Emily estava de volta ao Obsidian mas desta vez, o ambiente era diferente. Vincent não a conduziu para um dos quartos comuns, usados pelos frequentadores do clube. Ao contrário, ele a levou por um corredor que ela nunca havia notado antes, afastado da agitação, dos olhares curiosos, e da luxúria generalizada. Seus passos ecoavam no silêncio, e o coração de Emily batia rápido, não apenas pela expectativa, mas pela sensação de que estava prestes a cruzar outra linha, mais profunda e perigosa e pela expectativa do desconhecido. Finalmente, ele parou diante de uma porta imponente, esculpida em madeira escura, com detalhes intrincados que falavam de riqueza e segredo.
— Este é meu espaço pessoal — disse Vincent, seus olhos fixos nos dela, como se quisesse hipnotizá-la. — Aqui, você está segura para explorar seus desejos sem limites.
Ao abrir a porta, uma onda de aroma afrodisíaco a envolveu, misturando-se com o incenso que queimava suavemente em um canto. O quarto era amplo e luxuoso, decorado com uma elegância que refletia a própria personalidade de Vincent. Móveis de couro, cortinas de veludo e luzes tênues criavam uma atmosfera íntima e convidativa.
Emily sentiu um arrepio ao perceber que estava prestes a cruzar uma linha ainda mais intensa. Vincent fechou a porta atrás deles, isolando-os do mundo exterior, e se aproximou, um sorriso sedutor nos lábios.
— Aqui, você vai se libertar — ele murmurou, com um tom suave, mas repleto de autoridade. — Quero que você experimente o tipo de prazer que você nunca ousou imaginar.
Ele não esperou por uma resposta. Sua mão deslizou pela cintura de Emily, puxando-a com firmeza, enquanto seu corpo a guiava para o centro do quarto, onde almofadas macias formavam um ninho acolhedor. Cada movimento dele era carregado de intenção, como se ele estivesse traçando um caminho que Emily não tinha escolha a não ser seguir. O toque de Vincent era calor e fogo, seus dedos desenhando linhas invisíveis de desejo pelo corpo dela, como se soubesse exatamente como despertar cada parte de sua pele.
Quando ela se viu deitada nas almofadas, o corpo submisso à vontade de Vincent, Emily sentiu a excitação intensificar-se. Estava vulnerável, mas livre.
— Confie em mim — ele sussurrou, inclinando-se sobre ela, seu olhar fixo nos olhos dela, com a intensidade de quem sabe o que quer. — Se deixe levar.
Emily não tinha forças para resistir. Pouco a pouco, suas roupas já deixavam de ser um limite visual e o contato entre suas peles a faziam arder de desejo. Seu corpo já estava em sintonia com o dele, reagindo a cada toque, a cada palavra.
Vincent começou a estimular sua vagina em movimentos circulares enquanto seus lábios cobriam seus seios com beijos molhados e sua língua serpenteando ao redor de suas aréolas eriçando seus bicos. Com a outra mão, ele afagava o outro seio, apertando-o com sofreguidão, fazendo-o ansiar pelas delícias que seu gêmeo sentia. Emily apertava os olhos e movimentava os quadris, desejosa por aquele momento, arfava a cada introdução dos dedos, que tocavam sua saliência interna ativando todas as suas terminações nervosas.
— Ah, Vincent… suas mãos… sua língua…
Antes que ela pudesse se satisfazer completamente, Vincent se deteve e ajoelhou-se na cama. Apoiou as pernas dela em cada um de seus ombros e afundou seu membro em Emily, que reagiu com um suspiro. Acariciava as pernas torneadas, enquanto se movia suavemente. A essência de patchouli que inundava o ambiente, elevavam seus sentidos, amplificando o prazer na penetração.
Vincent não apenas conduzia o ato, ele a dominava por completo. Seu controle era absoluto. Ele sabia exatamente como tocar cada parte do corpo de Emily, como intensificar cada sensação. Cada movimento, cada comando, levava Emily mais fundo em sua submissão. Ela estava completamente nas mãos dele. A cada novo movimento, ela sentia a intensidade do prazer crescendo, arrebatando-a em ondas de sensações que a deixavam sem fôlego. O som de suas respirações se misturava, e os gemidos que escapavam de seus lábios ecoavam nas paredes, tornando-se uma sinfonia de desejo.
— Vire-se — ordenou.
Emily obedeceu, colocando-se de quatro, enquanto sentia as mãos grandes e fortes de Vincent agarrando sua cintura e puxando seu traseiro contra ele. As estocadas incessantes a faziam arquear. Cada músculo de seu corpo tencionava-se para manter o controle de seus movimentos, mas parecia inútil. Ele fodia fazendo sua bunda vibrar a cada choque de seus corpos. A corrente elétrica iniciada em seu dorso percorreu seu corpo explodindo em uma torrente caudalosa entre suas pernas.
Ela mal conseguia manter-se apoiada sobre seus braços. Ficou de bruços, ainda com o traseiro empinado sendo abusado pelo seu dominador. Emily não se reconhecia. Como uma esposa disposta a salvar o próprio casamento, agora era objeto de desejo de outro homem? Sentia que era seu dever satisfazê-lo. Cada fibra do seu corpo implorava por ele.
Vincent a conduziu por um turbilhão de prazer, levando-a aos seus limites, mas sempre mantendo o controle absoluto. Emily sentia-se à beira de um abismo, onde o desejo e a entrega total se misturavam em um mar de sensações que ela nunca imaginou experimentar. O prazer era avassalador, e ela sabia, em seu íntimo, que nunca mais seria a mesma. A cada nova posição, Emily sentia o prazer crescer, a intensidade aumentando como uma onda incontrolável que a levava cada vez mais fundo. O corpo de Vincent contra o dela era pura eletricidade, e os sons de suas respirações entrecortadas, misturando-se aos gemidos de prazer que escapavam de seus lábios, ecoavam pelo quarto, transformando o espaço em uma sinfonia de desejo.
— Você é minha — ele sussurrou, enquanto continuava a guiar seus movimentos. — Cada parte de você… me pertence.
Os comandos de Vincent eram claros, e sua masculinidade exalava poder e segurança. O quarto, que antes parecia vasto, agora parecia se fechar ao redor deles, tornando-se um espaço íntimo, onde apenas a fusão entre seus corpos importava. Emily estava completamente subjugada, cada gesto, cada palavra, confirmando a rendição total.
— Sim… sou sua, Vincent.
Vincente atingiu o ápice como uma onda devastadora de êxtase. Emily arqueou o corpo, perdida nas sensações que a dominavam, enquanto Vincent, impassível, a observava, saboreando a intensidade do momento. Ela havia se rendido completamente, e a satisfação no rosto de Vincent deixava claro que ele agora possuía sua mente, corpo e alma.
Enquanto as respirações de ambos se acalmavam, Vincent puxou Emily para perto, envolvendo-a em seus braços com uma possessividade que apenas confirmava o que ela já sabia.
— Agora você entende — ele murmurou, seus lábios tocando suavemente o pescoço dela. — Você sempre foi minha. E agora, não há volta.
Emily fechou os olhos, exausta, mas satisfeita. O domínio de Vincent sobre ela estava completo, e, naquele momento, ela soube que ele havia consolidado seu controle de uma forma que ela jamais poderia escapar.
*****
A manhã seguinte à noite com Vincent chegou como um choque para Emily. O quarto secreto, onde ela havia se entregue completamente a ele, parecia um mundo distante enquanto ela olhava para o espelho de seu quarto, o reflexo quase irreconhecível. Ela estava de volta à sua realidade com Adriano, mas o peso do que fizera ainda pairava sobre ela como uma sombra constante, sufocante.
Os lábios de Vincent, as mãos dele controlando cada movimento seu, ainda estavam gravados em sua pele, em sua mente, como cicatrizes invisíveis. Ela pertencia a ele agora, de uma maneira que a deixava incapaz de se libertar. Aquele vínculo invisível, que parecia atar sua alma ao domínio de Vincent, começava a corroer seu senso de identidade, enquanto ela tentava desesperadamente manter as aparências.
Ao lado dela, Adriano dormia tranquilamente, o peito subindo e descendo com a respiração tranquila de quem não desconfia de nada. Emily o observou por alguns segundos, o coração apertado pela culpa que latejava em suas veias. Como ele não percebia? Como podia continuar sendo tão carinhoso, tão amoroso, sem sentir a barreira intransponível que agora existia entre eles?
Com o corpo ainda dolorido da intensidade da noite anterior, ela foi até o banheiro, onde fechou a porta com cuidado. De frente para o espelho, observou-se com um olhar perdido. Quem era agora? A mulher que amava seu marido, ou a amante submissa que se entregara a Vincent de corpo e alma?
O impacto emocional da rendição era mais profundo do que ela havia imaginado. Naquela noite, no quarto de Vincent, Emily acreditara estar se libertando, explorando desejos que nunca antes ousara tocar, mas agora, na frieza do dia seguinte, compreendia que sua liberdade tinha um preço. Vincent a possuía. E, mesmo longe dele, as correntes invisíveis que ele colocara ao redor de sua mente e corpo a mantinham presa.
Ela sentia o controle dele em cada parte de seu ser, em cada pensamento que tinha. Cada vez que fechava os olhos, o rosto de Vincent surgia como uma lembrança proibida e irresistível. Ele a dominava, mesmo à distância.
Tentando afastar o turbilhão de pensamentos, Emily tomou um banho, tentando limpar não apenas o corpo, mas também o peso da culpa. Ao sair do banheiro, Adriano estava acordado, sentado na cama, sorrindo para ela como se tudo estivesse normal.
— Bom dia, amor — disse ele, com a voz suave e calorosa.
Emily sentiu uma onda de culpa mais forte. Ela o havia traído de todas as formas possíveis. E, no entanto, ali estava ele, completamente alheio à verdade. Forçando um sorriso, ela se aproximou e o beijou levemente, tentando manter a máscara intacta.
— Bom dia — respondeu ela, a voz frágil, quase quebrada.
Adriano a puxou para perto, os braços fortes ao redor dela. Ele estava mais carinhoso do que nunca, e isso só tornava a situação mais insuportável. Emily queria ceder ao abraço, encontrar conforto na segurança que ele sempre oferecia, mas agora, aquele abraço parecia vazio. Ela não pertencia mais àquele mundo.
— Estava pensando em fazermos algo juntos hoje, um passeio ou talvez jantar fora — sugeriu Adriano, sem perceber o distanciamento crescente de Emily.
Ela assentiu mecanicamente, a mente vagando. Cada gesto de carinho de Adriano, cada tentativa de reconectar-se com ela, apenas reforçava o abismo que se abrira entre eles. Ela não estava mais presente, sua mente dividida entre dois mundos: o casamento com Adriano e a submissão absoluta a Vincent.
À medida que o dia avançava, Emily tentou voltar à normalidade. Ela foi ao salão, mas mal conseguia se concentrar no trabalho. As funcionárias a olhavam com curiosidade, percebendo que algo estava diferente, mas ninguém ousava perguntar. Ela se isolou em seu escritório, tentando colocar os pensamentos em ordem, mas a presença de Vincent parecia pairar sobre ela, como se ele estivesse em cada canto do salão, observando-a, controlando-a à distância.
Ela precisava vê-lo novamente.
Era um pensamento que a encheu de culpa e desejo ao mesmo tempo. Como podia desejar isso depois de tudo? Mas o magnetismo de Vincent era inegável. Ela sabia que ele a controlava de uma forma que Adriano jamais poderia. Mesmo agora, longe dele, sentia-se ligada a ele de uma forma que não conseguia explicar.
No final da tarde, Adriano ligou para saber se iriam sair para jantar, como haviam combinado. Emily forçou um sorriso ao telefone, tentando manter a voz leve.
— Claro, podemos sair — respondeu ela, mesmo sabendo que sua mente estava em outro lugar. Estava com Vincent, como sempre.
Quando chegou em casa, Adriano a recebeu com a mesma ternura de sempre, sugerindo um restaurante novo para jantarem. Emily vestiu-se para a ocasião, mas cada peça de roupa que colocava parecia uma armadura pesada, escondendo a verdadeira batalha que se travava dentro dela.
No restaurante, ela manteve-se em silêncio durante boa parte da noite, respondendo mecanicamente às perguntas de Adriano, forçando sorrisos quando necessário. Ele não parecia notar, perdido em suas próprias conversas e planos para o futuro deles. Mas Emily sabia que aquele futuro estava desmoronando, tijolo por tijolo. Ela não conseguia mais fingir que pertencia àquele mundo.
Cada vez que Adriano a tocava, fosse um toque na mão ou um beijo suave, ela sentia o vazio. Seu corpo já não respondia da mesma forma. A presença de Vincent a assombrava, mesmo ali, naquele restaurante tranquilo, onde tudo parecia tão normal.
Quando voltaram para casa, Adriano, ainda cheio de esperança, tentou mais uma vez se aproximar dela. Puxou-a para perto, beijando seu pescoço com suavidade, mas Emily sentiu o corpo enrijecer. Ela não estava mais ali. Sua mente estava presa no quarto de Vincent, nas palavras que ele sussurrara, no toque dominador que havia consumido sua vontade.
— Está tudo bem? — Adriano perguntou, com uma ponta de preocupação na voz.
Emily forçou um sorriso e assentiu, mas as palavras morreram em sua garganta. Ela sabia que não estava tudo bem. Sabia que havia cruzado uma linha e que, agora, não havia como voltar.
Adriano havia começado a notar o distanciamento de Emily, a ausência emocional que permeava cada gesto dela. Embora ela estivesse fisicamente presente, sua mente parecia estar em outro lugar, longe dele. Os toques dela, que antes eram suaves e carinhosos, agora eram vazios, quase mecânicos.
Ele a abraçou mais uma vez, e, enquanto ele se entregava ao sono, Emily ficou acordada, os olhos abertos no escuro, encarando o teto. As correntes invisíveis de Vincent apertavam-se mais e mais ao redor de sua mente e de seu corpo. Ela pertencia a ele, e o que quer que tivesse com Adriano agora parecia apenas um eco distante de outra vida.
Uma noite, durante o jantar, Adriano quebrou o silêncio que começava a incomodá-lo.
— Emily, eu sei que algo está errado. — Ele colocou o garfo de lado, seu tom calmo, mas cheio de incerteza. — Você não é mais a mesma.
Emily, que já havia sentido o peso desse confronto se aproximando, ficou em silêncio por um momento. O nó na garganta apertou, mas ela não conseguia encontrar as palavras para explicar o que estava acontecendo dentro dela. Ela estava dividida entre dois mundos, o desejo avassalador por Vincent e a culpa de trair o homem que ela uma vez amou com tanta intensidade.
Adriano suspirou, seu rosto mostrando a frustração que ele vinha acumulando.
— E se… voltássemos ao Obsidian? — sugeriu ele, com uma voz hesitante. — Talvez, se repetíssemos o que fizemos antes… algo pudesse mudar. Talvez pudéssemos nos reconectar.
Emily sentiu o corpo estremecer com a menção do clube. O Obsidian era onde tudo havia começado, onde Vincent a havia capturado, a transformado em algo que ela não reconhecia mais. Mas, ao mesmo tempo, o desejo por Vincent ainda ardia dentro dela, uma chama que não podia ser apagada. A ideia de voltar ao clube fez seu coração disparar, não por causa de Adriano, mas porque sabia que Vincent estaria lá.
— Sim… talvez seja uma boa ideia — murmurou ela, tentando esconder a excitação que começava a surgir. Seu corpo reagia, ansiando por mais uma noite ao lado de Vincent, mesmo que a ideia de reconectar-se com Adriano estivesse no papel.
Adriano, aliviado pela aceitação dela, sorriu fracamente. Ele não percebia o que realmente estava acontecendo dentro de Emily. O abismo entre eles estava prestes a se alargar ainda mais.
Naquela mesma noite, eles voltaram ao Obsidian. O clube estava envolto na familiar névoa de desejo e mistério, a música baixa e a iluminação suave criando um ambiente de tentação. Emily, de mãos dadas com Adriano, sentia a expectativa crescendo dentro dela. Sabia que Vincent estava esperando.
Logo que entraram, Vincent apareceu, como se tivesse sentido a presença dela. Seus olhos encontraram os de Emily, e ela soube que ele já estava no controle daquela noite. O sorriso dele era lento e predatório, como um caçador que vê sua presa retornar voluntariamente.
— Que bom ver vocês novamente — disse Vincent, sua voz cheia de confiança. — Senti falta de vocês.
Adriano cumprimentou Vincent com uma leve tensão no ar, mas a admiração pelo carisma de Vincent ainda estava presente. Ele confiava em Vincent, em seu papel de guia nesse novo mundo que ele e Emily estavam explorando.
Mas Vincent tinha outros planos naquela noite.
— Estava pensando em algo… um pouco mais ousado para vocês — sugeriu Vincent, com um olhar que brilhava perigosamente. — Um passo além do que já experimentaram. Algo que poderia… aprofundar essa reconexão.
Adriano franziu a testa, curioso, mas cauteloso.
— O que você tem em mente? — perguntou ele, sem saber o que estava por vir.
Vincent sorriu, se aproximando de ambos, mas com os olhos fixos em Emily.
— Já ouviram falar de cuckold? — disse Vincent calmamente, sua voz ressoando com autoridade e sedução.
Adriano congelou por um momento. Ele conhecia o termo. A ideia de ver Emily com outro homem fez uma onda de ciúme e desconforto percorrer seu corpo. Ele lançou um olhar para Emily, buscando alguma resposta, mas o que viu o chocou.
Os olhos de Emily estavam fixos em Vincent, o desejo brilhando em suas pupilas. Ela não hesitava. Ela queria aquilo. Não havia medo, nem dúvida, apenas rendição.
— O que você acha, Emily? — perguntou Vincent, com um sorriso leve. — Está pronta para levar Adriano a esse novo nível?
Emily mordeu o lábio, o coração disparado. O desejo por Vincent, a submissão total que ele exigia, a enchia com uma necessidade que ela não conseguia mais ignorar. Ela sabia que convencer Adriano seria difícil, mas já havia se decidido.
Ela se aproximou de Adriano, seus olhos implorando para que ele entendesse, para que ele visse que aquilo era o que ela queria.
— Amor, por favor — sussurrou ela, com um tom doce, mas cheio de urgência. — Confie em mim. Isso pode nos ajudar… a nos reconectar. A experimentar algo novo, algo que pode nos libertar.
Adriano, ainda chocado, olhou para ela com olhos arregalados. Ele não conseguia acreditar no que estava ouvindo. A mulher que ele amava, sua esposa, estava pedindo para que ele a visse se entregar a outro homem. Mas a maneira como ela implorava, a intensidade nos olhos dela, o fazia questionar sua própria resistência. E se fosse isso que ela realmente precisava?
O silêncio entre eles durou o que pareceu uma eternidade, mas, finalmente, Adriano assentiu, com o coração pesado e o orgulho ferido. Ele iria permitir. Mesmo que cada fibra de seu ser gritasse contra isso, ele faria por Emily.
— Tudo bem — disse ele, com a voz baixa e resignada. — Se isso é o que você quer… vamos tentar.
Vincent sorriu, satisfeito, e logo começou a conduzi-los para um dos quartos privativos do clube, um espaço envolto em sombras e sensualidade. Quando chegaram, Vincent não perdeu tempo. Ele se aproximou de Emily, puxando-a para si com firmeza, enquanto Adriano, agora um espectador, ficava de lado, assistindo.
Emily deixava-se levar ao som instigante da música de fundo, dançando de forma provocante ao redor de Vincent, que exercia um poder invisível de dominação e controle, fazendo seu corpo reagir de forma única e excitante. O que aconteceu a seguir foi um tsunami de desejo, poder e humilhação.
Vincent tomou Emily com uma intensidade que a fez perder o fôlego, a agarrando por trás e a puxando para si enquanto beijava sua nuca e mordiscava o lóbulo de sua orelha. Seus movimentos firmes e controlados. Ela se entregava a cada comando, a cada toque. As mãos dele subiram pela sua cintura até apertar vigorosamente seus seios, arrancando dela gemidos profundos. Com um movimento sutil, as alças do vestido de Emily deslizaram por seus ombros expondo sedutoramente seu colo. O vestido escorregou até o chão, sob o qual ela se ajoelhou. Lançou um olhar provocante para o marido, antes de levar o membro duro de Vincent aos lábios.
Vincent entrelaçou seus dedos nos cabelos de Emily e conduziu o rítmo. Ela apenas mantinha a boca aberta, salivando sem controle, subjulgada à vontade de seu dominador. Após longos minutos de oral, entre lágrimas e engasgos, ela foi colocada de quatro, voltada para Adriano, enquanto tinha a cintura envolvida pelas mãos dele e a boceta penetrada de ritmos cadenciados e estocadas intensas.
Adriano, sentado em uma poltrona no canto, observava em silêncio. Os olhos de Emily buscaram os dele durante o ato, e quando seus olhares se encontraram, ele viu algo que nunca tinha visto antes. Emily estava entregue de uma forma que ele jamais conhecera. Seus gemidos ecoavam pelo quarto, e a cada vez que Vincent a invadia, o corpo dela respondia com mais intensidade. Ele tentou absorver o que estava acontecendo diante de seus olhos, resignando-se à sua posição de espectador. O ciúme latejava em suas veias, mas ele lutava contra a vontade de interromper. Ele havia concordado, e agora estava sendo forçado a assistir sua esposa experimentar um prazer que ele nunca havia conseguido proporcionar.
Vincent, consciente do impacto que causava, fazia questão de intensificar o domínio sobre Emily, puxando-a pelos cabelos, fazendo ela manter o contato visual com o marido enquanto a levava a níveis de prazer que a deixavam à beira da loucura. A humilhação de Adriano era explícita, mas ele tentou esconder, permanecendo em silêncio, com os olhos fixos no que estava acontecendo. Cada movimento de Vincent, cada gemido de Emily, era uma adaga invisível cravando-se em seu orgulho.
Vincente lançou um sorriso sádico para Adriano, como se quisesse deixar claro o recado. Emily, apesar de encarar o marido, estava alheia ao que ele sentia, concentrando-se na corrente que crescia dentro dela, tensionando cada músculo de seu corpo até o grito de prazer, enquanto as paredes vaginais apertavam o membro dentro dela e seu gozo escorria entre suas pernas.
Quando Vincent finalmente gozou, abraçando forte o corpo exaurido de Emily, o quarto foi envolto em um silêncio pesado. Ela, ofegante, estava rendida nos braços de Vincent, enquanto Adriano, devastado, olhava para o chão, sem saber como reagir. A luta interna dentro dele estava apenas começando. O que fazer a respeito? Como seguir em frente depois de ver sua esposa se entregar completamente a outro homem, enquanto ele assistia impotente?
Adriano levantou-se lentamente, seus olhos evitando os de Emily. Ele murmurou algo incompreensível e saiu do quarto, tentando processar o que acabava de acontecer.
A porta do quarto do Obsidian se fechou suavemente atrás de Adriano, deixando Emily sozinha com Vincent. A atmosfera no quarto ainda estava carregada, o ar pesado com o cheiro de suor, desejo e humilhação. O corpo de Emily tremia levemente enquanto ela se recostava nos braços de Vincent, tentando recuperar o fôlego. Mas, em sua mente, as correntes emocionais começavam a apertar, trazendo uma onda de confusão e culpa.
O olhar de Adriano durante todo o ato, seus olhos silenciosos observando enquanto ela se entregava a Vincent, ainda estava gravado em sua memória. Ela o havia exposto à própria humilhação, e, pior ainda, havia gostado disso. Sentira-se viva, poderosa de uma maneira distorcida, ao ver seu marido observá-la ser tomada por outro homem.
Vincent, sempre no controle, deslizou os dedos pelo braço de Emily, uma carícia suave, mas cheia de poder. Ele sabia o que ela estava sentindo, sabia que sua submissão agora estava consolidada.
— Estou orgulhoso de você, Emily — murmurou ele, com a voz baixa e sedutora. — Agora, você sabe quem realmente é. O que realmente deseja.
Emily, ofegante, fechou os olhos, tentando processar suas palavras. Sim, ela sabia. Mas o que ela descobrira sobre si mesma a aterrorizava. Ela estava em um ponto de não retorno, uma mulher dividida entre a submissão a Vincent e o remanescente de seu casamento com Adriano, que agora parecia mais frágil do que nunca, à beira do colapso.
— Adriano… — sussurrou Emily, sua voz falhando, enquanto sua mente começava a vagar. O que ela havia feito com ele?
Vincent ergueu o rosto de Emily com dois dedos, obrigando-a a encará-lo. Seu olhar era firme, inquebrável.
— Não se preocupe com Adriano — disse ele calmamente, quase como se estivesse consolando uma criança. — Ele fez a escolha dele. Ele aceitou essa realidade. Agora, você pertence a mim.
As palavras dele ecoaram no silêncio, e Emily soube, naquele momento, que era verdade. Ela havia feito sua escolha, e Vincent a dominava de todas as formas possíveis. Mas o que isso significava para seu casamento? Para o homem que acabava de cruzar aquela porta, tentando processar o que acabara de testemunhar?
Vincent se levantou lentamente, deixando Emily sozinha no colchão por um breve momento, o som de seus passos firmes ecoando pelo quarto enquanto ele se aproximava da janela. Ele não precisava dizer mais nada; a relação entre eles já estava selada.
— Volte para casa, Emily — disse ele, ainda de costas. — Reconecte-se com Adriano… se conseguir. Mas saiba de uma coisa. — Ele se virou, os olhos agora fixos nos dela, frios e dominadores. — Você voltará para mim. Sempre voltará.
A promessa não era uma simples sugestão. Era uma ordem.
Emily vestiu-se em silêncio, seu corpo ainda sensível, mas sua mente em caos. Ela sabia que estava nas mãos de Vincent agora, presa por correntes invisíveis que nunca poderia quebrar. E, ao mesmo tempo, a imagem de Adriano, sentado na poltrona, seus olhos fixos nela enquanto ela se entregava a outro homem, não saía de sua mente.
Como ela poderia voltar para ele agora?
Quando finalmente deixou o Obsidian naquela noite, a brisa fria da madrugada a envolveu, mas não trouxe nenhum alívio. As ruas estavam silenciosas, e o caminho de volta para casa foi feito em um vazio emocional que a aterrorizava. O que aconteceria quando encarasse Adriano novamente?
Ao abrir a porta de casa, Emily encontrou Adriano sentado na sala, de costas para ela, olhando fixamente para uma foto do casal sobre o painel da televisão. O silêncio que pairava entre eles era sepulcral, como se ambos estivessem sufocando sob o peso das emoções não ditas. Ele não se virou quando ela entrou, e isso fez o coração de Emily apertar. Ela sabia que precisava falar, mas as palavras simplesmente não vinham.
Finalmente, Adriano quebrou o silêncio, sua voz baixa e controlada, mas carregada de algo que Emily não conseguia identificar, talvez raiva, talvez resignação, ou talvez uma mistura dos dois.
— Por que…? — perguntou ele, sem se virar. A pergunta era simples, mas a dor por trás dela era esmagadora.
Emily sentiu o chão sumir debaixo de seus pés. Ela não tinha uma resposta clara. Talvez parte dela quisesse humilhar Adriano, queria que ele visse o controle que Vincent tinha sobre ela. Mas, ao mesmo tempo, sabia que o havia feito porque não conseguia mais se libertar da atração por Vincent.
Ela se aproximou lentamente, parando atrás de Adriano, hesitante em tocá-lo.
— Eu… não sei. — Sua voz saiu trêmula, quase inaudível. — Achei que isso poderia nos ajudar… de alguma forma. Pensei que se você visse… que se experimentássemos algo novo, poderia consertar o que está quebrado entre nós.
Adriano soltou uma risada amarga, finalmente se virando para encará-la. Seus olhos estavam vermelhos, como se estivesse segurando as lágrimas há horas.
— Consertar? — repetiu ele, a voz baixa, quase como um sussurro. — Isso foi o que quebrou tudo de vez. Eu vi nos seus olhos… sua entrega a ele… de uma forma que você nunca fez comigo.
Emily sentiu a culpa bater ainda mais forte. Ele estava certo. Havia uma diferença, uma barreira que ela mesma havia criado.
— Eu te amo, Adriano — disse ela, tentando desesperadamente encontrar alguma coisa a que se agarrar, algo que pudesse salvá-los. Mas as palavras pareciam vazias até mesmo para ela.
Adriano balançou a cabeça, passando as mãos pelo cabelo, claramente frustrado e perdido.
— Não sei o que fazer com isso. Não sei como lidar com o fato de que… você pertence a outro homem agora. — Ele respirou fundo, como se tentar controlar as emoções. — Eu te amo, Emily, mas não sei se consigo continuar te amando depois disso.
O silêncio caiu novamente, mas desta vez o peso dele era insuportável. Emily queria dizer algo, qualquer coisa que pudesse aliviar a dor que via no rosto de Adriano, mas sabia que as palavras não fariam diferença. Ela estava perdida, subjugada por Vincent, e o casamento com Adriano agora parecia uma fachada tomada por rachaduras, pronta para desmoronar.
Adriano finalmente se levantou, caminhando em direção ao corredor.
— Eu vou dormir no outro quarto hoje. — Ele parou por um momento, antes de continuar. — E talvez… por um tempo.
Emily ficou parada no meio da sala, o coração afundando enquanto via Adriano se afastar. Ela o havia perdido. Talvez ainda houvesse uma parte dele que a amava, mas a aliança que havia entre eles estava quebrada de maneira irreparável.
Quando Adriano finalmente desapareceu pelo corredor, Emily sentiu o vazio ao seu redor crescer. Ela estava sozinha, presa entre o amor de um homem que ela destruíra e a submissão ao domínio de outro que a controlava completamente.
Vincent havia dito que ela voltaria. E ela sabia que ele estava certo.
*****
Os dias que seguiram à noite no Obsidian foram uma espiral de silêncio e tensão. Adriano ficava cada vez mais distante, o vazio entre ele e Emily crescendo a cada momento que passavam juntos. As tentativas dela de trazer alguma normalidade à relação falhavam miseravelmente. O abismo entre eles não era apenas emocional, mas físico, e se alargava de forma irreversível.
Adriano já não dormia no mesmo quarto. As poucas conversas que tinham eram monossilábicas, desprovidas de qualquer intimidade. O casamento deles havia chegado ao fim, mesmo que as palavras não tivessem sido ditas em voz alta. Ambos sabiam, no fundo, que aquilo que os ligava estava se desintegrando, mas Adriano ainda se agarrava à sombra de esperança de que Emily pudesse voltar a ser a mulher que ele amava. Ela, no entanto, sabia que não podia mais voltar.
A cada dia, Emily sentia-se mais atraída pela escuridão de Vincent. A sensação de controle, de domínio, o poder que ele exercia sobre ela a mantinha cativa, como se estivesse presa em uma teia de desejo e submissão que se apertava mais a cada segundo. Vincent não precisava estar presente para dominá-la; ele vivia em sua mente, em seu corpo, em sua alma.
Enquanto Adriano se isolava, Emily passava mais tempo sozinha, perdida em pensamentos, revivendo cada toque, cada comando de Vincent. A culpa ainda existia, mas era sufocada pelo desejo crescente que a consumia. Ela não pertencia mais a Adriano. Pertencia a Vincent.
Foi em uma tarde, enquanto Adriano estava fora, que o telefone de Emily tocou. O nome de Vincent apareceu na tela, e seu coração disparou. Ela atendeu imediatamente, sentindo o corpo inteiro reagir ao som da voz dele.
— Emily — disse Vincent, com aquele tom baixo e sedutor, que fazia com que ela se derretesse instantaneamente. — Venha me ver hoje. Tenho algo para você.
Ela não hesitou. Mesmo sabendo que sua vida com Adriano estava se despedaçando, não conseguia resistir à chamada de Vincent. Ele era como um ímã, atraindo-a de forma irresistível. O que ele tinha para ela? O pensamento de receber algo diretamente das mãos dele fez com que uma onda de excitação tomasse conta de seu corpo.
Ao chegar ao Obsidian, Vincent já a aguardava em seu quarto particular. A presença dele dominava o ambiente, como sempre, e Emily sentiu-se pequena diante de sua aura de poder. Quando ela entrou, Vincent a observou por alguns segundos, saboreando o controle que exercia sobre ela.
— Você veio — disse ele suavemente, com um sorriso satisfeito. — Sabia que viria.
Emily nada disse. Palavras não eram necessárias. Estar ali, diante de Vincent, já era uma confirmação de que ele a controlava completamente.
Vincent caminhou até uma mesa no canto da sala, onde uma pequena caixa de veludo preto estava cuidadosamente guardada. Ele a pegou e, sem tirar os olhos de Emily, caminhou até ela.
— Tenho algo especial para você — disse ele, sua voz suave e cheia de autoridade. — Um símbolo da nossa união. Da sua servidão a mim.
Ele abriu a caixa e revelou uma gargantilha de couro, preta e macia, com uma pedra de obsidiana pendurada em forma de coração. O brilho escuro da pedra refletia a luz suave da sala, e Emily sentiu uma onda de eletricidade percorrer seu corpo ao ver o presente. Era mais do que um simples adorno. Era uma marca de sua submissão a Vincent.
Vincent segurou a gargantilha por alguns segundos, deixando que o peso do gesto se assentasse sobre Emily.
— A partir de agora, você usará isso sempre — ele disse, seus olhos penetrando os dela, como se estivesse gravando a ordem em sua alma. — Essa é a prova de que você me pertence. Que, não importa onde esteja, quem esteja ao seu lado, você é minha.
Emily sentiu o ar escapar de seus pulmões. A ideia de usar aquele colar, aquela marca visível de sua submissão, a excitava e aterrorizava ao mesmo tempo. Ela sabia o que aquilo significava. Ao aceitar o presente, estava aceitando sua nova identidade, não mais a esposa de Adriano, mas a submissa de Vincent.
— Ajoelhe-se — ordenou ele, sua voz baixa, mas inconfundivelmente firme.
Emily obedeceu imediatamente, como se seu corpo estivesse em piloto automático, submetendo-se ao comando de Vincent sem hesitação. Ela se ajoelhou diante dele, seus olhos fixos na pedra de obsidiana que pendia de suas mãos.
Vincent inclinou-se e prendeu a gargantilha no pescoço de Emily, os dedos dele deslizando pela pele dela com um toque possessivo. Quando a fivela foi ajustada, Emily sentiu como se estivesse sendo selada, como se aquela gargantilha fosse uma marca visível de seu novo estado.
— Está perfeito — murmurou Vincent, satisfeito com o resultado. Ela estava marcada como dele, para sempre.
Emily, ainda ajoelhada, sentiu o peso da gargantilha em torno de seu pescoço. O couro macio parecia apertar levemente, mas o verdadeiro peso era psicológico. Ela havia se entregado completamente, sem volta. O símbolo da pedra negra, a obsidiana, que dava nome ao clube, agora pendia sobre seu peito, um lembrete constante de quem ela era e a quem ela pertencia.
— Levante-se — ordenou Vincent, e Emily obedeceu. Quando se levantou, ele a observou com um sorriso predatório. — Olhe-se no espelho.
Emily virou-se para o espelho grande na parede. O reflexo que viu não era o de antes. Ela não era mais a mesma mulher. A gargantilha de couro, com a pedra de obsidiana em forma de coração, cintilava em contraste com sua pele. Ela não parecia mais apenas uma mulher; parecia propriedade de alguém, marcada pela posse de um homem que exercia controle absoluto sobre ela.
Vincent se aproximou por trás, suas mãos descansando nos ombros dela enquanto olhava o reflexo deles no espelho.
— Veja como você fica perfeita — disse ele suavemente, o sopro de suas palavras roçou a nuca de Emily, causando-lhe arrepios.
Ela assentiu, incapaz de dizer qualquer coisa. Ela pertencia a ele, completamente, sem reservas.
A noite continuou em um turbilhão de desejo e submissão, com Emily cedendo a cada comando de Vincent, sentindo-se cada vez mais presa ao poder dele. O peso da gargantilha ao redor de seu pescoço era um lembrete constante de quem ela era agora. Não havia mais volta.
Quando finalmente deixou o Obsidian naquela noite, Emily sentiu o novo acessório roçar em seu pescoço a cada passo que dava. Ela sabia que, ao voltar para casa, Adriano perceberia. Mas já não importava. Ela havia feito sua escolha, e agora estava completamente nas mãos de Vincent.
Nos dias que se seguiram, ela começou a sentir o peso simbólico e físico dessa marca. Cada vez que se olhava no espelho, a gargantilha refletia sua nova realidade: ela pertencia a Vincent. O couro apertado contra sua pele era um lembrete constante de sua rendição, e o simples fato de usá-la fazia com que o controle dele se manifestasse, mesmo quando estavam longe um do outro.
Cada vez que Adriano olhava para ela, seus olhos se demoravam na gargantilha, e Emily podia sentir seu desconforto, o ressentimento não verbalizado crescendo entre eles. Ele nunca perguntou diretamente sobre o colar, mas o olhar de decepção e desconfiança era visível. Ele sabia que algo estava profundamente errado, mas não conseguia confrontar o abismo que havia se formado entre eles.
Mas o verdadeiro impacto não era apenas o que acontecia em casa. Quando Emily ia ao salão ou encontrava outras pessoas, o peso emocional da submissão a Vincent começava a corroer sua mente. Ela estava isolada, incapaz de se libertar, e a sensação de ser completamente dominada começou a sufocá-la. Ela era dele, e a pedra de obsidiana sobre seu peito era uma marca visível desse fato.
Foi em uma noite, no Obsidian, que essa nova realidade se tornou ainda mais evidente. Vincent estava ao lado dela, como sempre, seu olhar possessivo fixo em Emily enquanto ela obedecia a cada gesto e comando dele. O clube estava cheio, mas para Emily, tudo parecia distante, como se estivesse em uma bolha criada por Vincent, onde só ele importava.
De repente, Emily avistou duas figuras familiares entrando no clube. Isabela e Gabriel. A visão deles a fez estremecer de leve. Ela não os via desde a noite em que eles haviam participado daquela troca entre casais, e desde então, Emily havia mergulhado tão profundamente na submissão a Vincent que se afastara de todos.
Isabela avistou Emily ao lado de Vincent, e seu rosto demonstrou um misto de surpresa e choque. Ela sussurrou algo para Gabriel, que pareceu hesitar por um momento, mas logo assentiu, dando-lhe permissão silenciosa para ir falar com a amiga. Isabela estava preocupada. Ela não esperava encontrar Emily assim, e o desconforto em seu rosto era evidente.
Isabela se aproximou de Emily e, sem esperar por uma saudação, pegou-a pelo braço com firmeza e a puxou para um canto do clube, longe dos olhos de Vincent, que observava a cena à distância com um leve sorriso, como se soubesse que aquela conversa só reforçaria o controle que ele já tinha sobre Emily.
— Emily, o que está acontecendo com você? — Isabela começou, a voz carregada de preocupação e, ao mesmo tempo, de culpa. — Eu te apresentei ao Obsidian para que você explorasse sua relação com Adriano, mas… isso? — Ela olhou para a gargantilha ao redor do pescoço de Emily, seus olhos se arregalando de choque. — O que é isso?
Emily sentiu o rosto corar. Ela sabia que aquela conversa viria eventualmente, mas não estava preparada para encará-la. Isabela tinha razão. Emily havia se perdido em algo muito maior do que esperava.
— É complicado, Isa — disse Emily, a voz baixa, quase um sussurro. — Eu… eu pertenço a Vincent agora.
Isabela recuou um passo, seu rosto demonstrando um misto de descrença e culpa. Ela não esperava por aquela confissão, e o impacto daquelas palavras a atingiu com força. Ela era responsável por aquilo? Era ela quem havia apresentado Emily ao Obsidian, ao mundo que, agora, a engolira por completo.
— Emily, o que você está dizendo? — Isabela perguntou, claramente abalada. — Isso é... é errado. Você não pode… Você não pode pertencer a ele!
Emily olhou para o chão, incapaz de encarar a amiga. Ela sabia que Isabela estava certa, mas a realidade era muito mais complexa do que aquilo.
— Eu sei o que parece mas… não posso mais lutar contra isso. — As palavras de Emily saíam com dificuldade. — Ele… ele me domina de uma maneira que eu não consigo explicar. Cada vez que estou com ele… cada vez que sinto essa gargantilha ao redor do meu pescoço… sei que sou dele. — Ela levantou os olhos para encarar Isabela, sua expressão carregada de confusão e dor. — Eu não sei mais quem eu sou sem ele.
Isabela balançou a cabeça, visivelmente preocupada. Ela queria entender, queria ajudar, mas ao mesmo tempo, sentia o peso da culpa por ter introduzido Emily àquele mundo.
— Emily, e o Adriano? — Isabela finalmente perguntou, a voz suave, mas carregada de tristeza. — O que está acontecendo com ele? O que você está fazendo com ele?
Emily sentiu um aperto no peito ao ouvir o nome de Adriano. Mesmo em sua submissão total a Vincent, a sombra de seu marido ainda a perseguia. Ela sabia que o estava destruindo, que cada vez que voltava para casa com a gargantilha em torno do pescoço, ele se afastava mais e mais. Adriano estava preso em uma luta interna que ela podia ver nos olhos dele, mas que ele nunca verbalizava.
— Eu não sei o que fazer sobre o Adriano — confessou Emily, sua voz falhando. — Eu sinto que estou o machucando, mas ao mesmo tempo… não consigo parar. Eu quero estar com Vincent, eu preciso estar com ele, mas sei que isso está destruindo o Adriano.
Isabela segurou os ombros de Emily, forçando-a a encará-la.
— Então você tem que decidir, Emily — disse Isabela com firmeza. — Você não pode viver entre esses dois mundos. Você não pode destruir o Adriano enquanto se entrega a outro homem. Isso vai acabar com ele. E talvez acabe com você também.
Emily sentiu as palavras de Isabela penetrarem fundo em sua consciência, mas a ideia de perder Vincent, de tentar voltar para a vida com Adriano, parecia impossível. O abismo entre ela e o marido já era tão grande que ela não poderia cruzá-lo novamente.
Vincent tinha suas correntes sobre ela, e a ideia de viver sem ele parecia tão dolorosa quanto continuar a machucar Adriano. Mas Emily sabia, em algum nível, que não poderia continuar com aquilo por muito mais tempo.
Isabela, vendo a confusão e o desespero no rosto de Emily, suspirou.
— Eu sinto muito, Emily. — A voz dela suavizou, e uma lágrima escapou de seus olhos. — Eu não queria isso para você.
Emily olhou para a amiga com gratidão e dor.
— Eu sei, Isa. Mas agora… não há mais volta.
*****
Quando Emily entrou em casa naquela noite, o silêncio a envolveu de uma forma diferente. Era algo mais vazio. As luzes estavam apagadas, e o eco de seus próprios passos parecia aumentar o peso de sua culpa e angústia. Ela soube que algo havia mudado. Ela olhou ao redor, esperando encontrar Adriano, talvez em um dos quartos ou na cozinha, mas algo a fez parar no meio da sala. Seus olhos se voltaram para a mesa de centro da sala e, sobre ela, viu um bilhete dobrado ao lado de algo que fez seu coração parar por um segundo: a aliança de casamento de Adriano. O fino aro dourado parecia brilhar de maneira cruel sob a luz fraca do abajur, como um símbolo final da ruína.
Com mãos trêmulas, Emily pegou o bilhete.
"Emily,
Eu tentei. Eu tentei mais do que devia, mais do que era suportável, mas não consigo mais. Não posso continuar vendo você se perder. Estou indo embora. Não me procure. Espero que, um dia, você encontre o que está procurando, seja lá o que for.
Adriano."
As palavras foram como facas afiadas cortando seu coração. Emily sentiu as pernas vacilarem e se deixou cair no sofá, os olhos marejados, mas as lágrimas demoraram a vir. Ele havia ido embora. Adriano, seu marido, aquele que uma vez a amara profundamente, havia deixado tudo para trás.
Emily pegou a aliança que ele havia deixado sobre a mesa. O frio do metal contra sua pele a fez estremecer. Era o símbolo de tudo o que eles haviam sido juntos, um casamento que, com o tempo, ela havia destruído. As lágrimas começaram a cair antes que pudesse detê-las. Tentou pegar o celular com os dedos desajeitados, digitando o número dele enquanto a angústia crescia em seu peito. O telefone chamou uma, duas, três vezes… mas Adriano não atendeu. Ela tentou de novo, enviou mensagens desesperadas, mas cada uma delas foi ignorada. O vazio no outro lado da linha era insuportável, e, finalmente, as lágrimas brotavam de seus olhos.
Emily desmoronou, o celular caindo de suas mãos trêmulas. A realidade de sua escolha finalmente a esmagava. Ela havia feito aquilo. Havia escolhido o caminho que a levara até Vincent, e, ao fazer isso, perdera o amor de Adriano para sempre. Cada soluço era um grito silencioso de arrependimento e desespero. Ela havia destruído o único relacionamento que ainda significava algo para ela. E agora estava sozinha.
Naquela madrugada, o sono não veio. Emily ficou deitada no sofá, encarando o teto, a aliança ainda na mesa, um lembrete cruel de tudo que havia perdido. O coração dela estava em pedaços, mas a culpa e o arrependimento não eram suficientes para trazê-lo de volta. Adriano se fora, e ela sabia que não importava o quanto implorasse ou chorasse, nada o faria voltar. O peso da solidão se instalou em seu peito, e a sensação de que algo vital havia sido arrancado de sua vida crescia cada vez mais.
Quando a manhã finalmente chegou, o som de uma campainha ecoou pela casa silenciosa, tirando Emily de seu entorpecimento. O sol mal havia nascido, e seus olhos ainda ardiam das lágrimas da noite anterior. Quem poderia ser tão cedo?
Com o coração acelerado, ela abriu a porta. Do outro lado, uma mulher absurdamente linda estava parada, alta e de corpo escultural. Seus cabelos loiros brilhavam sob a luz suave do amanhecer, e seus olhos azuis tinham uma frieza que arrepiava. Mas o que mais chamou a atenção de Emily foi o que a mulher usava no pescoço: uma gargantilha de couro preto, igual à sua, com uma pedra de obsidiana em forma de coração pendurada.
A mulher sorriu suavemente, um sorriso que parecia carregar poder e submissão ao mesmo tempo, e estendeu a mão.
— Emily, imagino — disse a mulher, com uma voz suave, mas carregada de autoridade. — Sou Sofia, uma das… — Ela fez uma pausa, o sorriso nos lábios se ampliando. — … escravas de Vincent.
Emily sentiu o chão sumir debaixo de seus pés. Escrava de Vincent. Era isso que ela havia se tornado, e agora, estava cara a cara com alguém que já estava naquela posição há muito mais tempo do que ela.
— Vincent pediu que eu viesse buscá-la — disse a mulher, seus olhos fixos nos de Emily. — A partir de agora, você viverá na mansão com as outras escravas.
Emily sentiu o mundo girar ao redor dela. Escravas? Ela sabia que Vincent a controlava, que ela havia se tornado submissa a ele de todas as formas possíveis, mas aquilo… viver em uma mansão com outras mulheres, outras escravas? O conceito a fez sentir-se pequena, como se fosse apenas uma peça de algo muito maior e mais sombrio.
— Não se preocupe — continuou a loira, com um sorriso suave que não chegava aos olhos. — Você logo vai se ajustar. Vincent cuida de todas nós… e agora ele cuidará de você também.
As palavras de Sofia trouxeram uma mistura de sensações em Emily. O medo e o desejo estavam entrelaçados. O medo de perder o que restava de sua identidade, de mergulhar de vez no mundo de Vincent. Mas também o desejo de ser cuidada, de não precisar mais lutar, de se render completamente à sua nova realidade.
— Ele está esperando por você — disse a loira, sua voz suave, mas firme. — Vamos?
Emily olhou para dentro da casa. O lar que um dia compartilhara com Adriano agora parecia vazio, sem vida. A aliança que segurava ainda estava em sua mão, um símbolo do que ela havia perdido. Mas a verdade era clara: não havia mais nada para ela ali. Adriano se fora, e tudo o que restava era Vincent. O abismo em que ela havia caído agora era irreversível. Emily respirou fundo e olhou para Sofia.
— Eu... eu preciso de um momento — disse ela, a voz fraca.
A mulher assentiu, com um leve sorriso de superioridade.
— Claro. Estarei esperando no carro.
Quando ela se afastou, Emily entrou novamente na sala, olhando ao redor pela última vez. A casa estava vazia, mas a dor e as lembranças ainda estavam ali. Ela soltou a aliança de Adriano sobre a mesa de centro, onde ele a havia deixado, como se estivesse finalmente aceitando o fim de sua antiga vida. Ao sair de casa, fechando a porta atrás de si, Emily sabia que estava entrando em um novo capítulo, um capítulo onde o controle de Vincent sobre ela seria absoluto. Ela estava indo ao encontro de sua servidão completa.
Sofia estava parada ao lado de um carro preto luxuoso, o motor já ligado. Emily entrou no banco traseiro em silêncio, sua mente ainda processando o que estava por vir. O carro começou a se mover, levando-a ao endereço que estava no cartão. A mansão de Vincent, onde ela viveria ao lado de outras escravas.
Enquanto o carro se afastava pela estrada, Emily olhou pela janela, observando a cidade que deixava para trás. Ela não era mais Emily Ricci, esposa de Adriano. Ela era apenas uma das muitas mulheres marcadas por Vincent, destinadas a viver sob o comando dele.
O fim do casamento havia chegado. E, com ele, o início da servidão absoluta.
FIM
AUTOR: Agradeço aos que chegaram até o final. Não deixem de avaliar ⭐⭐⭐ e, enquanto aguardam a próxima série, acompanhem também minhas séries anteriores: O Chantagista e A Cura.