Fui Agradar Minha Sogra e me Lasquei

Um conto erótico de Lore <3
Categoria: Lésbicas
Contém 2339 palavras
Data: 30/11/2024 00:20:40

Estávamos na pousada e as crianças passariam a semana lá para podermos agilizar a nossa vida profissional. Júlia iria ao Colégio e eu para uma área que não curto, mas que me daria um retorno financeiro mais rápido que as outras opções. Para isso, eu diminuí os atendimentos na clínica, mas foi uma decisão tomada baseada na compensação.

No sábado à noite, minha sogra nos convidou para acompanhá-la em uma caminhada da igreja em outra cidade. Juh franziu o rosto e disse que não ia, e lá estava eu, tentando agradar minha sogra empolgada. Aceitei sem questionar. Afinal, o que poderia dar errado? Eu não sabia, mas a resposta era "tudo".

Saímos de madrugada. Victor também nos acompanhou, só que, ao contrário de mim, ele não foi por opção própria e sim porque o pai deu uma forçada. Estava achando ele muito afastado e pediu que fosse, usando a justificativa de que ele ajudaria a cuidar de Sr. Zé, caso acontecesse alguma coisa. O humor do meu cunhado não estava dos melhores.

Achei bonito no começo. Todo mundo pulando, dançando, exalando felicidade, com aquele espírito de devoção. Tinha muita gente, a coisa parecia promissora, mas mal sabia que estávamos prestes a ser atingidos pela profecia de Cássia Eller, que se cumpriu com toda a força: o segundo sol chegou!

Não sei se o evento era uma caminhada ou um teste de resistência, mas o fato é que o mormaço não teve misericórdia. O evento ser religioso não impediu o calor infernal. Solzão, 40 graus na sombra, e eu ali, com a expressão de fé que antes era bonita, agora se tornando insuportável. A cada passo, o suor se acumulava e, em vez de uma conexão divina, eu só sentia uma necessidade urgente de um chuveiro, uma cama e um ventilador.

Os quilômetros começaram a aumentar e a caminhada virou um martírio. "Ah, mas é só mais um pouco", eu pensava, e D. Jacira, no auge da sua felicidade, só queria continuar. Eu, por outro lado, queria mais era terminar e encontrar um cantinho fresco. Ao meu lado, meu cunhado tentava manter o ritmo, mas eu podia ver em seus olhos o mesmo desespero. Cada "O meu lugar é o céu, é lá que eu quero morar!" ressoando no ar parecia um pedido de socorro da minha alma a Deus.

— Vem cá, tá perto de chegar? — perguntei para Victor.

— Tá de brincadeira, né? São 20 km, temos muito que andar ainda — me respondeu.

PQP! Se eu soubesse disso antes, jamais teria aceitado. Eu jurei que a gente ia andar de uma igreja a outra tranquilinhos e voltar para casa. Quando percebi que estávamos no meio da pista, estranhei, nunca vi igreja na beira da estrada, muito menos um santuário, mas não imaginei que iam me penitenciar por todos os meus pecados de uma vez.

Finalmente, após o que pareceu uma eternidade, chegamos ao destino. Eu estava exausta, minha pele queimava, mas no fim, algo bom aconteceu: minha sogra estava radiante. Ela estava feliz, e esse era o objetivo. Pelo menos, deixei minha sogra feliz, e, nesse caso, acho que foi o único milagre que ocorreu nesse dia quente e interminável... Porque me rendeu assadura, insolação, bolhas nos pés e um cansaço incomum.

— Amor, você deveria ter me avisado... — reclamei no quarto ao chegar.

— Eu achei que você sabia, amor... — me respondeu antes de me dar um selinho.

— Caralho... Que arrependimento! — exclamei rindo.

Tomei banho, me joguei só com um short na cama e apaguei. Só despertei próximo ao anoitecer, com meu corpo sentindo um agradável refrescor. Juh estava passando um paninho com água.

— Eu já estava preocupada, seu corpo tá quente... — falou quando abri os olhos.

— Tá tudo bem, só estou cansada mesmo — a tranquilizei.

— Você quer uma massagem, amor? Desculpa mesmo, eu achei que minha mãe tinha te dito — falou, aparentando estar se sentindo culpada.

— Antes de dormir, você faz... Cadê seus pais? Estão bem? — perguntei.

— Estão dormindo novamente, levantaram só para se alimentar e voltaram para a cama — me disse e deitou-se ao meu lado.

Passou a mão no meu rosto, suas expressões eram de alguém angustiado. Me questionou novamente como eu estava, e eu disse, novamente rindo, que bem. Juh abriu os braços me chamando, e fui me abrigar no melhor abraço do mundo inteiro.

Ela me deu muitos beijos, enquanto me enchia de carinho, seu toque era suave, como se soubesse o quanto minha pele ainda estava sensível pela ardência.

— Tá bem mesmo? — perguntou de novo.

— Eu vou dizer que não só para me aproveitar dos seus carinhos, gatinha — falei, rindo, e a fazendo rir também.

Depois de jantar, ficamos deitadas na rede, nossos filhos estavam brincando com outras crianças, Juh estava no YouTube e caiu em um vídeo de uma menina desabafando sobre o relacionamento de anos que havia chegado ao fim. Ela contava como ficou a situação dos filhos e dos animais... Só sei que meu amô deixou escapar algumas lágrimas.

Júlia é uma pessoa que tem a sensibilidade aflorada. Ela tem um coração imenso e se emociona com facilidade. Uma simples palavra, um gesto de carinho, uma música ou até uma cena de filme pode tocá-la profundamente. Ela tem um modo de ver o mundo que transmite pureza e verdade, e é isso que a torna ainda mais encantadora.

Fiquei fazendo carinho em suas mãos e logo já estava bem, mas me perguntou:

— Amor, a gente é para sempre, não é? — ao me dizer isso, eu, que estava deitada sobre seu peito, pude ouvir sua frequência cardíaca aumentando de forma abrupta.

— Somos para sempre! — respondi confiante, olhando nos seus olhos, que sorriram para mim.

Se me pedissem uma opinião psíquica, eu diria que, do meu ponto de vista, o desejo de segurança emocional em um relacionamento é profundamente enraizado no ser humano. A busca por uma conexão estável, como a ideia de "para sempre", muitas vezes reflete o anseio por previsibilidade, apoio emocional e confiança mútua, fatores essenciais para o bem-estar em um relacionamento. No entanto, a construção de uma relação duradoura não está necessariamente no conceito de permanência absoluta, mas na capacidade de ambas as pessoas se adaptarem e evoluírem ao longo do tempo, enfrentando as adversidades de maneira conjunta e equilibrada. Essa ideia de "para sempre" pode, na verdade, ser uma idealização, uma busca por algo que represente segurança absoluta, mas que, no nível inconsciente, pode também estar associada a um medo de perdas ou de mudanças que provocam incerteza. Em uma relação saudável, o compromisso de um com o outro, a disposição para crescer juntos e superar os desafios é mais importante do que uma promessa de um futuro fixo e imutável. A verdadeira estabilidade emocional de um casal se encontra na capacidade de manter uma comunicação aberta, nutrir a empatia e o respeito, e compreender que a qualidade da relação, mais do que a duração de uma promessa, é o que realmente sustenta o vínculo... Portanto, o "para sempre" é, psíquicamente, uma construção que vai além da idealização de permanência, sendo mais sobre a dinâmica de interações contínuas, a capacidade de adaptação e a disposição mútua de investir na relação ao longo do tempo. A psicologia sugere que os relacionamentos mais duradouros são, muitas vezes, aqueles que conseguem transitar pelas mudanças com flexibilidade emocional, sem a imposição de um "ideal" rígido, mas com a presença de um compromisso genuíno no agora e no futuro próximo.

Só que, com a mulher que tenho, possuo a certeza absoluta dentro do meu coração desse tal para sempre.

Eu só não digo que pego todo esse conhecimento e jogo no lixo porque nós temos esses ingredientes para construir, diariamente, o ideal de estabilidade. Mas sou uma pessoa perdidamente apaixonada. Mesmo sabendo que a vida traz incertezas, acredito no nosso para sempre porque vejo no nosso amor um compromisso profundo e contínuo. Não se trata de uma promessa de perfeição, mas de escolher um ao outro todos os dias, priorizando, enfrentando juntas as adversidades e celebrando as vitórias. O "para sempre" é a dedicação mútua, o esforço para crescer juntos, e a certeza de que, com amor, diálogos, paciência e respeito, nós estamos construindo algo duradouro, dia após dia.

A verdadeira magia do amor está na entrega, no ato de se entregar a ele inteiramente, acreditando nas adaptações e superações ao encontrarmos os obstáculos da vida.

Fui até a boquinha linda e dei um beijo, que se prolongou um pouquinho mais que o esperado.

— Eu te amo muito! — disse-me ao me envolver em seus braços.

— E eu te amo para sempre! — falei sorrindo.

No quarto, ainda entre muitos beijinhos, pela primeira vez Milena e Kaique tiveram algumas curiosidades. Eles estavam olhando para nós e rindo, então questionei o motivo.

— Como é que beija na boca? — perguntou Milena.

— Não gosto desses assuntos... — respondi com humor, me esticando na cama. — Mas é um negócio que só adultos fazem quando estão muito apaixonados... — concluí.

Juh ria um pouco (ela adora o fato de eu não suportar a ideia dos meus filhos serem soltinhos, iguais a mim).

— Então a tia Loren se apaixonou muitas vezes? — me questionou, e eu ri da dúvida; o pensamento dela foi muito ágil.

— Ela tinha muito amor guardado no peito, mas distribuía em lugares errados, isso deixava o coração dela triste e machucado, até que, na idade certa, sua tia encontrou o Tio Victor, que também é loucamente apaixonado por ela... — falei.

— Mas por que criança não pode? — perguntou Kaique.

— Oxe, você quer beijar quem? — perguntei.

— Ninguém! — respondeu bravo, e Mih riu.

— Vocês querem contar alguma coisa, não é? — perguntou Juh, encarando os dois.

Nesse momento, Milena gargalhou e Kaká jogou o travesseiro nela.

— A hora é agora... — falei, mas com um frio na espinha.

Dez aninhos ainda, meu Deus!

— Agora fala logo... — disse Kaique baixinho para a irmã.

— Uma menina queria beijar o Kaká hoje e ele saiu correndo e subiu na árvore — nos contou, rindo muito.

— Meu Deus, que horas isso? Por que não me chamaram? — perguntou Juh.

— Foi pela manhã, mamãe, brincando com os cavalos... Eu só queria continuar cuidando deles, mas aquela menina chata ficava falando em beijo — se justificou.

— Meu orgulhooo! — exclamei, comemorando, rindo e sacudindo o corpo dele. — Fuja mais, filho... Fuja muito! — e ele sorriu aliviado.

Nesse tempo ele tinha nojo de tudo que parecia minimamente romântico envolvendo-o, era até engraçadinho.

— Vai ter idade para tudo, agora não é a hora de vocês pensarem nisso... Se acontecer de novo, procurem um adulto, mas não adiantem as coisas... — disse Juh, e eles pareciam entender muito bem.

— Enquanto isso, só beijo na bochecha — e segurei o rosto dos dois para encher de beijinhos.

Eles entraram no nosso meio, Mih se agarrou em mim e Kaká em Juh, e nós dormimos dessa maneira. Pela manhã, nos despedimos e fomos aos nossos compromissos. O meu era algumas horas mais tarde que o de Juh, então pudemos acompanhar uma à outra.

Ela estava nervosa, e ficamos um bom tempo abraçadas no estacionamento do colégio. Fiz carinho no seu rosto enquanto reforçava tudo o que já havíamos conversado sobre suas capacidades e confiança. Perguntei se ela queria bater um papinho com a psicóloga dela, mas ela negou, disse que ia conseguir se tranquilizar ali comigo.

Do estacionamento para a sala de reunião, entrou outra pessoa. É incrível como Júlia consegue se transformar e ser 100% ela em tudo. Às vezes, um anjo; outras, sensual; às vezes, extremamente profissional. É tem Júlia Oliver em tudo!

A pessoa que tremia entre meus braços, em poucos instantes, foi confiante, caminhando até onde, se tudo desse certo, seria o seu novo local de trabalho.

Fiquei esperando, olhando o horário e observando se chegaria alguma mensagem dela. Não tinha muitas pessoas por ali, mas as poucas que estavam foram bem agradáveis comigo. Passei por alguns lugares e até comentei que provavelmente nossos filhos estudaram ali. Foi então que tiveram certeza de que éramos um casal; falei de propósito, as moças estavam com carinhas curiosas. Pareceram felizes em saber.

Depois de um bom tempo, Juh saiu da sala, estava um pouco séria, mas o seu olhar sorria. Fiquei contente e já empolgada com o que ela me diria. O pessoal que estava por ali se dispersou e nós ficamos a sós.

— E aí????? — interroguei ansiosa.

— Deu certo!!!! — me respondeu sorrindo.

Eu a abracei forte e beijei muito aquele rostinho feliz.

— Eu sabia que você ia conseguir, gatinha!!! — disse, segurando seu queixo e trazendo para um selinho, talvez dois, ou três, na verdade quatro ou cinco... Alguns!

— Fui bem sincera sobre minha única experiência, acho que não é algo que você me aconselharia dizer, mas tô feliz que funcionou — disse-me ao me abraçar mais uma vez, e então nós saímos.

— Agora é minha vez — falei, ao entrarmos no carro.

— Vai dar tudo certo também, com fé em Deus! — disse, confiante. — Você tá nervoso?

— Não... — disse, sorrindo para ela.

E no meu caso, foi bem rápido. Conversei com um advogado, assinei alguns papéis, e ficou certo de, ainda naquela semana, eu ter acesso a um processo para ler e analisar a documentação. A pessoa tinha laudos médicos anteriores, então eu também teria que avaliar esses registros antes de ter um contato direto pessoalmente.

— Almocinho para comemorar? — falei no ouvido de Juh, ao sair, surpreendendo-a ao abraçá-la por trás.

— Tudo certo com você também? — perguntou animada, virando para mim, e eu confirmei balançando a cabeça positivamente.

Depois de muitos beijos, nós partimos para um restaurante que ainda não conhecíamos, mas é bem comentado pela maioria das pessoas de Salvador. Não demoramos muito, porque eu ainda estava bastante cansada, minhas pernas doíam que só, mas deu para festejar nossos progressos.

Ali, nós iniciamos uma nova página da nossa vida. No outro dia, íamos reunir a documentação para a matrícula dos meninos. Achamos melhor fazer essas coisas longe de Mih, para não tocar na ferida dela. Também íamos comprar o material escolar e decidimos fazer isso sem eles. Já sabíamos o tema preferido de cada um, só precisávamos agora da lista da escola.

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Foto de perfil de Lore Lore Contos: 76Seguidores: 30Seguindo: 4Mensagem Bem-vindos(as) ao meu cantinho especial, onde compartilho minha história de amor real e intensa! ❤️‍🔥

Comentários

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Bom Dia casal fofo!

Lorena eu fiquei foi e com agonia com esse tanto de km que vc andou com a sua sogra, cê tá e doido isso aí não é caminhada o que aconteceu aí foi uma maratona KKK, mais ao que parece tanto você e o Victor alegraram sua sogra e os pais dele né, isso foi meio que gratificante e importante pra eles.

Nossa que declaração foi essa a gente já sabe o quanto vcs duas se amam, mais depois de ler o que eu li sei que um dia vou achar um amor assim.

Gostei que uma deu forças na hora das entrevistas de emprego, e que no final deu tudo certo.

Bjs amigas maravilhosas 😘 bom final de semana!

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Isso n foi um capítulo, foi uma carta de amor endereçada a mim ❤️

Eu estava revisando e rindo, já imaginando em te zoar nos comentários por ter se ferrado puxando o saco da minha mãe, claro eu lembrava do nosso papo da noite, mas ler suas opiniões a respeito fez eu me emocionar... É para sempre c certeza, amor. Te amo! 🥰

PS: Lore é viciada em trabalhar até no conto 😂

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Já ia me zoar, e eu aqui derretidinha por você... É assim mesmo 😌😂

Eu te amo também, gatinha e não tenho dúvidas do nosso para sempre! ❤️

PS: Alguém me contrata clandestinamente, 100% no sigilo 🤐🙏🏽😫

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