natural, até o óculos de armação simples quadrado se torna um acessório sedutor nele.

— De onde você veio? — Pergunto.

— De casa — ele responde com um sorriso safado no rosto.

— E tá tudo arrumado assim? — Só consigo pensar que ainda bem que tomei um banho, porque perto dele estou muito mau vestido, pelo menos posso usar a desculpa de que estou em casa, por isso uso apenas uma bermuda para jogar bola e uma camiseta ambas da cor preta.

— Me arrumei para você — Guigo diz sem pudor algum.

— Devia guardar suas roupas boas para sua namorada — digo isso enquanto dou passagem para que ele entre.

— Não tenho namorada e quem eu quero tá se fazendo de difícil — mais uma vez ele investe sem medo.

Até o perfume dele foi pensado para me desafiar, quando ele passa por mim sinto o mesmo cheiro que ele estava usando ontem quando ficamos, ele tem um cheiro marcante e amadeirado, não é forte, porém deixou em mim uma certa lembrança que prefiro esquecer.

— Você está sozinho? — Ele pergunta, até penso em mentir, mas não tem por que, já que não vai rolar nada.

— Estou, minha mãe só fica em casa no fim de semana, ela é doméstica, só quando os patrões dela viajam é que ela vem para casa na semana — digo.

— Ela deve trabalhar muito então.

— Essa família que está é até tranquila, mas ela já teve uns chefes bem pau no cu — Guigo em poucos segundos de conversa conseguiu me deixar relaxado e desarmado, apenas conversando sobre minha mãe, ele sabe os momentos de atacar muito bem, é um predador voraz e treinado — e seus pais o que fazem?

— Cara meu pai é aposentado, ele sofreu um acidente de trabalho a uns anos, ele perdeu parte do movimento da mão esquerda e quase ficou cedo do olho direito.

— Nossa, sinto muito — digo.

— Tudo bem, minha era professora, mas saiu do trabalho para cuidar do meu pai, ele precisou ir para muitos médicos, e até resolver tudo ela acabou tendo que se dedicar cem por cento a ele — é uma história triste, mas deve ser bom saber que a pessoa que você escolheu para dividir sua vida é realmente a pessoa certa.

— E você não tem irmãos? — Posso está sendo muito curioso, mas sei lá quero conhecê-lo melhor.

— Tenho sim, mas deixa eu te falar, mudando um pouco o assunto por enquanto, tem algum mercado aqui perto? — Sou pego meio que de surpresa, mas quero saber onde ele quer chegar então apenas confirmo que sim então ele continua — a gente pode ir lá comprar umas coisas para fazer um jantar romântico.

— Sai dessa Guigo, não vou ter porra nenhuma romantica com você — digo contrariado pela sua audacia.

— Vai deixar de ser chato macho, deixa eu fazer um jantarzinho para você — ele insiste.

— Primeiro que não tenho dinheiro para gastar com isso e segundo que não faz sentido você cozinhar para mim na minha casa — digo.

— Ray por favor, é só um jantar, eu posso preparar uma massa para gente, não querendo me gabar não, mas sei fazer uma carbonara que não tem igual.

— Tá maluco, isso deve ser caríssimo.

— Uma vez na vida não vai me deixar pobre e outra a gente pode cozinhar juntos então o que acha, melhor assim.

— Você é rico por acaso, só anda de carro de aplicativo e ainda quer gastar um rim num jantar que ainda vamos ter que cozinhar — até tentei falar isso sério, mas a cara que ele está fazendo me quebra.

— Eu trabalho e ando de ônibus também Ray, só que eu não ia vir de ônibus te ver né, queria chegar cheirosinho para você — fico desconcertado quando ele é tão direto assim.

— Tá, tudo bem, você venceu — cara insuportável, sorte dele que quero ser seu amigo.

Levo ele até um supermercado que tem perto da minha casa, Guigo está muito feliz, por um momento até parecemos um casal fazendo comprar para nossa casa, é assustador e muito errado pensar dessa forma, não sou assim, não sou gay, ainda bem que pelo menos aqui ele não ficou dando em cima de mim na cara dura, pois não sei como reagir quando ele faz isso.

— Você prefere vinho tinto ou braco? — Guigo pergunta assim que entramos no corredor de bebidas.

— Eu gosto do Quinta do Morgado por que? — Pergunto já desconfiado.

— Gosto dele também, vamos levar então — ele põe duas garrafas na cestinha.

— O que está fazendo, não vou beber com você — digo de forma enfática.

— Olha se você não quiser beber tudo bem, mas massa sem vinho é até pecado.

— Acha que vai me embebedar e assim dormir comigo? — Digo o confrontando, mas ele apenas sorri.

— Isso seria abuso e jamais faria isso — ele até tenta ficar sério, entretanto não consegue — Ray eu gosto de você e você sabe disso, não vou forçar nada, mas quero pelo menos ser seu amigo.

— Tá tudo bem, só que não sou gay — ele me encara por um tempo e diz.

— Eu sei, não acho que você seja e nem me importa o rótulo, só quero ficar de boas com você — ele diz isso olhando nos meus olhos, sinto minhas pernas fraquejarem.

— Certo, tudo bem, podemos levar os vinhos.

Depois de passarmos no caixa voltamos para casa, Guigo me diz o que ele iria precisar para preparar nosso jantar e como seu auxiliar vou providenciando, tenho que admitir estou me divertindo sendo seu auxiliar de cozinha e ele tem muita segurança na cozinha, deve ter tido que aprender a se virar cedo, já que seus pais estavam ocupados com o tratamento do pai dele.

— Pode abrir uma das garrafas e me servir uma taça, por favor — faço o que ele pediu, mas não resisto e encho minha taça também.

— Um brinde a nossa amizade — ele gosta de me provocar.

— Tava com tempo que não bebia vinho.

— Bebemos ontem, não lembra?

— Sim, mas não era esse e fora que estou bem mas de boas em beber dentro de casa — seu celular começa a tocar no momento em que estou falando, mas ele apenas rejeita a ligação e desliga o celular, tudo sem deixar de me dar sua atenção.

— Sua namorada vai ficar brava — digo.

— Ela não é minha namorada e estou onde quero está — seus olhos faiscantes recaem sobre minha, preciso mudar de assunto antes que não consiga mais me controlar.

— E você não me respondeu se tem irmãos — puxei o assunto para onde estávamos antes de ir ao supermercado.

— Tá, vamos tornar as coisas mais interessantes — me arrepio tudo só de pensar o que se passa em sua cabeça.

— O que você quer? — Pergunto sem me importar de soar um pouco rabugento.

— Cada um faz uma pergunta e que deve ser respondida honestamente, caso tenha alguma pergunta que não queira responder você bebe, que tal.

— Por mim tudo bem — vou jogar seu jogo e ver até onde isso vai.

— Você tem irmãos? — Ele me devolve a pergunta.

— Não, sou filho único — digo sem pensar muito — e você, tem irmãos?

— Tenho três — Por que você me beijou? — quase engasgo com minha propria saliva, não vou responder isso a ele, jamais, então dou uma generosa golada do vinho em meu copo.

— Nossa, imaginei que você se esquivava.

— Porque você gostou de mim — tento devolver na mesma moeda, mas ele é muito mas desinibido.

— Porque você é marrento, mas gentil, tipo você foi um dos primeiros da sala com quem falei e meu santo bateu com o seu — não sei o que dizer depois de ouvir sua resposta.

— É sua vez — digo para que assim ele pare de me encarar.

— Cadê seu pai? — Sou pego de surpresa novamente por sua pergunta, Guigo é imprevisível e isso é desafiador.

— Ele nos deixou e formou uma nova família, se é que podemos chamar assim — não consigo esconder meu ódio, ainda bem ele não foi adiante me pressionando para seguir por esse assunto.

— Porque você ainda está saindo com a Tati?

— Ela é legal, mas eu não estou mais saindo com ela, ainda a vejo na faculdade e sou gentil, mas não temos mais nada — quando acho que ele não consegue mais, ele vai me deixar sem reação.

— Terminou por minha causa?

— Você já fez sua pergunta, agora é minha vez — ele diz com um sorriso enigmático — por que você escolheu matemática?

— Foi o que consegui passar, mas queria mesmo era ter feito educação física — digo – e você, porque escolheu matemática?

— Bem, minha mãe era professora e teve que parar de trabalhar por causa do meu pai, mas tipo ela amava muito o que fazia, acho que escolhi ser professor para ter essa paixão também.

— Mas e se você não gosta?

— Pra mim já valeu a pena — ele responde mesmo essa sendo minha segunda pergunta seguida, então continuo.

— Por que? — Ao invés de me repreender de novo por estar “roubando” no jogo, ele apenas bebe seu vinho.

Aos poucos nosso jantar vai tomando forma e nosso jogo fica meio parado, mas continuamos tomando nosso vinho, não que seja uma boa ideia ficar bêbado perto dele, porém no ritmo que estamos não tem como perder a razão como aconteceu ontem, então estou um pouco mais tranquilo e confiante.

O nosso jantar finalmente ficou pronto depois de quase uma hora, já abrimos a segunda garrafa e nosso papo está até que divertido, ele não mentiu o gosto da carbonara está mesmo delicioso, somado ao vinho posso dizer que esse é um dos melhores jantares que já comi na vida e olhe que minha mãe já fez muita coisa gostosa, mas sendo justo esse jantar está sendo bom não só pelo gosto da comida.

— Voltando ao jogo por que você está indo a pé para faculdade? — Não tinha passado pela minha cabeça que algum dos meus colegas de classe fosse notar.

— Preciso poupar uma grana — respondo sendo direto — e você disse que trabalha, mas não falou com o que? — Faço minha pergunta de pronto, a fim de que ir a pé para aula não vire um assunto maior.

— Eu sou designer e diagramador — ele percebe que não sei o que um diagramador faz só de olhar para minha cara então em seguida ele já me explica — eu formato livros, revistas essas coisas, deixo nos conformes para serem publicados, e também trabalho para um vereador, ele tem uma pizzaria, ai faço de tudo, desde artes para campanha dele até o cardápio da pizzaria.

— Foda, não consigo me imaginar trabalhando com algo assim — digo emprecionado.

— Não é algo tão difícil assim — ele diz sendo modesto — se estudar consegue aprender.

— Por que não faz faculdade de algo que tenha mais a ver com o que você faz? — Dentro de mim começa a despertar um desejo muito forte de saber mais sobre ele.

— Até pensei, mas isso não me trás a paixão que estou buscando, acredito que vou ser mais feliz na matemática mesmo.

— Entendi, olha mudando um pouco de assunto, isso aqui está incrível, de verdade.

Seguimos comendo e conversando assuntos dos mais variados, desde lugares que queremos conhecer até lances mais pessoais, como nosso primeiro beijo e essas coisas, o primeiro beijo dele foi com uma amiga da igreja e o meu com uma amiga do colégio, ela tirou o bv de quase todos da nossa turma inclusive.

Faz tempo que não me divertia assim, ele me deixa mais relaxado, nem lembro a última vez que estive assim, tão tranquilo, o nervosismo de mais cedo já não está mais presente, Guigo é engraçado e descontraído, mesmo sabendo que ele está esperando só uma abertura para atacar, ainda sim consigo ficar de guarda baixa — ou melhor, quase.

— O vinho acabou — digo virando a garrafa para indicar que não tem mais nada na garrafa.

— E nem terminamos nosso jogo — ele diz fazendo sinal de negação com a cabeça — mas teve uma ideia para um novo jogo.

— Qual ideia — digo curioso para saber o que ele vai inventar agora.

— Primeiro quero conhecer seu quarto — já imagino o que ele tem em mente, mas quero ver até onde vai sua audácia, então o levo para o meu quarto.

— Prontinho, é bem simples, tenho uma cama de casal dessas box ortopédica, um guarda roupa velho e como você pode ver uma mesa com meu notebook — digo fazendo um rápido tour pelo quarto.

— Não conseguiria viver em um quarto sem janelas — Guigo diz ao entrar na caixa que chamo de concreto que chamo de quarto.

— Gosto de como ele fica escuro — digo.

— Entendi, então você não deve ser muito calorento né?

— Me acostumei a dormir no calor, hoje em dia nem sinto mais, quando o pai de merda que eu tinha foi embora ficamos numa situação muito complicada — nem sei porque estou dizendo isso a ele, mas apenas me deixo levar, talvez seja influência do vinho — minha mãe deu um dobrado para cuidar de mim e da casa, então eu desligava o ventilador depois que ela dormia para economizar na energia, até que chegou um dia em que já estava acostumado a dormir no calor.

— Você é um bom filho Ray — ouvir isso dele me deixa meio mexido, não que minha mãe nunca tenha dito, mas é que ele é a única pessoa além dela a me dizer isso.

— Nada, já dei muito trabalho para ela também — não sou bom em receber elogios sinceros, fico sem jeito — então qual o jogo — desvio o assunto, pois não quero parecer emocionado agora.

— Assim, você vai tentar adivinhar alguma coisa sobre mim, se acertar eu tiro uma peça de roupa, agora se você errar você é quem tira, depois é minha vez — sabia que vinha safadeza nesse jogo.

— Você só quer é uma desculpa para me ver pelado — digo e ele me surpreende tirando a camisa de uma vez e seu peito lisinho com mamilos rosados prendem minha atenção por alguns segundos — o que você está fazendo?

— Ué você acertou, quero te ver pelado, agora é minha vez — Guigo é um predador voraz, não posso mesmo vacilar com ele.

— Não vou jogar isso com você — digo, enquanto faço um esforço gigantesco de não olhar para seu peito branquinho e liso.

— Tá com medo de mim — Guigo sabe como me provocar.

— Não, só não quero ter que te ver pelado, até porque você é um livro aberto — ele sorri.

— Muito bem então posso fazer minha adivinhação?

— Vai em frente — digo seguro de que ele não tem como ganhar nesse jogo.

— Você não gosta de pedir ajuda aos outros, mesmo que tenha que ir a pé pra faculdade todos os dias ou que tenha que nos acompanhar na cantina, você se sente desconfortável em pedir ou depender dos outros — tá essa não foi tão difícil, já que ele já teve que quase brigar para me fazer aceitar um lanche outro dia.

— Sou um pouco orgulhoso sim, foi uma boa jogada senhor Guigo — digo enquanto tiro minha camisa, seus olhos brilham ao contemplar meu corpo magro, de alguma forma ele realmente se sente atraído por mim, nem consigo entender porque, tipo ele é um cara bonito e a Tati é a maior gata, mas eu, sou só um cara com o rosto um pouco marcado pelas infinitas espinhas que tive e um físico abaixo do peso.

— Sua vez — ele diz confiante.

— Você fala de mim, mas é bem parecido comigo, tipo você se ofereceu para me ajudar mesmo sem me conhecer quando me ofereceu suas anotações da aula em que nos conhecemos, ou seja você não admira só a profissão da sua mãe, você a tem como um exemplo a ser seguido — digo tentando soar o mais confiante possível e dá certo, mas o safado tira só os sapatos — ei, só o sapato é roubo.

— Já quer me ver pelado é? — Ele diz se divertindo com o meu protesto.

— Tire pelo menos a meia também seu safado, nada de roubar — digo entrando na brincadeira.

— Tudo bem — ele tira as meias.

Não devia ter aceitado esse jogo besta, agora estou admirando ele, não basta só ser bonito ele ainda é gente boa, Guigo sabe quem é e não tem medo de ir atrás do que quer, ele é livre, tudo que nunca consegui ser, odeio aquele merda por isso, odeio ele por ter feito o que fez, ele podia só ter ido embora, mas não ele precisava destruir nossa família e a mim como efeito colateral.

— Muito bem, sua vez — digo.

— Você fingiu que está precisando de ajuda para estudar porque queria se aproximar do nosso grupo de estudo — ele diz todo confiante.

— Pode tirar a calça meu lindo, porque você está errado, sou bom em calculo, porém sou verdadeiramente burro em todo o resto — digo sem medo de admitir minhas falhar.

— Não diz isso — ele parece sério enquanto desabotoa a calça, meu coração acelera ao ver sua cueca box preta, não devia mesmo ter aceitado jogar esse jogo — você não é burro, cara você tem um raciocinio para as contas mais afiado que o nosso.

— Do que adianta ser bom em uma coisa só? — Guigo me encara nos olhos, mas não consigo saber o que ele está pensando.

Ficamos em pé nos encarando por meio segundo, Guigo está parado na minha frente, ele me olha de uma forma que me deixa exposto, me sinto pelado diante dele, é como se ele pudesse realmente me ver, seu olhar trespassa minha carne e meus ossos, ele me vê de verdade, tenho certeza que é capaz até mesmo de enxergar meus traumas.

Guigo dá um passo na minha direção, meu coração em meu cérebro entrou em completa divergência, tudo em mim quer dar um passo e se entregar totalmente para ele, mas não consigo fazer isso, não sem me odiar depois, não posso fazer isso, não posso ser essa pessoa, jurei para mim mesmo que nunca seria, mas é tão dificil seguir firme em minhas convicções quando estou diante do que pode ser o cara mais lindo que já conheci na vida — e ele está semi nu na minha frente é só um detalhe.

— Não posso fazer isso, Guigo — digo com a respiração ofegante pela nossa proximidade, estou a um passo de beijar sua boca.

— É minha vez — ele diz, nossos olhos estão presos um no outro, até nossa respiração parece seguir no mesmo ritmo — você não gosta do Daniel.

— Como? — Ele me interrompe antes que eu finalize a frase.

— Eu vejo você Ray — agora sou eu quem o interrompeu dando um passo para frente e beijando sua boca rosada e linda.

Suas mãos me envolvem em um abraço apertado enquanto minhas mãos seguram seu rosto, nada se compara ao tesão que tenho ao beijar sua boca, meu membro rígido roçando contra o seu, mesmo o tecido que separa nossos membros não é suficiente para diminuir nosso prazer, Guigo me direciona para cama durante nosso beijo, me fazendo deitar com ele em cima de mim.

— Eu acertei agora você tem que tirar a bermuda — ele diz com a boca colada na minha.

— Estou sem cueca — digo quase sem fôlego.

— Melhor ainda — seus olhos cheios de desejo me paralisam.

Guigo beija meu pescoço, porém não para por aí, ele vai descendo pelo meu peito, deixando um rastro de beijos, onde sua boca me toca é como ser tocado por uma chama que faz meu corpo inteiro tremer, não me leve a mal já tive uns tranças bem feitas, porém como disse antes esse tipo de tesao nunca tinha acontecido comigo.

Seus dedos seguram as laterais do meu calção e vão me despindo lentamente, quero muito olhar para ele, mas sei que esse é um caminho sem volta, fecho meus olhos com toda força, mal tenho tempo para processar sua mão macia segurando meu membro quando vem a melhor sensação que já tive na vida, sua boca quente e úmida me engolindo, os meus dedos do pé se contorcem no mesmo instante em que ele ele me põe por inteiro dentro de sua boca.

Ele me chupa com tanta habilidade, parece que vai arrancar minha alma do corpo pelo meu pau, o cara tem muita habilidade e dá para perceber que ele queria fazer isso tem um tempo, Guigo me masturba enquanto me chupa, está muito difícil segurar meu prazer, isso sem falar na vontade de olhar para ele, preciso vê-lo.

Sou um cara ponderado, sempre fui, mas com Guigo não tenho controle de meus próprios impulsos e instintos, ele me desmonta, não consigo resistir e cometo o erro mortal de abrir os olhos, bem a tempo de ser capturado pelo seu olhar de predador voraz, ele me tem suas mãos literalmente, com meu membro em sua boca ele me encara com certa submissão e devoção, mas saber que na realidade eu sou sua presa me dá um prazer que não consigo explicar.

Nunca pensei que pudesse ser submisso a alguém na cama, sempre me coloquei na posição de comando, sempre acreditei que virilidade era ser o dominante, mas aqui percebo que não podia estar mais enganado, sou submisso a ele, pois não posso nem controlar minhas próprias reações.

Minhas mãos seguram seu cabelo com força e me empurro para dentro de sua boca, assim como ele deseja que seja feito, é como se nossa mente estivesse ligada uma na outra, que loucura esse nível de conexão, mal o conheço, mas sei exatamente o que ele quer que eu faça.

Depois disso não tem mais como me segurar e despejo ainda dentro de sua boca todo o prazer que estava armazenado em mim, Guigo bebe meu gozo sem desperdiçar uma única gota, vou passar minha vida inteira correndo dele, mas onde quer que eu vá, essa cena ficará gravada em minha mente, não posso ser esse cara que namora outro cara, que transa com outro cara, mas não vai ter mulher no mundo que me faça sentir o que estou sentindo agora e sei que isso é a verdade.

— Puta que pariu — é tudo que consigo dizer, ele deita no meu peito e não consigo abraçá-lo, é puro instinto, vejo que sua cueca está melada, o que me deixa ainda mais sem ar, saber que ele gozou enquanto me chupava.

— Caralho isso foi muito melhor do que eu fantasiei — ele diz.

— Você fantasiou comigo?

— Claro, depois que a gente ficou fiquei com um tesão que tu nem imagina, só passou depois de bater uma pensando em como seria fazer isso contigo.

— Você diz isso para todo mundo — não posso me achar especial, ele deve transar com caras mais gostosas que eu, com certeza.

— Ray, você mexeu comigo macho, por que não acredita em mim quando digo isso? — ele me encara.

— É que eu sei que não sou essas coisas todas — digo.

— Você é muito melhor do que imagina, olha como você me deixou — ele aponta para sua cueca — cara gozei chupando você, isso nunca me aconteceu antes.

— Para com isso, Guigo — ele fala essas coisas, não consigo pensar direito, uma confusão se forma em minha mente.

— Deixa rolar Ray.

— Não posso Guigo, simplesmente não consigo — uma tristeza se forma em meu peito, nunca quis tanto algo que não posso ter, é estranho e confuso todo esse conflito dentro de mim — você já tem uma namorada, ela é gata, dá uma chance para ela, ela realmente gosta de você.

— E você não gosta de mim, vai negar o que rola entra a gente assim? — ele diz ainda me encarando nos olhos.

— Eu me sinto atraído por você, mas isso não é certo Guigo — nem mentir consigo, tamanha é a influência que sua presença exerce sobre mim.

— Eu não quero a Tati, quero você cara.

— Se você deixar de ficar com ela, nunca mais fico com você de novo Guigo, estou falando sério — as ideias não fazem muito sentido em minha cabeça, mas mesmo assim deixo fluir — você vai acabar se dando conta de que não sou o que você pensa.

— Espera, você quer que eu continuei saindo com ela e com você? — Ele não gostou muito da ideia como pensei que ele iria gostar.

— Isso, você disse que se interessa por pessoas, você viu algo nela senão nem teria ficado com ela.

— Isso foi porque pensei que não ia rolar mesmo com você, fiquei com ela para esquecer você Ray — Guigo me quebra com essas revelações, não vou conseguir me afastar dele, então minha melhor chance é se ele se afastar.

— Não posso ser o que você quer que eu seja Guigo.

— Eu gosto de você do jeito que você é Ray, não quero que mude, quero você do jeitinho que você é.

— Olha a gente pode ficar, mas nada de namoro e ninguém pode saber, ninguém mesmo e vai ser só um fica sem compromisso, você pode ficar com quem você quiser e eu também — torço para que ele não aceite e assim vamos poder por um fim nisso aqui mesmo.

— Certo, se é assim que você quer, por mim tudo bem.

— Assim você vai perceber logo logo que pode arrumar coisa melhor e esse encanto que está sentindo por mim vai acabar.

Guigo fica em silencio, me sinto mau, mas não sei como tirá-lo da minha vida depois de hoje, quanto mais o conheço mais o quero e não posso querer outro cara, isso é muito errado, não vou fazer isso com minha mãe, ele vai se cansar de mim, tenho certeza, sei que isso vai ser ruim para mim, mais posso superar.

— Aceito seu termos, mas não quero ser obrigado a ficar com alguém que não quero — ele diz por fim.

— Tudo bem, você tem razão desculpe, mas ninguém pode saber e vamos tratar isso só como um fica, certo? — Ele me beija e entendo que isso é o fechamento de nosso trato — Certo, o que a gente faz agora?

— O que você quer fazer? — Ele me pergunta com seu olhar sugestivo.

— Acho melhor você ir — se ele continuar aqui, vai acabar dormindo e se isso acontecer vou ser eu a quebrar nosso recente acordo.

— Tá, entendo, tem muita coisa para processar, mas por favor não mude de ideia depois que eu for embora — é estranho vê-lo sem toda sua autoconfiança.

— Prometo, não vou voltar atrás — digo, pois sei que não tenho mais como fazer isso, nem querendo.

Ainda ficamos trocando beijos e amassos por mais um tempo, depois ele se foi, estranhamente começou a sentir falta dele no momento em que ele partiu, e para piorar meu travesseiro ficou com seu cheiro, a memória ainda fresca em minha mente do que rolou me obriga a me aliviar pensando em seu toque e em sua boca, antes de deitar para dormir, estou quase pegando no sono quando meu celular indica a chegada de uma mensagem.

“Hoje foi incrível”

“Você demorou para chegar em casa”

“Com ciumes?”

“Só nos seus sonhos” — respondo.

“O celular descarregou quando cheguei coloquei ele para carregar.”

“Uma carga e fui tomar banho, depois tive que ajudar minha mãe.”

“Meu pai mudou a medicação e está um pouco enjoado esses dias.”

“Tranquilo, espero que ele fique bem”

“Obrigado, mas e você está bem?”

“Não estou surtando, pode ficar tranquilo que nosso acordo segue de pé”

“Agora vou dormir, boa noite”

“Boa noite” — ele manda uma figurinha de um boneco mandando um beijo.

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 48 estrelas.
Incentive R Valentim a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.
Foto de perfil de R ValentimR ValentimContos: 46Seguidores: 33Seguindo: 1Mensagem não recebo mensagens por aqui apenas por e-mail: rvalentim.autor@gmail.com

Comentários

Foto de perfil genérica

a história cada dia mais envolvente.

0 0
Foto de perfil de Jota_

Rafa!! Você tem esse dom de fazer a gente entrar na cabeça do narrador, de se envolver tanto que num mesmo capítulo a gente fica sorrindo bobo e de pau duro. Você é foda!!

0 0
Foto de perfil genérica

Rapaz, vou te dizer que, mesmo considerando "Me Leve Para A Praia", esse foi o capítulo mais gostoso de ler, até o momento. 👏👏👏👏👏👏👏

0 0
Foto de perfil de Jota_

Hmmmm...quer dizer que você aproveitou gostoso? 💦💦💦

Hehehe

0 0