Aventuras na Universidade - Capítulo 1 - Dejavu
Bissexual, Universidade, Transição, Transex, Crossdresser
(Esta série é uma continuação de Sendo Livre, muitos fatos aqui relatados tem relação com ela, recomendo ler, mas pode ser lida separadamente.)
Eu e Vanessa, havíamos retornado as rotinas da Universidade, agora com nossa mães, tias e os respectivos maridos sabendo que estávamos namorando, que os dois primos eram namorados, na verdade estávamos curtindo um ao outro, mas para nossos pais eram coisas muito mais sérias. Entender meu passado, para se localizar nesta série, requer ler a série Sendo Livre.
Vanessa estava mais feliz, muito mais solta e a convivência comigo, fez os rumores e antigos BOATOS sobre ela se dissiparem, até nossos amigos mais íntimos, às vezes nos falavam que era interessante como vinha sendo constante o elogio ao casal.
Em Agronomia então, embora eu não entrasse em conversas mais íntimas com meus colegas, existia agora um outro respeito a mim, afinal eu era o cara que namorava uma das mais lindas meninas de veterinária e isso gerava um certo status, além de não existir nenhuma sombra de dúvidas sobre minha masculinidade.
Acontece que as mulheres em Agronomia são poucas, geralmente 5 ou no máximo 7 por turma de quase 50 alunos, e essas meninas nem sempre eram patricinhas, eram estudiosas e por isso eram bem próximas a mim, pois sempre as tratei com igualdade e dada as minhas notas e apresentações de trabalhos, eu era um dos melhores alunos, tipo entre os 5 melhores, mas nunca entre os 3, isto era fato.
A rotina durante a semana era normal, já tínhamos ciência que neste semestre era sem feriados, iriamos pra casa apenas após as notas finais. Havia o feriado de Páscoa mas nada ainda definido. Estávamos já com 1 mês de aula, quando recebemos uma mensagem no grupo criado das madrinhas do casamento, que haveria um encontro entre elas e que a noiva iria apresentar o álbum de fotos, o Convite era para as madrinhas, neste caso no grupo estava a Vanessa como madrinha, mas bem sabemos que Valentine que ficou neste papel, então não sabíamos muito bem quem iria, logo apenas comentamos, entre nós o dia e tudo mais, era dali 10 dias e passou.
Aconteceu que uns 3 dias depois tanto eu como Vanessa fomos incluídos em um grupo de 4 pessoas, quando vimos era Nossa prima Isabele, Álvaro eu e Vanessa, não entendemos, já de imediato Vanessa disse para eu não ler nada do grupo, que ela iria interagir, poderia ser algo fake ou alguma brincadeira de mal gosto, eu entendi e achei mais seguro mesmo, mas já faziam 3 dias desde que o grupo criou e não veio nada, então surgiu a primeira mensagem.
– “Oi primas”, tudo bem? Este grupo é para conversarmos nós quatro, viram que terá um encontro das madrinhas, gostaria de vocês duas lá! Vamos alinhar as coisas por aqui, entre nós 4, daqui a pouco explico melhor.
Eu e Vanessa nos olhamos e rimos, primas, duas, ficamos pensando o que a Isabele tá querendo, nem nós havíamos mais falado no assunto da troca de identidade de gênero, estávamos realmente curtindo nossa vida conjugal, eu menino e Vanessa menina. Mas aí veio a segunda frase e logo em seguida ao comentário de Isa, era Álvaro falando.
Eu ia falar algo mas Vanessa fez um gesto de eu nem pegar o celular. Eu então como combinado, não acessava o grupo mas lia do celular de Vanessa já que estava ali ao ladinho dela no sofá como dois namoradinhos.
– “Bom, pra simplificar, queria Vanessa e Valentine aqui na reunião, Vanessa como minha prima e Valentine como uma amiga da Universidade, assim algumas madrinhas mataram a curiosidade de quem era essa madrinha surpresa”.
– “Oie, bom, eu pedi para Isa fazer este grupo, pois vou precisar um pouco da ajuda de vocês duas, a minha mãe não para de por pressão no meu irmão, para que ele traga a sua namorada da festa aqui em casa, inclusive na festa das madrinhas.”
Ai logo em seguida Isabela escreveu:
– “Então meninas, vejam que estamos com um probleminha aqui. Por isso tomei a liberdade do grupo e de chamar vocês duas pelo feminino, imagino que Vanessa como madrinha oficial, minha prima, entenda por que preciso das duas nesta festa, naturalmente se aceitarem, mas Valentine, bom ai queria saber, vocês duas teriam algum problema de Valentine voltar a existir, até que consigamos parar com esta confusão?”
E completou:
– “AI falando nisso, parabéns pelo namoro, nossa deu um bafafá depois que a notícia vazou, foi no Ano Novo, a minha sogra quase teve um troço, imagina primos namorando, por isso ela veio com essa pressão de que Meu cunhadinho tem que voltar a namorar a menina misteriosa da festa, minha amiga Valentine”.
Eu ia escrever algo, mas Vanessa insistiu na verdade, pediu que não, falou que ela iria escrever algo, que Valentine neste momento não iria dizer nada então ela escreveu.
– “Oi prima, explica melhor isso, que confusão é essa, não soube do Ano Novo, conta aí tudo. Você lembra do nosso trato né, que o que aconteceu ficaria restrito a festa, foi um arranjo para podermos participar do casamento e sermos madrinhas e padrinhos. Tadinho Vicente deve estar em aula, por isso não deve ter visto a mensagem, nossa ele vai ficar bolado com isso.”
Bom eu li, fiquei aflito, nisso Vanessa me olhou e falou.
–Vicente, vamos deixar ela explicar o que tá acontecendo, havíamos combinado que era algo que aconteceu, por mim foi uma aventura, algo íntimo nosso, mas também nós não falamos mais sobre isso, inclusive o casal nem nos procurou mais, que será que aconteceu, sobre o assunto acho até deveríamos falar entre nós, afinal tanto eu como você fizemos coisas que fugiram um pouco do controle, você quer aproveitar esse momento e conversamos, até mesmo para sabermos o que fazer caso Priscila tenha alguma emergência?
O motivo da reunião, até já tínhamos em mente, afinal Isabele casou grávida, então agora era o momento que barriga cresceria, teríamos os chás de bebê, escolha da madrinha etc, além do que ela já havia falado no passado que um de nós dois seria o padrinho ou madrinha da criança na igreja, então acho que isso poderia ser o assunto, mas como envolveu o Robson, já ficamos ressabiados.
– Como você disse, Vany, achei que íamos conversar logo na volta, mas aí foi tudo atropelando com aulas, acabamos assumindo o namoro, por sinal que delicia é namorar você, devíamos ter nos descoberto antes e tal, mas voltando ao assunto casamento, eu me desliguei por completo tanto que eu nem sei onde foram parar as malas nem nada, mas sim vamos conversar, tudo bem pra você.
– Sim tudo bem, pra começar, a mala tá do jeito que veio, eu nem vi o que tem dentro, tipo do jeito que foi entregue pela sua mãe na rodoviária eu subi elas pra cima do armário, tá lá do lado da minha mala vazia que uso para viagens.
– Nossa achei que eram coisas suas. Bom, vamos então iniciar nossa conversa, acho que abrindo ela, sabe o que me passou agora pela cabeça, vai que tinha algo que mamãe colocou lá e nem demos bola né, se for comida já estragou ou venceu? Assim também vendo tudo ajuda a memória e tudo mais, não que tenha esquecido, mas acho que facilita nossa conversa né.
– Sim, ótima ideia, desligue a série, vamos pro meu quarto Valentine!!!
– Ei, pare, nem comece, quem tá indo lá é Vicente, seu namorado.
– Tá, falei só pra entrar num clima de abrir uma mala que pertence a Valentine, bobinho, desculpe.
– Desculpe eu, aí é que aquele final de semana teve todo um enredo, aqui e agora esse nome, eu aqui todo masculino, calção, chinelo, sabe que é confuso, estranho.
E assim entramos, ajudei ela a descer a mala, mas ela não abriu, tipo ficou me olhando e uns 3 minutos em silêncio, aquilo estava me perturbando então falei.
– O que foi, não íamos abrir a mala?
– Sim, íamos, mas pensei no que você falou a pouco, você acha que tem uma diferença na nossa conversa, você falando comigo de tudo o que aconteceu, sendo Vicente todo masculino, ou teria outro enredo sendo Valentine a mulher dona da mala?
– Não sei, eu disse apenas que o nome não me causou um bem estar, parece que não era eu, entende? E pra você tem diferença entre Vanessa ou Alexsander, ou a conversa trata-se apenas de Valentine?
– Olha, não, de forma alguma para mim, mesmo por que eu ali era Vanessa só que lesbica, bissexual, era uma aventura não uma mudança de sexo propriamente dito, afinal na relação que tivemos com todos, era eu feminina, acho que pra você não foi tão simples por isso perguntei, to errada ? Além disso, essa mala é só da Valentine, mas serei honesta e responderei tudo o que quiser de Alexsander.
– Bom, tem um sentido sim, acho que o Vicente relatando tudo é muito estranho, eu mesmo não conseguiria agora dizer nem a primeira hora de tudo, tipo citando como exemplo, lá do teste de maquiagem que nossas mães fizeram.
— Hum, então, acho que vou lhe propor algo!
Eu já tinha entendido, mas estava me fazendo de bobo, de desligado, eu sabia que na verdade quem deveria estar ali era Valentine, sabia que minha namorada queria que ela lhe contasse tudo, revivesse e assim as dúvidas que pairavam naquelas duas noites e nos dois dias poderiam ser esclarecidos, havíamos prometido ter essa conversa, mas não foi possível no hotel.
Mas isso não me preocupava, apenas não iria assumir para ela que novamente eu aceitaria, não era algo que havia planejado para agora, estava muito bem com minha namorada, as aventuras ficaram no passado, assim eu achava, como ela nunca tocou no assunto, deixei lá talvez escondidas na mala ou mais uma vez trancado no armário.
– O que você tem em mente, Vanessa eu conheço muito bem este seu olhar, hein???
– Ué, já que a versão que Vicente contaria é diferente da versão de Valentine, acho que quem deveria estar aqui, para sermos honestas, seria Valentine, e nem se preocupe, não vamos fazer uma mega produção, apenas iria lhe propor, uma troca de roupa, um batom e uma sapatilha que pegaria da mala e depois iriamos ver com mais calma tudo o que pode ter aqui … é pedir muito meu amor?
– Bom, não sei, é necessário mesmo?
– Você mesmo disse, com as suas palavras “Vicente relatando tudo é muito estranho.”, então …
Ela nem esperou eu responder, eu apenas abaixei um pouco o olhar, olhando para a mala que ela acabara de abrir, voltada para ela, esperou um pouco mexeu e retirou dali 1 calcinha, sutiã e um shorts.
– Vai lá no WC se trocar, eu vou mexer aqui e ver uma camiseta e uma sandália na outra mala, só te digo uma coisa, arrumadinho como está, vejo que sua mãe colocou o material de 2 malas em uma só e percebi algumas coisas mais, mas não mexi.
Eu peguei a calcinha, sutiã e shorts, sem olhar para ela, fiz um caminhar lento pensativo, na verdade eu já estava me sentindo estranho novamente, metade queria, tipo ir no wc, e sair mulher a outra metade tinha medo do que Valentine iria expor. Eu me sentia bem sendo o Vicente, namorado da Vanessa, era difícil explicar o que estava vindo e voltando em minha mente.
Entrei no WC, fechei a porta, tirei toda minha roupa e olhei as peças, a calcinha era exatamente a que usei pela primeira vez o conjunto com o sutiã, lógico que não tinha os enchimentos, o primeiro não tinha também, apenas um bojo. O shorts foi um dos experimentados naquela primeira vez. Vesti o sutiã e me olhei no espelho.