Nota do autor: No capítulo anterior, o terceiro, houve problemas de edição que atrapalharam o desenvolvimento da narrativa. A formatação "comeu" várias datas e atrapalhou, acredito, o entendimento de algumas passagens. Um leitor chamou atenção sobre isso, corretamente. Portanto, peço por gentileza que, antes da leitura deste quarto capítulo, deem uma repassada no capitulo anterior para compreenderem melhor os acontecimentos ligados a cada data, pois a história corre paralelamente em duas épocas distintas.
continuando.
Primeiro, foram as fotos. Ele preferia seguir uma sequência cronológica, pois ele achava que o vídeo era consequência dos atos registrados. Quando se deparou com cada foto uma a uma, ficou estarrecido. De imediato, a primeira mentira sobre a versão que foi contada a ele: aquele local não era a casa de Osório. A primeira não, a segunda. A primeira era a presença do casal Valdão e Celinha, omitidos. Parecia um galpão ou uma enorme garagem, toda forrada por um denso carpete. As sequencias das imagens eram as seguintes.
Eles dançando animados juntos; poses para a câmera
Essas foram as normais. A partir daí que a coisa fica feia.
- Samara em cima de Raimundão com os peitões na cara dele; Marli cheirando cocaína; Núbia de sutiã pulando no meio deles; a mesma Núbia pagando um boquete pro namorado Zé Pedro; beijo triplo entre Zé Pedro, Núbia e Laura; Isabel nuazinha em cima da mesa se agachando; Isabel abraçando Valdão e segurando o pau dele por cima da cueca; Valdão nuzão, exibindo um pau imenso; Osório sentado com um pau de respeito ereto; todo mundo dançando juntos, já pelados; as meninas simulavam cantar, segurando ora o pau de Valdão, ora o de Osório, como se fosse um microfone; Laura medindo o tamanho do pau de Valdão com o braço; todos cheirando juntos na bandeja; Marli sendo erguida pelos rapazes, toda arreganhada, numa posição pra lá de ginecológica – como diriam alguns “dava pra ver até o útero”; Samara cavalgando Manoel, pendendo a cabeça pra trás, com a boca extremamente aberta como se tivesse gozando; Isabel quicando no pau de Valdão, de costas pra ele; Osório por trás de Valdão, que agarra Celinha, que está montada em Zé Pedro; Marli urinando em cima do rosto de Raimundão; Laura e Núbia com rostos unidos recebendo jatos de urina de dois homens não identificados; as meninas e Raimundão sorrindo muito, parecendo estarem melados de urina; Osório estourando uma champanhe em cima das meninas; todos pulando com Valdão estourando outra champanhe em cima deles; Isabel enfiando um pepino na buceta de Celinha; Núbia de quatro e Raimundão enfiando um morango no cu dela; Laura e Samara com as línguas entrelaçadas, uma de frente pra outra, e as extremidades do que parecia ser uma banana da terra descascada na buceta de cada uma; Manoel espremendo uma laranja no rosto de Celinha; Isabel e Marli espalhando melancia nos seios de Samara; Duas fotos mostrando uma guerra de bagaços de laranja, uns jogando em cima dos outros; Manoel segurando uma garrafa de iogurte e derramando no rosto de Laura; Zé Pedro virando uma caixa de leite no rosto dele e de Celinha; Valdão derramando mel nos seios de Samara, beijando ela com as línguas enroscadas, enquanto Osório e Núbia lambe os peitos dela; ovos sendo quebrados nas cabeças de alguns; farinha de trigo sendo espalhadas e atirados uns nos outros; todos juntos, alegres e sorridentes posando pra fotos, imundos; uma sequência de fotos, com cada um tendo o corpo lambido pelos demais; Marli pulando na calçada, já na rua, embaixo de chuva; Zé Pedro, Valdão, Celinha e Samara pulando abraçados na mesma calçada, ainda chovendo; todos num outro ambiente dançando embaixo de uma forte chuva; os onze abraçados e, ao que parece, num beijo coletivo; todos já no galpão realizando uma ciranda erótica (todos deitados, formando um círculo, um chupando a genitália do outro); uma sequencia de fotos: as meninas ajoelhadas, de boca aberta, preparadas pra receber ejaculações dos homens, que estavam se masturbando pra gozar e termina os homens gozando nos rostos e elas dividindo a porra deles; todos juntos, sendo as meninas na frente dos rapazes, felizes da vida, com filetes de porra e os rapazes atrás com as rolas em cima das cabeças delas; as mulheres de quatro, olhando pra trás em direção à câmera e os homens na frente delas; todos juntos dando tchauzinho, fazendo coraçõezinhos e soltando beijinhos; por fim, todos deitados, uns em cima dos outros. Dava pra perceber a luz apagada e uma penumbra, provavelmente os raios de sol lá fora passando por debaixo da porta do local.
Camilo estava literalmente bombardeado com tanta informação durante aquele dia. Estava baqueado. Ele presumiu que as fotos das brincadeiras foram tiradas nos intervalos da suruba de fato. E parecia que muitas foram fotos programadas, pois grande parte reunia todos os onze, não havia uma outra pessoa. Não tinha dúvidas: a verdade foi que todo mundo curtiu uma festa extraordinária, onde rolou de tudo, tudo mesmo, que uma turma pode celebrar reunida. Lembrou com nojo de Núbia, com a maior cara de pau falando pra ele “foi apenas uma surubinha boba, Cam, e nem sei se essa é a palavra certa”. Como puderam ser tão sórdidos?
E ainda tinha a filmagem e essa parecia ser ainda mais avassaladora.
Começava todos mascarados, na beira de uma piscina, dançando e se divertindo muito, pulando abraçados, bastante animados, em cima de um imenso tatame. Apesar das máscaras, ele conhecia muito bem todos e dava pra ver realmente que eram eles. Depois, começa muitos beijos, beijaços pra lá de obscenos, entre todos, quando uma acabava de beijar um, partia pra outro, mamava os seios, um outro vinha e se metia, rolava beijo triplo, quadruplo, uma balburdia. Daí começou seções de sexo oral, num troca-troca corriqueiro. E então, começam as primeiras penetrações. E então, uma sequência de variações, posições, performances vigorosas e dedicadas. Como havia um homem a menos, sempre rolava um ménage entre um cara e duas mulheres. Camilo não podia negar: eles eram muito entrosados. Parecia que faziam isso há anos. Estavam muito juntos, praticamente um fodia se esbarrando no outro. As quicadas eram fortes, as socadas violentas, o ritmo pulsante. Camilo se impressionou como era frenética aquela orgia, dava de dez a zero em muitos filmes dessa categoria. E o tempo passava e eles firmes, não cansavam. Quando a câmera focava muito próximo, dava pra ver os corpos banhados de suor, o dia tava radiante, parecia ser uma ou duas da tarde. Quando frisava os rostos, dava pra ver o prazer estampados neles, apesar das máscaras. Tinha que admitir que aquela turma tinha um empenho incrível, seus colegas estavam priápicos.
Camilo estava muito impressionado. Jamais imaginava seus amigos naquele desempenho triunfal, sua namorada e colegas realizando exibições admiráveis. Tudo aquilo era extasiante. Eles eram afinados, pareciam conhecer os dotes de cada um. O tempo passando e as performances rolando. Em um momento aterrador, sua Laura estava vestida com uma cinta peniana, com uma cara safadissima, mandando ver... em Valdão!! E esse lambia Isabel, que estava de quatro mamando os peitões de Samara, que estava agachada na cara de Osório, que estava sendo chupado por Marli, que estava sendo socada por Zé Pedro, que beijava Celinha, que estava sendo comida em pé por Manoel, que estava choupando Núbia, que estava esparramada e toda arreganhada em cima de uma mesa. O que era aquilo!!! Show!! E acontecia muito isso ao longo do filme: enquanto uma mamava, o outro socava na que tava mamando e se tivesse espaço, iam se encaixando, até os onze estarem unidos numa mesma ação. Parecia uma equipe treinada. Rolou a mesma ciranda erótica das fotos, todos dispostos formando um círculo sendo chupados; como estavam muito próximos uns dos outros, as meninas chegavam a rolar por cima dos outros até chegarem no parceiro escolhido; assim que uma se desengatava de um, já se encaixava em uma ou na outra; dois eram chupados por quatro, enquanto as quatro eram socadas – sendo que um dos que socavam era uma das mulheres com cintaralho – e a que sobrava oferecia a buceta pros dois que estavam sendo chupados. Aconteciam muito esses arranjos grupais. Eles tinham uma coordenação coletiva impressionante. Que Xou da Xuxa é esse!!
Muitas questões surgiam em sua cabeça. Como aquele grupo que mantinha uma saudável amizade podia estar ali contracenando juntos uma putaria daquela dimensão? Como eles podiam se submeter a tanta coisa? E a mudança de comportamento das meninas? Como acreditar que Núbia, tão pudica, poderia aparecer numa filmagem lambendo o cu de Celinha como se fosse buscar petróleo em suas entranhas, enquanto cavalgava Raimundão, enquanto esse metia a linguona na xota de Celinha? Como uma menina frágil como Marli estava com um enorme cintaralho metendo forte em sua amiga Laura, estapeando com força sua bundona, enquanto esta mamava Zé Pedro - que socava sem dó a boca da “amiga” -, enquanto embaixo de Laura, Samara também mamava as bolas dele? Uma loucura... Marli estava imponente, ela tirava aquele troço e bombava a buceta de Samara, lambendo as costas de Laura e por vezes se linguando com Samara. Ele estava tão alarmado que chegou a cogitar se eles se conheciam e faziam isso antes da faculdade, se Núbia e Zé Pedro e Marli e Manoel eram realmente dois casais de namorados, e até mesmo cogitou estar num “show de Truman”, onde toda a faculdade, seus amigos, esposa, e até filhos eram atores contratados de um filme onde ele era o ator iludido.
Após quase três horas de pura fodança, terminaram com os homens gozando na boca de cada garota, elas mamando os caras. Manoel em Isabel; Valdão em Laura; Osório em Marli; Raimundão em Núbia; e coube a Zé Pedro gozar nas bocas de Samara e Celinha, rostos tão colados que não se sabia qual língua era de quem. A quantidade de semem jorrado era absurdo. Descia pela lateral da boca, descia pelo pescoço até seios e barriga. Logo após, fizeram tipo um carrossel de rostos e despejavam esperma uma na boca das outras. Elas se esfregavam entre elas, espalhando aquele esperma todo e limpando os paus dos caras. Após isso, todos se cumprimentam, comemorando o esplendido sucesso daquele feito, como se fosse noite de Réveillon. Eles se abraçam em círculos, começam a pular girando, fazem um trenzinho e começam a percorrer o local, param levantando os braços e se dando as mãos e o final são todos reunidos dando tchau, fazendo coraçõezinhos e soltando beijinhos pra câmera. Ainda dá pra ver Isabel falando “Nós somos imbatíveis! Somos os melhores!”
Camilo só não estava mais apavorado com o que viu porque estava dopado de calmantes e relaxantes musculares. Ficou pensando o quanto esteve alheio a isso tudo. Se sentiu um idiota. Sua cabeça era um mar de interrogação. Fizeram isso juntos por quanto tempo? Só ocorreram essas duas vezes? Como ele não percebera nada? Concluiu que o tanto que eram excelentes fodedores, eram exímios em guardar segredos e aprontarem pelas suas costas. E no meio deles, estava a mulher com quem dividia seus sentimentos por mais de 20 anos. Mas isso não ficaria assim. Ela teria que contar tudo. Tudo! E seria no dia seguinte.
Frio e calculista, viu a mulher chegar, falar com ele como sempre, saber do dia, jantar com os filhos, assistirem o jornal da TV, uma série, e depois irem dormir. No dia seguinte, estavam arrumados pra sair, quando ele a chamou pra ver algo no notebook.
- Laura, pode vir aqui por favor? É rápido. É pra você checar um projeto que eu fiz, dois minutinhos.
Assim que ela foi ver, ele colocou o vídeo pra rodar. Quando a mesma percebeu do que se tratava, parou como uma estátua. Não piscava. Olhou pra ele e perguntou pasma.
- Onde conseguiu isso??????
- Tem mais, Laura.
E atirou as fotos em cima da mesa. Ao ver, agiu como se tivesse sido eletrocutada. Até os óculos caíram. Ela olhou pra ele, como se tivesse na mira de uma arma, pedindo clemencia pra que mão a matasse.
- E então, Laura? Era essa a “surubinha boba” que me contou junto com aquele casal descarado?
Laura foi andando pra trás e colou na parede. Foi arriando o corpo até ficar toda encolhida, como uma criança que está prestes a ser castigada.
- Laura... coloquei um calmante no seu café. Se você visse sem estar medicada, podia ter um troço. Você é forte pra fuder muito, como vi no vídeo, mas reage mal quando pega na mentira. Tive essa benevolência pra você não cair dura e eu ficar sem saber desse segredo extremamente bem guardado. Bem, querida, sobrou pra você me contar tudo, tintin por tintin, de como as coisas chegaram a esse ponto. Tive a complacencia de lhe acalmar primeiro pra ouvir tudo isso. Portanto, é melhor você começar. Estou aqui com uma seringa cheia de relaxante pra fazer você ficar calma o tempo que for preciso pra não se afligir a cada recordação e palavra a ser dita. Pode começar, Laura. Esperei mais de 20 anos por isso. Não vai escapar desse veredito.
Durante esses anos, Laura realmente havia deixado esse passado pra trás. Tinha apenas flashes, e mesmo assim, muito raros, e nos últimos anos parecia que nem tinha vivido aquilo. Agora, todo esse passado começava a ser remontado na sua consciência. Após alguns minutos contemplando a situação em que se encontrava, se viu sem saída.
- Ok, Cam. O que eu tanto temia, emergiu. Não sei como, após tanto tempo. Mas não me resta nada. Se prepare. Não vou esconder absolutamente nada. Serei 1.000% honesta. Agora é hora de você saber tudo. Tudo o que se passou está se descortinando pra mim nesse momento, nesse espaço de tempo as lembranças vieram fortes. Minha narrativa parecerá uma fábula mirabolante. Apesar de tudo, espero ser convincente no que vou dizer. Não vai ser fácil, mas espero que tudo que contarei faça algum sentido.
(continua...)