Perdi todo meu dinheiro no Tigrinho, e agora sou corno

Um conto erótico de Mais Um Autor
Categoria: Heterossexual
Contém 1495 palavras
Data: 06/11/2024 18:35:35

Oi, pessoal, não sei muito bem por onde começar. Nunca imaginei que chegaria a esse ponto, mas a situação está complicada de verdade e eu simplesmente não tenho com quem conversar. Se alguém descobrir o tamanho da merda que fiz, estou completamente fodido.

Me chamo Paulo e sempre levei uma vida, digamos... certinha. Daquelas que, olhando de fora, parece que tudo é perfeito. Eu devo muito disso à forma como fui criado pelos meus pais. Não sou fã de estereótipos, porque eles colocam a gente em caixinhas e são injustos muitas vezes. Mas, no meu caso, ele se encaixava perfeitamente.

Meus pais são descendentes de coreanos, e sempre seguiram uma linha bem tradicional. Para ser feliz na vida, você precisa: tirar boas notas, fazer uma faculdade prestigiada, construir uma carreira sólida, casar e ter filhos. A pressão para ser bem-sucedido sempre esteve presente, desde o meu primeiro passo.

Até completar 30 anos, a estratégia deles tinha dado certo. Eu era engenheiro, trabalhava numa grande empresa com um cargo excelente considerando a minha idade. Dinheiro não era problema, eu me sustentava e tinha até uma certa folga no final do mês.

E não era só a minha vida profissional que estava em ordem. Minha esposa, Maya, tinha acabado de dar à luz a nossa primeira filha. Nina, uma bebê linda e saudável, o reflexo do amor que a gente tinha construído tantos anos juntos.

Sempre fui uma pessoa cética, especialmente quando o assunto era amor. Acreditava que as pessoas se apaixonavam por uma mistura de biologia e conveniência. Bastava um leve impulso hormonal, somado à pressão social e uma pitada de economia, e voilà: tínhamos a receita da maioria dos relacionamentos.

Meu casamento me fez questionar essa visão pragmática do mundo, todos os dias. Eu sou louco pela minha esposa. Eu fico todos os dias ansioso esperando ela acordar para a gente começar o nosso dia. Nunca faltou companheirismo, paixão e nem carinho na nossa relação.

A gente se conheceu ainda criança, já que nossas famílias, ambas coreanas, frequentavam a mesma igreja. Ela é cinco anos mais nova que eu e, desde a adolescência, tinha uma quedinha por mim. Mas, até pela diferença de idade, eu não prestava atenção nela.

Foi quando eu tinha 25 anos que a gente finalmente virou um casal. Eu havia terminado um relacionamento longo e fiquei na fossa. Maya, sempre atenta às minhas redes sociais, não perdeu tempo. Assim que minha ex sumiu do meu perfil, ela começou a puxar assunto, mandando memes e fotos dela.

Eu não sou bobo, sabia exatamente quais eram as intenções dela. Ainda assim, demorei para chamá-la para sair. Estava abalado com o fim do meu namoro e não via Maya como uma opção séria para mim.

Minha mãe sempre me disse que os opostos não se atraem, eles se destroem. Eu e Maya éramos muito diferentes. Nossos amigos até brincavam que a música "Eduardo e Mônica" foi escrita para nós. Ela era muito mais leve, brincalhona e extrovertida que eu. Nunca acreditei que algo entre a gente pudesse durar por causa dessas diferenças — e também por conta dos boatos que corriam sobre ela.

A comunidade da nossa igreja é bem fechada, todo mundo sabe da vida de todo mundo. É como viver em uma cidade pequena. E na nosso meio, Maya carregava uma reputação meio que... questionável. Diziam que ela era "rodada."

Ela havia ficado com alguns caras da igreja quando era mais nova, e o boato que existia era que ela levava os meninos para o banheiro da sacristia para dar uns amassos. Só que, ela não beijava só a boca deles.

Até hoje eu não sei o quão verdadeiras eram essas histórias. Ela nunca tocou no assunto e eu também nunca tive coragem de perguntar.

Apesar de tudo, contra todas as expectativas, eu a chamei para sair. E essa foi, sem sombra de dúvida, a melhor decisão que tomei em toda a minha vida. Logo no primeiro encontro, percebi que, embora fôssemos diferentes, a leveza dela era exatamente o que eu precisava. Maya é uma pessoa divertida, o tempo voava quando eu estava junto dela.

O fato dela não ter sido uma "santinha”, apesar de não ser legal, também tinha suas vantagens. Eu sempre precisei me manter em forma, para acompanhar o fogo dela. Em cinco anos de relacionamento, o máximo que ficamos sem transar foram três dias. Maya sempre fez questão de manter nossa vida sexual ativa e longe da monotonia.

Ela é, sem exagero, a mulher da minha vida. Não consigo me imaginar sem ela, nem tenho o menor interesse em mais ninguém. É exatamente isso que me corrói agora. Como pude ser tão idiota? Como pude colocar tudo o que eu tinha em risco, sem pensar por um segundo nas consequências que minhas escolhas trariam para Maya e para nossa filha?

Eu tenho uma doença que destruiu a minha vida: vício em apostas.

Quando eu tinha 20 e poucos anos, fui com alguns amigos para Las Vegas. Foi uma das experiências mais estranhas da minha vida. Aquela cidade parecia outro planeta.

Mas, como dizem, "quando em Roma, faça como os romanos." Bastou um pouco de pressão dos meus amigos e logo me vi sentado numa mesa de "Blackjack". Depois de poucas mãos, eu já estava completamente vidrado no jogo. A matemática envolvida, a tensão antes da próxima carta e a adrenalina de ganhar, tudo aquilo era demais para mim.

Perdi a noção do tempo. Os cassinos não têm janelas ou relógios, exatamente para você esquecer da realidade e ficar lá sem saber se é dia ou noite. Fiquei tanto tempo lá, que meus amigos cansaram e me deixaram jogando sozinho.

Eu só os encontrei no dia seguinte, depois que perdi todo dinheiro que eu tinha levado para a viagem. Eu não conseguia acreditar em quão irresponsável tinha sido.

Tem estudos que comprovam que algumas pessoas são geneticamente propensas ao vício, e foi assim que descobri que era uma delas. Eu compreendi o poder destrutivo que as apostas poderiam ter na minha vida, e achei que aquela viagem havia sido importante para me ensinar uma lição.

Meu erro foi não ficar afastado do jogo pelo resto da minha vida. Foi através das redes sociais que o vício bateu à minha porta novamente. Comecei a seguir um influenciador que se autointitulava o "rei das apostas." Ele recomendava em quais times de futebol apostar e fazia lives jogando, mostrando seus ganhos em tempo real.

O "rei das apostas" estava sempre viajando pelo mundo, comprando itens de luxo e conhecendo celebridades. Eu me sentia meio idiota, batendo o ponto todo dia, enquanto havia pessoas que pareciam que nasceram com o bumbum virado para a lua, vivendo a vida no modo fácil.

Foi assim que eu me aventurei nas "bets". No começo, eu seguia as dicas do “rei das apostas” para apostar em futebol. Mas, depois de alguns meses, os ganhos não eram o que eu esperava. Apesar de toda a “expertise” desse influenciador, as recomendações dele ganhavam uma vez, depois perdiam na outra, e no fim das contas, o saldo ficava ali no zero a zero.

Cada vez que eu entrava no site de apostas, uma pop-up com o jogo do tigrinho aparecia. Eu já tinha visto influenciadores ganhando uma grana com isso em lives, e mesmo sabendo que era uma armadilha para otários, meu dedo coçava para jogar. Hipnotizado com aquele caça-níquel virtual rodando na minha tela, eu sonhava o que aconteceria se eu ganhasse o jackpot.

“Afinal, todo mundo joga na Mega-Sena, não é?”, era assim que eu pensava no começo. Qual seria o problema em colocar um pouco de dinheiro no tigrinho?

A primeira semana foi fantástica. Eu comecei com um saldo de 500 reais, e terminei com quase 2000. Meu cérebro desligava totalmente quando estava jogando aquela porcaria, e sem nem perceber, eu estava totalmente viciado.

As semanas seguintes não foram generosas para mim. Eu rapidamente perdi todo o saldo que tinha e coloquei mais dinheiro na conta. As perdas foram se acumulando, começando um ciclo interminável de zerar a conta, colocar mais dinheiro, perder tudo novamente e repetir o processo.

Eu estava tão viciado que zerei a conta conjunta que dividia com minha esposa. Foi aí que o pânico tomou conta de mim. As coisas saíram do controle.

O medo de Maya descobrir o que tinha feito me consumia. Eu precisava de uma solução. Sabia que não tinha mais de onde tirar dinheiro, mas eu não podia admitir o fracasso e muito menos contar para Maya o buraco em que eu tinha me enfiado.

E foi nesse momento que me afundei ainda mais, pedindo ajuda para o Marcos.

<Continua>

Quem quiser ler o segundo capítulo, ele já está no meu blog. http://www.ouroerotico.com.br

Quem quiser comprar o conto completo, ele está na Amazon! https://www.amazon.com.br/dp/B0DM6PPJSB

Se gostou, não esquece de votar e comentar, é um baita incentivo para fazer mais!

Valeu!

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 14 estrelas.
Incentive mais_um_autor a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

Oi gostei desse começo, muito bom mas ler nos comentários o pessoal cobrando o final de um conto me deu um desânimo enorme, amiguinho será que vc vai entregar o conto todo? Desanimei.

Beijinhos da titia Sueli Brodyaga 😘😘😘😘😘😘😘😘

0 0
Foto de perfil genérica

Você vai dar continuidade ao conto Poker dos Cornos?

0 0
Foto de perfil genérica

Oi!

Sim, eu estava terminando esse do tigrinho e meu plano era finalizar o poker dos cornos.

0 0
Foto de perfil genérica

Comprar um conto tem que ser muito viciado né

0 0
Foto de perfil genérica

Tem coisas piores para gastar seu dinheiro, como tigrinho!

Mas, falando sério, para quem tem unlimited ele é de graça, e eu vou postar aqui um capítulo por semana até completar.

Se gostar dos contos suficientes para pagar, é legal para incentivar eu dedicar ainda mais tempo escrevendo.

0 0