Parte 11 – Depois da morte
Eu senti o cheiro da pólvora no ar, o cheiro inegável de sangue que me acompanha por toda a minha vida, quando abri os olhos vi o corpo de Jonas cair devagar.
Corri para abraça-lo, ele cuspia sangue, mas ainda deu tempo dele dizer uma última coisa, o som mal saia.
- Eu te amo
Eu gritava de dor enquanto abraçava o corpo inerte do meu irmão em seus últimos suspiros de vida, ao longe vinha Rodrigo, o autor dos disparos. Ele chorava também, era possível ver as lágrimas rolarem por seu rosto e caírem no chão.
- Era você ou ele – Disse Rodrigo em prantos
- Eu sei, fica calmo, a gente vai dar um jeito, eu preciso que você suma daqui, eu vou chamar a polícia e dizer que achei ele assim, toma, leva a minha arma, mão tem como explicar estar com ela.
- Certo, eu nunca estive aqui.
Peguei o celular de Jonas e escondi, liguei para um conhecido do batalhão e logo todos estavam lá, contei que encontrei o Jonas naquela situação, o caso rapidamente foi abafado afinal Jonas estava envolvido em corrupção no batalhão e se alguém investigasse poderia chegar em pessoas importantes lá dentro.
No funeral estava toda a família e Camila, Jack ameaçou arrumar uma confusão mas eu a contive, não era tempo para aquilo, 2N mandou flores e eu não vi Ju indo embora. Fiquei a cargo de dizer umas últimas palavras, mas não fui capaz, não consegui dizer nada.
Camila me deu um abraço e depois de anos eu retribui, já nem me lembrava como era estar naqueles braços, o cheiro de melancia, o calor, eu me sentia em casa, e consegui chorar.
- Isso foi culpa minha ? – Me perguntou Camila triste
- Não, foi só culpa dele
- Não consigo pensar que se não fosse pelo o que eu fiz, ele estaria vivo
- Não culpe, ele buscou isso, talvez um dia eu te conte.
Uma semana depois todos estavam reunidos para a missa de sétimo dia, família, amigos, policiais, e o padre me pediu para dizer algumas palavras, agora mais calmo peguei o microfone.
- Ninguém aqui conheceu mais o Jonas que eu, quando éramos pequenos convivemos com as surras que o pai bêbado nos dava, como ele era menor, eu tentava proteger e apanhava mais, crescemos jurando um dia nos vingar dele, mas o ódio de Jonas era muito maior que o meu, afinal ele via a mãe ser agredida e o Irmão mais velho, algo matou ele na infância, e isso me permitiu viver, é como se para que eu tivesse vida, Jonas precisasse morrer, sei que parece loucura, mas foi exatamente o que aconteceu.
- Enquanto ele crescia com ódio, o amor da familia já não nos alcançava, pois o velho nos impediu de saber expressar o amor, eu crescia sendo amado sobretudo por Camila, minha ex-mulher e também a grande paixão de Jonas que nunca foi correspondida.
- Jonas mais uma vez perdia algo dentro dele, que o fez querer me ferir, e ele conseguiu, e por isso eu não tive tempo de dizer o quanto eu o amei, não deu tempo também de demonstrar isso. Afinal eu, ele e Jack crescemos sem saber amar e ser amado. Ela só descobriu isso depois do Rodrigo e eu da Camila, Jonas nunca teve essa chance.
- Me perdoe padre, mas eu não acredito mais nesse Deus que permitiu tudo o que aconteceu com a minha família, mas se ele realmente existir, eu peço que ele entregue uma única mensagem ao meu irmão.
- Me perdoe Jonas, eu falhei com você, falhei em ser seu irmão, falhei como amigo, falhei como parceiro policial, e sobretudo eu falhei em nunca ter dito que eu te amo, eu te amei quando criança, te amo agora morto e vou te amar enquanto eu estiver nessa terra, e se algum dia puder, me perdoe, eu não irei conseguir mais te perdoar em vida. Mas quem sabe em uma outra, a gente se encontre em um grande banquete e posso acertar o que não foi possível nessa vida.
- Por fim, me perdoe mãe, eu não fui capaz de cumprir a promessa de cuidar dele, e também não serei capaz de cuidar de mim, me resta muito pouco nessa vida, e isso é muito mais do que Jonas teve. A vocês eu peço peço perdão, é só o lamento de um homem triste.
A assembleia misturava os sentimentos entre tristeza e surpresa pelas minhas palavras, Jacke me abraçou e choramos juntos, minha mãe foi para casa da Jack e Larissa me levou para a casa das meninas, Camila foi junto pois iria ficar sozinha, lá nos juntamos a Jéssica, Laura e a mãe que prepararam um jantar para a gente, o silêncio era ensurdecedor.
Vi Jéssica chorar na mesa e quebrar o silêncio
- Eu não sabia, me perdoe irmão, eu não sabia
Eu a abracei forte esperando se acalmar, quando ela parou de chorar eu expliquei
- Você não podia saber, era muito nova, nós fizemos de tudo para te blindar, não se culpe por isso.
A noite foi triste mais acolhedora, elas não me deixaram ir embora, só Larissa e Camila foram e eu dormi na sala, pela manhã Laura estava na cozinha preparando o café. Só com uma camisa grande que ia até os joelhos. Laura era branquinha, magrinha, pequena, perfeitinha eu diria, tinha uma beleza natural.
- Bom dia!
- Bom dia Laura, não se incomode com o café, eu já estou indo.
- Não, por favor, pelo menos coma alguma coisa
Eu tomei café bem rápido e antes de sair Laura me abraçou e deu um beijo no rosto, demorado e sensual. Eu teria ficado de pau duro se não fosse pela situação em que eu estava.
No morro perguntei a 2N se alguém poderia desbloquear um celular, imaginando que eles roubassem muitos, 2N me indicou uma loja deles lá embaixo. O cara desbloqueou em cinco minutos.
Eu já no puteiro vasculhei o celular do Jonas e descobri que ele não só fazia parte, como era o sócio do comandante, ele também estava muito rico, uma de suas contas beirava o milhão, obviamente a polícia acharia esse dinheiro facilmente se não fosse pelo fato do rastro dele levar até o comandante.
Limpei a conta dele e coloquei em uma no meu nome fora do país, também com ajuda do 2N que tinha muitas contas no exterior.
Pelo celular do Jonas eu tive noção de como o esquema era enorme e envolvia vários traficantes, políticos e policiais. Chegava até o governador todos em uma folha de pagamento que era descontado automaticamente daquela conta, eu tive que sumir com o celular que a polícia procurou e nunca achou, já que estava no fundo do mar. Mas eu fiz cópias de tudo.
Eu estava entrando em algo muito maior do que eu imaginei, o que me levaria a ficar mais tempo no morro e naquela vida de braço direito do 2N.
Os dias passaram e me peguei olhando cada vez mais para Laura, ela não facilitava e me provocava, ela queria retribuir tudo que eu fiz por ela, e só sabia fazer isso com sexo, afinal foi abusada pela padrasto, mas eu não podia me aproveitar daquilo, não era certo.
- Menina, senta aqui para conversarmos.
- O que foi Jo... Oz
- Você não precisa me retribuir nada, entendeu ?
- Mas pelo menos um café, isso não é nada
- Você sabe do que estou falando
- Pera, você acha que estou te provocando para retribuir? Não, eu estou te provocando porque te vi comer aquela menina no puteiro várias vezes, fiquei com tesão.
- Quantas vezes você viu?
- Ah! Sei lá! Mais de dez eu acho – Disse ela rindo
- Não sei nem o que dizer
- Eu toquei várias siriricas pensando em vocês transando, te provocar é quase instintivo, me desculpa
Nesse momento agarrei ela e nos beijamos, ela acostumada a ser abusada, foi ficando de quatro para eu meter.
- Calma menina, tudo no seu tempo
Beijava seu pescoço, descia por sua barriga com ela em pé, coloquei a calcinha vermelha de lado e uma de suas pernas no meu ombro, lambia ela forte
- Nossa, puta que pariu, é a primeira vez que alguém me chupa, isso é muito gostoso
Ela não parava de falar até suas pernas começarem a tremer
Ela deitou no sofá sem saber o que aconteceu
- O que foi isso ? Parece que um raio de prazer atravessou meu corpo
- Acho que você teve um orgasmo
- Nunca tive isso antes
- E que tal retribuir ?
Ela se ajoelhou e chupava toda desengonçada, mão sabia o que fazer com as mãos.
- Você já fez isso antes?
- Não muito
- Deixa eu te ajudar, passa só a língua na cabeça e vai lambendo até o saco, como se fosse um sorvete.
- Isso, safada, já está aprendendo, agora circula a cabeça da minha pica com a língua.
- Agora só na cabeça você chupa como se fosse um picolé e vai tentando chupar cada vez mais fundo
Depois de um tempo assim segurei a cabeça dela e guiava o ritmo até eu gozar na boca e ela tirar respingando no rosto, ela fez uma cara de nojo, mas gostou
- Tem camisinha? Perguntei
- Não, mas não posso ter filhos
Então sentei no sofá e a fiz sentar na minha pica, guiei a sentada dela enquanto nos beijávamos, fiz ela gozar novamente e eu gozei dentro dela.
Namoramos mais um pouco e curioso perguntei porque ela não podia engravidar.
- Bom, depois desse dia maravilhoso não queria entrar nesse assunto
- Tudo bem, não precisa eu já entendi.
Ficamos abraçados ali, e ficou claro que os abusos do padrasto afetaram seu útero, o que me fez questionar com qual idade havia começado, e se agora, ela uma mulher adulta não precisaria de ajuda para lidar com isso. Foi então que passei a incentivar ela a ir em um psicólogo.
Uma coisa me despertou agora mais calmo, o que mais o Jonas escondia?
Continua...
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