Bruno sempre acreditou que seu pai, Carlos, um homem respeitável e de conduta irretocável, nunca se envolveria em algo ilícito. Mas, nos últimos dias, algo o fazia questionar suas certezas. O caso era estranho, cheio de camadas de mistério e detalhes desconexos que o atormentavam. A morte de Christian, o arrumador do luxuoso Palácio Tangará, parecia simples à primeira vista, mas algo dentro de Bruno o fazia pensar que a verdade estava mais próxima do que ele imaginava. E, pior, que talvez ela envolvesse alguém que ele amava.
Christian foi encontrado morto em um dos quartos mais isolados do hotel, vítima de golpes violentos e sem testemunhas. A princípio, parecia um assassinato comum. Mas, conforme a investigação se desenrolava, Bruno começou a descobrir que Christian não era apenas um arrumador. Ele estava envolvido com um grupo de pessoas influentes, e havia algo muito mais obscuro por trás de sua morte.
Jeferson não era um simples garçom. Ele era um traficante famoso por suas drogas potentes e contatos com figuras da alta sociedade.
A cada nova pista, a dúvida de Bruno aumentava. E a verdade é que ele não sabia em quem confiar. Seu pai, Carlos, era um homem que nunca teve envolvimento com qualquer tipo de crime, mas Bruno não conseguia evitar a sensação de que ele estava escondendo algo. E Lucas, seu namorado, com quem compartilhava uma vida tranquila, também parecia mais distante do que o normal. Bruno não podia afastar a ideia de que os dois, seu pai ou Lucas, poderiam estar envolvidos na morte de Christian. Mas por quê? O que eles ganhariam com isso?
Bruno não demorou a descobrir que Pedro estava conectado a Jeferson Guedes. Um antigo caso de extorsão envolvendo o traficante e Pedro surgira nos registros, o que aumentava ainda mais a desconfiança. Jeferson estava sendo investigado por vários crimes financeiros e, possivelmente, por envolvimento em um esquema de tráfico de pessoas. Christian parecia ser apenas uma peça no tabuleiro de alguém que, talvez, já estivesse morto antes de se tornar uma vítima no Palácio Tangará.
Enquanto Bruno se aprofundava no caso, a tensão em sua própria vida pessoal começava a crescer. Ele não conseguia mais olhar para Lucas sem sentir um nó na garganta. O comportamento de Lucas estava estranho. Ele passava mais tempo no trabalho e evitava conversas profundas. Quando Bruno tentava falar sobre o caso, Lucas sempre desvia o olhar ou muda de assunto, algo que jamais acontecera antes.
Naquela noite, depois de uma discussão calorosa, Bruno decidiu seguir Lucas. Ele sabia que estava sendo irracional, mas sua intuição dizia que algo estava muito errado. Ele o seguiu até uma casa afastada na zona sul de São Paulo, onde Lucas se encontrou com um homem alto e de aspecto rude. Bruno se escondeu nas sombras e viu quando Lucas entregou algo para o homem, uma pequena pasta preta, aparentemente cheia de documentos. O homem pegou a pasta e se afastou sem dizer uma palavra.
O coração de Bruno disparou. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas o que quer que fosse, ele sentia que Lucas estava no centro disso. Na manhã seguinte, Bruno confrontou seu namorado. Lucas, pálido e suado, tentou negar qualquer envolvimento, mas o nervosismo estava estampado em seu rosto. Sem mais palavras, Bruno o levou até a delegacia. Mas, antes de chegarem, um telefonema alterou o rumo das coisas.
Era a polícia, dizendo que uma nova pista tinha surgido sobre o assassinato de Christian. O corpo de Jeferson Guedes fora encontrado em um armazém abandonado. Ele estava morto, com um tiro na cabeça, e ao seu lado, uma foto de Christian com um homem desconhecido, provavelmente Pedro. A ligação entre os dois agora estava mais clara. O que Bruno não sabia era que essa pista traria à tona uma reviravolta que ele jamais imaginaria.
No momento em que Bruno e Lucas chegaram à cena do crime, a polícia fez uma descoberta chocante. O assassino de Christian não era apenas Pedro. Era alguém que estava muito mais próximo de Bruno do que ele poderia supor.
Lucas, o namorado de Bruno, foi preso. A peça que faltava finalmente se encaixara.
Ao ser interrogado, Lucas revelou a verdade: ele era o verdadeiro responsável pela morte de Christian, mas não agira sozinho. Carlos, o pai de Bruno, estava por trás de tudo. Jeferson, que estava envolvido com tráfico de pessoas, tentara chantagear Carlos, ameaçando expor o nome de sua família em um esquema de corrupção que envolvia empresários e políticos. Christian, o arrumador, fora uma peça chave no jogo. Ele estava sendo usado por Jeferson para se infiltrar no círculo íntimo de Carlos e coletar informações.
Lucas, ao perceber que Bruno começava a descobrir a verdade, tentou proteger o homem que ele amava. Ele sabia que, ao expor Carlos, destruiria a vida de Bruno, mas também sabia que, sem a ajuda de Jeferson, nada disso teria acontecido.
A revelação foi devastadora. Bruno ficou atônito ao saber que seu pai, o homem que ele sempre considerou íntegro, estava envolvido até o pescoço em um esquema criminoso. E, mais ainda, que o assassino que ele tanto procurava estava dentro de sua própria casa, vivendo sob seu teto, durante todo o tempo.
O caso do Palácio Tangará estava encerrado, mas para Bruno, a dor apenas começava. O homem que ele amava o traíra, e seu pai, o homem que ele mais admirava, era um criminoso.
E, no silêncio da noite, enquanto o mundo ao seu redor desmoronava, Bruno se perguntava se algum dia conseguiria entender os jogos da verdade e da mentira, e como, em um único momento, tudo o que ele conhecia e acreditava, poderia desaparecer.
Fim
*Bjos e até a próxima história*