Júlia colocou no papel as quatro propostas que recebeu e veio me mostrar. Embora com um pouco de medo, era notório o seu contentamento e empolgação por estar nessa posição de escolha.
— Então, essa está ganhando... — Apontei para o primeiro colégio que entrou em contato.
— Tecnicamente, sim, é a melhor e mais próxima... Mas estava pensando um pouco e... — parou de repente de falar e respirou fundo.
— E o que, gatinha? — perguntei.
— Assim, amor... Eu gostei muito do meu trabalho, mas eu fui muito privilegiada lá na outra escola. Fui indicada para o cargo porque os meus pais são amigos da gestora e também por já trabalhar lá, era mais fácil... Talvez seja melhor eu pegar algo menorzinho do que me arriscar sem tanta confiança no que eu posso proporcionar — me respondeu.
Pqp, eu sabia exatamente como ela estava se sentindo. Eu terminei a residência com 26 anos e, no ano seguinte, engravidei e me casei. Pelo sobrenome do meu ex-marido ser bastante influente, apesar de comum (na verdade era mais pela família), no estado, não foi difícil encontrar oportunidades de emprego; pelo contrário, muitas portas se abriram. Isso me fez questionar o quanto o que eu conquistava era realmente mérito meu e o quanto havia sido facilitado pela minha relação com ele.
— Amor, você sabe que já vivi algo parecido. No início, parecia que muitas portas se abriram só por causa do pai de Mih. A insegurança era grande, porque eu tinha a impressão de que eu não havia conquistado aquilo por mim mesma, mas por conta da minha relação com ele. Isso me fazia questionar minha capacidade o tempo todo. Lembro exatamente o dia em que comecei a ter outra visão sobre o meu potencial... Foi justamente quando me vi em uma situação desafiadora... — falei.
— Conta como foi! — exclamou, superinteressada, deitando com a cabeça no meu colo.
Tive um paciente que estava em uma situação muito delicada, quase desesperadora. Ele era um senhor de idade, tinha tentado tirar a própria vida e estava em um estado muito crítico, isolado de todos, sem ninguém por perto. Eu sabia que, se deixasse aquilo do jeito que estava indo, não haveria chance de sobrevivência. Ele não atendia o telefone, não aparecia nas sessões de terapia, muito menos nas consultas comigo. Então, tomei uma atitude, decidi ir até a casa dele, sozinha, para tirá-lo daquela situação. Eu não poderia ficar quieta, nem se eu quisesse, na verdade, eu não conseguiria. Literalmente pedi para a porta da casa ser arrombada, passei horas ali, tentando convencê-lo a sair do quarto e me permitir levá-lo para o hospital. E consegui interná-lo!
— O que você falou pra ele, amor? — me perguntou, curiosa.
— Huuuuuum, aí eu não vou lembrar, mas deixa eu te mostrar onde quero chegar com essa ladainha toda — falei, fazendo carinho em seu cabelo.
— Tá bom! — respondeu com um sorriso angelical nos lábios.
Não é segredo que eu sou uma muié faladeira. Ter alguém interessado no que eu tenho a dizer é uma das top melhores sensações, ainda mais quando sorri daquele jeitinho pra mim.
— Essa atitude, que muitos considerariam como algo além do esperado, acabou sendo comentada entre os meus colegas e a secretária de saúde do município. Ficou sobre o que eu fiz, me chamou para uma conversa. Em vez de criticar por ter ido além do que o protocolo sugeria, ele me elogiou pela minha coragem e pela empatia que eu demonstrei. Aquela situação foi um divisor de águas para mim. A partir daí, comecei a perceber que a confiança foi se construindo aos poucos. Não era sobre as portas que ele abriu, mas sobre o que eu fazia com as oportunidades que apareciam, o trabalho que comecei a desempenhar, a dedicação, a forma como lidei com os desafios, tudo isso me mostrou que eu era capaz. Foi quando minha confiança começou a vir de dentro, e não mais de fatores externos. — Disse-lhe enquanto seus olhinhos acompanhavam atentamente cada palavra que eu dizia.
Com o tempo, o senhorzinho se recuperou e um dia, ele apareceu no meu consultório com praticamente uma feira inteira e um galo (VIVO 🤣😋) — nós duas rimos e eu prossegui — Ele queria me agradecer por ter salvado a vida dele, e aquele gesto foi cheio de significado para mim. Fez eu perceber que, de fato, a confiança vinha de dentro. Não foi por causa de uma conexão ou de uma vantagem, mas pelo que EU havia feito, com as ferramentas e habilidades que já possuía. A confiança se constrói quando você começa a perceber que é você quem faz a diferença, não as circunstâncias. O que você já tem de bom, o que você já sabe, o que você já conquistou, é o que vai te levar para o próximo nível. Aceitar essa proposta do Colégio não é sobre depender de fatores externos, mas sim sobre usar o que você tem de melhor para crescer ainda mais. Você tem o potencial, a experiência e o coração para fazer a diferença. Acredite, não tenha medo, se prove, se arrisque, faça o que você sabe e ama fazer. Eu vou estar aqui sempre te incentivando e, se alguma coisa der errado, a gente foge para a praia e vende suas artes de EVA — concluí, rindo, enquanto Juh vinha até a minha boca para me dar um beijo suave.
— Você sabe que é incrível, não sabe? — me perguntou, sem chances de resposta, pois engatamos em um novo beijo, dessa vez mais longo e mais lento.
— Beijo assim me dá logo vontade de arrancar sua roupa. — fale, em seu ouvido enquanto minhas mãos saiam da sua cintura e subiam alisando sua pele por baixo da blusinha.
— Caaaalma, deixa eu falar... — disse, segurando meu rosto e rindo, também me deu alguns selinhos.
— A culpa é toda sua... — falei, sacudindo ela pelas bochechas e dando mais um beijo.
— É difícil te imaginar sem confiança, sabia? Poxa, por uns milímetros você não me beija na primeira vez que a gente se viu... — lembrou, rindo — Amor, você me inspira, sempre me impressionei com seu profissionalismo, sua força, seus anseios de se enfiar em tudo que é novidade ou seu desejo de ajudar o maior número de pessoas possíveis... — continuou e eu interrompi, dizendo: — Nem só de fetiche vive Júlia Oliver!
— Amooooor!!! Péssimo momento!!! — exclamou, com uma das mãos no rosto.
Eu ri e a confortei, dizendo que não ia mais interrompê-la, depositando vários novos beijinhos em seu rosto.
— É quase impossível imaginar a pessoa que bate de frente com todos os psicaretas (⚕️🧠⛏️) do estado, já esteve nesse conflito de ideias... Mas, se até você sentiu isso e superou de uma forma que não deixa rastro ou qualquer suspeita... Tenho certeza de que consigo vencer isso — disse, com um sorriso confiante.
— Nem sempre fui essa muié retada que você tem, mas tenha certeza de que você possui a minha melhor versão. O melhor de mim que posso entregar está aqui para ti, gatinha — falei, e recebi um abraço forte. Juh praticamente se jogou em cima de mim.
— Sabia que teria um norte conversando com você, amor... Eu não imaginava ouvir essa história, mas tinha certeza de que só em desabafar contigo saberia qual decisão tomar... Ter o amor da minha vida como melhor amiga é muito bom... Obrigada de verdade, tá? — falou no meu ouvido.
— Então, já tem uma decisão? — Perguntei, animada.
— Vou visitar esse colégio! — disse, apontando para o papel, aquele primeiro.
— Fico muito feliz com isso, vai dar tudo certo, com certeza! — falei, beijando seu rosto.
Nós tínhamos durante transado na madrugada e a caixinha dos brinquedos estava ao lado da nossa cama, ouvi Júlia arrastando até que ficasse ao seu alcance e me sentei sobre sua bunda.
— O que cê tá quereeeendo??? — Perguntei, de forma sinuosa ao seu ouvido.
— Por que a gente não se desfez do que não usamos? Tem tanta coisa aqui... — falou.
— Tenho apego emocional. — Respondi, rindo.
— Ahhhhh, os outros você brinca com suas raparigas — brincou de forma despretensiosa, rindo e olhando para mim.
— Que isso, amor... Eu sou organizada, esses são para você, os das minhas raparigas estão com elas! — Continuei na mesma vibe.
— É o que, Lorenaaa??? — Perguntou virando o corpo de frente para mim e tentando sair da posição que estávamos, mas segurei seus braços e soltei o meu peso contra ela, impossibilitando-a de prosseguir.
— É brincadeiraaaaa, amoooor! — Falei mordendo o pescoço dela e rindo.
— Me soltaaaa! - Pediu, tentando fingir que estava brava, mas o riso era perceptível.
— Não! Só quando você pedir um beijinho... — disse, bem próxima de sua boca.
— Pede para suas raparigas...😌 — Falou de forma indiferente.
— Quero que minha única mulher peça... — Disse-lhe sussurrando e me aproximando cada vez mais.
O clima começou a carregar uma tensão suave, mas que dava para ser facilmente compreendido, estávamos hipnotizadas uma pela outra. Nossos olhares eletrizantes não se desviavam e a proximidade de nossas bocas era chamativa como um ímã. Com um suspiro baixo, mal audível, meus lábios quase se colaram aos seus, e eu insisti: — Pede!
Ficou um silêncio entre nós, a expectativa paira no ar. Juh me olhava agora com um brilho de desejo nos olhos, logo um sorriso doce e ao mesmo tempo travesso se formou. E então, com a respiração quase entrecortada, ela sussurra de volta com a voz suave e quente: — Me beija, amor!
O ar ao redor de nós pareceu parar por um momento. Minhas mãos, com o desejo, se moveram até seu rosto, tocando a suavidade da pele dela com um carinho quase reverente. No instante seguinte, nossos lábios se encontraram, inicialmente com suavidade, como se estivéssemos nos conhecendo naquele momento. Mas logo, a intensidade aumentou, e a troca de carícias se tornou urgente. Minha língua a procurou, deslizando contra a dela com fome e vontade, enquanto suas mãos exploravam minha nuca, puxando-me para mais perto, aprofundando a conexão.
O beijo se tornou mais quente, nossos corpos pressionados um contra o outro, a sensação de calor e de necessidade crescendo a cada segundo. A língua dela se movia com uma confiança doce e intensa, respondendo à minha com uma entrega completa. Suas mãos desceram pela minha cintura, puxando-me ainda mais, enquanto eu a segurava firme com a mesma paixão, meus dedos se perdendo em seus cabelos. O mundo ao redor de nós desapareceu, restando apenas a troca silenciosa do que sentíamos, o toque de nossas bocas e a chama que se acendia cada vez mais forte.
O tesão exalava no nosso quarto, Júlia tem um beijo viciante, uma boca quente, gostosa, doce e macia. Quando nossos corpos se encontram daquela maneira, é impossível não sentir como se cada átomo que forma quem sou, queime cobiçando aquilo que já é meu.
— Oh, mamães!!!! — chamou Milena com urgência.
— Ahhhhhh, naaaao... — lamentei baixinho, encostando minha cabeça em seu ombro.
— Você sabe que de dia é assim... — disse-me, tentando me consolar, passando a mão no meu cabelo.
Fiquei em silêncio alguns segundos, aproveitando ao menos o carinho.
— Oiii! — respondeu Juh para Mih.
— O que houve? — Perguntei.
— O Kaká caiu sozinho e machucou um pouquinho — nos respondeu.
Nós fomos ver e ela segurava uma peça de carne na testa dele. Já pude ver um pouco de sangue na boca e também seus olhinhos lacrimejando.
— Não alcancei a bolsa de gelo — se justificou enquanto Juh trocava uma pela outra.
— Tudo bem, você fez certinho — falei para ela.
Um galo já havia se formado.
— Como foi isso, rapaz? — Perguntei, passando a mão no cabelinho dele.
— Pulando do sofá — me respondeu, com a voz trêmula.
A caixa de som estava tocando Beliver, do Imagine Dragons. Acho que ele se empolgou.
— É assim mesmo... Daqui a pouco passa, não machucou sério e vai ficar tudo bem, viu? — Informei, e ele assentiu.
— Vamos limpar a sua boca — chamou Juh, e ele foi.
— Se sentir dor de cabeça, tontura ou alguma outra coisa, você avisa, ok? — falei.
— Tá bom, mãe — respondeu, mais calmo.
Milena e Kaique são bem carinhosos, mas eu acho o Kaká um pouco mais dengosinho. Nesse dia, ele quis colo o dia inteiro.
— Quero brincar... — disse Mih para mim, baixinho.
— Chama seu irmão — respondi no mesmo tom.
— Ele tá todo bebezinho, não vai querer — me explicou.
Eu ri, e ela resolveu abusar ele.
— Bebezinhoooo! — o chamou. Ele estava no colo de Juh, fez uma cara de bravo e virou o rosto para o outro lado.
— Mãe, olha pra Milena aí, olha... — falou, em um tom melancólico. Eu tentava rir silenciosamente.
— Oh, Miiih... Não fala assim com ele hoje... — o defendi, quando pude.
— Desculpa, irmãozinho... Queria brincar, bora fazer alguma coisa juntos? — pediu, abraçando-o.
— Huuuum... Posso brincar de bola? — Perguntou para Juh e para mim.
— Pode... — liberei, e eles foram.
Nós tínhamos o aniversário de Sabrine para ir, então ficamos ali deitadas, esperando o horário para nos aprontarmos. Seria um pouco tarde, então as crianças ficariam na casa de Lorenzo.
— Ainda estou com vontade de arrancar sua roupa... — Falei lembrando de mais cedo e Juh apenas riu.
Ela que escolheu a nossa roupa, no convite pedia apenas all black e ficamos lindas, mas Júlia tem um negócio... Ela de preto é a minha perdição. Eu não consigo parar de secar.
— Gostosa! - exclamei, enquanto ela se dirigia ao carro.
— Você está uma delicinha também... — Respondeu, me esperando para um beijo.
— Essa noite promete! — Falei, em seu ouvido e ela concordou.
Estava bem divertida, a festa começou somente com luzes negras, quando casal e a filhinha deles entraram, tudo ficou claro e pudemos ver que só eles usavam branco, ficou uma combinação visual muito bonita.
Juh bebeu um pouquinho além da conta, não ficou bêbada, só alegrinha, eu bebi bem pouco, tinha plena consciência do que fazer ao chegar em casa.
Ali dançando, era uma provocando a outra, com beijos quentes, insinuações, palavras, toques, cheirinhos, mordidas... Pegação gostosa até que eu não aguentei mais e pedi para ir pra casa, para o restante da mesa e para os anfitriões: Sono!
Sentei no banco do carro, Juh sentou comigo entre suas pernas, fechou a porta e me beijou de forma quente. Joguei meu banco para trás e minhas mãos correram para o zíper do seu vestido.
— Quanta burocracia hoje para ver os peitinhos da minha mulher... — Falei e comecei a chupa-los.
Ela se forçou para frente e me prendeu ao seu corpo com as mãos, arfava no meu ouvido e me pedia para continuar.
Subi seu vestido, ela jogou a calcinha para o lado, abriu mais as pernas e eu inseri meu dedo enquanto devorava seus seios.
As arfadas quentes no meu pescoço, deram lugar a gemidos intensos, abafados por mordidas e chupões que Júlia dava no meu pescoço.
Voltamos a nos beijar, eu sentia seu sorriso na minha boca e era maravilhoso, a penetrava com mais força, mais firmeza, Júlia sentava rebolando e senti sua pepeca se contrair, mordendo meus dedos, seu corpo tremeu um pouco e ela gozou se jogando sobre meu peito.
Implorei que ela fosse para o banco dela, eu precisava muito continuar o que havíamos começado de forma mais a vontade e em um lugar mais apropriado. Depois de muitos últimos beijos, Juh foi. Assim que se sentou, arrancou a calcinha e jogou para mim, ela tinha o sorriso mais safado do mundo.
— Eu vou pedir receita desses drinks que você bebeu, gatinha... — Falei, acompanhando o riso dela.
Ao chegar em casa, a agarrei e a encaixei no portão, enquanto tentava abrir, por algum motivo que eu não sei explicar, o controle remoto novo não funcionou, então demoramos um pouco ali ou talvez eu tenha prolongado, por estar muito gostoso senti-la tão entregue aos meus carinhos. Fomos interrompidas por um farol alto e risadas, não precisei ver para saber de quem se tratava, Victor e Loren haviam acabado de chegar, quando desligaram o carro, percebi que a noite não seria agitada somente no meu quarto, eles também estavam embrazados.
Entramos e subimos as escadas tirando a roupa, chegamos na cama completamente nuas, retomamos os beijos com ela por cima de mim e logo aquela linguinha atrevida estava dentro de mim, subindo e descendo, me alucinando, me enfeitiçando e me levando a loucura. Eu gemia descontroladamente, cruzei minhas pernas em seu pescoço e segurava com força, puxando-a pelo cabelo. Juh tinha um olhar malicioso, ela também se divertia enquanto eu enlouquecia, perdida no tempo. Não demorei muito para ter um orgasmo muito prazeroso, onde eu desmoronei. Júlia veio me beijar, mas eu nem consegui retribuir, apenas passei a mão por cima das suas costas abraçando-a e apaguei.
Acordei no outro dia e nós estávamos ainda da mesma maneira, beijei sua cabeça para que acordasse junto comigo.
— Sinceramente, já aguentei mais, você desgraçou comigo ontem. — Falei, sorrindo.
— Foi muito gostoso, do carro até a cama... Aliás, acho que o dia inteiro de ontem foi bem provocante. — Disse-me, sorrindo também.
— Estava com medo de você não lembrar, bebeu um pouquinho a mais do que é acostumada. — Falei, fazendo carinho no seu rostinho lindo.
— Eu morreria de desgosto se não me lembrasse dessa noite maravilhosa. — Falou, me dando um selinho.
Nós tomamos um banho demorado, com muito carinho e muitos beijos e fomos até a casa de Lorenzo "buscar" as crianças, é bem próximo e elas poderiam vir sozinhas, mas é sempre bom filar o café na casa de um irmão que mora pertinho.