A Influencer do Sexo - Parte 19

Um conto erótico de Mark da Nanda
Categoria: Heterossexual
Contém 5201 palavras
Data: 07/11/2024 18:15:41

E com vocês, a penúltima parte.

Tentarei postar a conclusão até o final de semana.

Forte abraço,

Mark

Eu a encarei surpreso e ela gargalhou alto, mas fez questão de pegar a mão e colocar na minha boca. Suguei os seus dedos, lambi e ainda mordi no final, fazendo ela gritar de surpresa, mas realmente dormimos, felizes e satisfeitos com a companhia um do outro. Enquanto eu a acolhia no meu peito, sentindo ela relaxar e ronronar feito uma gatinha enquanto se entregava ao sono, sorri para mim mesmo. Se eu tinha alguma dúvida quanto a tê-la para mim, aqueles breves momentos serviram para solucioná-las de vez: ela seria minha e o quanto antes, para infelicidade da Manu que logo jogaria pesado contra.

[CONTINUANDO]

Dormimos uma boa parte daquele dia, acordando apenas no meio da tarde. Praticamente acordamos juntos com o movimento de nossos respectivos corpos. Ela me olhou e sorriu, um sorriso tímido e ainda meio desconfiado, típico de alguém que já sofrera bastante na vida e não acreditava que pudesse estar tendo, enfim, a oportunidade de ser feliz. Eu queria fazê-la entender de vez que não se tratava de um sonho e a puxei para um beijo apaixonado, falando logo após:

- Você tem mesmo que voltar para o Tocantins? Não pode, sei lá, já arrumar um jeitinho de ficar?

- Bem que eu queria, amorzin, mas não dá. Tenho um tanto de coisas lá para resolver antes de vir de vez.

- E se eu fosse para lá? Para te ajudar a resolver as coisas mais rápido.

- Seria bom demais! Mas eu também sei que você tem as suas próprias coisas para resolver.

Calei-me por um instante, buscando argumentos, e ela riu:

- Ainda estou aqui, ouviu? Vamos aproveitar o que temos, daí deixamos uma saudadezinha acumular e matamos depois outra vez. Vai ser gostoso.

- Preferia que você ficasse…

- É, né!? Aposto que é para poder abusar de mim, não é, senhor Marcel?

Antes que eu pudesse responder, ela, ansiosa, riu novamente e se antecipou:

- Faltam quantos cômodos mesmo para a gente inaugurar?

- Quem é que quer abusar de quem mesmo!?

Agora ela sentou-se sobre o meu colo e começou a rir de si própria, pois fora pega no flagra. Nesse momento, apesar de estarmos nus e o meu pau já sentir o calor da sua xoxotinha, não havia malícia alguma, mas tão somente dois namorados curtindo bons momentos juntos, tanto que ela se deitou sobre mim, buscando a minha boca e nos beijamos novamente. Depois, ela repousou a cabeça no meu peito e ficamos em silêncio, apenas curtindo aquele contato, sentindo as nossas respirações:

- Posso te fazer uma pergunta?

- Affff! Pois é… Eu já não era mais virgem, veja só… - Ela brincou, rindo.

- Palhaça! - Falei, dando-lhe um abraço e um beijo na testa: - É sério. É… uma curiosidade minha.

- Então, pergunte.

- Eu queria saber o que você conversou com a Manu no banheiro da boate?

- Ah! Isso… - Resmungou, ficando brevemente em silêncio, mas logo inclinou a cabeça de forma que pudesse olhar nos meus olhos: - Ela… Ela pediu para eu não te contar, mas eu ia, só estava esquecendo porque a gente embalou tanto, não é?

- Ah é! Isso foi… - Concordei, rindo.

- Pois é. Então… Ela… Ela me falou umas coisas lá que eu acho meio…

- Te ofendeu? Ela te xingou? - Eu a interrompi: - Porque se foi isso, vou ter uma boa conversa com ela e…

- Nãããão! - Agora ela me interrompeu: - Sossegue, homem! Muito pelo contrário, ela foi muito educada, apesar de aparentar estar nervosa.

- Tá! Então… foi o quê?

- Ah, amorzin… Ela queria saber se a nossa história é séria mesmo. Fez algumas perguntas, eu respondi porque não era nada demais… Só que no finalzinho ela chegou a derrubar umas lágrimas e vi ali que ela estava sofrendo por amor.

- É. A situação do Alfredo parece ser mesmo séria…

- Por você, Marcel, não por ele. Ela gosta dele, eu tenho certeza disso, mas ela ama você. Ficou claro na forma como ela perguntava sobre a gente. Pouco antes da gente sair, após ela retocar a maquiagem, deu um sorriso triste para mim e só pediu para que cuidar bem de você, porque você merecia ser feliz.

Aquela revelação me pegou de surpresa. A Manu já havia confessado várias vezes que ainda me amava, mas eu, pelo bloqueio desenvolvido naquele fatídico dia, ignorava ou fazia força para não acreditar. Entretanto, vindo a análise da Chiquinha, aquilo me tocou e de uma forma que eu não imaginava que ainda me atingiria:

- E foi isso. Está bravo comigo?

- Não, baixinha, não tenho porque estar bravo com você. Eu já sabia que você iria me contar. Eu só acelerei um pouco as coisas.

- Então tá. - Ela repousou a sua cabeça no meu peito, sentindo a minha respiração e perguntou: - E agora?

- Agora… nada, ué! Ela é passado. Você é o meu presente e o meu futuro.

A Chiquinha suspirou profundamente, feliz em ouvir aquilo e nada mais disse. Eu não sei o que ela pensava, mas eu tentava abafar aquela revelação com cálculo mentais sobre quantos cômodos faltavam e se eu daria conta de terminá-los todos, pois estava realmente bem cansado das intensas sessões com a minha caboclinha:

- Quantos dias você vai ficar? - Mudei de assunto.

- Mais dois dias e… Caramba! - Ela resmungou, levantando a sua cabeça e me encarou: - Estou com reserva aberta num hotel perto do aeroporto.

Naturalmente, eu disse que ela ficaria comigo, nem que eu tivesse que amarrá-la no pé da mesa e ela aceitou. Como isso não seria necessário, levantamo-nos e nos vestimos, ela com o seu vestido de gala, e fomos até o hotel, onde ela trocou o vestido de gala por outro simples, floral em tons amarelos e lindamente modelado ao seu corpo, fazendo o “check out” em seguida. Quase tivemos uma discussão, eu porque queria pagar a hospedagem e ela porque não queria depender de mim. Meu argumento venceu:

- Sou o seu marido, dona Manoela Francisca! Obedeça-me ou a cinta vai comer o seu lombo.

Ela me olhou com uma malícia sem igual e mordeu o lábio inferior, respondendo na frente do atendente para o meu constrangimento:

- Se queria me agradar, não precisava ter se alterado tanto, painho.

Alisou suavemente a parte de trás do seu vestido, sobre a bunda, dando-se um tapinha que fez sua gostosura balançar. Então se aproximou de mim e cochichou, mas num volume audível o suficiente para o atendente ouvir:

- Vou adorar tomar uma coça bem dada pelo meu sinhozinho, senhor meu marido.

Fiquei roxo! O atendente ficou roxo… Ela, por sua vez, ficou vermelha de tanto rir da minha cara, certamente da dele também. Paguei a estadia e saímos. No carro, reclamei:

- Precisava?

- O quê? - Ela perguntou contendo as lágrimas por ainda rir.

- Falar… daquele jeito…

- Ah, amorzin… Sério que ficou chateado? Era só uma brincadeira. Fiz para a gente se divertir.

- Mas na frente do atendente?

- Nunca mais vou ver ele mesmo, ué... - Justificou, afivelando o cinto de segurança e continuou: - Pensei só que seria divertido, para a gente dar risada mesmo.

Não aguentei a forma como ela me olhava, com uma malícia sorridente no olhar pela peraltice e me rendi, rindo também. Voltamos para o meu apartamento. Não vou me delongar com os detalhes, mas foram os dois dias mais intensos que eu tive em muito tempo. Conseguimos finalizar os cômodos da casa e ainda demos um jeito de trepar no corredor de acesso aos apartamentos, eram quatro por andar, e na escada de incêndio durante a madrugada. Até na garagem brincamos, onde ganhei um boquete dos bons no último dia. Só não transamos na portaria, mas se dependesse dela, teríamos transado, porque ela bem que me tentou, mas claramente brincando com a situação.

Com grande dor no coração, levei a minha caboclinha para o aeroporto no seu último dia na capital. Parecia que eu a estava mandando para a guerra, numa viagem só de ida, tamanha a dor. Ela embarcou, arrastada pela obrigação, mas, em meio as suas lágrimas, fez uma promessa de regressar em breve, antes mesmo de nos casarmos. Assim, partiu.

Eu queria muito ter ido, mas realmente eu tinha vários compromissos e um deles seria já no dia seguinte, eu uma reunião na editora para finalizarmos alguns detalhes do meu segundo livro “Crônicas Calientes”.

Assim que entrei na sala, vi que a cara amarrada da Manu iria ditar a reunião toda. O Frefre assumiu os trabalhos e ela pouco interagiu comigo ou com ele. Apenas quando estávamos encerrando os trabalhos, num costumeiro café, quando perguntei do Alfredão, foi que ela me dirigiu a palavra, seca e direta:

- Ele está bem. Obrigada pela preocupação.

Claro que o Frefre sentiu o clima. Claro que ela foi a primeira a sair da reunião. Claro que ele tocou no assunto assim que ela fechou a porta:

- Brava, hein?

- O que eu posso fazer? Largar a Chiquinha é que não vou.

- Não! Claro que não! Aliás, ela é um chaveirinho bem charmoso, Marcel, meus parabéns. Avise-a que assim que estiver aqui, vamos marcar um jantar. - Falou, sorridente para mim, voltando ao assunto: - Mas a Manu sentiu o baque. Acho que ela não esperava que esse seu caso fosse caso para casamento.

- Mas é! Melhor que ela se acostume com a ideia.

Como o assunto não me agradava exatamente, tratei de desviá-lo, perguntando sobre o pai e o Frefre não teve papas na língua:

- Então, Marcel… Diferente do que a Manu falou, a situação não está boa não. Eu fui numa das últimas consultas com o meu pai no médico dele e a merda do câncer não regrediu, muito pelo contrário.

- Sério, cara!? Poxa! Nem sei o que falar…

- É. Ele… - Frefre, pela primeira vez, se deu o direito de se emocionar na minha frente, apertando levemente os olhos para conter as lágrimas e disse: - Estamos cuidando, fazendo todo o possível, mas o médico mesmo já tocou num termo que diz tudo…

Eu o encarava, encorajando-o a se abrir, talvez ele precisasse de alguém para oferecer e, naquele momento, era a única coisa que eu podia oferecer. Ele continuou:

- Cuidados paliativos. Sabe o que significa quando chega a esse ponto, não sabe?

- Caramba…

- Ele está curtindo. Do jeito dele, está aproveitando a vida. Sai quase toda a noite para jantar num restaurante diferente, vai em boates, faz as putarias deles com GP’s selecionadas pela Manu, mas… Está vivendo, enfim.

Fiquei sem saber o que dizer. Aliás, a carga emocional que devia estar sobre os ombros do Frefre acabou me atingindo em cheio também, pois eu senti uma tristeza sem igual. Ele voltou a falar:

- Ele gosta bastante de você, cara. Se você não tiver qualquer restrição quanto ao meu pai, talvez seja legal você fazer uma visita.

- Se não for atrapalhar...

- De maneira alguma! - Ele me interrompeu: - Dá uma chegada lá. O safado só sai para as putarias dele à noite. De dia, fica de bom velhinho em casa, vestido num robe de cetim e esparramado no sofá feito um Pachá.

Foi a primeira vez que o Frefre riu de alguma lembrança do pai, agora compartilhado comigo. Despedimo-nos enfim.

À noite, contei para a Chiquinha e ela me aconselhou também a ir visitá-lo. Inclusive, disse que havia feito um acordo para rescindir o seu contrato de trabalho na escola e acreditava que, no mais tardar, em 10 dias estaria vindo de mala e cuia para a minha casa. Fiquei feliz com a novidade. Disse que faria de tudo para visitá-los também, o Alfredo e a Manu, tudo para prestar sua solidariedade.

Passados uns 4 dias, a Manu me liga no meio da madrugada, desesperada por ter acontecido algo com o Alfredo. Ela estava tão nervosa e gaguejava tanto que não consegui entender direito o que falava. Perguntei onde ela estava e ao saber qual o hospital, falei que iria imediatamente ao seu encontro.

Chegando ao Einstein, apesar do horário e ser proibida a visita normalmente, como ele já descansava num apartamento particular, autorizaram a minha entrada após a Manu quase rodar a baiana na recepção. Lá no quarto, encontrei o Alfredo rindo com um enfermeiro. Ao me ver, ele se calou, mas sem tirar o sorriso do rosto. Assim que o enfermeiro saiu, ela começou a falar:

- Marcel do céu! Quase fui dessa para melhor… Acredita que a Manu me indicou uma mulata, mas pensa numa mulata boa, tipo passista de escola de samba, parruda, forte, gostosa pra caralho. Meu amigo… a puta mulata, filha da puta do caralho, quase me infartou na cama! Me deu uma falta de ar, um negócio que não sei explicar que quando vi apaguei. Só acordei na ambulância, já a caminho daqui.

- Eu vivo falando para ele maneirar, mas ele não me escuta, Marcel! Não sei mais o que fazer com ele…

- Dá pra ele, ué! - Falei no embalo.

Os dois me encararam seriamente por alguns bons segundos, os mais longos da minha vida, e fiquei roxo, mas ele logo começou a rir e a Manu a falar:

- Mas eu dou! Sempre que ele está a fim ou rola um clima, eu dou. Só que ele, depois que descobriu aquela bosta de Viagra, tá mais tarado do que cachorro quando vê cachorra no cio. Nem eu estou dando conta.

- Mentira dela, Marcel! Essa safada aí estava querendo ficar viúva mais cedo e contratou uma puta duma filha da puta para dar cabo de mim. - Ele gargalhava enquanto contava: - Vou te passar o contato depois, porque essa vale a pena, ouviu? Puta que mulher gostosa.

A Manu passou a encará-lo contrariada e ele se corrigiu:

- Quase tão gostosa quanto a Manu. - Falou e gargalhou da cara que ela fez.

Um médico entrou nesse instante para ver como ele estava e vendo o clima descontraído, ficou mais tranquilo. Ainda assim não lhe deu alta de imediato, obrigando-o a ficar, pelo menos, até o dia seguinte, a fim de fazerem uma avaliação mais detalhada do seu “mal estar”:

- Foi uma mulher, doutor! A danada quase me danou todo, mas “tava bãããão” - Falou, rindo.

Não houve acordo e o médico não o liberou. Vendo que ele estava bem, despedi-me deles, mas já na saída, o Alfredo me pediu:

- Marcel, você não poderia deixar a Manu lá em casa? Ela está querendo dormir aqui, mas se ela ficar, vai roncar e não vou conseguir descansar.

Eu olhei para ambos e ela, de olhos arregalados, surpresa, olhou na direção do marido, desviando o seu olhar de mim:

- O quê? - Ele perguntou, vendo o olhar da esposa.

- Alfredo, eu levo claro. Nunca negaria uma carona, mas acho que ela vai querer ficar…

- E vou mesmo! - Ela concordou, interrompendo-me.

Dei de ombros, olhando para ele que não se fez de rogado e praticamente a enxotou do quarto. No corredor, após conversar com o médico, acabou convencida a ir para a casa que cuidariam bem dele.

No trajeto do hospital até a sua casa, trocamos poucas palavras, mas ao chegarmos, ela começou a chorar copiosamente. Tentei acalmá-la, mas não estava fácil. O jeito foi acompanhá-la até a sua casa. Lá dentro, ela não parava de chorar. Eu já não sabia mais o que fazer e assim que ela disse que iria usar o banheiro, liguei para a Chiquinha procurando algum conselho. Ela acordou imensamente assustada, mas ao ouvir o que aconteceu, se acalmou e o que ouvi a seguir, não era exatamente o que eu imaginava ouvir:

- Acalma ela…

- Estou tentando! Eu te falei, ela não para de chorar.

- A-cal-ma ela! - Insistiu a Chiquinha, falando pausadamente.

- Tá! Entendi, mas como?

- Acalmando, ué! Relaxando ela, amorzin: massagem, beijinho, amorzinho…

- Acho que eu não estou entendendo…

- Está sim, Marcel! O senhor me entendeu direitinho. Dorme com ela, faz ela relaxar nos seus braços.

Desliguei a chamada de imediato e fiz uma chamada de vídeo para a Chiquinha. Ela me atendeu com a cara amassada, típica de quem acordara naquela hora. Tivemos uma breve conversa, mas ela insistiu no seu posicionamento, explicando:

- Amorzin… - Deu uma bocejada e continuou: - Console a Manu, do jeito que ela quiser, mas não se esqueça de voltar para mim depois, ok?

- Você está falando de sexo? É isso mesmo que eu entendi!?

- É, ué! Por que não?

- Mas… Mas você não quer que eu seja somente seu?

Ela deu um gracioso sorriso, coçou um dos olhos e disse:

- Você já é meu, amorzin, já tem um lugar cativo aqui no meu peito. Agora se uma noite com a Manu for suficiente para você desistir de ficar comigo, é porque não era para ser. Eu prefiro que você passe por isso e tenha plena certeza do que ter você ao meu lado insatisfeito com a vida que posso te oferecer.

Fiquei abismado com o ponto de vista da Chiquinha. Aliás, ao propor aquilo, ela mostrava ter uma maturidade que eu, confesso, não sei se teria. Eu olhava para a tela do celular sem saber o que dizer e ela bocejou novamente, perguntando:

- Entendeu meu ponto de vista?

- Não muito bem, mas acho que sim. - Respondi, ainda meio atordoado e perguntei: - Você quer que eu transe com a Manu para ter certeza se quero ficar com você, é isso?

Ela acenou afirmativamente com a cabeça e quando ia me falar algo, ouvi passos vindo na minha direção e me despedi da Chiquinha, encerrando a chamada. A Manu veio se sentou ao meu lado, encarando-me com os olhos ainda inchados. Depois se levantou e foi até o bar, servindo dois copos com uísque e os trazendo para onde eu estava, entregando-me um deles. Enfim se sentou e disparou:

- Não preciso de piedade, Marcel! Esquece o que “essazinha” aí acabou de falar.

- Você ouviu?

- Parte da conversa… Sim, eu ouvi! O finalzinho… Mas não precisa se preocupar comigo. A vida não se resume só a sexo, né? E olha que eu trabalho escrevendo e dando palestras sobre isso. - Falou e deu uma risada rápida: - De você eu queria mais. Ah, sei lá, acho que eu queria recuperar uma linda parte da minha vida que acabou prematuramente, mas acho que isso será impossível.

Ficamos em silêncio por um instante, bebericando os nossos copos e, até hoje não sei o porquê, acabei dando sequência aquele assunto:

- Manu, você… você sempre foi espetacular, mas errou feio em ter feito o que fez pelas minhas costas. Eu não sou tão provinciano como você pensava, acho que nunca fui. Não viu o que eu e a Chiquinha fizemos lá na boate? Se você tivesse se aberto comigo, falado dos seus medos, conversado sobre como pensava em nos ajudar, eu… - Suspirei fundo, vendo o tamanho do buraco em que estava me metendo: - Sei lá... Talvez eu tivesse aceitado, talvez não, mas pelo menos não teria havido desonestidade entre a gente e eu não teria sido surpreendido como fui naquele maldito dia.

Ela fechou os olhos e suspirou profundamente, uma, duas vezes. Depois, me olhou com um semblante triste, abatido mesmo, e disse:

- Você nunca aceitaria que eu voltasse a me prostituir, Marcel, nunca! Viver uma aventura como a que você viveu com a Chiquinha, a sua parceira, eu até acredito que você toparia comigo, mas saber que eu estaria saindo para ser de outros homens, voltando para casa depois de ser usada e abusada das mais variadas formas, isso você não aceitaria.

- Acho que não mesmo, mas pelo menos você teria tentado e me dado a chance de argumentar, sei lá, procurar uma outra saída para aquela nossa situação de merda.

- Você nunca vai dar o braço a torcer, mas a gente estava numa pior, cheios de dívidas, contas, cobranças… Fiz o que achei correto para aliviar um pouco a nossa situação e mesmo que você não acredite, fiz isso para te ajudar. Errei em ter escondido? Tudo bem, errei! Mas fiz pela gente, por nós, por você…

- Tudo bem, Manu, eu entendi, já passou…

- Passou nada! Você sempre me olha com raiva, às vezes até parece que tem nojo de mim. Eu… - Calou-se por um instante, olhando para o seu copo de uísque: - Ah, quer saber? Deixa pra lá! Como você mesmo disse, “já passou”. Se você não se importa, está bem tarde e eu preciso descansar.

Constrangimento era o mínimo que sentia naquele momento. Levantei-me e agradeci a bebida. Na porta, despedi-me dela novamente, mas ela começou a chorar e eu, sem saber o que fazer, acabei abraçando-a. O seu choro era sofrido, doído, parecia vir do fundo da alma. Eu não sabia se era por mim, pelo Alfredo ou por ambos, mas achei melhor deixá-la descarregar, só que ela não parava de chorar e isso já estava me deixando preocupado. Num breve momento de quase controle, perguntei:

- Você não tem nenhum remédio para dormir aí, Manu, ou um calmantezinho? Sei lá… Você está sob muita pressão.

- Tenho, mas não gosto de tomar.

- Tome um. Vai te fazer bem. Se você quiser, eu fico aqui com você esta noite. Apenas como amigos, ok?

Ela me levou até a cozinha e lá pegou uma cartela de comprimidos, tomando um. Voltamos à sala e nos sentamos no sofá, eu em um e ela em outro. Após um silêncio constrangedor, comecei a falar com ela sobre o meu novo livro, para desviar um pouco o foco dos assuntos que a atormentavam. Ela retribuiu, falando a sua opinião, mas notei que logo ela começou a falar levemente enrolado, rindo de si mesma em alguns momentos. De repente, ela se levantou e veio se sentar ao meu lado, bem próximo, quase colado.

A conversa continuou girando em torno do livro, mas notei que ela abriu um botão da sua camisa, deixando uma espécie de decote que dava uma visão ao sutiã que protegia os seus seios. Não sei se ela notou ou não, mas ela se levantou e reclamando de um “calorão”, abriu o restante dos botões e tirou a camisa, virando-se de frente para mim. Antes que eu pudesse reclamar, tirou a calça que vestia, ficando apenas com um sofisticado e sensual conjunto de lingerie de cor salmão. Fiquei aturdido com a sua imagem, mais do que isso fiquei abismado pois ela continuava tão linda quando eu me lembrava. Acho que a forma como eu a olhava lhe deu ânimo redobrado, pois ela veio para cima de mim, sentando-se sobre o meu colo, de frente, olhos nos olhos:

- Manu, é melhor a gente parar…

- Não, por favor… Não me rejeita. Só hoje, a última vez, a despedida que nunca tivemos.

Eu não tinha como negar que estava excitado, o meu pau já havia me denunciado e certamente ela já havia notado, pois se esfregava suavemente sobre o meu colo, em um movimento de vai e vem que cada vez me deixava mais excitado. Foram segundos para os nossos lábios se encontrarem e a partir daí, considerando que eu já tinha a permissão da Chiquinha, deixei-me envolver de vez.

Fomos trombando até a suíte principal da casa, mas assim que ela se jogou na cama e tirei a minha camisa para me jogar sobre, ela desviou, levantando-se e me pegando pela mão:

- Aqui não! Aqui é a cama do meu marido. Vamos para outro quarto.

Não contestei e logo estávamos rolando numa das outras suítes para hóspedes. Não sei como, nem quem, mas foram segundos para ficarmos totalmente nus, tamanho era a excitação de ambos. Ela tinha uma urgência em me receber e eu em tê-la que dispensamos a fase preparatória e já passamos diretamente para a metelança, iniciada num clássico “papai e mamãe”, mas que evoluiu para um “papai e mamãe” reverso (ela por cima de mim com as pernas entre as minhas), momento em que ela teve o seu primeiro orgasmo. Nunca eu a havia sentido tão necessitada, a sua buceta parecia mastigar o meu pau enquanto ela gemia quase chorando pelo ápice conquistado.

Pensei em deixá-la descansar um pouco sobre mim, mas ela própria se ajeitou, abrindo suas pernas e se sentando sobre o meu pau que sequer havia saído de dentro dela. Passou então a me cavalgar num desespero sem igual, parecendo o mensageiro desesperado do General Custer durante os preparativos da Batalha de Little Bighorn. Tentei por vezes inverter as nossas posições, mas sempre que a pegava pela cintura, ela me segurava e dizia com uma voz transtornada pelo tesão:

- Não… Não! Me deixa! Eu preciso!

E assim seguiu até atingir um novo e não menos maravilhoso orgasmo, tendo espasmos que atingiram todo o seu corpo, o que a fizeram se jogar ao meu lado na cama, gritando desesperada.

Eu já estava ficando assustado com suas reações, mas como já havíamos começado, eu também queria a minha cota de prazeres. Quando notei que ela gemia com mais calma, respirando um pouco mais espaçado, parti para cima dela e a virei com a bunda para cima. Para a minha surpresa, ela abriu as bandas das suas nádegas e falou:

- Vem! Você merece, meu amor!

Ah, que delícia poder ver aquele buraquinho enrugado novamente. Parecia o mesmo, o formato, o diâmetro, tudo parecia intocado. Eu sabia que se tratava de uma viagem da minha mente, pois sendo ela quem era e tendo trabalhado com o que trabalhou, certamente devia tê-lo oferecido a outros, inclusive ao próprio Alfredão, mas este não contava, afinal, era o seu marido. Independentemente disso, deixei-me levar pela minha fantasia e foquei no momento.

Ao vê-la se oferecer tão abertamente para mim, aproximei-me ainda mais e beijei as suas nádegas, enfiando a minha cara rego adentro e terminando por beijar, lamber e sugar o seu cu:

- Aaaaaaaaaiiiii, Marcel! - Ela gemeu assim que minha língua começou a penetrar o seu “anelzinho”.

Os seus cheiros estavam tão intensos e a sua vagina tão úmida que seria quase um pecado se eu dispensasse a oportunidade de chupá-la e foi o que fiz, arrebitando a sua bunda e colocando um travesseiro por baixo antes de me deleitar nos seus líquidos e que líquidos, deliciosos, suculentos, cheirosos ao extremo. Esbaldei-me! Lambi, beijei, mordisquei, suguei e quanto mais eu a cutucava com os dedos, mais ela se excitava e transbordava em minha boca. Num certo momento, quase choramingando pediu que eu deitasse para ela também me chupar e esse pedido atendi com o maior gosto, pois sabia que o prazer seria consequência.

Assim que me deitei de costas, ela se posicionou sobre mim, mas ousando um pouco, ao invés de se apossar do meu pau de imediato, sentou-se sobre o meu rosto, rebolando e esfregando a buceta na minha boca que, para mim, foi um deleite dos melhores. Vendo que eu estava curtindo à beça, após um gemido de puro prazer, a ouvi dizer:

- Ai! Você é mesmo um gostoso, safado, tesudo…

Então ela se curvou e pegou no meu pau, punhetando-o um pouco enquanto ainda aproveitava da minha língua e boca. Pouco depois, ela o abocanhou e passou a sugá-lo como se fosse a última torneira de água potável na superfície da Terra. Eu precisava tirá-la de lá ou gozaria em questão de segundos. Quando a avisei disso, ela deu uma risada e abraçou a minha bunda com ambas as mãos de modo que eu não conseguiria tirá-la nem que quisesse. Passou então a foder a sua boca, ou o meu pau, não sei bem até hoje, com movimentos de subida e descida incessantes, aliás, ela até parava para sugá-lo com uma força absurda ou para lambê-lo e a todo o perímetro em volta. Agarrei-me como pude em sua bunda, ficando perdido naquelas sensações deliciosas. Quando avisei que iria gozar, ela pouco caso fez de mim e ainda acelerou, agora usando uma das mãos para punhetá-lo enquanto, com a boca, acompanhava os movimentos. Não consegui segurar mais nada e dei uma deliciosa gozada em sua boca, inundando-a por completo.

Devo ter apagado por instantes porque não vi quando ela saiu de cima de mim, mas quando despertei, olhei para baixo para vê-la lambendo toda a parte baixa do meu corpo, buscando sugar o leite que não havia conseguido beber. Então, feito isso, tal qual uma gata no cio, veio subindo pela minha barriga, peito, até alcançar a minha boca num beijo extremamente safado, babado, mas muito sensual. O cheiro da porra em seu hálito era inebriante e sendo meu, não recusei. Ela então se deitou brevemente ao meu lado, sempre acariciando o meu rosto, mas logo me convidou para um banho.

No banheiro, tomamos um delicioso banho juntos, ensaboando-nos reciprocamente, sempre regado a beijos e carinhos, mas é claro que, após o orgasmo, quando há aquela queda no pico da excitação, a razão começa a falar mais alto do que a emoção e comecei a me criticar em silêncio por ter traído a confiança da Chiquinha. Bem nesse momento, me veio uma reflexão: “E se ela estivesse me testando? Para ver até onde eu conseguiria chegar.” Se fosse esse o caso, eu teria falhado miseravelmente. Restava apenas torcer para que eu tivesse entendido corretamente as suas intenções. A Manu, notando a minha tensão, perguntou o que acontecia. Fui sincero:

- Traí a Chiquinha. Eu não devia ter feito isso, Manu, não com ela, aliás, ninguém merece isso.

- Fica calmo, amor, se eu entendi bem, ela te liberou, não liberou?

- Sim, mas… e se for um teste?

- Você já está vendo pelo em ovo, Marcel. Relaxa! - Disse e voltou a segurar o meu pau.

Entretanto, o conselho dela havia sido absorvido pelo meu íntimo e relaxei mesmo, demais até, tanto que o meu pau não queria mais dar sinal de vida. Voltamos para a cama, mas eu não me sentia bem com tudo e comecei a me vestir, apesar dos protestos da Manu. Inconformada, pois ela certamente me queria mais, saiu da suíte e das minhas vistas, mas retornou pouco depois, falando alto com alguém:

- É isso! Eu quero saber se ele está liberado ou se foi só um teste seu?

Na hora entendi que ela falava com a Chiquinha, eu só não sabia que ela tinha o seu número. Ela parou olhando para mim que, congelado com a surpresa, fiquei apenas olhando e ouvindo o deslinde daquela conversa. A Manu colocou no viva voz e ouvi a doce voz da Chiquinha:

- Saco! Eu não consigo dormir…

- Responde, Manô, liberou ou não?

- Liberou? Liberou quem? - A Chiquinha se calou por um instante e falou: - Ah! O Marcel. Liberei, ué! O que tem? Ele fugiu daí?

- Não, mas agora que gozou, está tentando fugir porque achou que poderia ser um teste seu.

- Gozou… Peraí! Vocês transaram!? - Perguntou a Chiquinha, subindo o tom de sua voz.

Nesse momento a Manu me encarou surpresa pela forma como ela reagiu e certamente imaginou que a hipótese do teste poderia ser real, e sendo esse o caso, eu poderia estar em maus lençóis. Sentei-me na beirada da cama, de olhos arregalados e boca aberta. A Manu seguia parada em frente a porta da suíte, segurando o celular:

- Transaram ou não transaram? - Insistiu a Chiquinha, subindo novamente o tom da sua voz.

[CONTINUA]

OS NOMES UTILIZADOS NESTE CONTO SÃO FICTÍCIOS, MAS OS FATOS MENCIONADOS E EVENTUAIS SEMELHANÇAS COM A VIDA REAL PODEM NÃO SER MERA COINCIDÊNCIA.

FICA PROIBIDA A CÓPIA, REPRODUÇÃO E/OU EXIBIÇÃO FORA DO “CASA DOS CONTOS” SEM A EXPRESSA PERMISSÃO DOS AUTORES, SOB AS PENAS DA LEI.

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Foto de perfil de Mark da NandaMark da NandaContos: 270Seguidores: 630Seguindo: 24Mensagem Apenas alguém fascinado pela arte literária e apaixonado pela vida, suas possibilidades e surpresas. Liberal ou não, seja bem vindo. Comentários? Tragam! Mas o respeito deverá pautar sempre a conduta de todos, leitores, autores, comentaristas e visitantes. Forte abraço.

Comentários

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Eita que a Chiquinha pensou que o Marcel não iria até o fim . Se lascou 🤣🤣

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Fala meu irmão, TD bem Mark?

Muito trabalho?

Abração!

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acho que devia ficar com as duas heheheh

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era bem provável que pudesse acontecer uma transa deles novamente, mas eu sinceramente estava torcendo muito para não rolar, sei que é difícil mas acho que ele deveria ter sido um pouco mais forte, mais resistente a tentação

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E estamos quase nos despedindo da melhor personagem do Mark... e ela ainda está tirando um sarro dos dois kkkkkk

Acho que depois disso tudo Manu não vai fazer um trisal com os dois. A cumplicidade está sendo construída entre Marcel e Chiquinha, não tem espaço para ela.

Claro, tudo são conjecturas, vamos ver o que o careca mais querido do site vai aprontar.

3 estrelas

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Fico com pena da Manu,ela e apaixonada,mas paga por um erro do passado,Marcel e cruel por tratá-la com fosse nada na vida dele, poderia terminar os três juntos,num trisal e ainda acrescenta o Juvenal,quem sabe

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Pqp Mark que capitulo!! ansioso pelo proximo e triste por ser o ultimo kkk, esse não é o primeiro conto seu que leio, vc sempre nos traz personagens ímpares, mas vai a merda, o Alfredo é uma obra de arte!! Dona Gege de ''clair de lune'', Francisco de ''o berro que a gata deu'' são otimos, agora o Alfredo esta anos luz, se não for pedir demais... ele poderia ganhar uma serie em que ele é o protagonista... iria faltar estrela pra votar kkkkk

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Ia divagar,mas voltei a realidade! Parabéns pelo excelente capítulo Mark!

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Putz o cara vai infartar igual o Alfredo!! Kkk

Muito bom!! Confesso que tinha esperanças de que eles não voltassem a se relacionar, mas isso é desejo de leitor..kkk

Impressionante como escreve bem!! Parabéns mais uma vez!!

3 estrelas

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Foto de perfil de Almafer

Demais Mark será kkkkk deixou ou não deixou es a questão nota mil amigo

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Excelente meu irmão!

Obrigado pelo capítulo, e parabéns!

Abraços!

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