Atenção: Nesta parte acontecem diálogos no passado e no presente, fiquem atentos a leitura para entender melhor. Eu pensei em sinalizar mas fiquei sem tempo. Aproveitem.
Parte 9 – O Passado
Como Lena não quis morar comigo na casa que comprei e a Ketlen se afastou de mim, ela passava por mim e atravessava a rua, de fato ela me culpava pelo o que aconteceu ao nosso filho, eu também me culpava e agradecia por ela não querer falar comigo. Eu voltei para o puteiro onde me sentia em casa, tomei a decisão de perguntar se Laura e a mãe quando viesse para cá não queriam morar na casa, e também ofereci a minha irmã, não demorou muito as duas moravam lá, e eu no puteiro. Os dias passavam e não saia da minha cabeça tudo o que Camila me falou.
Certo dia minha filha veio me visitar e ajudar as meninas na mudança para a minha casa, com isso eu retirei as poucas coisas que coloquei na casa agora delas, entre elas tinha algumas fotos minhas com a Camila que eu trouxe sem perceber, Larissa viu as fotos e quando sentamos para comer alguma coisa minha filha muito curiosa começou a fazer uma série de perguntas.
- Pai, como você conheceu a mãe?
- Foi em um bar, quando eu entrei vi uma mulher com um vestido vermelho lindo, passei a noite toda dando em cima dela, até que ela abraçou e beijou outro cara, então eu fiquei com a tua mãe.
As meninas começaram a rir, eu queria mesmo deixar o ambiente leve, aquela história não me agradava lembrar.
- Para pai, conta, como vocês se conheceram
- Foi na escola, eu era nerd e feio, usava óculos e estava me formando, ela era mais nova e da turma do Jonas, que era muito mais bonito que eu, dizem que um é o mais inteligente e o outro mais bonito, era o nosso caso.
- Jéssica, decide aí entre você e a Jack quem é a bonita e quem é a inteligente – disse rindo
- Eu acho que sou linda e inteligente, a Jack é só inteligente, afinal casou com o Rodrigo – respondeu a Jéssica de maneira bem humorada.
- Ela passou a frequentar nossa casa para fazer trabalho de escola com o Jonas e outros amigos, obviamente que eu me interessei, sua mãe sempre foi muito linda. Mas eu bobão, não chegava nela nunca
- Certa vez eu estava no quarto lendo quadrinhos, e ela simplesmente entrou no quarto e me perguntou o que eu lia...
- Oi – Ela me disse do nada e me assustando, eu não sabia ficar perto de mulheres bonitas
- Oi, está procurando o Jonas? – Falei tímido
- Não, eu vi você lendo e me interessei em saber sobre o que era.
- É só uma revistinha – Respondi envergonhado
- Qual?
- Qual o que ?
- A revistinha
- Homem Aranha
- Deixa eu ver
- Nossa pai, lerdão – disse Larissa rindo do meu relato
- Garotaaaa... Sim, ainda sou lerdão, mas melhorei muito.
- Ooo se melhorou – deixou escapar Laura
Larissa olhou pra ela como se mandasse ficar quieta.
- Desculpa gente, pensei alto
Sua mãe aproximou seu rosto no meu para ler a revistinha que estava na minhas pernas, e nisso eu mostrei todas as que eu tinha guardada e passei a emprestar as minhas HQs para ela.
Eu me apaixonei quando vi ela lendo uma das minhas HQs sentada no chão de pernas cruzadas, e colocando o cabelo atrás da orelha, aquela imagem não saia da minha cabeça a semana toda.
Ela passou a frequentar nossa casa, viramos grandes amigos, tinhamos muitas coisas em comum e muito do que sou hoje foi por causa da sua mãe, mas Jonas sempre atrapalhava nossas conversas, e eu me formei no ensino médio e passei a trabalhar e estudar para entrar para PM, então via ela muito pouco, e fui me afastando, ser policial era o sonho do teu avô e não meu, mas eu fiz assim mesmo, queria sumir daquela casa cujo a única alegria era sua mãe e meus irmãos, e a recém nascida com cara de joelho.
Jéssica riu e ficou meio encabulada
- O pai te fez muito mal né ?
- Não mais do que fez a mãe, mas é passado
Acabei não contando que eu quis se policial para matar o meu pai, passava dias pensando em ser adulto para acabar com ele.
- Eu já estava na policia morando no centro da cidade, quando fazia minha ronda, vejo sua mãe em uma bicicleta com vestido florido e parei ao lado dela, fazendo cair com o susto.
- Eu sei que eu que sou feio, mas não é para tanto
- Porra João, que susto, o que tá fazendo aqui?
- Eu que te pergunto, eu tô trabalhando e você ?
- Fazendo faculdade
- De que ?
- Artes
- Você sempre foi boa com aqueles trabalhos
- Preciso ir estou atrasada
Fiquei vendo sua mãe pedalando e a paixão reacendeu em mim, passei a fazer ronda pela faculdade e ela claramente se deu conta, como eu não chegava, ela chegou.
- E aí?
- O que ?
- Vai me chamar para sair? Ou vai fingir fazer ronda todo dia aqui
- Fiquei envergonhado, mas marquei com ela no sábado para um bar restaurante. Filha, eu não me esqueço nenhum detalhe daquela noite, ela apareceu com um vestido branco, um laço azul que estava meio torto, cabelos presos com uma xuxinha preta, um salto alto fechado meio rosado, ela tinha cheio de melancia e as unhas pintadas com uma cor um rosa fosco que só descobri o nome porque ela me contou
- Eu não sabia o que dizer a ela, estava bobo em como ela era linda, ela puxou todos os assuntos e saímos para passear, sentamos a beira da praia e eu bobão pedi a ela um beijo
- A cena parecia desenhada por Deus, praia, céu estrelado, e um beijo com dente encostando e a gente tentando se ajeitar, com o tempo encaixou.
- Levei ela para casa com a roupa cheia de areia, e seus saltos na mão, passei a ir busca-la todos os dias na faculdade, a amizade, paixão e amor aumentava.
- A nossa primeira vez...
- Não quero saber pai, não mesmo
- Mas você nasceu por causa disso
- Não quero saber!!! Pula essa parte
- Tá certo, depois disso nos casamos, e você veio ao mundo, a pessoa que mais amo
- Depois de mim né maninho? – Falou Jéssica enciumada
- Amo as duas, minhas garotas – falei abraçando elas
Terminei as coisas lá, e ficamos jogando conversa fora, em determinado momento ouço Jéssica falando do ex e dizendo que de alguma maneira eu sumi com ele e Laura dizia que o mesmo aconteceu com o padrasto
- Será que ele ... – perguntou Laura
- Matou? Não sei, mas ele era policial né? É possível
- Queria um homem assim, nossa
- Deixa de ser safada Laura
As duas riram e eu fingia que não ouvia a conversa, eu falava com a minha filha até ela me fazer pensar umas coisas .
- Pai, a mãe vacilou feio, mas porque o tio?
- Eu acho que sei o motivo mas preciso confrontar ele.
- Ela está muito arrependida, as vezes pego ela chorando.
- Ela fez as escolhas dela e precisa assumir as consequências, a vida é assim
- É eu sei.
Decidi voltar pro puteiro me despedi delas e a Laura me deu um abraço e apertou minha bunda, não disse nada, mas sai com tesão enorme de lá.
Tive que descontar na Ju, bati na porta da dona Maria e ela atendeu, peguei ela no colo jogando pelos ombros e coloquei no carro.
- Vim te sequestrar
- Mas minha mãe tá em casa
- Dona Maria! O Dona Maria! A Juliana vai me ajudar arrumar umas caixas no projeto, quando acabar trago ela de volta, tudo bem?
- Claro meu filho – gritou ela lá de dentro.
- Viu? Tá tudo bem
Levei ela para um hotel, o melhor que eu podia pagar, não era só tesão, eu queria me afastar da lembrança da Camila. Retirei toda a roupa da Ju peguei ela no colo e levei para a banheira, conversamos sobre a vida e ela começou a passar o pé no meu pau duro, subiu no meu pau e ficamos nos beijando e metendo, botei ela em pé na banheira já cheia de espumas, e meti com vontade, apertava sua cintura enquanto ela gritava de prazer.
Ela saiu da banheira para se segurar na parede enquanto eu comia ela, dava tapas na bunda e deixava ela vermelha quando tirei a pica ela chegou a cambalear
- Nossa, tava com vontade hein?
- Estou, ainda não acabei,
Peguei ela no colo joguei na cama e mete com força, até gozar dentro, deitamos ofegantes, até ela se ajeitar no meu peito
- Oz? A gente vai embora
- Como assim embora ?
- Os PMs estão nos ameaçando de maneira velada, seguindo minha mãe fora do morro, mandando recados, ela não aguenta mais.
- Vou ver o que posso fazer
- Ela tá decidida e eu preciso acompanhar minha mãe, por mais que eu queira ficar, não posso deixar ela sozinha, não depois da morte do meu irmão
- Eu entendo e sinto muito.
Namoramos a noite toda e de manhã levei ela para casa, e fiquei observando a dona Maria descer o morro e segui ela, uma viatura ficou indo atrás do ônibus dela, parou na porta do mercado e voltou a seguir ela até o morro para que ela soubesse que eles estavam ali, quando eles iam saindo eu parei na frente da viatura .
- Quero falar com vocês
Quem abre a porta é Jonas
- Tinha que ser, virou covarde agora ? Coagindo senhoras?
- Entra na viatura, precisamos conversar, por favor
Eu entrei e seguimos viagem para a casa dele, estava bagunçada e com muita bebida
- Está enchendo a cara ?
- Muita coisa aconteceu e eu não soube lidar
- Então, tá seguindo senhoras?
- Ordem do comandante, mas enquanto for eu, não vai passar disso, se for outro pode ser pior
- Sei
Eu andava por aquela casa extremamente fedendo a bebida
- Então, porque me traiu?
- Você nunca foi de meias palavras né ?
- Não tem porque ser, não agora
Ele bebia algo que não identifiquei, mas bebeu dois copos seguidos, certamente para tomar coragem para o que ia contar.
- Então, eu preciso ser sincero, e não espero perdão, eu não mereço perdão, a verdade é que desde a escola eu era apaixonado pela Camila, eu levava ela em casa para tentar algo, mas ela passou a ir por sua causa, eu tentava de tudo para vocês não ficarem mas era em vão
- Quando você saiu de casa, eu pensei que enfim conseguiria conquistar ela, mas ela não quis ninguém, e também foi embora, aquilo me destruiu.
- Depois para a minha surpresa eu recebo o convite de casamento, ali eu desisti dela e fiquei na polícia, você me ajudou a subir e conquistar tudo o que eu tenho, isso me fez me afastar ainda mais dela.
- Porém ela passou a reclamar de você para mim, que está a distante, que não era o mesmo e etc. Eu juro que tentei não me aproveitar da vulnerabilidade dela, mas a paixão voltou com tudo e lá estava eu perdido.
- Eu inventei que você devia ter outra mulher, para se afastar dela só podia ser outra eu dizia.
Nessa hora eu me segurava para não arrebentar ela, cheguei apertar tanto a mão que começou a sangrar, era minha maneira de controlar a raiva.
- E foi assim que eu comecei a me envolver com ela, mas ela nunca se entregou totalmente, ela gostava muito de você, e isso me deixava possesso, planejei uma fuga mas ela não quis, passei a chantagear ela, e armei para você pregar a gente naquele dia.
- Eu preciso que saiba que me sinto um merda, nada do que fale ou faça vai mudar isso, passei a beber e me corrompi, estou nas mãos do comandante e não sei como sair disso
Quando ele se calou eu dei um soco na cara dela que senti o maxilar sair do lugar, ele colocou de volta
- Eu mereço isso
Ele estava tão sem reação que não consegui continuar batendo nele. E fiquei olhando na cara dele sem saber o que fazer.
- Me fala que merda você se meteu
- Prostituição
- Caralho Jonas, caralho!!! Como assim?
- A gente facilita entrada de umas meninas para o bordel do comandante, além de drogas e bebidas.
- Que meninas são essas ?
- Elas são sequestradas, viciadas, chantageadas e etc...
- E como você se meteu nessa porra?
- Vou te contar tudo, senta ai...
Continua ...
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