Pessoal, obrigado por acompanhar a história. Mas se você não pegou o início, volte 2 casas.
Ele é surpreendido.
Parado, mãos ao alto. É a polícia!
— Não fiz nada, senhor!
— Jeferson Guedes?
— Sim...
— Está preso pelo assassinato de Christian Xavier da Silva.
— Não matei o Chris! Na verdade, estou fugindo do assassino.
— Como assim?
— Tenho medo de ser o próximo.
— Por isso está se escondendo?
— Sim... Sei de muita coisa. Sou um arquivo vivo.
- Conte-me mais sobre seu envolvimento com o Chris.
Jeferson, nervoso, começa a falar. Sua voz tremia, mas havia algo nele que transmitia sinceridade.
— Sobre o Chris... nós montamos o clube sem que o gerente soubesse. As camareiras, o concierge, todos sabiam e recebiam uma grana para manter a boca fechada. O quarto ficava numa área do hotel onde a câmera não pegava.
— O que mais?
— Chris quis entrar no esquema para ganhar uma grana extra. Ele era gato, bem gostoso... Uma passiva de respeito. Os homens ficaram loucos por ele. Um em especial... Pedro.
— O que você sabe sobre ele?
— Disse para Chris visitar seu quarto, o 87. Chris estava apaixonado por ele. O homem prometeu ser seu "daddy". Mas antes de morrer, Chris descobriu que o homem tinha identidade falsa.
— Prossiga...
— Chris ficou com medo, pediu a chave do quarto porque queria fazer algo especial para o Pedro. E foi a última vez que o vi.
A investigação ficou estagnada no tal Pedro, o fantasma. O material recolhido não ajudou: cacos de vidro, algemas, chicote, um crucifixo, marcas de pegadas inconclusivas... As imagens de segurança do hotel não registraram nada. Tínhamos poucas evidências concretas.
Depois de um mês sem progresso, pensei em pausar o caso e seguir em frente com outra investigação. Mas antes, algo me deteve.
Em uma viagem de balão por Boituva, no aniversário de noivado, Lucas fez um pedido surpreendente. Fiquei sem palavras, mas aceitei, é claro. Era um momento único, cheio de romance e emoção.
Ah, esqueci de mencionar, mas tenho um noivo, Lucas, engenheiro civil. Estamos juntos há algum tempo e temos planos para o futuro. Lucas trabalhava em uma grande construtora e liderava projetos complexos na região.
Ao contar a novidade para meu pai, no entanto, ele teve uma reação estranha. Chorou copiosamente, ficou triste e cabisbaixo.
Bruno questionou Lucas, com olhos marejados, se ele também achava estranho o comportamento do pai que, em vez de se alegrar, ele estivesse se sentindo... desconfortável.
Algumas semanas depois, uma chamada de homicídio mudou tudo. Um GP chamado Dante Álvarez foi encontrado morto da mesma forma que Christian. O assassinato parecia seguir o mesmo padrão, mas havia algo de novo.
Na investigação, pedimos as imagens das câmeras de segurança e, após horas analisando as imagens borradas, vimos um homem encapuzado, mas a resolução era tão ruim que não podíamos identificar com precisão. No entanto, algo nos chamou a atenção: uma cicatriz na mão direita do criminoso. Era uma pista, mas muito vaga.
Fizemos entrevistas com os vizinhos e, finalmente, encontramos uma pista relevante. O criminoso tinha um carro HB20 branco, de placas terminadas em 26. Puxamos os dados do Detran e descobrimos três veículos suspeitos.
Um deles estava registrado no nome de... o pai de Bruno.
A coincidência era no mínimo desconcertante. O pai de Bruno apareceu na investigação de uma forma inesperada. Durante um churrasco de domingo, Bruno chamou o pai de lado e comentou sobre o caso. Riu da situação, como se fosse algo ridículo.
— Filho, você sabe que não tenho nada a ver com isso. Nem sei atirar. Minhas costas não aguentam mais essas dores. Isso é coisa para um homem mais novo.
— Concordo, pai. Vamos pegar esse bandido.
— Com certeza, temos que limpar a cidade dessa corja.
— E sobre o casamento, quero que o senhor...
— Filho, podemos falar disso depois?!
— Por quê?
— Deixei as carnes na churrasqueira. Não vamos comer carne queimada, né?
— Hahahaha, verdade...
As investigações avançaram e, após eliminar dois motoristas suspeitos, restava apenas um: João Vitor de Lima, que morava próximo à delegacia, nos Campos Elísios. Quando foi questionado, disse que o carro estava na oficina há três meses devido a problemas no motor. O álibi dele foi confirmado: o veículo estava, de fato, na fila da retífica.
— Que merda! Vou procurar o Jeferson novamente.
Ao questionar Jeferson sobre o suspeito e o carro, ele negou saber qualquer coisa sobre o HB20 branco. Mas quando Bruno abriu o celular para mostrar a imagem do suspeito, Jeferson reagiu de forma inesperada.
— Você é um asqueroso.
— Como assim?
— Duas caras, traidor.
— Me explica o que está acontecendo!
— Você conhece o Pedro.
— Conheço? De onde?!
— Aí, do celular. Está na tela.
Jeferson, visivelmente nervoso, ficou pálido ao ver a foto na tela do celular. Ele se desesperou e, em um movimento abrupto, se levantou e fugiu novamente.
Na proteção de tela do celular estava a foto do churrasco, com Lucas, o pai de Bruno e ele mesmo. Quem Jeferson reconheceu? O que ele não estava contando?
**<(Continua no próximo capítulo)>**