CAPÍTULO 11
Tirando o efeito macabro que a nuvem negra ao fundo causava, o resto era uma paisagem de sonho. Henrique, que ainda olhava impressionado para ela decidiu que não eram apenas as nuvens que quebravam o encanto do lugar, mas a montanha escarpada que se erguia e da qual não se podia ver o pico exatamente por causa das nuvens também não oferecia uma visão que prendesse a atenção de ninguém pela beleza, mas sim por sua aparência que provocava arrepios.
Entretanto, contagiado pelos gritos de alegrias e risos das oito pessoas que estavam nos botes junto com ele, olhou para baixo e não pode evitar ser fisgado pela beleza do lugar. Era compreensível que todos estivessem tão felizes.
Os botes flutuavam no meio de uma enseada e avançavam lentamente em direção à areia branca que aparecia adiante. Atrás da areia, centenas de coqueiros ofereciam uma sombra convidativa e atrás dele uma densa floresta verdejante.
A direita deles, que estavam de frente para a praia e esquerda se estivessem na praia olhando para o mar, havia uma formação rochosa onde as ondas se quebravam com uma leveza que era como se elas estivessem acariciando as rochas. Henrique olhou para sua bússola e ficou impressionado ao ver que o ponteiro da mesma girava em uma velocidade incrível. Era como se todos os pontos cardeais possuíssem um magnetismo que tornava o aparelho totalmente inútil. Ele conferiu que o sol brilhava às suas costas, o que serviu para que ele conseguisse estabelecer que o astro rei estava a leste e o período do dia em que se encontravam era o dia e, com o passar do tempo, isso ficou confirmado com o sol se erguendo acima deles.
Henrique aprendera, durante suas viagens, a ficar sempre atento para que direção estivesse seguindo o navio no qual viajava e isso serviu para que ele determinasse os pontos cardeais daquela ilha, determinando assim que as formações rochosas que formavam a parede da enseada à sua direita eram o norte.
Ao sul havia outra elevação do terreno. Essa, porém, era coberta de uma vegetação cerrada e o que chamava a atenção era a algazarra das mais variadas espécies de pássaros que não estavam nem aí para a presença deles ali. Essa, porém, tinha a base menos íngreme o que fazia com que as ondas invadissem a vegetação, o que ele achou estranho uma vez que aquela vegetação resistia à salinidade da água do mar e dominava todo aquele espaço.
Mais tarde, ele iria descobrir que aquela praia tinha uma extensão de umas mil e oitocentas jardas, pois foi ele o encarregado de fazer a medida e, como contou seus próprios passos, mais tarde essa se tornou a medida oficial da ilha, medidas proporcionais às medidas obtidas por Henrique. Mas isso depois de um bom tempo na ilha.
Quando chegaram próximo à praia, todos saíram do bote direto para a água e, se o Ernesto não tivesse gritado ordens para que os botes fossem arrastados para a areia, eles teriam se perdido. Com uma alegria incontida, todos obedeceram, mas bastou constatarem que os botes estavam a salvo que voltaram para a água.
A euforia dos sobreviventes era tanta que ninguém percebia que havia coisas acontecendo que eram consideradas impossíveis, como por exemplo, o fato da demonstração que Nestor dava de que seu tornozelo machucado não mais o incomodava, pois era um dos que mais pulavam. Mas esse não foi o fenômeno que primeiro chamou a atenção.
Marguerithe, sem se importar com o fato de que usava apenas o casaco de pele, casaco esse que não era mais necessário, pois a temperatura estava no ponto exato para deixar as pessoas confortáveis, se livrou dele e, totalmente nua, ria e abraçava todos os outros. Foi o Ernesto que, sentado na areia da praia onde a Na-Hi, com a ajuda de Henrique, deixara seu corpo antes de se juntar aos outros, apontou o dedo para Margie enquanto gritava chamando a atenção de todos:
– Pessoal, olhem para a Margie. Vejam como o corpo dela brilha!
Todos olharam e a primeira coisa que chamou a atenção não foi a nudez daquele corpo pequeno e perfeito nem o fato de que, mesmo com seus movimentos bruscos, pois a ruiva não parava d e pular, seus seios apenas tremiam, demonstrando o quanto eram firmes.
O que deixou todos chocados foi que todo o corpo da garota cintilava à luz do sol. Era como se em sua pele tivesse sido incrustado milhões de minúsculos diamantes trabalhados para provocar aquele efeito. A pele da garota chegava a cegar de tão brilhante que estava.
Em sua inocência e sem perceber o que acontecia com ela, olhou para o Ernesto que ainda apontava para ela com a boca entreaberta e atribuiu isso ao fato de estar nua, então, com uma voz provocante falou:
– O que foi sogrão? Está gostando do que vê? – Ernesto confirmou com um aceno de cabeça e ela provocou: – Então fecha a boca que você está babando.
Ernesto apenas sorriu e usou toda a sua força de vontade para desviar o olhar. Mas ao fazer isso, percebeu que não era apenas em Marguerithe que o efeito estranho acontecia. Olhando para as outras mulheres, verificou que acontecia o mesmo com elas, porém, não exatamente igual, pois as cores eram diferentes: A pele negra de Diana emitia um brilho azul como se, em vez de diamante, sua pele estivesse toda coberta de minúsculas pedras de Topázio enquanto a pele de Pâmela resplandecia como uma esmeralda. Na-Hi e Cahya apresentavam um efeito idêntico, com suas peles brilhando em um tom amarelo como a Citrina. Por fim, a Milena que, não fosse o brilho que irradiava dela, não daria para notar qualquer diferença, pois o tom era do mesmo dourado que sua pele já exibia, porém, com o brilho, parecia que a garota tinha sido banhada em ouro.
Vendo que os tons das peles dos homens, embora não brilhasse tanto, imitavam os de algumas mulheres, com o Ernesto sendo igual ao de sua filha Milena, o de Nestor tinha o mesmo tom azul que Diana e o tom da pele de Henrique imitava a de Pâmela.
Admirado com o que via, Henrique olhou em volta e só então percebeu que o Nestor brincava na água como todos os outros e se lembrou de que ele tinha machucado gravemente o seu tornozelo, o que não permitiria a ele se dar ao luxo de manifestar sua alegria daquela forma. Achando que o negro tinha fingido uma contusão, provocou;
– Beleza Nestor! Onde é que foi parar toda aquela dor que você sentia e que não conseguia nem andar. Agora fica aí pulando.
Nestor, ao ouvir isso, fez a mesma expressão de Henrique, se assustando e dando a impressão de que ele nem havia se dado conta desse fato. Então ele olhou para seu pé e, além de ver que não havia ali nenhum inchaço, a atadura que estava enrolada um pouco abaixo do joelho e cobria o local onde ele se ferira e perdera muito sangue não estava doendo. Ele se inclinou e tirou a atadura e, quando olhou para a perna, mostrou para Henrique enquanto olhava para ele demonstrando a mesma descrença que o outro. Não havia ali nenhum sinal de ferimento. Quer dizer, um único sinal um pouco mais claro sua pele mostrava que naquele local tinha acontecido alguma coisa, mas parecia ter sido há muito tempo.
As mulheres, brincando na água, se aproximaram de Cahya e a dominaram. Independente de seus gritos de protesto, o seu vestido foi arrancado e ela não usava sutiã. Então seu corpo exuberante ficou à mostra, pois ela usava apenas uma calcinha de renda que o Henrique havia comprado para ela depois de implicar com o tamanho das roupas que ela usava.
Entretanto, era lógico que Pâmela e Milena não estavam ainda satisfeita com o exibicionismo que todas ofereciam e logo arrancaram suas calcinhas e ficaram nuas enquanto a Milena se justificava dizendo:
– Se a Margie pode ficar nua, então eu também posso.
– Eu acho que você está certíssima. – Disse Pâmela tirando a calcinha e a rodando sobre a cabeça antes de atirar na direção de Ernesto, sem conseguir que a peça de roupa chegasse até ele, caindo a metros de distância.
A partir daí as três peladas começaram a provocar as outras e não demorou em que a Diana e a Na-Hi as imitassem, ficando apenas a Cahya de calcinha e se tornando o alvo das outras que a atormentavam com a ameaça de que, se ela também não ficasse nua, elas a atacariam e arrancariam a última peça de roupa que ela usava.
Não demorou em que elas fizessem isso e Cahya, embora rindo, se defendia delas e em um momento que conseguiu ficar a uma distância segura de um novo ataque ela olhou para o Henrique com um olhar que dizia que ela estava muito a fim de ceder ao desejo das outras. Ele, que em uma situação normal jamais admitiria que sua esposa ficasse nua diante de outras pessoas, principalmente havendo ali dois homens e um deles já ter declarado que era apaixonado por ela, porém, uma sensação diferente o invadiu e ele se sentiu atraído pela situação de ver sua linda mulher nua diante dos outros e fez um momento de assentimento com a cabeça. Cahya sorriu, mas não fez nada, apenas esperou pelo próximo ataque das mulheres e, embora pedisse para que elas não fizessem isso, seu corpo não teve a menor reação e sua calcinha lhe foi arrancada, deixando a sua nudez exuberante exposta para todos os que ali estavam.
Enquanto as mulheres brincavam e Henrique e Nestor olhavam embasbacados para elas, sem conseguir se fixarem em nenhuma, pois todas as seis eram belíssimas. Até mesmo Na-Hi com sua magreza e seus seios diminutos chamaria a atenção de qualquer homem. Mas o mais estranho entre todas as coisas estava acontecendo sem que ninguém notasse.
O Ernesto, desde que os botes saíram do nevoeiro, sentia um calor em suas pernas inúteis. Isso era algo novo, pois desde que ficara preso a uma cadeira de rodas jamais havia acontecido. Ele estava tentando achar uma explicação para isso quando sentiu seus pés coçarem. Era aquela coceira normal que acontece quando seus pés ficam sem receber sangue e de repente o sangue começa a fluir por eles. Sentindo o desconforto, ele esticou as mãos para tirar os sapatos que usava, mas não conseguiu dobrar o corpo o suficiente para alcançar os pés. Então, por reflexo, ele dobrou os joelhos e ficou de boca aberta ao ver que seus membros inferiores estavam obedecendo aos seus impulsos.
Com a cabeça rodando a mil, ele até parou de sentir o incômodo nos pés e resolveu testar, repetindo o movimento e depois repetiu com a outra perna obtendo o mesmo resultado. Finalmente, a coceira nos pés voltou a incomodar e ele tirou os sapatos, a meia e começou a massagear os pés, alternando entre eles, o que não estava resolvendo.
Desesperado, pois a sensação causada pelo fluxo de sangue em seus pés estava ficando insuportável, ele se levantou do bote, foi para a areia e gritou para Pâmela para ajudá-lo. A mulher ficou estática ao ver seu marido caminhando pela areia, mas Na-Hi correu para ele sem se importar com sua nudez e perguntou o que estava acontecendo. Ele explicou o que acontecia e ela fez com que ele se deitasse na areia e depois começou a massagear violentamente o seu pé. Foram necessários mais que quinze minutos de massagem em cada um dos pés para que o incômodo passasse e, quando acabou, todos os oito integrantes daquele grupo estavam diante de Ernesto olhando para ele sem entender nada. Então, ele se levantou e disse:
– Essa ilha é mágica. Ela não cria só esse efeito em nossa pele, mas também tem poderes curativos. – Depois, olhou um a um e no final gritou: – EU POSSO ANDAR NOVAMENTE!
Milena, que tinha ficado mais a distância olhando preocupada para o seu pai, venceu a distância que os separava como um bólido e se atirou em sem colo. Como o Ernesto não estava preparado para isso e seu corpo desacostumado a ter que se equilibrar, ele não resistiu e caiu no chão e na queda arrastou Milena que ficou caída sobre ele.
O contato dos corpos, com a garota nua por cima de seu pai, causou o efeito esperado e ao mesmo tempo impossível de evitar. O pau dele, encostado em sua bucetinha, começou a ficar duro. Porém, ninguém ali ficou constrangido e o que se viu foi todos aplaudindo ao Ernesto, enquanto Milena falava ao seu ouvido antes de se levantar:
– Viu só? Tem alguém ali querendo explorar alguma coisa. Agora vou deixar passar, mas você não vai se ver livre de mim.
Isso só serviu para que o pau de Ernesto tivesse um balanço involuntário e ficasse ainda mais duro.
E de repente todo o clima que surgiu com aquela situação foi quebrado, e pela mesma pessoa que parecia estar destinada a isso. Pois Na-Hi falou:
– Está tudo ótimo. Dois milagres aconteceram, pois o Nestor também está curado e parece que mais uma barreira vai ser quebrada em breve. Mas nós não temos ninguém aqui para nos servir, então, mãos às obras e vamos pegar tudo o que tem naqueles botes.
Alguns a apoiaram e outros protestaram, mas todos se juntaram a ela e em poucos minutos as malas tinham sido retiradas dos botes e deixados ao lado onde Margie tinha deixado o casaco de pele e depois os capotes de couro que alguns tiveram tempo de vestir antes de abandonar o barco também foi deixado ali. A coreana era quem dirigia os trabalhos dizendo para onde deveria ser transportado cada um dos objetos que ela ia tirando das malas depois de abri-las. Havia algumas latas de conserva, água mineral, mas a maior parte era de ferramentas. Havia um martelo, dois serrotes de tamanhos diferentes, algumas chaves de fenda, um formão, três facões e várias facas menores. Parecia até que Na-Hi sabia que eles iriam parar em uma ilha deserta e fez questão de providenciar para ter esses utensílios ao alcance da mão.
Primeiro ela pegou as facas. Eram idênticas e entregou uma para cada um dos sobreviventes enquanto dizia:
– Isso é só uma ferramenta e, se for usada como arma, será apenas para a caça ou se defender de algum animal. Se alguém tentar contra a vida de outra pessoa, eu mesma vou me encarregar de tirar a faca dele e, dependendo do caso, até matá-lo.
Na-Hi dava ordens como se fosse a líder daquele grupo e não demorou para que o Nestor, e também o Henrique, demonstrassem sua contrariedade com esse fato. Então o Ernesto reuniu a todos diante dele e falou:
– Eu sei que todos esperavam que eu assumisse a direção dos trabalhos aqui. Mas isso não seria o correto, pois só pode dirigir um trabalho quem tem a capacidade de fazê-lo mesmo sem a ajuda dos outros, e essa pessoa é a Na-Hi. Então, embora não seja definitivo, no momento ela é a chefe. Mais tarde surgirão outras atividades onde cada um de nós terá que assumir essa função. Essa é a melhor forma de sobrevivermos aqui e eu espero contar com a cooperação de todos, pois nossas vidas dependem disso.
– Agora, eu pediria para que essas lindas mulheres vestissem alguma roupa porque temos uma tarefa a cumprir e não creio que nós homens estaremos aptos para elas diante de tanta provocação.
– Se acha que é provocação é porque vocês estão com tesão, pai. Então o que você acha da gente resolver esse problema antes de qualquer outro.
Cinco pares de mãos bateram palma. Apenas Na-Hi olhava para Ernesto esperando por sua resposta, indicando que, para ela, qualquer alternativa seria válida. Por outro lado, o Henrique olhava para Cahya que, com um sorriso de orelha a orelha, era uma das mais entusiasmadas.
Mas o Ernesto, fazendo um esforço supremo para não deixar que o desejo ficasse acima das obrigações, recusou a sugestão da filha e pediu para que Na-Hi assumisse os trabalhos. Ela se postou na frente de todos e falou:
– A primeira coisa que precisamos descobrir é de quais recursos dispomos para a nossa sobrevivência. Logo estaremos necessitando da pesca, da caça e de frutos para nos alimentarmos e, antes disso até, de água potável. Por isso somos obrigados a explorar a ilha. Vamos nos dividir em grupos de três e cada um sai em uma direção. Vamos combinar que, independente do resultado, não devemos ir longe e nem ficar muito tempo fora, pois não sabemos o que vamos encontrar. O tempo e a distância que vocês devem ir ficam a critério de cada um já que não temos como medir nenhum dos dois. Se dois grupos chegarem aqui e um terceiro demorar, todos irão procurar pelos retardatários.
Todos concordaram e o Ernesto começou a dividir o grupo:
– Como somos três homens e seis mulheres, é justo que cada grupo seja composto de um homem e duas mulheres. No meu grupo vão a Pâmela e a Cahya.
– Ah! Por quê? Eu quero ir com meu paizinho. – Disse Milena.
– Não vai não. É melhor evitar tentações. – Ernesto falou isso, mas olhando para Margie que sentiu um calor em sua virilha enquanto olhava para aquela bucetinha, fazendo com que a garota ficasse com o rosto vermelho, o que não impediu que ela sorrisse para o Ernesto que, procurando se controlar, já tinha voltado a definir os grupos e a direção que cada um deles devia ir: Eu vou em direção àquela mata que vemos ao sul. O segundo grupo será formado pelo Nestor, a Na-Hi e a Milena e vão explorar o interior. Os que sobraram, que são o Henrique, a Diana e a Margie vão para o norte para ver o que naquela formação rochosa e além dela.
– Se era para evitar tentação, eu estou ferrado! – Brincou o Henrique e todos riram. Até aí tudo bem, pois essa era a sua intenção, mas quando ele viu que a Cahya olhava para ele sorrindo e com um brilho de tesão nos olhos, ele ficou trêmulo se perguntando se aquela situação estava deixando a comportada Cahya preocupada, porém, sua mulher parecia estar sobre algum outro poder mágico daquela ilha, pois até mesmo o seu jeito de andar se tornara ainda mais sensual. Mas sua atenção se voltou para Diana que dizia:
– Vamos logo, meu lindo. Eu prometo que, se acontecer alguma coisa, eu não vou te devorar todo. Vou guardar um pouco para sua mulher.
Todos riram do comentário da negra que, com o efeito do sol, se assemelhava a uma estátua de ébano cravejada de pedras preciosas. Entretanto, a alegria logo teve um fim com o Ernesto chamando a atenção de todos e exigindo que a exploração fosse iniciada imediatamente.
O grupo de Ernesto não teve dificuldades. Ele solicitou a ajuda de Pâmela para memorizar o que eles encontravam, pois não havia como anotar. O resultado foi que, quando regressaram, traziam ótimas notícias sobre a existência de uma variedade muito grande de frutas, inclusive, trazendo uma de cada espécie entre aquelas que conseguiram carregar. A intenção era mostrar para os outros quais eram conhecidas por ela e ficassem a par das que eram comestíveis e também para verificar se havia alguém que pudesse prestar alguma informação sobre as que nunca tinham visto.
A descoberta do grupo de Henrique foi ainda mais importante. Não longe dali, cerca de uns trezentos metros apenas, o solo já começava a se elevar e logo no início da elevação havia uma cachoeira que despejava suas águas em um belo lago de águas tão limpas que dava para ver o fundo e um cardume de peixes nadando despreocupadamente dentro dela. Eles experimentaram a água e descobriram que era potável, o que significava que eles não teriam problemas com a falta dela. Depois desse lago, a subida começava a ficar íngreme, mas eles foram até o topo da montanha e descobriram que, além dela, havia outra praia que seguia em linha reta até se perder de vista e, por mais que procurassem por algum sinal, não viram nenhum que indicasse que aquela ilha fosse habitada.
O último grupo a chegar foi o que Na-Hi, Nestor e Milena faziam parte e o relatório dele só tinha de favorável o fato de encontrarem muitas pegadas de animais indicando que a caça naquela ilha era abundante. O resto era só más notícias. Eles andaram por uma mata não muito densa por meia hora, o que fez com que Na-Hi, considerando as paradas que fazia para examinar as pegadas que encontrava, devia ser de dois quilômetros e se viram sobre um espigão que descia para um vale que se estendia até chegar ao sopé da estranha montanha que, segundo ela, era tão íngreme que a intenção de escalar a ela não era aconselhável, mesmo porque, ela não conseguiu ver a altura da montanha, pois o pico da mesma estava oculto pela nuvem negra. Outra observação que ela fez foi a de que, tendo ido sozinha até próximo à base da montanha, notou que a vegetação próxima a ela estava seca e quebradiça, como se tivesse sido queimada. Também observou que estranhou o fato de que ali não havia o menor sinal de vida animal. Nenhum inseto, pegadas ou qualquer outra coisa indicando que a vida ali existisse.
– Muito bem. Então fica determinado que a exploração daquela região devia ser evitada a todo custo. – Decretou o Ernesto e depois, se dirigindo a Na-Hi, ordenou: – Já que foi você a ir lá, quero que você determine um limite que não deve ser ultrapassado sem que haja uma razão indispensável para isso. Mesmo assim, depois de uma reunião.
Todos concordaram e depois voltaram para o mar. Então, perceberam que o sol se punha e o véu da noite começava a cobrir a ilha. Isso era algo que eles não esperavam, pois eles ainda pensavam que, em virtude da localização deles no momento do naufrágio, estavam próximos ao polo sul e isso queria dizer que não haveria noites naquela época do ano. Aquilo passou a ser para eles mais um enigma que aquele estranho lugar apresentava a cada momento.
A necessidade agora era de uma fogueira. Eles não sabiam ainda que tipo de animal havia naquela ilha e precisavam se proteger e logo ficou explicado que o fogo só servia mesmo a esse propósito, pois mal o sol se pôs e no horizonte leste uma lua surgiu. É verdade que a lua quando estão no horizonte parece ser maior do que realmente é, mas não daquela forma. Ela era enorme e passava a impressão de ter duas vezes e meia o tamanho da lua que eles estavam acostumados a ver. Depois, quando ela ganhou o céu e ficou mais alta, esse tamanho ficou reduzido, mas ainda assim muito grande. Além disso, sua luminosidade era incrível, pois a claridade que ela oferecia era pouca coisa menor que a do sol.
Quando todos estavam parados embaixo de uma árvore frondosa que se destacava entre os coqueiros, a Na-Hi disse que estava na hora da primeira refeição deles na ilha, pois naquele dia ninguém ainda tinha se alimentado. Então ela foi até o local onde mandou guardar as latas de alimentos em conserva que trouxera, mas quando ela informou a sua intenção, o Ernesto a interrompeu dizendo:
– Esse trabalho não é seu. Quem tem que cuidar da nossa alimentação é a Cahya. É ela que vai decidir o que podemos comer ou não.
Como se fosse a coisa mais natural do mundo, a Cahya se levantou e, depois de perguntar para a coreana aonde ela tinha guardado os alimentos, foi na direção indicada e voltou de lá com cinco latas de conserva e falou:
– Hoje todo mundo jantar feijão preto e carne em conserva. Não ter talheres, cada um comer com faca. Cuidado para não cortar boca e também poder usar mãos. Ninguém ligar.
Ela depositou as três latas de feijão diante de cada homem enquanto falava:
– Tudo três de novo. Agora não ter problema se tentação – Disse Cahya rido e depois completou: –. Carne cada tira pouco e passar para o outros. Dois latas servir.
Henrique notou que a Cahya tinha assumido de vez o jeito de falar usando o infinitivo impessoal e também que ela nunca tinha falado com ele frases tão longas. Mas ele ficou feliz por ela estar conseguindo se comunicar tão bem.
– Quantas latas sobraram lá? – Perguntou Ernesto.
– Você só trazer carne em conserva e feijão. Dar três dias. Lá ter também alimentos desidratados. Nós já ter água potável e ser cinco dias para acabar tudo.
– Até lá já estaremos em condições de caçar e pescar.
– O problema vai ser o tempero. Não tem nem sal aqui, ou você se lembrou de trazer. – Reclamou Pâmela
Na-Hi olhou para o mar e disse:
– Sal é o que não falta por aqui. – E depois perguntou para o Henrique: – Vocês foram em direção àquela montanha cujo solo é pedregoso. Você acha que tem algum lugar lá onde podemos armazenar a água do mar? Se tiver podemos usar o método de decantação e evaporação.
– O que é isso? – Perguntou Margie curiosa.
– É o método de separação de matérias. O sal é mais denso e se ficar parado logo se deposita no fundo. Enquanto isso, a água evapora por influência do sol e no final temos o sal. Você não estudou isso no colegial?
– Lembro-me do professor de química comentar sobre isso. O problema era que ele era tão lindo que, enquanto ele falava em separação de matéria eu ficava imaginando a mistura da matéria. No caso, o corpo dele com o meu.
– Nossa! E o que você fez para ser aprovada?
– Misturando as matérias, lógico. Ele falava de separação durante as aulas e depois ele misturava a matéria dele com a minha. Nossa! Como aquele homem era gostoso. – Disse Margie revirando seus lindos olhos verdes.
Todos riram do jeito de Margie falando. Com isso ela revelava que era putinha desde sempre.
Depois disso se preparavam para dormir. A cama seria a própria areia, porém, demonstrando que ali havia nove pessoas más intencionadas, eles procuraram ficar bem distantes uns dos outros, até mesmo se esquecendo da segurança fornecida pela fogueira. Apenas o Henrique se lembrou disso, mas quando comentou com Cahya ela respondeu:
– Se bicho aparecer, você pega eu e corre.
Quando eles ficaram isolados, o Henrique perguntou:
– Você não está mais brigada comigo?
– Não mais. Aqui vida nova. Tudo novo.
– Você sabe o que eu estava fazendo na hora do acidente com o iate?
– Sei sim. Você estar fodendo Diana e moça ruiva. Nome dela eu não saber.
– Marguerithe, o nome dela é Marguerithe, mas pode chamar de Margie que ela não liga.
– Margie. Ela ser muito gostosa. Pequenita, mas gostosa.
– Você não fica brava? Você fala como se fosse a coisa mais natural do mundo?
– Não ficar brava. Agora não. Quando ver que ela estar nua, só casaco de pele, eu jurar matar ela e matar Diana. Matar duas e cortar pau seu fora. Agora não saber. Tudo parece ser diferente.
– Diferente como?
– Não saber. Eu ficar pelada frente todo mundo e o jeito do Ernesto olhar meu corpo deu tesão. – Ao ver que o Henrique olhava para ela com expressão séria, falou: – Ih! Agora você brigar. Eu não ter culpa e você também tesão de ver mulheres todas nuas.
Aquilo era verdade e Henrique tinha que reconhecer isso. Mas não era isso que ocupava seu pensamento. Na sua cabeça se formou a imagem de Ernesto fodendo a Cahya e, como se não bastasse, seu pensamento foi além e logo era Cahya transando com Ernesto e Pâmela ao mesmo tempo. Seu pau ficou duro e ele começou a mudar os personagens naquela foda criada em sua cabeça com a Pâmela sendo substituída por cada uma das mulheres. Ninguém escapou. Então, de repente, já não era Ernesto, era o Nestor e ele chegou até a se assustar porque, ao pensar que até o dia anterior era algo impensável, agora seu pau continuava duro. Então ele resolveu arriscar uma pergunta.
– Você tem coragem de foder com o Ernesto?
Cahya olhou para ele e não respondeu. Isso já era sinal de que a resposta era sim, pois se fosse não ela teria dito logo. Então ele resolveu ir além e fez nova pergunta:
– E com uma das mulheres. Pâmela, Milena e as outras. Você tem coragem?
Cahya se virou para ele, ergueu a cabeça se apoiando na mão direita cujo braço estava dobrado com os cotovelos apoiado na areia, olhou bem nos olhos dele e disse.
– Não ser coragem. Coragem eu ter. E eu saber que vai acontecer.
– Como assim? O que deu em você para saber que vai acontecer?
– Eu saber por que, brigar com você e depois sonhar com isso.
– Você sonhou com isso? Com qual deles você sonhou?
– Sonhar com todos. O sonho mudar e sempre era outra gente. Eu acordar gozando.
– Olha só. Eu não sabia que você era assim.
– Assim como?
– Safada desse jeito.
– Eu também não saber. – E depois de um tempo em silêncio ela perguntou: – Você bravo?
– Eu não sei. Preciso de tempo para pensar nisso. Acho que vou ficar muito bravo se isso acontecer.
– Então por que pau seu estar tão duro?
Era verdade, aquela conversa estava deixando o Henrique tonto de tesão, porém, revelando uma sabedoria que ele não conhecia, Cahya não esperou que ele respondesse e falou:
– Agora não importar. Agora você foder Cahya. E foder bem gostoso. Igual fodeu branquinha. Senão eu matar você.
Cahya disse isso já tirando seu vestido. Por baixo ela não ousava nada e já estava completamente nua e puxando a calça e cueca de Henrique ao mesmo tempo, sequer se deu ao trabalho despi-lo por completo e já atacava o pau dele com sua boca gulosa.
Henrique olhou para o lado e a claridade da lua permitiu que ele visse um quadro que provavelmente a Cahya estava assistindo enquanto eles conversavam. Não longe dali a Margie estava de quatro chupando a buceta de Pâmela enquanto o Nestor fodia com força a sua bucetinha segurando firmemente o quadril da ruivinha.
Ele se perguntou que, se a Pâmela estava ali com a Margie e o Nestor, o que estaria fazendo o Ernesto sem a sua esposa? E Na-Hi. Onde estaria a séria coreana?
Como se sua pergunta tivesse sido feita em voz alta, a Na-Hi surgiu diante dele como por encanto e, sem pedir licença, se ajoelhou ao lado dele, segurou os cabelos de Cahya puxando sua cabeça para cima e, sem dar nenhuma explicação colou sua boca à dela em um beijo cheio de tesão, ao mesmo tempo em que com uma das mãos procurou por seu pau e começou a fazer carinhos nele. Depois do beijo, as duas se dedicaram a chupar seu pau. Henrique se deliciava com aquelas duas orientais chupando seu pau com alguns intervalos em que se dedicavam a beijar uma na boca da outra.
Quando um dos beijos parou, a Cahya olhou para ele e o que ele viu o deixou impressionado. Com um belo sorriso em seus lábios sensuais, ela olhava para ele com a mais pura expressão de tesão. Como ele não disse nada, ela começou a tirar a roupa de Na-Hi que sempre usava camiseta e calça de sarja larga. A coreana não usava sutiã e não demorou em que seus seios não desenvolvidos estivessem à mostra. Era quase como se ela não tivesse seio, mas seus mamilos delicados e durinhos era um convite a uma chupada e foi o que aconteceu. Na-Hi, enquanto Cahya a livrava da calça, se inclinou para ele oferecendo aqueles moranguinhos para serem chupados e ele não vacilou, atacando os bicos dos seios dela como se sua vida dependesse disso.
Se Na-Hi já estava gemendo com o prazer que a boca sedenta de Henrique lhe proporcionava, os gemidos se intensificaram e, ao notar isso, o Henrique olhou para onde estava Cahya e viu que ela, depois de ter tirado a calcinha da coreana, se ajoelhou atrás dela e agora estava chupando sua buceta.
Entretanto, as surpresas de Henrique estavam longe de acabar. Depois de fazer Na-Hi gozar com sua língua, Cahya veio até ele e o beijou na boca dividindo com ele o gosto daquela xoxota que ele ainda não conhecia e em seguida falou baixinho:
– Agora você foder Na-Hi.
E antes que ele pudesse dizer alguma coisa, a coreana já montava sobre ele. Foi Cahya que segurou o seu pau e posicionou na entrada da buceta da outra que, sem dar tempo para ele reclamar ou concordar, foi se abaixando e engolindo o pau dele com sua buceta. Imediatamente a Cahya ficou de joelhos e começou a alternar beijos na boca dela ou a chupar seus apetitosos mamilos.
Quando Henrique sentiu que ia gozar, a Na-Hi já tinha tido um orgasmo e estava a ponto de gozar pela segunda vez. Preocupado ele tentou tirar a mulher de cima dele, mas ela, com a voz entrecortada pelo tesão, pediu:
– Não... Tira... Não... Por favor... Quero... Aiiiii... Sentir sua... Porra... Dentro... Da minha... Minha buceta.
E Cahya, que ao perceber o que estava para acontecer, se deitou ao lado dele e, depois de morder o lóbulo de sua orelha, falou ao seu ouvido:
– Goza amor. Por sua porra na bucetinha dela... Deixa putinha sentir porra seu na bucetinha.
Foi o tiro de misericórdia. Sem conseguir desistir Henrique deu um grito ao despejar sua porra na buceta que Na-Hi, em seu segundo orgasmo, apertava com seus músculos vaginais o seu pau fazendo com que seu prazer fosse ainda maior.
Depois disso, enquanto ele descansava, teve que assistir a Cahya limpar sua porra da buceta de Na-Hi enquanto a coreana a fazia gozar com sua língua, em um adorável sessenta e nove com duas orientais.
Mais tarde, depois de ele foder a Cahya e gozar no cuzinho dela, os três ficaram juntos conversando. Em determinado momento o Henrique perguntou para a Na-Hi se ela não temia ficar grávida ao deixar que ele gozasse dentro dela. A coreana foi didática ao explicar para ele em seu português impecável:
– Henrique, preste atenção. Nós estamos nessa ilha há apenas um dia e tantas coisas estranhas já aconteceram. Até o fato de chegarmos aqui já parece ter sido um milagre, ou magia. Como também foi a magia que fez o Ernesto andar e o Nestor ficar curado de seu pé e do profundo corte que tinha na perna. Isso não te faz pensar que, se eu tiver que ficar grávida eu vou ficar mesmo que você goze na minha boca? Aqui tudo pode acontecer e acho bom você acreditar logo e assumir que estamos vivendo em um mundo mágico que muitos sonham, mas só nós conseguimos conhecer.
Aquela foi a fala mais longa que ele ouviu a Na-Hi dizer. Por um segundo ele imaginou que não demoraria em que Cahya também estivesse discursando daquele jeito. Sorriu ao pensar nisso, mas logo voltou seu pensamento para o assunto em questão e, ligando todos os fatos que ele vivenciou naquele dia e os relacionando com aquela ilha que mais parecia um paraíso, ele concordou com ela.
Logo os três voltaram a trocar carinhos e Na-Hi cobrou de Henrique ser fodida em seu cuzinho. Ela disse que não costumava fazer isso, mas diante do prazer que viu Cahya ter, queria experimentar também. E Cahya mais uma vez surpreendeu ao agir de na intenção de deixar o cuzinho da coreana pronta para receber o pau de seu marido. Ele ficou impressionado como ela repetiu em Na-Hi tudo aquilo que ele fizera com ela quando comeu seu cu pela primeira vez, não dispensando nem mesmo usar sua língua para deixar o rabinho da outra pronto para receber seu pau.
Enquanto isso, o trio próximo a eles parecia já estar saciado e dormindo. Margie deitada de lado e com a cabeça apoiada no seio de Pam que a abraçava e o Henrique deitado atrás da ruivinha em uma posição de conchinha.
E enquanto tudo acontecia entre eles, não longe dali, Ernesto, Diana e Milena também tiveram a primeira noite naquela ilha repleta de prazeres.
Mas não que isso fosse da forma como a loirinha pretendia e nem evitou que seu pai ficasse muito aborrecido com ela.