A tensão da chegada à vila ainda pairava sobre Luís. A responsabilidade que sentia como pastor, misturada aos eventos recentes e à expectativa do ritual, pesava em sua mente. Ele sabia que a tradição da vila, com seus costumes antigos e estranhos, seria um desafio para sua fé. Precisava encontrar alguém com quem conversar, alguém que entendesse a complexidade daquela sociedade e a função que ele deveria desempenhar. E não havia melhor pessoa para isso do que o antigo pastor, José, a quem Luís veio substituir.
Luís se dirigiu até a cabana onde sabia que o Pastor José morava. O homem, de 65 anos, já havia dedicado grande parte de sua vida àquela vila remota, e Luís esperava que ele pudesse oferecer algum conselho sobre como se adaptar ao seu novo papel. Ao chegar à tenda, viu o Pastor José sentado em uma cadeira simples de madeira, observando a movimentação da vila com um olhar contemplativo. O pastor tinha o semblante sereno, mas era evidente que os anos na selva haviam moldado seu corpo e mente. Seus cabelos brancos e sua pele marcada pelo tempo não diminuíam a força que ele ainda exibia.
Ao lado de José, estava sua esposa, Maria Lúcia, uma mulher de cinquenta anos, mas com uma aparência impressionante. Seu corpo, forte e bem cuidado, parecia desafiar o tempo. Havia nela uma vivacidade que contrastava com a simplicidade do ambiente ao redor. Sua presença era imponente, e Luís percebeu de imediato que ela também tinha um papel importante na vila. Maria Lúcia sorriu ao ver Luís se aproximar, convidando-o a se sentar ao lado deles.
— Pastor José? — Luís começou, hesitante, enquanto se acomodava. — Eu sou Luís, o novo pastor que veio para substituí-lo. Não sei como começar a dizer isso, mas... estou confuso. A vila... os costumes... são tão diferentes de tudo o que conheço.
José olhou para ele com um sorriso compreensivo. — Eu sei como se sente, Luís. Quando cheguei aqui, há muitos anos, também fiquei confuso. Eu trouxe comigo a Bíblia, a minha fé, e achava que tudo o que eu sabia seria suficiente. Mas a selva tem seu próprio ritmo. E a vila, seus próprios costumes. Aqui, você vai aprender que fé não é algo que você impõe, mas algo que você adapta.
Luís franziu o cenho, tentando compreender as palavras do velho pastor. — Como você conseguiu equilibrar a fé com os costumes deles? Eu sinto que as tradições daqui são tão... diferentes. Às vezes, até contrárias ao que acreditamos.
José inclinou-se levemente para frente, sua expressão ficando mais séria. — A fé é mais do que apenas regras, Luís. Aqui, eu aprendi que ela precisa caminhar junto com a vida dessas pessoas. Eles têm crenças antigas, rituais que você não encontrará em nenhum livro sagrado. E cabe a você encontrar uma forma de respeitar essas crenças, sem trair a sua própria fé. O mais importante é compreender que as pessoas aqui não são ignorantes ou selvagens. Eles são profundamente espirituais. E nós, como pastores, somos guias, não ditadores.
Maria Lúcia, que estava em silêncio até então, se aproximou de Luís, pousando uma mão delicada em seu ombro. — O segredo, Luís, está em encontrar um ponto de harmonia — disse ela com uma voz suave. — Você não pode mudar o que essas pessoas acreditam, mas pode guiá-las a entender que há algo maior do que o que já conhecem. Foi assim que José conseguiu o respeito deles, sem nunca tentar quebrar as tradições que eles seguem há séculos.
Antes que Luís pudesse responder, ele ouviu o som de passos leves, e uma jovem entrou na tenda. Era Aline, a filha mais nova de José e Maria Lúcia. Ela tinha cerca de 20 anos, mas seu rosto delicado e sua expressão quase infantil faziam com que parecesse muito mais jovem. Contudo, seu corpo era de uma mulher madura, bem proporcionado e gracioso. Seus olhos brilhavam com uma curiosidade inocente, mas havia algo de enigmático nela, uma mistura de pureza e conhecimento dos segredos daquela vila e seus costumes.
— Aline — disse Maria Lúcia, apresentando-a a Luís com orgulho. — Ela é muito importante para a nossa vila, e, assim como você, está aprendendo a conciliar a espiritualidade com os costumes daqui. Vocês têm muito em comum.
Aline sorriu timidamente para Luís, e ele percebeu que havia uma complexidade naquela jovem que ele ainda não compreendia completamente. Havia algo nos olhares dela, algo que parecia guardar segredos profundos sobre os costumes da vila.
Luís se virou novamente para José. — Mas, Pastor, como eu vou lidar com o ritual que foi proposto? — ele perguntou, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros. — Eu devo participar... mas ao mesmo tempo, sinto que isso vai contra tudo o que eu acredito.
José assentiu lentamente. — Eu entendo seu conflito, Luís. Mas saiba que este ritual não é sobre sexo ou desejo, como você pode estar pensando. É sobre a união espiritual, sobre renovação e transição. A filha do líder da vila e a filha do pastor local... elas são vistas como representantes dos espíritos, e sua união com elas não é algo carnal, mas um símbolo de passagem. Aceitar o ritual é aceitar que você faz parte dessa comunidade. Recusar seria como recusar sua posição aqui.
Luís respirou fundo, tentando absorver as palavras do velho pastor. Havia lógica no que ele dizia, mas ainda assim, ele sentia a tensão entre o que acreditava e o que seria esperado dele.
Maria Lúcia olhou para ele, percebendo seu desconforto. — Luís, venha comigo — disse ela, com um sorriso suave. — Eu sei que você está confuso. Talvez eu possa te ajudar a entender melhor o que está por vir.
Luís, um tanto relutante, seguiu Maria Lúcia para o interior da tenda. Ela o guiou para um espaço mais reservado, onde a luz do sol entrava apenas suavemente pelos vãos da estrutura de palha. Ao chegar ali, ela se virou para ele, e sem dizer uma palavra, começou a desabotoar sua roupa.
Luís ficou paralisado, sem saber o que fazer ou dizer. Mas Maria Lúcia, com um olhar firme e cheio de determinação, continuou se despindo até que estivesse completamente nua diante dele. Seu corpo, esculpido pelos anos de vida na selva, era uma mistura de força e feminilidade. Ela se aproximou de Luís, os olhos brilhando com uma confiança que ele jamais esperaria de uma mulher da idade dela.
— Não tenha medo — disse Maria Lúcia, sua voz baixa e suave. — O que vou te ensinar não é sobre traição ou desejo carnal. É sobre você entender o que será esperado de você no ritual. Aqui, você precisa aprender como dar prazer da maneira certa. A maneira que eles respeitam.
Antes que Luís pudesse responder, Maria Lúcia segurou sua mão e a colocou sobre seu corpo. Ele sentiu o calor da pele dela, a maciez dos músculos sob seus dedos, e algo dentro dele começou a mudar. Maria Lúcia guiou sua mão, mostrando a ele os pontos sensíveis, ensinando-o a explorar seu corpo com cuidado e habilidade. Ela era uma professora dedicada, e Luís logo percebeu que o que ela fazia não era apenas sobre sexo, mas sobre controle, sobre dar prazer de uma forma que fosse respeitada e honrada pela vila.
— No ritual, você precisa entender o corpo delas — disse Maria Lúcia, sua respiração ficando mais pesada enquanto Luís a tocava. — A filha do líder e a nossa filha, Aline, são como sacerdotisas. Não são apenas mulheres para serem possuídas, mas espíritos a serem adorados. Você precisa aprender a dar prazer de uma forma que vá além do físico.
Luís, ainda hesitante, seguiu as instruções dela, sentindo o corpo de Maria Lúcia reagir aos seus toques. A tensão entre o que ele acreditava e o que estava fazendo começava a desaparecer. Ali, naquele momento, não havia pecado ou culpa, apenas uma troca de conhecimento, uma preparação para o que estava por vir. A sabedoria que Maria Lúcia transmitia a ele ia muito além do que ele jamais imaginou aprender.
Ela o ensinou a controlar os movimentos, a entender as reações do corpo feminino, a perceber os pequenos sinais de prazer que ele deveria buscar durante o ritual. Cada toque era um aprendizado, e Luís, ainda desconfortável com a situação, começava a compreender o valor do que estava sendo ensinado a ele.
— Quando você estiver com elas, lembre-se de tudo isso — disse Maria Lúcia, enquanto guiava Luís em cada gesto. — É mais do que um ato físico. É um ato espiritual. E você, como pastor, tem que entender isso melhor do que ninguém.
Quando tudo terminou, Luís se afastou, sentindo o corpo e a mente em uma estranha harmonia. Maria Lúcia vestiu-se novamente, e antes de sair da tenda, ela olhou para ele com um sorriso gentil.
— Agora você está pronto, Luís. Pronto para o que está por vir.
Luís assentiu, ainda processando tudo o que havia aprendido. Ele sabia que o ritual seria uma experiência intensa, mas agora, com os ensinamentos seria um pouco mais fácil.