Aventuras na Universidade - Capítulo 3 - Doces Lembranças!
Bissexual, Universidade, Transição, Transex, Crossdresser
(Esta série é uma continuação de Sendo Livre, muitos fatos aqui relatados tem relação com ela, recomendo ler, mas pode ser lida separadamente.)
– Não, desse passado nada, mas vamos então falar do fim de semana do casamento.
Eu fiquei tentando achar palavras, Vanessa apenas fez aquela cara de que lembrava de tudo, que novidade a mais teria, então eu comecei meio gaguejando.
– Que, é … bom, quer dizer, é difícil achar palavras, então vou falar o que eu vivenciei e aí se ficar confuso me pergunte tá … eu ter transado com os meninos, não foi só pelas roupas, eu desejava aquilo, desejava saber como seria eu sendo passivo, mas jamais imaginaria que daria para um homem vestido de mulher, acho que a diferença entre o que eu desejava de transar com um homem e ter transado, que eu me imaginava gay, sendo passivo e não uma transexual, no sentido de roupa, seios, make etc sendo passiva e ativa. Tipo eu me via menino, o viadinho mesmo, sendo comido por um macho alfa, pelo menos isso ficou até os 16 anos me atormentando.
– Nossa por que esse auto preconceito.
– Tá, melhorando, é que é confuso ainda para mim, não totalmente, mas ainda é um pouco confuso, eu me imaginava, quando tinha uns 15 anos que viveria em um relacionamento homossexual, mas dois homens se relacionando, sem esse esteriotipo de ativo e passivo, mas no casamento, acabou que eu estava totalmente feminina e não tive nenhuma ação masculina com os meninos, apenas com você e Pri.
– É verdade, bem confuso, bom pra não ser a puritana, vou falar de algo da minha adolescência, em duas festas do pijama eu e minhas amigas nos masturbamos, duas se chuparam mas eu e outras duas apenas ficamos beijando seios e boca, fiz uma de minhas amigas gozar chupando o seio e dedilhando a vagina dela, depois ela retribui e gozei, mas foram estas duas festinhas, mas todas as meninas, nessa festa do pijama, se beijaram nestas festas na verdade eu acabei beijando todas também, brincamos de competir quem dava o melhor beijo, mas nem sempre é assim, quer dizer, bom, digo que nestas festas as vezes uma ou outra ultrapassa alguns limites, e eu em momentos mais diversos, na Universidade, no primeiro bimestre fiquei com uma menina, ela era amiga de minha colega de trabalho, moravam numa república de meninas, com uma amiga de beijos, bom vc deve ter percebido que parei de ir nas festas um tempo, não fui mais na república das meninas, foi por causa disso, meio que fiquei confusa.
– Bom isso explica sua calma e tranquilidade em beijar a menina no casamento, né?
– Sim, mas no casamento eu sabia exatamente o que iria sentir e desejar, se a menina da república insistisse teria transado com ela, diferente da adolescência, que foi mais por curiosidade e tesão de meninas ainda em formação. Mas confesso que foi muito mais do que imaginava, mas era isso. Quer continuar a ler a carta?
Entendi que já havíamos aberto coisas íntimas, precisávamos respirar e absorver estas informações, então voltei a ler.
“Peço desculpas se a frase acima possa ter dado algum desconforto, terei o maior cuidado de explicar isso pessoalmente a sua namorada, por favor, ai ai ai acho que não devia ter escrito.
Bom filha, eu tomei a liberdade, de colocar um brinquedinho ao fundo da mala, eu comprei, ia lhe dar no Natal, mas diante da impossibilidade de tocar no assunto e não ter um momento de nós duas sozinha, essa coisa aí, é uma coisa que sua namorada também pode usar, nela ou em você, é uma cinta com um pênis de borracha, parece loucura minha mas eu li muito, entrei num grupo de mães de transexuais e elas disseram que isso foi algo que ajudou suas filhas a não se prostituírem na rua, transarem com estranhos, então achei que poderia ser útil, jogue fora se assim acharem”
Bom, Vanessa que estava no comando da mala, puxou, eu sabia que ela tinha visto o pacote, não sabia o conteúdo, abrimos e era um calcinha ajustável, com um pênis de uns 16 cm acoplado, oco. Vanessa balançou, riu dizendo:
– Nossa menor do que o pênis do Robson, nem vai fazer cócegas em você amor, já em mim, arrombada que sou por você, só se … bom deixa pra lá.
– Credo, falando assim parece que da festa pra cá fiquei dando a bunda pra universidade inteira, eu hein, mas agora fala que significou esse só se…
– Ah, se você não quiser que eu use em você, seria legal vc me fodendo e o brinquedinho em outro buraquinho, hum, já te disse que amei DP?
– Vanessa, nem precisava né, eu bem vi seus gritos, bom vamos continuar com a carta.
“Mas filha acima de tudo, conte comigo, na verdade contem comigo, sei que Vanessa não lhe deixara sozinha, pode ser que daqui um tempo não estejam juntas mas sei que o amor dela por você é sincero, e puro e é de alguém que quer sua felicidade, mãe sente essas coisas, mãe e sogra percebem estas coisas e tenho plena certeza que ela irá lhe fazer feliz, qualquer que seja suas decisões.
Bom era isso, beijos!
Mamãe, te amo!”
Mas ainda depois disto tinha escrito em outra cor, logo abaixo da despedida.
“Deixei um perfume meu que você ama, fiz um kit maquiagem com uns batons, tem 2 cremes para pele e outros materiais de maquiagem, lápis e demaquilante, use sempre um bom demaquilante para não prejudicar sua pele e um pacotinho de bijuterias, tem um caixinha ai, caixa de anel, era o meu anel de 15 anos, agora é seu Filha.”
Eu fui e procurei o anel, abri e cai no choro, mamãe havia me dito que uma de suas frustrações foi não ter uma filha para entregar o anel e ali estava eu recebendo dela, tinha também dito que se eu tivesse uma filha seria para ela.
– Vanessa, olhe que lindo!
Falei colocando o anel no dedo, com os olhos cheios de lágrimas.
– Linda mesmo, parabéns amor, bom acho que tua mãe disse muito mais do que apenas o que está escrito nesta carta, nas coisas que tem na mala, veja essas bijus, é tudo novo, com os selinhos da compra, puxa, e agora Valentine, a gente abriu a mala pra pensar no que a nossa prima nos disse e veio essas coisas todas da carta, de sua infância, da minha infância, de nós duas, olha só que confusão, nossas confissões por sinal.
– Pois é meu amor, mesmo abrindo muito tarde a mala, mamãe veio na hora exata, puxa ela deve estar apreensiva de que até agora nunca falamos nada sobre a carta ou sobre as coisas da mala, do anel, será que ela pensa que abrimos e não deu nada certo do que ela desejou quando escreveu?
– Hum, realmente preocupante essa sua frase, me diga, o que você quer fazer agora Valentine, que rumo iremos tomar nós duas, ou o casal, afinal que caminho tomamos?
– Nossa, me assustou, eu quero ser … , quero ficar com você, ser seu namorado uai?
– Veja, pergunto agora lendo a carta, a mala, e tudo mais que já vivemos e estávamos dispostos a esquecer ou pelo menos havíamos deixado no passado, me diga, de seu coração, Valentine estará presente no nosso relacionamento ?
– Você acha possível? Tem espaço? Não te deixa mais triste em saber que seu namorado é gay? Quer dizer que eu fui em toda minha infância gay ?? Tive idas e voltas em minha vida quando adolescente?? Vi ser uma crossdresser e agora uma piranha que quando se vestiu pra um casamento não resistiu e deu para os primeiros dois que me cantaram?
– Olha, já lhe disse, gay … sei não, com essa pegada e essa forma como você transa comigo, acho difícil, pode ser um bissexual, transexual, sei lá. você pensa em ser minha namorada ou namorado, imagina ser crossdresser algumas vezes saindo comigo pra uma balada, ou se assumir uma transexual de fato, afinal quem ou o quê Vicente quer ser?
– Tem que escolher uma opção?
– Não, claro que não, mas e se tivesse que escolher?
– Amor, o mundo, digo, o que imagino ser o mundo atual, vendo nossa realidade agora de estudos, procurando uma profissão, essa realidade que estamos vivendo agora aqui em Curitiba, é diferente da antes de virmos pra cá, pois na nossa cidade nada disso caberia, neste mundo agora, como disse, não tem espaço para uma transexual, digo olhando a Universidade que faço, a menos que mude de curso, ou procure uma outra ocupação, ou seja sustentada por você, o que não tem sentido agora (ser sustentada), então eu seria seu namorado e quando você quisesse, ou melhor, permitisse, teria sim Valentine para lhe dar amor, achou complicado isso?
– Realmente é complicado, mas nossas vidas não são triviais né, nascemos as duas pra complicar a vida uma da outra, de nossas familia e de todos né, realmente aqui na Universidade, olhando meu curso aceitam gay enrustido ou uma transex, no seu curso não aceitam de forma alguma uma transex, não sei como lhe fazer feliz você tendo esse probleminha pra lidar na cabeça, mas de mim, eu te amo, amo Vicente, amo Valentine, amo a dualidade, lá na frente quem sabe lhe sustente e tenha então uma mulher como companheira, com seios reais, só não queria perder essa lindeza que tens na perna, amo sua pica, já me acostumei e adoro levar uma surra dela na bunda, amo me sentir arrombada por você, mas se um dia ela lhe trouxer problemas, siga-mos o que será melhor para você e eu me adequo ao que é melhor para mim.
— Tá certo, me convenceu, vamos fazer Valentine aparecer algumas vezes pra hoje, digo para os compromissos que temos pela frente, quanto a mamãe e família, deixemos para depois, vamos agora terminar de ver as outras coisas da mala.
Era claro para ambas, curso, vida etc já sabíamos os desafios e não imaginávamos estar preparados ou preparadas.
E assim fomos retirando tudo, enchemos a cama, no final ficamos espremidas, ela se levantou, pediu para lhe acompanhar até o meu quarto.
– Amor, temos que achar um espaço para Valentine, acho que logo teremos 50% de seu guarda roupas só dela, então vamos já tirar algumas coisas, depois colocamos na mala e levamos pra doar.
– Mas eu uso tudo, e não decidimos nada ainda, cuidado.
– Tá bom, então vamos fechar a mala e doar as coisas de Valentine, vem.
Eu puxei ela, abracei e chorei.
– Por favor, espere, me ajude, eu tô confusa, por favor.