- Ela desce, desce, desce, gosta de ir até o chão. Ela fica me olhando com dedo na boca, descendo no chão. – MC Koringa cantou no palco do Caldeirão, eu coloquei as mãos nos joelhos, fui no calcanhar e dei aquela empinada que chama atenção.
Rebolando do meu lado, a Jéssica começou a rir, me imitou e fez o mesmo movimento de chacoalhar a bunda, nós dois soltinhos na sala da casa dela. Segui os passinhos do funk e automaticamente lembrei da época que minhas primas se reuniam pras noitadas da Via Show, do Olimpo, na Ilha dos Pescadores, Barra Music ou então no Castelo das Pedras. Me inspirei nelas, respirei fundo, empinei e rebolei a bunda em sincronia com a música da TV.
- Sento, sento, rebolando, chamando seu nome! Pra sair com a Pocahontas tem que ser sujeito homem. Sento, sento, rebolaaaando... – virei pra trás, chamei com o dedo indicador e só depois me liguei que quem estava atrás de mim era o pai da Jéssica.
Tio Adriano sempre foi um cara meio brabo e invocado, do tipo que tava sempre de cara amarrada e pouco papo fiado. Fisicamente falando, ele devia ter uns 1,79 de altura, 39 anos, quase quarenta, e o corpo parecido com o do Evandro Silveira na época que saiu na G Magazine, só que com barriguinha de chope, braços fortes e um peitoral de respeito. Tatuagem num bíceps, pernas cabeludas, barba escura, sobrancelhas grossas e porte físico de ex-policial militar, foi esse monumento de macho que observou minha rebolada e segurou o riso do sofá.
- E vai descendo, descendo, perdendo a linha devagar. E vai subindo, subindo, ela não para de dançar. Eu e minha namorada, a gente tava agarradinho. Até que meu amor bebeu um copo de vinho... – MC Leozinho entrou no palco do programa, cantou minha favorita, e eu e minha amiga ficamos que nem duas éguas com cãibra na sala.
- Por que o senhor tá rindo, tio Adriano? – me fiz de bobo.
- Porque... Na hora do ENEM, Jéssica não tem essa energia toda. É só pra dançar esse lixo de música. Preguiçosa.
- Você só não gosta de funk por culpa daqueles seus amigos da época da polícia. Bota uma coisa na cabeça, pai, cê não é mais PM. Pode viver a vida normal. – Jéssica não perdeu a oportunidade de responder afiada, como sempre.
- Não gosto de funk porque não é música! É coisa de vagabundo, de favelado! Tu é favelada, por acaso? – o paizão pegou pesado nos preconceitos. – Vai pro quarto estudar, chega de safadeza na minha sala! Quero ver filme, acabou o lazer de vocês.
- Se liga, pai! Eu já tenho 18, pô, deixa de ser careta! – ela fez birra.
- E daí, fedelha? Enquanto tiver debaixo do meu teto e comendo da minha comida, tu tem que obedecer. Se manda? Se sustenta?! Não quer estudar, não quer trabalhar, tá pensando o quê? Pro quarto, Jéssica! – ele levantou da poltrona, apontou pra escada e eu tive o luxo de contemplar o sovacão torneado e peludo do pai da minha amiga.
- Comendo da sua comida não, comendo da comida da mamãe. Só ela cozinha nessa casa, você parece que é filho del-
- PRO QUARTO, JÉSSICA! – Adriano aumentou o tom de voz.
- SACO! – a loira saiu pisando forte, nem se despediu de mim e subiu pro segundo andar com passos barulhentos, finalizando com a batida da porta do quarto.
Depois de berrar no pé da escada, o trintão virou na minha direção, voltou onde eu estava, cruzou os braços, me encarou e mostrou a carranca de poucos amigos, fazendo um semblante de nojento, repulsivo, enojado. Era como se Adriano tivesse raiva de mim por dançar funk com a filha dele. Talvez, em sua mente, eu desvirtuava Jéssica e a tirava dos estudos, por isso ele me observou e tentou me intimidar. Aí deu meia volta, sentou no sofá, aumentou o volume da TV e fez o funk da Mulher Pepita ecoar na sala.
- Tô à procura de um homem que vai me deliciar! Pepita aqui no funk vai te ensinar a dançar, eu tô louca pra rebolar! – a música tomou o ambiente, eu não dancei e escolhi ficar parado, olhando pro paizão da Jéssica.
Ele mordeu o cordão de São Jorge, ajeitou o relógio prateado no pulso, se mostrou inquieto e encheu a mão no volumão amontoado na bermuda de algodão. Suas panturrilhas grossas contraíram, Adriano não se aguentou, ficou de pé de novo, coçou a barba e armou aquele porte infalível de machão, de sujeito homem, todo marrento e tirado a valentão.
- Dança, Kaique. – mandou.
- Você não vale nada, cara. Sério, que papelão. Um pai de família desses se comportando igual novinho afobado. Hipócrita. – eu impliquei, claro que meti charme e fiz manha.
- Fecha o bico e dança, já mandei. Como é esse funk? Pra te deliciar?
- Mandou a filha pro quarto só pra me ver dançar, tio. Bahahaha...
- Tio é o caralho, moleque. Tio porra nenhuma, sou teu tio não. – ele apelou pro semblante de ruim e apontou o dedo na minha cara em tom de ameaça. – Agora cala a boca e dança. Dança igual tu tava dançando antes, rebolando e me chamando com o dedo. Pra me deliciar, vai.
- Gostou? UAHUAH! – me diverti no fetiche bobo.
- Não brinca, Kaique. Só dança essa porra.
- Você é casado, tio Adriano, se respeita. Eu tenho maior valor pela Marcinha, viu?
- Quero que se foda. A sorte dela é que eu não descubro quem é esse merda, senão já tinha passado a mão na pistola e me resolvido com ele.
- Para de drama que você não é desses. Fora que, me explica, como cê tem tanta certeza que ela tem um amante? – cruzei os braços. – Eu duvido.
- Quem abre restaurante domingo à noite, moleque? Deixa de ser inocente, ninguém engole uma desculpinha dessa. Onde ela tá agora?
- Tá trabalhando, ué. Restaurante abre domingo, sim.
- Não caio mais em conversinha. Agora dança, chega de papo. – o safado bateu no abdome e mostrou a pancinha de macho parrudo.
Não existia qualquer possibilidade de ser magrinho estando casado com uma cozinheira de mão cheia igual dona Márcia. Essa era, inclusive, uma característica da família da Jéssica: sempre que eu ia lá era um prato diferente servido na mesa de jantar.
- Não leva a mal, mas é que eu não quero ficar de conversa fiada com o pai da minha colega.
- Eu já mandei tu dançar, viado, não mandei? – ele levantou, apertou minha cintura e me imprensou na parede. – Vai dançar ou vou ter que implorar?
- Olha... Até que não é má ideia ver um ex-policial de joelhos por mim. Hahahaha! – debochei e isso fez ele ranger os dentes, de raiva.
Nossa história é a seguinte: eu e Jéssica somos melhores amigos e vizinhos desde bem pequenos. Nascemos e crescemos na Tijuca, um conhece a família do outro e eu me acostumei a frequentar a casa dela semanalmente, a gente tava sempre junto. Marcinha, por sua vez, era uma quarentona que mandava muito na cozinha, trabalhava de segunda a segunda pra não deixar faltar nada em casa e vira e mexe perdia algumas datas comemorativas da família, de tanto que era viciada em trabalho.
Essa ausência da esposa deixava o maridão frustrado e carente em casa, às vezes ele até cuspia um comentário ou outro sobre como se sentia sozinho e desconfiado da mulher. Adriano era um ex-policial que trabalhava como vigilante de galpão na madrugada e tava acostumado com a vida noturna, porém fazia mais o tipo sofredor do que traidor, isto é, preferia afogar as desconfianças no copo de cerveja do que ligar o foda-se e trair dona Márcia com alguma piranha na rua.
Perdi a conta de quantas vezes cheguei no casarão da esquina e peguei o trintão bebendo sozinho na sala, em completo silêncio, fumando cigarro, ouvindo Belo ou Sorriso Maroto. Dona Márcia vivia na correria do restaurante e não ficava em cima do marido, o que dava liberdade pro pilantra do Adriano tirar casquinhas minhas sempre que podia. E não faltavam oportunidades de ficarmos a sós quando eu visitava a casa da minha amiga, ou seja, conviver com o parrudo virou um teste de resistência pra mim e pra ele, especialmente sem Marcinha em casa.
- Desculpa incomodar, tio. Será que o senhor tira foto da gente dançando? – fiz o pedido durante uma tarde de sol quente no quintal do casarão.
O canalha me olhou de baixo a cima, viu que a filha tava perto e teve toda paciência do mundo pra não me dar a resposta mais marginal e atravessada de todas. Ele coçou a barba, pensou em dizer não, mas pegou o celular da minha mão e começou a fotografar, enquanto a gente rebolava e se requebrava ao som de Gaiola das Popozudas.
- Já tá bom?
- Não, tio, grava mais. – fiz manha, só faltei miar.
Eu não era inocente e sabia que ele tava me olhando pela lente do celular, então me comportei igual uma ordinária, uma ninfeta meio odalisca. Me senti uma ciganinha fazendo a toalha de tomara que caia, dei uma empolgada e empinei a raba pra dançar, foi quando o macho começou a suar de nervoso.
- Chega, já tá bom. Toma. – aí devolveu o celular e foi pra sala.
Nem tive como mostrar as imagens pra Jéssica, porque o pai dela só tirou foto do meu rabo e com o zoom no máximo.
- Cadê, amigo, ficou bom? – a loirinha ficou curiosa.
- Porra, seu pai não sabe usar a câmera. Não tirou foto nenhuma, acredita? – menti.
- Aff, mentira? Esse coroa não sabe nada, fala sério. – ela acreditou.
Tava na cara que o bofe me queria e se controlava pra não bater na minha bunda na presença da família, mas a gente andava no sapatinho e sem dar bobeira pra ninguém descobrir. Eu só provocava quando tinha certeza que não ia dar merda, e o Adriano parecia ator na hora de disfarçar. Tinha vezes que ele atuava com convicção e sequer olhava pra mim quando a filha ou a mulher tavam perto, dava até nervoso.
Um episódio que me deixou à flor da pele com o pai da minha amiga foi quando eu e Jéssica marcamos de pegar sol e renovar a marquinha no quintal da casa dela, com bronzeador, música e caipirinha. Nunca vou me esquecer desse dia, pois foi a prova real de que Adriano era maludo em qualquer roupa que vestia, fosse na farda de vigilante, no short de dormir ou nas sungas de praia. Essa foi a tarde mais difícil de todas, porque tive que me controlar pra não manjar o tempo todo.
- Tio Adriano, será que o senhor passa bronzeador em mim? – olhei por cima do óculos de sol, empinei o rabo na espreguiçadeira e fui o mais felino possível nas minhas intenções.
- Moleque... Jéssica tá em casa. Quer me complicar?
- Ela tá tomando banho e vai fazer hidratação no cabelo. Tá com medo? Na hora de falar que é ex-policial, cê bate no peito. – debochei.
- É pra passar aonde? – ele abriu o tubo, cuspiu o óleo na palma da mão e se preparou pra me tocar.
Subiram vários calafrios quando percebi que aquelas mãos cansadas de segurar fuzil estavam lustrando meu couro. Senti a fome do putão no meu lombo através do tato e também da maneira sedenta com a qual ele apertou minhas nádegas, parecia que o safado queria me amassar e me devorar vivo.
- Aqui. Bem onde tá a marquinha, tá vendo? – abaixei um pouco a sunga, mostrei a marca do bronzeado e instiguei. – Olha como bronzeou. Tá marcadinho, não tá? Hihihih!
O macho lambeu os beiços e babou igual vira-lata quando vê o frango assado rodando na frangueira da padaria. Ele esqueceu completamente da aliança no dedo, abriu mão de quase vinte anos de casamento com a dona Márcia e transformou aqueles curtos segundos de massagem numa sessão intensa de sexo mental, tudo com o poder das intenções, das vontades.
- É aqui? – me apertou.
- Aí mesmo, tio. Pode apertar, aperta. Espalha bastante.
- Posso? – seu dedo largo escapou na parte interna da minha coxa, atravessou o elástico da sunga e o guloso chegou perto de tocar a beirola do meu cuzinho.
- Isso... Aaahnssss... – não resisti, pisquei de nervoso.
- Caralho, moleque... – o volume pesou violento na sunga dele, o excesso de carência falou mais alto e o puto ficou meia bomba, ele não aguentou a pressão. – Acho que é melhor eu... Melhor eu...
Eu vi o movimento grotesco que a piroca deu na roupa de banho e entendi que seria impossível ele continuar me tocando. Adriano ficou sem jeito e sequer tentou esconder a envergadura da espingarda na sunga. Dava pra ver os nervos daquela tromba através do tecido elástico, as latejadas da ereção e o formato da cabeça, fora o peso pesado que era o saco de um pai de família e a pentelhada aparecendo no púbis parrudo. Que visual de macho completo, viu?
- Melhor a gente parar com isso. – falou.
- Melhor mesmo. – concordei.
Aí se mandou pro quarto e me deixou sozinho no quintal, onde continuei tomando sol. Se me dissessem que o marido da dona Márcia foi bater punheta, eu acreditaria, pois só eu sei como aquele homem tremeu ao pôr as mãos no meu corpo e me esfregar, pele na pele. Adriano parecia hipnotizado durante os curtos minutos que passou óleo bronzeador em mim, e o tamanho do mastro latejando na sunga deixou evidente o quão transtornado ele ficou.
Como se todas essas fagulhas e atritos entre nós já não fossem ardentes o suficiente, teve uma noite que eu e Jéssica marcamos de ir com uns amigos lá no Parque Shanghai, na Penha, e dessa vez o paizão controlador quis ir junto. O carro foi lotado, minha amiga se exibindo no volante porque tinha acabado de tirar carteira de motorista, nossa galera em peso e eu sentado na perna do pai dela, no banco de trás. Sabe como é, todo mundo teve que se apertar e sobrou pra mim a dura tarefa de ir no colo do tio Adriano.
- Tá apertado pra ti, moleque? – o safado falou baixinho atrás da minha orelha.
- Tá não, tio.
- Sou teu tio não, Kaique. Me respeita, moleque, já falei. – ele aproveitou a música alta no carro e sussurrou, pra ninguém mais ouvir.
- E pro senhor, tô apertado? – falei baixinho e dei uma piscada proposital com o cuzinho na perna dele.
Pensei que não ia sentir, mas ele tremeu nervoso com a coxa, deu um espasmo, e sua pronta reação foi o caralho entrar em modo de ataque. Acho que nem ele próprio esperou que isso fosse acontecer e o verdadeiro culpado fui eu, tenho que admitir.
- Olha o que tu tá fazendo comigo, moleque. Me respeita. – o cretino pediu uma coisa, mas a piroca crescendo na minha bunda fez outra.
- Tá com medo, senhor ex-policial? Hihihihi... – continuei aos sussurros e dei outra piscada, pra fazer o machão perder a compostura.
- Se alguém vê isso... Tô fodido. Mmmm! – Adriano apertou a mão na minha cintura e eu senti seu hálito quente devorar minha nuca, de tão perto que ele chegou.
O mais difícil foi disfarçar minhas caras e bocas pros amigos não perceberem. E o foda é que tinha uma vara grossa pulsando no meu lombo, meu cu não parou de piscar no contato com a jeba, toda hora passava uma lombada na pista e eu sem querer escorregava pro meio das pernas dele, atolando de vez naquele caralho cabeçudo.
- Hmmmm... Pega leve, moleque. Tá me maltratando.
- Se controla, você é pai de família.
- Eu tento, mas porra... Tô cheio de fome, não como há semanas. Ssss... – gemeu mansinho no meu cangote e me pinicou com a barba.
- Oohnsss... – fiquei fraco, minha pele arrepiou.
Teve uma hora que o encaixe foi tão perfeito que cheguei a sentir as cabeçadas esfomeadas da pica do ex-PM na minha bunda. Mais um pouquinho e ele acabaria me comendo ali dentro, foda-se quem tava em volta. Parecia que o macho queria que eu sentisse as consequências do nosso contato, por isso suas mãos apertavam minha cintura e me posicionavam exatamente onde eu deveria estar: rebolando na tora. E pra disfarçar o pau duro na hora de sair do carro? O coitado teve que se desdobrar pra ninguém ver a mancha de babão transparecendo na bermuda, além do volume descomunal dando seta pra direita.
Foi nessa noite do parque que, pra despistar a putariazinha com o sem vergonha, acabei ficando de papinho com o Thales, um dos nossos amigos do curso. Eu e esse rapaz bebemos um pouco de pau na coxa, trocamos muito papo, demos uns beijos às escondidas entre a roda-gigante e a montanha russa, e de repente Adriano amarrou a cara. No fim da noite, na hora que voltamos pra casa e eu fui me despedir, ele deixou claro o porquê do bico.
- Tá de namoradinho, moleque?
- Não começa de implicância. Thales é só um amigo.
- Amigo que beija na boca? Comédia. Conta outra.
- Tá com ciúme? – debochei.
Ele bateu duas vezes na coxa, mostrou meu lugar e eu sentei. Jéssica tava no banho, Marcinha ausente, como sempre, então abracei meu homem, peguei o copo da mão dele e experimentei seu whisky caro.
- Tu gosta de brincar comigo, Kaique.
- Você é casado, Adriano. Nunca vai ser meu. – me preparei pra ir embora.
- Ô, ô. Que porra é essa? Parou de me chamar de tio?
- Cê sempre detestou, lembra? Resolvi aceitar o fato, você não é meu tio.
- Sou sim. Eu sou. – ele levantou da poltrona, veio até mim, deu uma volta ao meu redor e me espreitou como se eu fosse a presa indefesa.
Sem pressa, se aproximou do meu cangote pra sentir meu cheiro, me farejou e esbarrou com a barba de propósito, porque bem sabia que isso sempre me causava arrepios.
- Tu me respeita, seu moleque. De tu, eu que sei. – passou a mão grossa no meu pescoço e reforçou nosso laço. – Vou precisar mijar na tua cara pra marcar território? Já avisei que não quero tu de papinho furado com esses moleques. Esses caras só querem uma coisa tua, Kaique.
- E você? O que você quer de mim, Adriano?
O mundo parou de girar nesse instante, ainda que brevemente.
- Tu ainda é novo, garotão. Daqui a pouco, quando for ver, perdeu 20 anos da tua vida numa relação que não vale à pena.
- Experiência própria? – não peguei leve.
- Experiência própria. Termina com esse Thales. Ele não é homem pra tu.
- E você é?
- Ele não vai dar o que tu quer, o que tu precisa. Ele não é macho de verdade, não serve pra tu.
- E quem é macho pra mim? Você? – não parei de metralhar.
O pai da Jéssica riu de canto de boca, tirou a blusa na minha frente, flexionou os bíceps massudos e mostrou os sovacões peludos pra me desorientar, me tirar de órbita. Seu peitoral cabeludo e torneado de ex-policial militar mexeu com a mira dos meus olhos, o cheiro de masculinidade aflorada tonteou minha mente, eu até tentei lutar contra a biologia, mas a testosterona aflorada daquele chefe de família quase quarentão me deixou completamente alucinado, perdido no momento.
- Disso que tu gosta. É isso que te alimenta, moleque. Cai na real. Tu vai terminar com esse Thales, sim. Já basta o amante da Márcia me dando dor de cabeça. – ele pegou minha mão, levou ao peito e me fez alisar seu mamilo direito.
Meu cu tremeu, meu pau endureceu e não sei como não tive um troço.
- Eu... Eu... – foi difícil me recompor, mas tive que ser forte e não cair na tentação. – Melhor eu ir pra casa, já tá tarde.
Até hoje não sei explicar de onde tirei forças pra sair do casarão nessa noite, falando sério. O mais engraçado é que, uma semana depois, lá estava eu outra vez, sentado na mesa de jantar da família da minha amiga e conversando com a Jéssica sobre meu ficante ter terminado comigo.
- Não fica triste, amigo. Quando ele voltar pro Rio, vocês ficam de novo. – ela me consolou.
- O que aconteceu? – o pai dela chegou na cozinha e abriu a geladeira.
- Thales terminou com Kaique.
- Ah... Foi? Poxa... – ele me olhou, irônico, e segurou o riso.
Senti vontade de rebater aquela piada interna, peguei fogo e devolvi com mais baixaria.
- Quero leite, tio Adriano. Tem aí pra mim? – estendi o braço, mostrei o copo vazio e o sacana quase perdeu a cabeça.
- L-Leite? Claro. – aí disfarçou, pegou a caixa de leite e me serviu.
Jéssica tava se aprontando pra ir no cinema com o ficante dela, foi passar perfume e nos deixou sozinhos por poucos minutos na cozinha.
- Eu sei que, por dentro, você tá comemorando. – falei.
- Bom... Agora não adianta chorar pelo leite derramado, né verdade? – o filho da puta passou do meu lado, esbarrou no copo de leite e fez derramar um pouco na mesa. – Ops... Sem querer. Heheheh!
Eu não deixei barato. Aproveitei que estávamos sem ninguém por perto, olhei no fundo dos olhos dele e lambi o leite derramado enquanto a gente trocava olhares. Foi suficiente pro maridão encaralhar e a piroca ameaçar estanques diante dos meus olhos.
- Foi mal. Tio. – cheguei a me empinar pro pilantra ver e ele viu.
- Não me provoca, viado. Não brinca comigo, já avisei que-
- Provocar? Não tô fazendo nada. – fumei do cigarro aceso na mão dele, mostrei que sabia tragar e ainda dei um gole na cerveja que o gostoso tava bebendo.
- Tu tem idade pra isso?
- Corta essa, tio. Eu tenho idade pra muitas coisas...
- Duvido. Tu ainda não dá o que eu quero.
- Será que não?
Fomos pra sala. Foi nesse meio tempo que a Jéssica saiu com o boy e eu me vi sozinho com o pai dela. Adriano já tinha bebido vários latões de cerva, sentou largadão no sofá e eu sentei do lado dele. Comecei a fazer carinho em sua perna peluda e ele não disfarçou o início da ereção estalando no calção, na verdade nem tinha como esconder um caralho daquela proporção.
- Tira a mão, moleque. Deus me livre e guarde do que eu sou capaz de fazer contigo, tu não imagina. Tá parecendo uma vagabunda com esse jeitinho de moça.
- Eu posso ser a pior das piranhas, tio Adriano. – alisei a coxa, dei-lhe uma mordida no dedão do pé e o cara não se controlou, ele suou de nervoso perto de mim e mudou de sofá pra impedir nosso contato.
Só que eu tava bolado com o término do Thales, me sentia cansado do joguinho do Adriano e resolvi que era hora de falar sério com ele, sem mais enrolação ou fugidas, afinal de contas não havia ninguém em casa além de nós. Mesmo pulando pro outro sofá, a barraca armou fácil no short do paizão e ele continuou virando lata atrás de lata, muito provavelmente pensando naquilo que sempre costumava pensar. Foi minha deixa.
- Tá pensando nela, num tá? – provoquei. – Onde ela tá agora?
- Deixa quieto, moleque.
- Ué, já perdeu a esperança? Cadê aquele macho tirano que tá disposto a matar o engraçadinho que dá em cima da mulher dele, hein? Piada.
- Não toca nesse assunto, Kaique, tô avisando. Tô pedindo, por favor.
- Que engraçado! Você pode falar dos meus ficantes, mas eu não posso falar do seu casamento? É sério? Tem alguma coisa errada. – afiei a língua.
- Lava a boca pra falar da minha mulher, seu viadinho insolente! – o macho finalmente reagiu e era exatamente o que eu queria que ele fizesse.
- Não tô falando dela, tô falando de você. Mais uma noite na punheta, tio Adriano?
- Não acredito que tu quer me retrucar. Já tô boladão com a vida, Kaique, dá um tempo! Não sou teu tio!
- E eu não sou seu filho, porra! Larga de ser chato.
- EU SEI QUE NÃO! TU É UM VIADINHO, ISSO SIM! – se descontrolou e gritou.
- POIS É, MAS PARECE QUE CÊ NÃO PERCEBE ISSO! – tirei minha roupa sem a menor pressa, fiquei peladinho na frente dele, virei de costas e apoiei de quatro no sofá. – Esse viado tá aqui o tempo todo, não sei o que você tá esperando. Mata tua fome, porra. Vem cá, tio Adriano.
- Kaique... – ele levantou, deu dois passos à frente e esfregou as mãos no rosto, como se tivesse vergonha da carnificina que estava prestes a fazer.
- Chega de esperar. Mergulha. Seu lugar é dentro de mim, tio.
- Moleque, se eu te pegar... Vou te machucar, tô falando sério.
- Machuca. – empinei.
O trintão se transformou num ogro enfurecido, resolveu jogar baixo comigo e me dominou na poltrona da sala. Ele grudou nas minhas costas, apertou a mão na minha nuca e tombou meu rosto de cara no sofá, em seguida grunhiu as palavras em tom ameaçador e deixou a ira comandar.
- Tô comendo o pão que o diabo amassou no meu casamento e tu fica igual um lolito pra cima e pra baixo. Quer morrer, Kaique? Tá achando que eu tenho pena?
- Amor é só de pai e mãe, tio Adriano. Precisa ter pena não, se alivia em mim. Eu aguento o tranco!
- Tu é só um merdinha de 19 anos, cuzão! Fedelho! Já falei que tu não dá o que eu quero, não é capaz de me alimentar! Se eu for comer...
- Come, desgraçado! Só vem, para de conversinha! Não é você que detesta papo fiado? – abri as nádegas, encaixei o furico no volume pontudo da piroca dele e o engate quase aconteceu na roupa mesmo. – AAAHNSSS! Tô pronto pra você, tio Adriano!
- Tio, é? É isso que tu quer, que eu te mastigue?
- Quero! Tá na hora de aliviar essa carência que você sente, macho. – dei uma rebolada, ele se ajeitou atrás de mim e o cheiro do anal nos apossou ali.
O maridão infiel só precisou arriar o short, em seguida lançou duas cuspidas e me comeu sem tirar a roupa. Senti uma ardência foderosa lamber as beiças do cuzinho, me concentrei pra conseguir piscar e foi nesse aperta e relaxa intenso que o galalau me penetrou, sem saber que tava tirando meu cabaço.
- Sempre soube que você ia ser meu primeiro, que tesão! Mmmm! – eu me derreti embaixo dele.
- É o quê!? Tu tá falando sério? – o coitado arregalou os olhos e não acreditou no que eu acabei de dizer.
- Seríssimo! Vem pra dentro, quero você em mim! – puxei ele pra cima das minhas costas, Adriano me montou e o encaixe foi integral, por inteiro. – SSSSS! CARALHO, QUE FOGO GOSTOSO!
- FFFFF! TÁ SENTINDO, KAIQUE!?
- TÔ SENTINDO TUDO, TIO ADRIANO! CONTINUA! – danei a piscar descontroladamente no picão.
- COM PRAZER, MOLEQUE! – o ogrão raivoso apoiou os pés na beira da poltrona, prendeu as mãos em meus ombros e aumentou o ritmo das estocadas conforme percebeu que eu acostumei com a ardência.
É que, junto com o ardor, havia também um prazer fogoso que só acontecia quando a largura do caralho esticava meu rabo e me mantinha aberto, espaçado por dentro. Quando isso acontecia, a tora ia no fundo da minha carne e eu sentia o cabeção amassar minha próstata, o que me mergulhava num êxtase de outro mundo. Meu pau babou à beça e sem eu tocar nele, tudo graças à pressão de ter o pai da minha amiga alojado dentro de mim.
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