Sendo livre! - Cap. 13 - Combinado não sai caro? Será?
Crossdresser, Gay, Bissexual, Trans
– É ficar 5 minutos fora e o homem já fica galinhando, tá loko.
– Cinco minutos o caralho.
– Tá, modo de dizer, disse Pri, mas se tá a fim da pirigueti, vai lá?
– É ciúmes isso? Disse Alex sorrindo maliciosamente.
– É, pronto, tô afim de ficar com você, te interessa.
Nisso do nada Alex deu um beijo na menina que até eu fiquei sem fôlego, no que chega Robson, com o Tobias e ambos se olham e me olham.
– Vai pagar vela Valentine? Disse Tobias, mexendo com a sobrancelha, sem entender o que Alex queria.
– Não, não preciso de vela, nem fazer vela, deixe os pombinhos curtirem por que não vão caçar algo?
– Bom eu vou, disse Tobias, você vem Robson?
– Eu, é , posso ficar com você, Valentine?
– Ficar, tá loko?
– Digo ficar aqui conversando, desculpe me expressei mal.
– Tá bom, pode ficar, mas vamos dar uma volta, se importa de me acompanhar?
Nisso ele me deu a mão para levantar, eu achei fofinho e mantive a mão dada com ele e fomos passeando por todo o salão, de salto, andando devagar, mas percebi que a metade da festa que eu não conhecia, ele conhecia a todos e foi me apresentando, até que chegou na mãe do noivo, que estava com uma outra senhora e falou para mãe do noivo.
– Mãe, essa é minha amiga Valentine?
Ela ficou me olhando, sorriu, falou algo sobre linda namorada com seu filho, meio que sussurrando, mas não disse mais nada, o silêncio foi quebrado pela Noiva.
– Olá Valentine, quanto tempo hein amiga, nossa como você ficou linda, fiquem a vontade, vou ali falar com minhas amigas, parabéns Robson, trate de cuidar dessa princesa hein, e nada de avançar sinal, estou de olho em vocês? Disse a noiva piscando pra mim.
Nossa ela falar aquilo me deixou muito preocupado, precisava falar com à sós com Isa e ver de seu noivo não abrir o jogo com seus pais, pois iria me colocar e colocar Robson em apuros, e também se ele não iria brigar de seu irmão estar com uma “menina diferente”.
Pedi licença para Robson, e sai em direção a ela, esperei o momento certo e assim que a noiva e o noivo estavam a 2 metros de mim, chamei novamente, puxei eles para um canto e falei.
– Meus pombinhos, estou em apuros, sua mãe, acha que estou namorando com seu irmão, estamos de mãos dadas, mas depois explico isso, o assunto é rápido e antes que alguém ouça, não falem nada que eu sou … vocês sabem, tá. Por circunstância nenhuma falam isso e por favor, não me julguem por nada, muito menos Alex. Por último, caso seu irmão me beije, lembre que ele não sabe que sou diferente, não julgue ele tá.
– Tá, ok, pode ficar tranquila Valentine, eu até imagino, eu não irei julgar vocês, mas te dou a dica de ser honesto com ele, para evitar maus entendidos, é meu único irmão, cuida do Robson tá, minha mãe está marcando muito pesado em cima dele, eu sei do que se trata, é nossa prima Priscila ela já veio conversar comigo também, mas por outro assunto.
– Obrigada!
Nisso sai e já voltei a ficar de mãos dadas com Robson que se sentiu um privilegiado, afinal a segunda gostosona da festa, insistia em ficar de mãos dadas com ele.
Andamos mais um pouco e em certo momento ele tentou me beijar, eu estava distraída e demos um selinho, eu ia falar algo mas ele já me disse.
– Valentine, eu peço desculpas, mas foi um desejo natural, queria lhe dizer que estou encantado por você, é uma mulher incrível, simpática e ficando ainda de mãos dadas comigo, eu pensei que talvez pudéssemos nos beijar.
– Robson, não sou o que pensa, e sua namorada, tá esquecendo ela.
– Olha, hoje eu estou aqui com você, isto que importa para mim. Não me interessa sua vida antes daqui, estou interessado em ficar com você nesta festa e quem sabe amanhã no casamento, ficaria feliz e lisonjeado, não sabe o quanto isso é importante para mim. A menos que tenha namorado e ai vou entender e peço desculpas pelo selinho.
– Eu sei, sua prima me confidenciou ou posso chamar de namorada, seu irmão me contou tudo, combinamos de continuar essa situação?
– Ah, puxa, então estar de mãos dadas comigo é uma encenação, apenas cumprir um combinado? Entendi, desculpe tentar beijar.
Eu não sei se era a forma tão fofinha, tão carinhosa e meiga dele, mas apenas falei duas coisas.
– Robson, primeiro, não tenho obrigação nenhuma, se estou com você é por que eu decidi ficar. Segundo, na próxima vez que quiser me beijar, peça e eu lhe direi se quero ou não, não quero ser um troféu seu, muito menos uma qualquer, se estou aqui do seu lado de mãos dadas é por que eu escolhi, gostaria que também fosse um desejo seu, se não for assim, nos despedimos aqui e cada um segue seu destino.
– Não, por favor, eu te desejo, queria te beijar.
Nisso eu me aproximei, e beijei ele lentamente, longamente, fui só interrompido por um puxão de braço, me assustei, mas quando virei era o Alex, que de mãos dadas com Priscila nos falaram.
– Bom, precisamos conversar, nós quatro, acho justo com eles não acha Valentine.
– Sim, muito justo, vamos no saguão do hotel, tem menos gente e tem um lugar mais reservado.
Aí fomos, Alex contou tudo, e abriu o jogo, Priscila só dava risada, Robson ia falar algo quando ela interrompeu.
– Bom, meu amorzinho, pelo que vimos, sua mãe já caiu no conto, os noivos guardam segredos, nós dois nos propusemos a ficar com alguém, ok, que é inesperado esse fato, mas por um lado, eu não estou te traindo com um homem, nem você está me traindo com uma mulher, então estamos em uma situação diferente, eu imagino aproveitarmos e curtirmos.
– É, pelo visto é isso Pri, mas o Alex já aceitou te beijar?
– Sim do mesmo jeito que Valentine te beijou! Nós vimos e acho que estamos todos de acordo, ok?
– Bom, eu não sei o que aconteceu comigo, mas sim, acho que será legal, Robson é um menino carinhoso e educado, e beija bem, por mim mantemos o combinado, nos divertimos e depois do casamento vida que segue.
Todos demos as mãos e fomos agora como dois casais pra pista, dançamos um pouco, conversamos com nossas mães apresentando nossos “partidos” , mas não nos beijamos na frente delas, e nossos pais (masculinos) apenas bebiam e nem se ligavam no que acontecia. Estávamos os quatro nos encaminhando pras mesas quando fomos, na verdade eu fui parada por um rapaz bem lindo por sinal.
Veio um menino pedir para dançar comigo, eu ia recusar mas tanto Pri quanto Robson fizeram um sinal para eu aceitar, pois perceberam que mãe de Robson estava próximo com um olhar nada discreto para nós quatro.
Na quarta ou quinta dança ele tentou me beijar, eu o empurrei delicadamente, e o abandonei ali mesmo na pista, pisando pesada em direção aonde estava meus amigos, por não dizer meu namoradinho, contei o acontecido eles deram risadas e Robson para me acalmar foi me fazendo carinho, me elogiando e me dando uns selinhos.
Depois de alguns beijos, eu acabei por me esfregar, com a perna nele, pois estávamos meio que encaixados eu de lado, meio que entre suas pernas e a lateral minha toda encostada em seu peito, senti ele se arrepiar ao tocar em seu pênis, ele na sequência envolveu minha cintura com sua mão e eu que me arrepiei.
– Desculpe, foi sem querer? Disse meio maliciosamente e sorrindo.
– Foi bom, pena não termos outras oportunidades!
– Hum, como assim, outras oportunidades.
– Ah, sei lá sairmos daqui para algum lugar mais aconchegante e discreto.
– Ei, não está esquecendo de nada?
– Não entendi.
– Esqueceu? Não sou uma mulher, digo 100% mulher, que oportunidades estaria perdendo, o que você tem em mente.
– Olha, disse ele me puxando agora à sua frente. Se esta pessoa, linda, sexy que eu estou vendo a minha frente, com esse olhar matador, maquiada, com essas mãos lindas e toda trabalhada, com esse vestido e este decote mostrando um seio lindo, não é uma mulher, e digo mais, com os beijos que trocamos até agora, não é o beijo de uma mulher, o que foi tudo isso para você ?????
Realmente, esse era um ponto que nem eu mais conseguia definir, eu já tinha tesão por homens, mas nunca tinha chegado nem perto de tocar um, de ser abraçada ou abraçados por um, eu sempre olhei um ou outro homem nú, no vestiário da piscina no clube, na natação da faculdade, ou mesmo nos treinos para o triathlon, oportunidades não tiveram tão próximas como agora, até poderia ter acontecido, mas sempre me contive.
Além do mais, já havia vestido uma ou outra calcinha de minha mãe e de outras primas, em outras oportunidades, inclusive nas festas de casa de minhas primas, mas agora ali, realmente, com toda essa produção, fazia algum tempo que eu não me sentia mais um homem, meus desejos, meus gestos, tudo em mim era uma mulher.
– Eu confesso que não sei o que sou.
– Bom, desculpe ser indiscreto, mas antes de acontecer tudo isso, você era, ou melhor, você sentia atração por mulheres ou por homens?
– Bom, te falamos, eu e a Vanessa estamos namorando.
– Tá isso que você disse, uns 6 meses, e como era o Rapaz “Valentine” antes dessa descoberta de namorar sua prima, como você se definia, tinha namorada, namorado, isso que pergunto.
– Bom, eu me descobri gay, já com uns 12 anos, mas até os 15 não entendia isso, dos 15 aos 18 eu me escondi, tinha umas vezes que no quarto me masturbava pensando em homens, na verdade nos moleques da escola, geralmente os mais velhos. Outras vezes eu gozava pensando nas meninas, mas era sendo elas, ou estando com elas como lésbicas, então era tudo escondido, tudo apenas em um mundo imaginário. Cheguei a vestir calcinha e uma ou outra roupa de menina, mas gozava e depois batia um arrependimento uma culpa.
– Mas namorou ??
– Tive algumas saídas, de beijos e apertos com umas amigas da escola, coisa de uma ida no cinema, ou um lanche no shopping, ou mesmo um role em algum evento da escola, mas durava 1 dia, o que mais durou, teve 1 mês, não sei se era eu ou eram elas, pois apenas no dia seguinte a algo mais íntimo, mantinham o nível de amizade, acho que elas as meninas me testavam, diziam que eu era um homem, lindo, amável, mas o tesão logo diminuía, então acho que era isso.
– Só meninas?
– Só, você foi o primeiro homem que beijei em toda minha vida.
Se ele soubesse, que eu passei boa parte do ensino médio querendo beijar um menino.
– Gostou?
