Atrelado à herança veio o macho que me arregaçou
Eu vagamente me recordava de ter ouvido mencionarem o nome do tio-avô Albert quando ainda era bem pequeno, tanto que nem cheguei a memorizar seu nome. Era como se o tivessem banido, por alguma razão desconhecida, e se mantido afastados dele. Quando o advogado me ligou para que fosse a seu escritório para tratar da herança que ele me deixou, cheguei a pensar que se tratava de algum engano. Segundo fui informado, tio Albert não tinha filhos ou herdeiros diretos vivos, o que incluía meu pai e outro irmão, e através de um testamento fui nomeado seu herdeiro. Quando me reuni com o advogado, fiquei sabendo que se tratava de uma fazenda no condado de Fergus em Montana.
- No entanto, existem algumas cláusulas no testamento para que você efetivamente herde o rancho deacres. – mencionou ele, com uma expressão desconcertante.
- Cláusulas? Como assim, efetivamente herde? Não está escrito no testamento que sou o herdeiro? – perguntei
- Sim está! A princípio!
- Não estou entendendo? Qual é o problema então?
- Não diria que seja um problema, apenas uma exigência de seu tio-avô para que 70% do rancho seja registrado em seu nome, daqui a dois anos, se você estiver residindo na propriedade. – revelou
- Eu nasci e me criei aqui em São Francisco na Califórnia, tenho meu escritório de arquitetura com um sócio montado lái, sou uma criatura da cidade, não do campo. O que eu vou fazer nos confins do Judas de Montana, num rancho? – indaguei surpreso com a cláusula.
- Bem, não tenho o poder de fazer nada quanto a isso. Aliás, ninguém tem. Se você não puder comprovar durante esses dois anos, nas visitas não previamente agendadas de um notário, que efetivamente reside no rancho, perderá o direito à herança. – esclareceu
- Nunca vi tamanho absurdo! Obrigar através de um testamento alguém que ele nem conheceu direito a se mudar de cidade e Estado para viver num lugar ao qual jamais me acostumarei. Meu tio devia ser um maluco, isso começa a explicar o porquê de a família nunca falar dele. – retruquei.
- Deve haver alguma explicação para ele ter lhe escolhido como um dos herdeiros, talvez alguém da sua família possa esclarecer. – argumentou ele.
- Meu pai e o único irmão dele já são falecidos, não tenho a quem perguntar. O senhor mencionou que me cabem 70% do rancho, a quem foram destinados os outros 30%, se puder me esclarecer?
- A um tal Scott Harvey Talbot, conhece?
- Não faço a menor ideia de quem possa ser. Quem sabe outro parente dele, um filho talvez, sobrinho, ou qualquer coisa parecida. – ponderei
- Seu tio-avô nunca se casou, não pode ser. Segundo consta, esse Scott mora no rancho.
- Então talvez seja um empregado!
- É possível! Contudo, deve ser alguém a quem ele muito estimava para deixar 30% de um rancho que vale uma verdadeira fortuna. – disse o advogado.
- Terei que descobrir isso pessoalmente talvez. E quanto a vender a minha parte, não posso vender já?
- Não! Terá que primeiramente se tornar oficialmente dono desses 70% para dispor deles e aí entra em jogo mais uma das cláusulas. Se quiser vender a propriedade antes desses dois anos, só poderá fazê-lo dispondo de 40% dos seus 70%, pois 30% da sua parte seria automaticamente revertida para esse Sr. Scott Talbot.
- Mas que testamento mais maluco é esse? Isso é juridicamente aceitável? Alguém pode fazer tantas e tão absurdas exigências para um herdeiro? – questionei perplexo
- Sim, perfeitamente legal! Nada do que está descrito pode ser alterado. – respondeu ele.
- Posso desistir da herança?
- Agora é o senhor Sr. Erin Kershow que deve estar maluco! Faz ideia do quanto vale esse rancho? Alguns milhões de dólares. Ninguém em sã consciência joga fora uma fortuna dessas. – respondeu incrédulo.
- Bem! Então fui presenteado com um elefante branco e sou obrigado a acomodá-lo em minha cama, é isso que o senhor está me dizendo.
- Se prefere encarar a situação sob esse prisma!
- E que outra maneira existe de encarar esse imbróglio?
- Vá até o rancho, conheça-o de perto, talvez mude de ideia. – sugeriu
- O senhor só pode estar brincando! Fergus, Montana? Nem sei onde fica esse lugar! – devolvi inconformado, ficando de pensar no assunto antes de assinar toda uma papelada que ele me entregou.
Após a faculdade, montei um escritório de arquitetura com um dos meus colegas, Johnny, com quem sempre me dei muito bem e que foi também, até a conclusão do curso, meu primeiro namorado. Resolvemos de comum acordo encerrar nossa relação amorosa quando montamos o escritório para não misturar as coisas e, também, porque o Johnny não queria fazer sempre o papel do ativo na relação. Por meu lado, nas duas vezes em que fiz esse papel a pedido dele, não me senti confortável, detestei ser o ativo e percebi que jamais seria feliz num relacionamento assumindo esse papel. Nada além de não morarmos mais sob o mesmo teto mudou entre nós depois dessa decisão, a amizade, o carinho e o respeito continuaram intactos. Esse foi um dos motivos pelos quais eu o consultei quanto à herança.
- É claro que você deve aceitar as cláusulas! Dois anos passam voando, você nem vai perceber. Ademais, com as facilidades atuais de Internet e os recursos dos quais dispomos, você trabalhará remotamente em todos os projetos que assumirmos. Os eventuais contatos presenciais com os clientes eu faço por aqui e os restantes você faz por videoconferências. A tecnologia está aí para isso. – argumentou o Johnny, mais entusiasmado do que eu com essa herança.
- Não sei, não! Deixar São Francisco, a vida que levo aqui, para me enfiar num lugar remoto que talvez nem conste nos mapas é a última coisa que eu quero fazer. Depois tem o Sam, eu estou começando a gostar dele. Começamos a nos encontrar com mais frequência não faz nem quatro meses, o que ele vai dizer se eu lhe disser que por dois anos estarei longe, que ele teria que ser paciente e compreensivo se quisesse continuar comigo. Ele não vai esperar todo esse tempo mal me conhecendo. – afirmei.
- Vocês podem se encontrar! Umas vezes você vem para a California, noutras ele vai te visitar em Montana. Se ele também estiver a fim de você, vai entender e te dar esse tempo. – disse o Johnny.
- Duvido! Ele vem se mostrando sem paciência depois que meteu o cacetão no meu cuzinho duas vezes no último mês, querendo me enrabar o tempo todo. Quando lhe peço para irmos mais devagar ele fica visivelmente chateado. Até agora não disse nada, mas vai dizer se eu for para Montana e o deixar na mão. – retruquei.
- Nisso não o culpo! Quem já enfiou a piroca no seu cuzinho uma vez não quer ficar esperando dias e dias para repetir a dose. Você é um tesão, Erin! Devia estar acostumado com essa urgência dos caras em trepar com você.
- Não diga bobagens! Depois de você que me tirou a virgindade com seus truques baixos no dormitório da faculdade, o Sam é o primeiro cara com quem me envolvi. Ele é bem o tipo de homem do qual eu preciso, e você sabe a que estou me referindo. – devolvi
- Sei, claro que sei! Foi por isso que me dispensou, seu veadinho! Você devia abrir a sua mente para outras possibilidades, é mais prazeroso quando os dois se revezam nos papeis, ora ativo, ora passivo. Essa sua inflexibilidade em ser apenas o passivo restringe em muito a chance de encontrar caras legais para um relacionamento. – argumentou
- Não sinto prazer algum em fazer o ativo, mesmo que esporadicamente! Aliás, detestei, se quer saber.
- Talvez não tenha curtido ser ativo comigo, mas isso não quer dizer que não vá sentir prazer com outro cara.
- Não! Não e não! Eu sei o que quero, convictamente! – retorqui. – E mais, eu sei que não quero me mudar para Montana. – acrescentei, o que o fez rir.
- Erin, você merece o prêmio de veado mais complicado! – eu estiquei uma das mãos com o dedo médio em riste na direção dele.
Antes do final da semana, o advogado voltou a me ligar, me dando um ultimato. No dia seguinte estava eu assinando toda aquela papelada e selando, sem o saber, meu destino.
O único jeito que encontrei para tentar convencer o Sam a esperar por mim por dois anos foi abrindo as pernas e deixando ele se saciar no meu cuzinho com seu caralhão sedento. Ele ainda estava em cima de mim, arfando e todo suado, com a rola dando pinotes agasalhada pelo meu rabo todo cheio de porra quando toquei no assunto.
- Dois anos? Está me pedindo para te esperar por dois longos e infindáveis anos depois do que acabamos de fazer? Eu te quero, Erin! Preciso de você, preciso desse cuzinho. Não pode me pedir uma coisa dessas, não para um macho que precisa tanto de sexo como eu. Com você distante vou subir pelas paredes com o tesão acumulado no corpo. Não me peça isso, Erin! – respondeu ele, o que eu já esperava, pelo pouco que o conhecia.
- O que você sugere, então? Que eu abra mão de uma fortuna que pode garantir todo o nosso futuro?
- Não quero seu dinheiro, quero seu cu, quero me deitar todas as noites ao seu lado te abraçar e colocar minha pica na sua fendinha aveludada e quente. É disso que preciso para ser feliz! – afirmou
- Podemos nos ver todos os meses! Eu prometo vir a São Francisco pelo menos uma vez por mês e você vem se encontrar comigo no mês seguinte. – sugeri
- E como eu fico nas outras semanas? Batendo punheta e pensando em você.
- Não deixa de ser uma boa ideia! – caçoei, diante da carinha desiludida dele.
- Pode ser para você! Para mim é pior que uma tortura! – exclamou.
- Vem cá meu bebezão chorão! Prometo que vou te recompensar pela distância a cada encontro! – devolvi, fechando suavemente minha mão ao redor do cacetão dele e acariciando lascivamente os dois enormes testículos no sacão pentelhudo dele.
- Está vendo como você sabe exatamente do que eu preciso! – exclamou, voltando a rolar seu corpão sobre mim e começando a me beijar enquanto a verga recomeçava a endurecer.
Muito a contragosto ele acabou concordando, o que só me provou que ele estava gostando tanto de mim quanto eu dele. Teríamos que tentar, seria uma prova de que o amor verdadeiro é capaz de superar distâncias.
Encarei os quase 2000 quilômetros até Montana numa viagem exaustiva pelas rodovias de quatro Estados, nunca dirigi para tão longe, seguindo um mapa mal traçado que o advogado tinha me dado junto com o restante da papelada.
- Hoje já existe uma tecnologia chamada GPS que pode te levar a qualquer lugar desse planeta, por mais remoto que seja! – despejei sobre o advogado, pois era a única pessoa a quem eu podia culpar por todo aquele imbróglio.
- Não desconte sua raiva sobre mim, Sr. Erin! Estou apenas cumprindo meu papel como advogado de seu tio-avô. Tenho certeza de que em algum momento o senhor vai precisar do mapa que lhe enviei. Vai perceber que lhe será mais útil do que o GPS quando estiver no condado de Fergus. – devolveu-me ele, em nossa última ligação antes da minha partida.
O pior é que ele estava com a razão, embora em dado momento nem o mapa grotescamente rabiscado tenha servido para alguma coisa, vendo-me obrigado a perguntar em diversos pontos onde ficava o tal rancho. Até que me deparei com um senhorzinho falador que simplesmente abriu a porta do carro e se meteu no banco do passageiro me indicando o caminho.
- É parente do Albert Lynch? – perguntou, assim que se acomodou e apontou numa direção.
- Sou sobrinho-neto dele! O senhor o conhecia?
- Quem, o Albert? Todos o conhecem por aqui! Não só pelo magnifico rancho que montou e onde estava criando os melhores puro-sangue da região, como pelo seu jeito bonachão. O Albert era amigo de todos! A cidade toda estava lá no sepultamento dele, que Deus o tenha! – respondeu entusiasmado.
- Puro-sangue? O que é isso?
- Cavalos, meu rapaz, cavalos! Os melhores, pode ter certeza!
- Pressuponho que depois que ele morreu a criação tenha se extinguido. Faz pouco mais de um ano que meu tio faleceu. – ponderei
- Você não conhecia seu tio, não é meu jovem? De onde vem?
- Não, não o conhecia! Da Califórnia! – respondi
- Califórnia? É longe! E tenho para mim que também não entenda nada sobre cavalos, não é? – indagou
- Sim, é bem longe! Não, não entendo nada sobre cavalos! – respondi. Não sei o que me levou a pensar que o velho devia estar achando que eu era um completo ignorante.
- Nos últimos anos já era o Scott quem tocava a criação dos cavalos. Bom sujeito o Scott!
- Quem é esse Scott? Que relação ele tinha com meu tio-avô? – aproveitei para perguntar
- O Scott é o braço direito do seu tio! Quem é que não conhece o Scott por essas bandas? – questionou. Tive vontade dizer – eu, eu não o conheço e também não sei porque parte da herança foi parar nas mãos desse sujeito – mas me contive, embora tivesse a certeza de que o velhote sabia a resposta. – Eu fico por aqui! Agora siga por uns três quilômetros, vai encontrar uma bifurcação, pegue à esquerda e vai dar direto no rancho. – disse ao descer do carro. O velhote pegou uma carona comigo sem nem mesmo ter me perguntado se eu estava a fim de a oferecer. Pelo visto vou ter que me habituar com essa gente daqui; ninguém em São Francisco, minimamente civilizado, entraria no carro de um estranho sem pedir licença e se deixaria conduzir até seu destino sem ter a concordância do motorista.
O bom nisso tudo foi que cheguei são e salvo ao rancho no final da tarde. Parei o carro diante do casarão que mostrava sinais de abandono, o que atribuí ao fato de já haver se passado mais de um ano que meu tio-avô havia falecido. Provavelmente ninguém mais ocupou a casa depois disso. Chamei por alguém, mas não obtive resposta. Continuei chamado enquanto dava a volta na casa desviando das touceiras altas de capim que a cercavam. Ninguém respondia. Comecei a bater na porta da frente após ter cruzado o alpendre onde algumas tabuas soltas rangeram sob meus pés.
- O que faz aqui? Pode dar meia volta e sair daqui! Quem é você para ir invadindo uma propriedade particular? Já falei centenas de vezes que o rancho não está à venda, portanto, suma daqui! – disse uma voz grave e enfezada às minhas costas, me fazendo levar um tremendo susto.
- E o senhor, quem é? – perguntei ao sujeito imenso e parrudo com quem topei ao me virar; chapéu sobre a cabeça e metido num jeans surrado e amoldado ao maior par de coxas que eu já tinha visto, desbotado onde se via nitidamente o contorno de um caralhão cavalar e, uma camiseta justa que mais se parecia com um trapo cobrindo o torso e dois braços enormes e musculosos. Cheguei a perder o fôlego com aquela imagem.
- Quem faz as perguntas aqui sou eu! Ande, dê o fora e não volte mais! Minha paciência com vocês corretores já acabou! – continuou resmungando.
- Acho melhor você dar o fora, uma vez que essa é uma propriedade particular e eu sou o dono dela! – revidei.
- Ah! Então você deve ser o fulaninho do qual o advogado me falou! O sujeitinho que quer vender tudo isso aqui, como se eu fosse concordar com isso! – retrucou ele, irônico.
- Fulaninho deve ser você, seja lá quem for! O que pretendo fazer com a minha propriedade não é da sua conta! Não lhe devo satisfações! – revidei exasperado. – Agora se me der licença, vou procurar por algum empregado e avisar que vim tomar posse do que me pertence. – emendei, passando por ele em direção a um galpão mais ao fundo.
- Sou o capataz do rancho! Se quiser falar com alguém é comigo que vai se entender.
- Ah! O tal do Scott! O que recebeu 30% do rancho como herança do meu tio! – exclamei, encarando-o.
- Sim, o tal do Scott, para seu azar! – revidou ele. Ajeitando a caceta dentro do jeans, o que explicava aquele desbotado no tecido daquela região. O bronco devia mexer naquele troço o tempo todo para desgastar o tecido. O pior nem era isso, o pior era que eu não conseguia parar de olhar para aquele salame gigantesco amoldado à coxona direita dele sem que meu cuzinho se contorcesse todo.
- Começamos um pouco mal, me desculpe! Não quis ser grosseiro! Sou o Erin, da Califórnia, sobrinho-neto do Albert. – mencionei, num tom de voz mais brando e conciliador, enquanto estendia a mão na direção dele.
- Ok! E onde pretende passar a noite, já está escurecendo e o hotel mais próximo fica a cerca de 45 quilômetros, em Lewistown. – afirmou ele, mantendo a cara fechada.
- Dirigi por 2000 quilômetros nas últimas 48 horas e pretendia dormir na casa do meu tio-avô, se não se importar. – devolvi
- O problema é seu, a casa não está preparada para receber hóspedes! – exclamou, no mesmo tom arrogante em que vinha conduzindo toda a conversa.
- Acontece que não sou um hóspede, mas o dono dela! E não vou encarar mais 45 quilômetros só porque a casa não está preparada. Meu tio sempre morou aqui, não deve estar tão ruim assim. – retruquei.
- Como eu disse, o problema é seu! Boa noite! – devolveu ele.
- Ei espere, pode ao menos me entregar a chave, a porta está trancada!
- Naquele galpão chame pelo Cruz, ele pode lhe entregar as chaves. – afirmou, me virando as costas e se afastando.
O Cruz era um dos empregados do rancho, um imigrante mexicano que já trabalhava há seis anos para o meu tio e que me cumprimentou pesaroso pela morte dele. Era um homem encorpadão, de uns trinta anos, pele bronzeada, cabelos bem pretos e brilhantes um pouco espetados, rosto viril e simpático que logo abriu um sorriso na minha direção quando me identifiquei. Os olhos pequenos e bem pretos me examinaram com vívido interesse, e focaram descaradamente minha bunda como se ali estivesse camuflado o tesouro que ele desejava. Um leve sotaque o impedia de se expressar num inglês perfeito, mas isso lhe conferia um charme a mais, além da virilidade que saltava aos olhos. Ele me perguntou se eu ia passar a noite na casa e também avisou que ela não estava em condições de receber ninguém.
- Faz mais de um ano que ninguém entra lá e faz uma faxina. Não tem como o senhor dormir por lá. – avisou.
- É, foi o que já me disseram, mas não estou em condições de enfrentar uma estrada por mais 45 quilômetros, portanto, vou ter que me virar por aqui mesmo.
- Pode ficar no alojamento dos funcionários se não se importar! Vou lhe preparar uma das camas e poderá descansar com mais conforto.
- É muito gentil da sua parte, Cruz! Ficarei honrado de conhecer todos vocês. – devolvi, o que o deixou visivelmente contente.
Não sei se foi pela longa e exaustiva viagem ou se foram aqueles oito machos que dividiram o alojamento cheirando a testosterona que me embalaram no melhor sono que já tive. Eles eram todos jovens, vindo de outros Estados à exceção do Cruz e do Pablo que eram mexicanos. Me acolheram com simpatia, sem disfarçar que meu corpo os excitava, uma vez que não era nem um pouco comum um rapaz com as minhas características aparecer por aquelas bandas e, também, porque tinham poucas oportunidades de se encontrar com as garotas da cidade. Portanto, aqueles machos só tinham um pensamento nas cabeças, um orifício estreito, úmido e quente onde pudessem meter suas picas até estarem saciados. Meu corpo recém banhado e metido na cueca com a qual me deitei na cama que me designaram preenchia todos os desejos pelos quais ansiavam. O que estava na cama ao meu lado, oposto à do Cruz, deixou isso bem evidente quando na penumbra vi o cobertor sacudindo como se alguém estivesse se masturbando debaixo dele. O que se confirmou quando ouvi um sonoro e libertador gemido de prazer vindo daquela direção.
Na manhã seguinte tomei café com os funcionários no alojamento e me pus a limpar a casa onde pretendia morar. O Scott apareceu logo cedo e, ao que tudo indicava, aquele olhar de desaprovação que nos lançou serviu de alerta aos funcionários para que não se deixassem influenciar pela minha pessoa, que ele queria ver longe do rancho o mais breve possível. Encarregou cada um deles de uma tarefa só para que não se aventurassem a querer me ajudar com a limpeza da casa. Com isso ele pensou que me faria desistir da empreitada e de continuar morando ali. Um déspota, além de arrogante e rabugento, acrescentei ao seu perfil.
Fui à cidade providenciar tudo do que precisava para uma boa faxina naquele casarão relegado ao esquecimento. Comecei pelos cômodos de que mais ia precisar e estava empenhado no serviço quando subitamente vi correr pelo chão rente às paredes, uma fileira de pelo menos meia dúzia de ratazanas enormes, as maiores que já vi e, com aquele medo que me acompanhava desde criança de qualquer bicho que não fosse um animalzinho de estimação, me pus a gritar a plenos pulmões, especialmente porque um deles resolveu cortar caminho pelo meio dos meus pés.
- O que está acontecendo, Erin? – perguntou aflito o Cruz quando me viu paralisado e pálido no meio da cozinha. (Eu tinha pedido aos empregados que não me chamassem de senhor uma vez que nossas idades não divergiam muito). Os gritos também chamaram a atenção de outros dois funcionários e do Scott que apareceram logo em seguida.
- Ratos, ... ratazanas, ... enormes, ... gigantes, correram naquela direção! – continuei berrando e apontando para onde os bichos tinham corrido.
- Não são ratos, são gambás, Erin. – esclareceu o Cruz, atrás de quem me refugiei caso um daqueles monstros resolvesse voltar para junto dos meus pés. – Os danados devem ter encontrado uma maneira de entrar na casa e decidiram que seria um bom abrigo para criarem uma família. – continuou, enquanto os outros dois funcionários se entreolhavam divertindo-se com meu pavor. – São inofensivos. Vá se acostumando, há um bocado deles circulando por aí.
- Eu não teria tanta certeza disso, um deles arreganhou os dentes na minha direção! – exclamei petrificado, depois de ter sido ameaçado pelo maior deles. Flagrei o Scott piscando na direção dos funcionários com um risinho sarcástico no rosto.
Demorei a constatar que ainda estava com os dedos cravados nos bíceps enormes do Cruz, o que me deixou ainda mais constrangido, quando eles encontraram os animais e os tocaram para fora da casa, numa correria que ia derrubando tudo que estava pela frente.
- Você está bem? Está pálido! – mencionou o Cruz, tentando me acalmar, enquanto os demais mal conseguiam disfarçar os risos.
Quando voltaram para seus afazeres e estavam deixando a casa, ouvi a voz do Scott tripudiando sobre meu medo.
- O almofadinha deve se borrar todo até com uma barata! – os outros riram.
Passei o dia empenhado na limpeza e, por sorte minha, nenhuma daquelas criaturas horrendas e nojentas reapareceu. Outro dos cômodos que deixei em condições de ser usado foi um dos quartos do andar superior onde ia me acomodar. Estava exausto quando anoiteceu e me atirei na cama cedo, pois pretendia continuar no dia seguinte até deixar aquele lugar habitável novamente. Também decidi que iria novamente à cidade para ver se conseguia recrutar alguém para me ajudar nessa tarefa.
Estávamos em pleno verão, o que em Montana não era propriamente sinal de dias quentes como eu estava acostumado na Califórnia, mas o bastante para eu ir para a cama só de cueca naquela noite abafada. Com a cabeça cheia de ideias e soluções para aquela casa e todo o rancho para os próximos dois anos, demorei a conciliar o sono, apesar do cansaço. Quando adormeci, não demorei a ouvir guinchos agudos e uma correria vindos do teto acima do qual ficava o sótão. Dei um pulo na cama. Eram eles, tinham voltado, a qualquer momento estariam sobre mim me atacando por tê-los expulsado de seu abrigo. Decidido a não promover outro escândalo, resolvi enfrentá-los eu mesmo, munido de uma vassoura, e fui até a porta que dava acesso ao sótão através de uma escada. Com o que eu não contava, era que ao chegar ao sótão onde apenas uma luz fraca iluminava o espaço e de onde emergia um fedor de urina, surgissem quatro criaturas ainda mais assustadoras, bem maiores do que os tais gambás, só o corpo devia ter uns 50 centímetros de comprimento e pesar uns 5Kg no mínimo; acima do focinho uma pelagem preta se destacava da restante acinzentada o que lhes conferia uma aparência mascarada. Quando me viram, saltaram e correram pelo sótão enquanto eu, mais uma vez petrificado com aqueles monstros, me pus novamente a gritar feito um desesperado, já me convencendo de que jamais me habituaria àquele lugar, que eu devia voltar para São Francisco o quanto antes, uma vez que criaturas cada vez maiores e dispostas a me aniquilar surgiam como que por magia.
Eu me atirei escada abaixo e me certifiquei de trancar a porta para que não me perseguissem, e quando todos os oito funcionários, que vieram me acudir, e o Scott estavam na porta de entrada eu tremia da cabeça aos pés, sem reparar que nada além da cueca cobria a minha nudez.
- São enormes, maiores que os dessa manhã! – fui despejando assim que os fiz entrar. – Estão no sótão, são mascarados, peludos e têm um rabo de pelagem anelada! – continuei atabalhoado.
- O que foi que eu disse esta manhã, o sujeitinho se borra até com baratas! – exclamou o Scott rindo, enquanto subia a escada para o sótão. Eu estava em choque e sem condições de dar uma resposta à altura para aquele miserável.
- Por favor, Cruz, tire-os de lá! Como é que alguém consegue viver numa casa infestada de monstros desse tamanho? – pedi, me refugiando atrás dele à medida que subíamos a escada. As costas largas e aqueles ombros musculosos me davam uma sensação de segurança.
- Não tenha medo, vamos tirar seja lá o que for. – devolveu ele. Era impressão minha ou o Cruz estava gostando de fazer o papel de herói e protetor para mim? Puro delírio meu, com certeza, eu já não raciocinava direito depois de me deparar com aqueles monstros peludos e selvagens. – São guaxinins! Uma família inteira. Devem ter entrado por aquele vidro que o galho da árvore quebrou durante a última tempestade. – conjecturou, ao constatar que a janela estava com uma das vidraças quebrada.
Tirá-los de lá não foi tão simples quanto pôr os gambás para correr porta afora. Os guaxinins eram muito mais esquivos e agressivos e foi preciso providenciar umas jaulas e muito empenho para capturá-los no dia seguinte.
- Não passo nem mais um minuto nessa casa enquanto eles estiverem por aqui! Vou dormir no alojamento essa noite. – afirmei, o que pareceu agradar os funcionários que não tiravam os olhos espichados das minhas coxas e bunda volumosa. Eu passando um sufoco e eles se enchendo de tesão e criando sabe-se lá que fantasias em suas mentes.
Quando estive na cidade com o Cruz para comprar as jaulas num petshop, também consegui contratar um casal de porto-riquenhos que estava à procura de emprego. Eles me ajudariam a restaurar e devolver ao velho casarão seus dias de glória.
- O Scott vai se zangar com você, Erin, vou logo avisando! É ele quem faz as contratações para o rancho, não sem antes fazer uma minuciosa pesquisa da vida pregressa de quem está sendo contratado. Você os está contratando sem muitas informações. Ele não vai gostar. – preveniu-me o Cruz.
- Eu confio no olhar das pessoas, ele me diz mais do que qualquer ficha de antecedentes. – devolvi. – Ademais, o Scott não é o dono do rancho, é apenas o capataz e eu sou perfeitamente capaz de decidir quem eu quero trabalhando comigo. – emendei, para firmar minha posição.
- Se você diz! Mas, de qualquer forma, prepare-se, ele vai ficar uma fera.
- As últimas que apareceram por lá nós pusemos para correr, não foi? – questionei rindo. Ele riu comigo. Percebi naquele momento que gostava dele, não apenas como um funcionário atencioso, mas como homem; um homem que não tinha dificuldade em expressar sua sexualidade marcante e viril, um homem que se sentia visivelmente atraído por mim, um homem disposto a me oferecer mais do que apenas uma simples amizade.
Não deu outra, o Scott só faltou me comer vivo quando apareci com o casal e os apresentei como os novos funcionários, exclusivos da casa, não do rancho.
- O que deu em você? Está se metendo nos meus assuntos! Sou eu quem faz as contratações por aqui, ninguém mais! – despejou furioso o Scott quando me arrastou pelo braço para um canto para me dar o esporro.
- Melhor dizendo, fazia, pois de agora em diante toda vez que eu precisar contratar algum tipo de serviço sou eu quem vai tomar a decisão! – devolvi, enfrentando-o sem medo.
- Você vai parar de se meter nos assuntos do rancho ou eu, pessoalmente, te enfio dentro desse carro e te mando de volta para a sua Califórnia com o rabo entre as pernas, seu maricas covarde! – rosnou ele.
- Mais uma ameaça dessas e eu te coloco no olho da rua! Te demito da função de capataz sem o menor remorso, seu ogro presunçoso! O rancho é meu, você não passa de um funcionário como qualquer outro, mesmo que meu tio o tenha presenteado com 30% da propriedade. Portanto, quem toma as decisões por aqui sou eu, não você, entendeu! – devolvi na mesma expressão raivosa.
- Isso é o que veremos! Está avisado, mais uma interferência nos meus assuntos e prepare-se para ajustar as contas comigo!
- Vá rosnar para quem tem medo dessa cara petulante, pois a mim você não assusta! – revidei. Ele saiu pisando firme e me xingando. Era quase certo que eu precisava me livrar desse sujeitinho, só faltava encontrar uma maneira de fazer isso, já que o desgraçado consta do testamento do meu tio. Que raios meu tio viu nesse camarada para me obrigar a dividir sua herança com esse ... esse ... essa peste?
Nas vezes em que pernoitei no alojamento dos rapazes constatei que o lugar designado como uma espécie de cozinha onde preparavam e tomam o café da manhã era bastante precário e resolvi que eles passariam a fazer a refeição matinal comigo na cozinha do casarão que estava muito melhor aparelhada. Eles ficaram surpresos e um tanto quanto receosos em aceitar a minha proposta, mas na manhã seguinte estavam todos lá. Eu ia aproveitar esse momento de descontração para me inteirar dos assuntos do rancho e estreitar os laços com eles. Admito que passar um tempinho com aqueles caras do tipo homem propaganda do Malboro; meio rudes, de poucas palavras, viris e sensuais era algo extremamente agradável. Descontraídos, eles eram um pouco mais falantes, contadores de piadas e curiosos quanto a minha vida antes de chegar ao rancho.
Estávamos rindo de um caso engraçado que um deles contou quando o Scott entrou de supetão com aquela sua cara emburrada de poucos amigos.
- Pode-se saber o que está acontecendo aqui? Por que estão tomando o café nessa cozinha ao invés do alojamento? Já não era hora de estarem todos ocupados trabalhando naquilo que os está esperando? – questionou, fazendo com que os risos cessassem.
- Bom dia para você também, Scott! Sente-se, tome café conosco! – devolvi um pouco irônico. Os demais permaneceram calados e iam se preparando para sair. – Terminem de tomar o café de vocês sossegados rapazes, o serviço não vai fugir. – emendei.
- Estarei esperando por você no galpão das baias! Preciso ter uma conversa com você! – disse o Scott antes de sair pisando firme e resmungando.
- Essa criatura é sempre assim? Com esse mau humor todo? – questionei
- Ele é um bom sujeito, muito reservado, mas também muito competente no que faz. Seu tio-avô o estimava bastante, tratava-o como a um neto. Apesar de seu jeito seco e carrancudo é um bom capataz e líder, justo e confiável. Todos gostamos dele. – admitiu o Cruz, no que teve a anuência dos demais. – Com o tempo vai acabar se entrosando com ele. Foi assim com todos nós, ele demora a se sentir confortável com estranhos. – acrescentou
- Duvido que um dia vá me dar bem com esse sujeitinho petulante! – exclamei.
Nem preciso mencionar que pouco depois, no galpão dos estábulos, o Scott e eu tivemos mais uma discussão por conta de eu ter levado os rapazes para tomarem café no casarão.
- A partir de amanhã eles voltam a tomar o café onde sempre o fizeram! – ordenou, depois de haver me criticado e repreendido pela minha atitude.
- Não, não vão! Eles serão meus convidados todas as manhãs, até que eu decida o contrário! – devolvi. Ele cerrou os punhos, bufou, esmurrou a portinhola de uma baia vazia e me lançou outro de seus olhares fulminantes.
- Está me desafiando?
- Se quiser encarar por esse ângulo!
- Não se atreva, seu... seu... Ah caralho! Não me tire do sério, estou avisando! – esbravejou.
- Quer me ouvir por um minuto? Será que pode fazer isso sem toda essa vontade de me trucidar, só uma vez, por favor? – perguntei conciliador.
- Não, não quero! Não quero ouvir nada que venha de você! Quero você longe desse rancho e das nossas vidas, só isso!
- Mas vai me ouvir mesmo assim! – exclamei, postando-me diante dele, apesar do receio de acabar levando um soco daquele ogro. – Quer saber porque os convidei para tomar café comigo todas as manhãs? Foi a maneira que encontrei para me relacionar com eles de maneira mais descontraída, de saber um pouco mais da vida e das expectativas deles, de como se sentem trabalhando para nós, e de me inteirar das atividades do rancho. Como dono dele, gostaria de conhecer melhor como tudo funciona por aqui. – pela primeira vez ele me encarou sem aquela fúria transbordando no olhar.
- Era só ter me perguntado! Não precisava ter ido dormir no alojamento junto com eles e nem se mostrar tão amiguinho deles. Eles precisam saber dos limites para não ficarem folgados e saberem quem manda por aqui. – devolveu ele.
- E será que isso não pode ser feito sem que recebam ordens com essa cara sempre carrancuda que você faz? – perguntei
- Não tenho que ficar de risinhos por aí! Sempre funcionou assim e não vejo porque mudar.
- Bem! Então veremos se não vão me respeitar só porque me mostro mais próximo deles, pois eu também não vou mudar. – devolvi. Ele voltou a cerrar os punhos. – Vai esmurrar o que agora? – perguntei, quando ele estava prestes a fazê-lo. – Vai acabar machucando a mão se continuar esmurrando as paredes e as portas, tenha cuidado. – acrescentei, antes de o deixar falando sozinho.
Apenas no terceiro dia no rancho é que fiquei sabendo onde o Scott morava, e com sua avó, numa casa isolada entre um denso arvoredo não muito distante do casarão. O acesso se fazia por uma ruela de terra batida que dava diretamente na frente dela. Me dirigi para lá tão logo fiquei sabendo desse detalhe.
- Boa tarde, sou o Erin! – exclamei, quando uma simpática senhora na casa dos 80 anos veio atender a porta da varanda.
- Ah, entre, entre! Eu já estava me preparando para ir conhecê-lo, só não queria aparecer com as mãos abanando e por isso estou terminando de preparar uma torta de maçã. – disse ela, me introduzindo na casa.
- É muita gentileza! Só há pouco fiquei sabendo que a senhora morava aqui com seu neto. – justifiquei-me
- Karin, por favor chame-me apenas de Karin! – devolveu ela, toda risonha. – Quando te descreveram esqueceram de me dizer o quanto você é bonito. Reconheço alguns traços do seu tio-avô em você, a cor dos olhos, o contorno da boca, o corpo esguio. Sabe, seu tio era um homem muito bonito quando o conheci. Meu marido e eu nos mudamos para cá a pedido dele logo depois de terem adquirido o rancho. Meu marido foi o capataz até o dia em que faleceu. Ele e seu tio eram mais do que patrão e empregado, se tornaram verdadeiros amigos. – revelou ela, enquanto metia no forno uma torta para assar que logo levantou um aroma que ganhou a casa toda.
- Perdão, mas a senhora mencionou que “adquiriram” o rancho, não era só meu tio-avô o dono dele? – perguntei quando aquele verbo na terceira pessoa do plural me chamou a atenção.
- Nos últimos anos sim, mas até a morte do Aaron ambos eram os proprietários.
- Não sei quem é esse Aaron! Não me recordo de nenhum parente com esse nome. – retruquei.
- O Aaron era o parceiro do seu tio-avô! Eles adquiriram esse rancho em sociedade e, com o tempo e a prosperidade do haras, foram comprando mais terras ao redor até se tornar o que é hoje. – revelou ela, me deixando de queixo caído. Meu tio-avô também era homossexual ou bissexual e tinha um parceiro, que descoberta! – Eles se amavam muito! Tinham um coração sem tamanho. A cidadezinha não estava habituada a ter um casal homossexual e, de início, alguns tiveram suas rejeições, mas com o passar dos anos e tudo o que os dois fizeram pela cidade acabaram conquistando a simpatia e o respeito de todos. No funeral dos dois a cidade praticamente parou. – continuou ela em suas revelações.
- Então a senhora os conheceu ainda jovem? – perguntei.
- Ah, sim! Eu tinha apenas 20 anos quando vim com meu marido para o rancho, tivemos nossa filha que infelizmente faleceu com seu marido num acidente de automóvel quando o Scott ainda era apenas uma criança. Foi seu tio quem insistiu para que o trouxéssemos para cá e, desde então, ele o tratou com o mesmo carinho que nós. Eram os vôs Albert e Aaron, como ele os chamava, e que acobertavam todas as travessuras dele. Enquanto crescia, foi se tomando de amores pelos cavalos e pelo rancho, tanto que foi isso que o levou a cursar a faculdade veterinária, único período em que passou longe do rancho. – eu a ouvia embasbacado, quem diria, o ogro era tão estimado pelo meu tio, o que explicava parte da herança ter sido deixada para ele.
- Sinto muito por sua perda, deve ter sido difícil.
- Sim, foi bastante! Mas o Scott foi o melhor presente que minha filha pode nos deixar, é um rapaz maravilhoso, afetuoso e carinhoso. – disse ela, com visível emoção. Eu me perguntei onde estava esse Scott, pois o que eu conhecia era o oposto desse. Ela notou minha feição de incredulidade, quando a ajudei a tirar a torta assada do forno.
- Está com uma aparência e um perfume ótimos! Minha mãe também faz uma torta de maçã divina!
- Não foi essa a impressão que ele deixou em você, não é? – perguntou ela, voltando ao assunto do neto. – Ele te descreveu como um moleque mimado, arrogante e sem noção! O que constato agora ser totalmente inverídico. O que houve, vocês andaram se estranhando? Com o gênio do Scott eu não duvido. – continuou ela.
- Vou ser bem sincero, a impressão que ele me causou não foi das melhores! Lamento, sei que é seu neto e que o ama, mas é o sujeito mais complicado e rabugento que já conheci. Tivemos alguns embates, sim. E, acho que teremos outros de agora em diante, quando me vejo obrigado a conviver com ele aqui no rancho. Faz parte do testamento essa cláusula de eu ter que morar aqui, quando gostaria de estar em São Francisco, tocando a minha vida. – devolvi
- Faço ideia de que não seja fácil se ver obrigado a mudar radicalmente seus projetos de vida, mas acho que seu tio-avô tinha um plano em mente quando resolveu colocar essa cláusula no testamento. Ele sempre tinha um propósito por trás de cada uma de suas atitudes. – disse ela
- E que propósito poderia ser esse? Nós nem nos conhecíamos, eu me recordo apenas de ter ouvido mencionarem o nome dele quando eu era bem pequeno. – afirmei
- Quem sabe com o tempo você não descobre o que ele queria com isso! – a conjectura enigmática me fez pensar no assunto.
- O que faz aqui? – ouvi a voz grossa do Scott questionando atrás de mim.
- Ah, querido! Chegou bem a tempo de comer um pedaço de torta, a sua favorita. O Erin e eu acabamos de tirá-la do forno. – disse entusiasmada a Karin quando viu o neto.
- Estou sem apetite! – rosnou ele.
- Deve ser a minha presença que o fez perder o apetite! – provoquei
- Adivinhou! E tome cuidado com esse sujeitinho, vovó! Daqui a pouco ele vai estar distribuindo ordens e fazendo mudanças até por aqui. – sentenciou.
- Não seja mal-educado, Scott, não foi assim que o criamos! O Erin é o dono do rancho, portanto, se ele quiser fazer mudanças por aqui está em seu direito. – disse a Karin
- Meio dono! E antes de fazer mudanças ele deveria perguntar a quem entende se o que está fazendo não prejudica o andamento das coisas por aqui. – resmungou o Scott
- Meio dono, não! Dono majoritário, você quer dizer! – corrigi-o.
- Está vendo, vovó, quem é esse sujeito? Ainda vou encontrar uma maneira de despachá-lo daqui. É o único jeito de voltarmos a ter um pouco de paz! – a Karin riu, deixando-o mais zangado
- Teríamos paz se você fosse um pouco mais razoável e menos intransigente! – afirmei
- Arre que ele sempre quer ter a última palavra! Quem é que aguenta conviver com uma criatura dessas? – perguntou ele, saindo novamente pisando firme.
- Me perdoe por isso, Karin! Seu neto é impossível de se lidar!
- Vocês dois ainda vão se entender, dê tempo ao tempo! – eu sabia que isso seria impossível, mas não a contestei.
Aos finais de semana, quando não iam para cidade, os rapazes costumavam passar as tardes pescando trutas, bagres azuis e percas num dos riachos pedregosos de águas ligeiras da propriedade, e me convidaram a acompanhá-los. Fazia uma tarde quente e todos tiraram as camisas e camisetas num desfile de torsos nus e sedutores que me deixou enfeitiçado. Tive que tirar a minha depois que começaram a zoar comigo e, quando tirei a camiseta e meu tronco lisinho e branco surgiu com as duas tetinhas salientes e acastanhadas formou-se um repentino e constrangedor silêncio com eles fixando seus olhares cobiçosos em mim. Dois deles, após serem os únicos a não fisgarem nenhum peixe, despiram-se por completo e mergulharam na água fria. Acabei chegando à conclusão que aquelas águas, aquele ar de Montana ou algo mais deviam ser os responsáveis por dotar os homens daquele Estado dos maiores cacetões que eu já tinha visto. Um colírio para os olhos de um gay cujo namorado estava a 2000 quilômetros de distância. Não estranhei quando o Scott apareceu por lá pouco antes do final da tarde, o sujeito parecia estar em todos os lugares onde eu estava. Quanto a cara emburrada nem é preciso mencionar, ela estava estampada como sempre. Apenas uma coisa me chamou a atenção, ele olhou para meu tronco nu como se o fosse devorar.
No final de semana seguinte, apesar de a casa ainda não estar completamente pronta para receber hóspedes, o Sam apareceu sem avisar. O Johnny tinha dito a ele que eu andava muito só e às voltas com problemas com o capataz, e ele veio conferir. Eu mal cabia em mim de tão contente quando vi aquele rosto hirsuto e familiar me sorrindo com todo sentimento que havia por trás dele. Lancei-me em seus braços, cobri-o de beijos atiçando o tesão dele, que não demorou a fechar a mãozona sobre meus glúteos durante um beijo libidinoso de língua. Só depois reparei que o Cruz e o Scott tinham presenciado a cena. O Sam adorou a recepção calorosa, algo que lhe deu mais confiança em acreditar que apesar da distância nosso relacionamento ainda era possível.
- Senti tanto a sua falta! Adorei a surpresa, adorei que esteja aqui comigo! – afirmei, a cada beijo que lhe dava.
- É bom saber disso! Também senti sua falta! Isso quer dizer que teremos uma noite ótima, só nossa, só eu e você, coladinhos! – exclamou com um sorriso tarado.
Levei o Sam até o lugar onde os rapazes costumavam pescar, ficava numa curva do rio onde as águas se espalhavam sobre uma pequena praia de areia grossa. A paisagem ao redor, com abetos altos, colinas onde as rochas apareciam expostas e eram iluminadas pelo sol contrastando com o céu azul, era simplesmente deslumbrante. Ele propôs um mergulho que recusei alegando não termos trazido trajes de banho.
- Pelados! – exclamou ele
- Pelados? Nem pensar, a água aqui é muito fria e alguém pode nos ver. – devolvi
- O que deixa tudo mais excitante! – arrematou. Dava para sentir que já não se aguentava mais de tanto tesão quando começou a me beijar e a bolinar meu corpo. Não resisti, topei, me despi logo depois dele e corri em sua direção para dentro do riacho gelado, direto para seus braços.
Começamos a brincar na água, ele me puxava para junto dele e metia língua ávida na minha boca em beijos enternecidos, o que me fez perceber o quanto ele me fazia falta, embora não tenhamos transado mais do que umas poucas vezes desde que nos conhecemos. Enquanto meu pinto se encolheu na água fria, o dele crescia e encorpava a cada vez que minha nudez resvalava nele. Não demorei a sentir a mão dele deslizando sobre minha bunda redondinha e carnuda, o que me levou a soltar um gemido que ele aprovou cobrindo minha boca com outro beijo. O Sam devia estar na secura e não via a hora de enfiar a rola no meu cuzinho que ele passou a dedar com insistência, me enlouquecendo de tanto tesão. Com a caceta dura feito uma rocha ele me abraçou por trás, sussurrou seu desejo na minha orelha com o hálito quente roçando minha pele. Arrepiado e com o cuzinho piscando, empurrei a bunda na virilha pentelhuda dele e rebolei mostrando-lhe o que queria.
- Ah, Erin, esse teu rabo quentinho me deixa maluco! – grunhiu ele, antes de socar a cabeçorra no meu cuzinho apertado.
- Ai, Sam! Vai devagar, não estou acostumado a levar uma pica desse tamanho. – gemi, enquanto instintivamente meu cuzinho travava ao redor dela encapando-a.
O Sam respirava ruidosamente, tomado pelo tesão, abraçou meu tronco e acariciou meus peitinhos esperando meus esfíncteres a acostumarem o cacetão dele. Eu fazia força para relaxar, mas com aquela jeba grossa entalada entre as preguinhas isso não era uma tarefa fácil. Ele puxou meu rosto em sua direção e me beijou inspirando confiança e segurança. Empinei mais a bunda e rebolei, o que ele aproveitou para socar o caralhão até o fundo, no que estremeci todo e soltei um ganido. Ele soltou um suspiro longo, usufruiu daquela sensação de posse totalmente imóvel. Minhas pregas estavam tão distendidas que algumas se rasgaram provocando uma dor forte que tentei sublimar agarrando-me aos braços musculosos dele. Com uma estocada firme ele voltou a fazer o pauzão sumir dentro da minha fendida úmida e quente, iniciando as bombadas enquanto me segurava pelos quadris. A água do riacho passava entre as minhas pernas ligeiramente abertas enquanto ele me fodia gostoso, entrando e saindo com aquela piroca cavalar do meu cu estreito ao mesmo tempo em que eu a mastigava travando a musculatura anal. Com o pinto balançando solto a cada novo impulso dele, comecei a gozar. Os jatos de porra ao caírem na água se transformavam em grumos esbranquiçados que a correnteza levou.
- Isso, Erin, goza gostoso para a teu macho, goza! – ronronava ele, mordiscando minha orelha.
Simultaneamente, senti que o corpo dele estava sendo tomado por ondas de choque de um orgasmo iminente. Ele grunhia alto e rouco, me apertava com mais força em seus braços e foi se reclinando sobre as minhas costas, roçando os pelos do peito nelas. A rola pulsou forte algumas vezes no meu cuzinho, ele urrou e despejou sua virilidade viscosa no meu buraquinho apertado com o corpão estremecendo a cada jato liberado. Me perdi na contagem de quantos foram até meu cuzinho vazar. Eu me virei na direção dele e o cobri de beijos enquanto meu cu pingava parte do leite másculo dele, selando nossa intimidade.
Ainda ficamos um tempo por ali, recobrando um pouco as forças antes de voltarmos para casa. No entanto, eu tinha a estranha sensação de não estarmos sozinhos; mas olhando ao redor, não via viva alma, só umas revoadas de pintassilgos, chapins e gaios passavam sobre nossas cabeças.
Quando fomos para o quarto após o jantar, nem tive tempo de vestir uma cueca, o Sam a tirou das minhas mãos antes disso, alegando que eu não precisaria dela naquela noite. Pendurei-me em seu pescoço e o beijei.
- O que vai fazer comigo? Lembre-se que ainda estou todo úmido dessa tarde.
- Vou te comer para você não se esquecer que tem um macho esperando por você. É bom que já esteja lubrificado, pois levar muita piroca nesse rabão delicioso. – sussurrou lascivo.
Minutos depois, eu estava deitado de bruços, ele abriu minhas nádegas e começou a lamber o cuzinho estufado, resultado da trepada no riacho. Gemendo de tesão, arreganhei a bunda me contorcendo todo. O Sam se posicionou e, segurando a jeba, a levou até a portinha do meu cu, a afundando dentro dela. Soltei um ganido pungente apesar de o cu já estar um pouco laceado e lubrificado, mas aquele caralhão cabeçudo e grosso nunca entraria na minha fendinha impunemente. Ele sentiu meu corpo se entregando a ele, o que meus gemidos sensuais confirmavam. Nem bem a rola toda estava dentro de mim quando ele começou a bombar devagarinho sentindo meu ânus quente e receptivo. Ele tirava aos poucos, sem pressa, e depois enfiava tudo até o talo. Eu gemia, dor e prazer não se dissociavam.
- Quer mais leite do teu macho, meu putinho gostoso? – perguntou engatado em mim, enquanto meu cu piscava agasalhando a jeba latejante dele.
- É o que mais quero, meu tesudo! Enche meu rabo com teu leite, enche! Me insemina! – balbuciava eu entre um gemido e outro. O Sam tinha as manhas, sabia como foder um cuzinho pouco usado como o meu, proporcionando prazer sem me machucar além do necessário para caber aquela tora de carne nas minhas entranhas.
Adormeci abraçado em conchinha com ele, o cu ardia e estava cheio de porra, mas o calor que vinha do corpão maciço dele era o bálsamo que precisava para ter uma noite de sonhos.
Os rapazes estavam com um comportamento diferente, estranho, depois que o Sam partiu, como se não soubessem como lidar comigo. Aquela espontaneidade inicial deu lugar a certa reserva e cautela. Eu os sentia incomodados com alguma coisa em relação a mim, apesar de eles tentarem disfarçar. O Cruz, além disso, também me pareceu desapontado, como se eu lhe tivesse tirado uma oportunidade com a qual contava. Ao passo que o Scott se mostrou mais intransigente e rabugento do que antes, suas grosserias para comigo eram constantes.
Os estábulos eram compostos por cinco longas construções paralelas de 200 metros cada uma, separados por uma área ajardinada com um corredor central e baias ao longo das paredes. Foi minha primeira incursão por ali desde que cheguei ao rancho, e minha intenção era verificar como se fazia o manejo e abrigo dos cavalos. Ao adentrar no primeiro deles, me deparei com um dos rapazes banhando um garanhão zaino com o cabresto amarrado a uma argola chumbada na parede. O animal estava irrequieto, relinchava de vez em quando e batia as patas da frente no chão, demonstrando sua impaciência. Cheguei próximo a ele no exato momento em que o rapaz foi pegar uns apetrechos para o banho num depósito ali perto. Achei o animal lindo e fogoso, embora tivesse um medo arraigado de cavalos desde a infância. Apesar disso, tentei acariciá-lo, o que o fez empinar e coicear com as patas dianteiras, quase rompendo a tira de couro do cabresto.
- Saia já daí, seu maluco! – ouvi gritarem. – Está querendo se matar, seu ... seu ... seu doido! – nem precisei me virar para saber que os gritos raivosos vinham do Scott. Ele sempre ficava gaguejando até encontrar um adjetivo para me insultar.
Com os gritos e o relincho do cavalo, o rapaz voltou correndo e passando seu braço musculoso e forte pela minha cintura me puxou para longe antes de o cavalo me derrubar com o rodopiar de seu corpo. Meu coração quase saiu pela boca, enquanto eu tentava entender o que tinha feito de errado.
- Pode me explicar o que está fazendo aqui? Veio se intrometer novamente onde não deve? – continuou berrando o Scott, enquanto eu me agarrava ao corpão do rapaz para não perder o equilíbrio.
- Vim saber como é feito o manejo dos cavalos, qual é o problema? – revidei, encarando o Scott.
- Esse sujeitinho é mais do que maluco! Podia estar morto agora, pisoteado pelas patas do cavalo. Você não raciocina antes de fazer o que não deve? – esbravejava ele. – Não vê que esse garanhão é completamente xucro, não se deixa domar e é arredio com todos, especialmente estranhos.
- Como podia saber disso, não entendo nada sobre cavalos e ele não tinha nenhum aviso de – não me toque – pendurado nele. – retruquei
- Mais um motivo para ficar longe daqui e não se meter em absolutamente nada! Nada, está me entendendo ou preciso desenhar?
- Ele deve ter aprendido a ser tão xucro com você! – revidei, o que fez o rapaz rir.
- Temos alguns cavalos mais difíceis de domar e este, em particular, tem se mostrado um desafio para todos nós. Vou lhe mostrar com os quais deve ter mais cuidado ao se aproximar. – disse o rapaz.
- Deviam deixar o bronco do seu chefe lidar com ele, já que ambos têm os gênios parecidos! – exclamei, devolvendo-lhe o risinho na expressão.
- E você deveria voltar de onde veio e nos deixar em paz! – revidou o Scott rugindo feito um leão enfurecido.
Os berros do Scott atraíram outros dois rapazes que estavam nos galpões próximos e o Cruz que, para meu deleite, havia tirado a camisa e deixado aquele torso viril e sensual obnubilando meus pensamentos.
- O que está acontecendo por aqui? – perguntou, tão perto de mim que dava para sentir o calor do corpão dele, e constatar a pele do tronco coberta por gotículas de suor.
- Para variar esse maluco fez o que não devia! – disse logo o Scott.
- Tentei acariciar o cavalo, achei que não haveria problema algum nisso. – esclareci
- Zeus é o garanhão mais arredio do plantel, não aceita proximidade de pessoas e fica irrequieto. – reafirmou.
- É, agora estou sabendo!
Enquanto o bate-boca rolava, estranhamente o garanhão se acalmou e deu uns passos na minha direção até onde o cabresto permitia. Eu me esquivei, temendo que ele fosse empinar novamente, mas surpreendentemente ele apenas farejou na minha direção e, o mais constrangedor, debaixo de sua barriga foi se distendendo o caralhão excitado, um monstro de pica com uma cabeçorra achatada precedida por uma faixa de pele rosada que dava um pinote atrás do outro enquanto o garanhão procurava fungar mais próximo de mim. Fiquei sem ação e corei na hora, sob os olhares curiosos do Scott, Cruz e dos rapazes. Aquilo foi demais para mim, a passos largos deixei o estábulo e voltei para casa, não a tempo de ouvir gracejos sendo trocados entre eles.
Se o episódio tivesse parado por aí, tudo bem; porém não foi o que aconteceu, noutra ocasião dias depois, com o garanhão preso dentro da baia, ele teve a mesma reação ao perceber minha aproximação, chegando inclusive a enfiar a cara sobre a portinhola da baia. Me esquivei outra vez, temendo sua reação, mas ele me encarava de um jeito tão tranquilo que resolvi arriscar novo toque em seu focinho. Dessa vez ele se deixou acariciar sem reagir, exceto pela rola que voltou a endurecer e sacudir abaixo de seu ventre.
- O que pensa que eu sou, seu safado, uma égua para você se divertir? – perguntei ao garanhão, enquanto o acariciava e ele tentava chegar mais perto resvalando a cabeça no meu ombro. Sim, eu já estava conversando com um cavalo e me sentia estrambólico por isso. – Você deve ser tão xucro porque não te deixam trepar como você queria, aposto! Trate de ser mais discreto, está me expondo ao ridículo, seu pervertido! – continuei, enquanto ele começava a soltar uns relinchos manhosos.
- Ele gosta de você! – afirmou o Cruz ao se aproximar. – É a primeira vez que o vejo tão dócil com alguém. Nem mesmo o dono conseguiu progressos com ele.
- O que ele quer é me fazer passar vergonha, isso sim, esse safado tarado! Quem é o dono dele?
- O Scott! Foi um presente do Sr. Albert para o Scott poucos dias após seu nascimento. Cavalos são animais muito sensíveis, sabem quando alguém não lhes quer fazer mal. – afirmou o Cruz.
- Não fosse o pavor que tenho desses bichos até poderia tentar estabelecer um relacionamento com eles. – devolvi
- Ao que parece você tem pavor até da sua sombra, que dirá de cavalos! – era o Scott, para variar, surgindo do nada cada vez que me via falando com os rapazes.
- Um dia você precisa me explicar porque tem tanta raiva de mim, nunca te fiz nada. – retruquei, voltando-me para ele.
- Você existe, isso já é motivo suficiente! E o pior, desse mundo enorme você escolheu vir justamente para cá, infernizar nossas vidas. – revidou
- Aqui já devia ser o inferno, você estar aqui é a prova que o diabo existe! – o Cruz não segurou o riso.
Havia se passado um mês e meio desde a minha mudança para Montana. A saudade do Sam, de seus beijos, de sua rola pulsando no meu cuzinho estava me deixando entristecido e carente. Numa vídeo-chamada com o Johnny, a partir da varanda da casa para tratarmos de assuntos do escritório e para colocar a conversa em dia, despejei minha carência nos ouvidos dele.
- Desde que esteve aí, o Sam já passou duas vezes por aqui querendo saber quando você viria para o escritório. A coisa pelo visto está indo de vento em popa, não é? E você achando que na distância ele ia desistir de você. Está acontecendo exatamente o contrário, vocês dois estão se aproximando cada vez mais. – disse ele.
- Pelas vídeo-chamadas? Isso não resolve nosso problema. Sinto que estou gostando verdadeiramente dele. Quando esteve aqui e fizemos amor, tive certeza.
- Então volte por alguns dias, tenho mesmo que discutir um projeto de um novo cliente com você, é coisa grande, um edifício de apartamentos, preciso da sua ajuda.
- Preciso consultar o advogado antes de deixar o rancho, tem aquelas visitas surpresas do notário onde ele precisa me encontrar morando efetivamente aqui.
- Explique que você tem seus negócios em São Francisco e que precisa vir algumas vezes para cá para tratar desse assunto. Ninguém pode te impedir!
- Vou falar com o advogado hoje mesmo e te dou uma resposta até a noite.
- E como está sua adaptação a essa vida em Montana? Terminou a arrumação da casa?
- Decidi fazer uma reforma na casa, está precisando, tudo é muito antigo e destoa da modernidade do haras. Essa é a parte boa. A ruim é aquele sujeito de quem já te falei, o capataz.
- O tal do Scott, não é?
- Esse mesmo! Pensa num sujeito rabugento, mal-humorado, de mal com a vida e carrancudo ao extremo. É ele. Nos detestamos, ou melhor, nos odiamos! Não consigo ficar nem cinco minutos perto dele sem que comecemos a discutir. O espertalhão sabe de tudo, entende de tudo, é o mandachuva e, qualquer coisinha que eu diga ou faça, ele critica e chega a me dar broncas como se eu fosse um molequinho travesso. Ah, que ódio, Johnny! Que ódio que eu tenho daquela cara petulante! – despejei incontrolado, sem notar que o Scott estava parado três passos atrás de mim.
- Hummmm, amor e ódio! Isso pode ter outra explicação! – exclamou o Johnny
- Não seja ridículo!
- Logo que chegou aí você me disse que o sujeito é o macho mais lindo e tesudo que você já tinha visto. O que mudou desde então?
- Ele se mostrou um escroto! Foi isso que aconteceu!
- Cuidado para não se apaixonar por ele!
- Deixe de falar besteiras, Johnny! Isso jamais vai acontecer! Quero distância desse ogro xucro! – devolvi, exatamente quando me virei e dei de cara com o Scott. – Preciso desligar agora. Ligo a noite, depois de falar com o advogado, ok?
Pensei que nova discussão ia começar com o Scott depois do que ele me ouviu dizer, porém ele nem tocou no assunto, fingiu não ter ouvido ou se importado com o que eu disse. Tratamos de uma questão corriqueira e ele foi cuidar de seus afazeres. Me senti um pouco culpado, não costumava falar mal dos outros pelas costas, mas esse sujeito me fazia fazer coisas que jamais pensei fazer e dizer. Eu não ia pedir desculpas, isso era certo. Ele que não ficasse ouvindo a conversa alheia.
Para felicidade minha na semana seguinte pude voltar para São Francisco, uma comunicação formal ao notário redigida pelo advogado bastou para que não se pudesse alegar que eu não morava no rancho. O primeiro que me cercou de perguntas foi o Johnny, foram tantas que cheguei a ficar zonzo com o interrogatório. Ele queria saber do Scott, insinuou a todo momento que aquela nossa desavença ainda ia acabar numa paz duradoura selada na cama, com o pauzão dele atolado no meu cu. Para o Johnny tudo se resolvia com uma boa trepada e uma dose paixão.
- Se não te conhecesse há tantos anos diria que você é maluco. – afirmei. – Maluco, tarado e um bom de um safado! Pois meta de uma vez por todas nessa sua cabeça pervertida que aquele sujeito nunca, nem em sonho, vai chegar perto do meu cu, quanto menos entrar dentro dele. – eu o mandei à merda quando ele começou a rir.
O segundo a me interrogar foi o Sam. No rancho ele priorizou o sexo comigo, que andava bem atrasado. No entanto agora, ele deixou transparecer toda sua implicância com o Scott, especialmente depois que lhe contei como estava sendo o nosso relacionamento conturbado.
- Demita-o! Simples assim, coloque-o no olho da rua! Você não precisa ficar aturando aquele sujeitinho. – sugeriu. – Não fui com a cara dele! Você já reparou como ele olha para você? Como se fosse te comer, e não digo isso no sentido literal, mas no figurado. O desgraçado cobiça sua bunda como uns daqueles garanhões cobiçam aquelas éguas.
- Não posso demitir o sujeito! Aliás, até posso, ele está registrado como um dos funcionários, mas demiti-lo não resolveria a questão. Ele também é meu sócio a partir do testamento, e isso eu não posso mudar. Portanto, em termos práticos, demiti-lo deixaria tudo como está. – expliquei. – Quanto a sua outra alegação, não sei de onde tirou isso. O Scott me detesta, e deixou isso bem claro já no primeiro dia em que cheguei ao rancho. Ele jamais me viu com algum outro interesse. – afirmei.
- Você que pensa! Eu vi como ele olha para você e não gostei. Quero-o longe de você! – exclamou
- Também é o meu desejo, mas não posso fazer nada, estou com pés e mãos atadas a esse maldito testamento.
- Eu compro os 30% dele! É isso, eu compro a parte dele e ele some das nossas vidas. – o Sam era um empresário bem-sucedido e vinha de uma família abastada, portanto, via no dinheiro a solução para muitos de seus problemas.
- Não posso te pedir para fazer isso! Ademais, o que você faria com um rancho? Tanto eu quanto você não entendemos nada do assunto, seria jogar dinheiro pela janela. – argumentei.
- Eu estaria mais tranquilo só de saber que aquele sujeitinho não está te rondando, isso é tudo que preciso saber. – retrucou. Até aventei a possibilidade; o Scott fora da minha vida, o que poderia ser melhor do que isso? Porém, logo me conscientizei que ele jamais abriria mão do rancho, aquela era a vida dele. Ele cresceu lá, conhecia cada palmo daquelas terras, amava o que fazia. Não, ele nunca abriria mão disso. Esqueci o assunto.
O Johnny me colocou a par do mais novo projeto e me apresentou o cliente que o encomendou. Na primeira troca de cumprimentos com ele, notei que faríamos uma boa parceria, especialmente porque em todos seus gestos e atitudes ficou claro que essa parceria poderia se estender até a mais íntima das intimidades.
- O cara só pensava em te enrabar. Viu a cara de bobo que ele fazia assim que você dava uma sugestão para melhorar o projeto? Eu tinha sugerido uma porção de mudanças, como você; mas ele não aceitou nenhuma, enquanto as tuas ele consentia sem nem ao menos pestanejar. – disse o Johnny depois que o cliente, que reconheço, era um tesudo de um macho quarentão, tinha saído.
- É o meu charme! – brinquei
- Não! É a tua bunda, seu safado! E lembrar que até eu já me esbaldei dentro dela. Pena que você não topa fazer o ativo de vez em quando, senão ainda estaria metendo minha rola nesse rabão estreito. – devolveu ele.
Fiquei uma semana em São Francisco, voltando com o cuzinho todo esfolado da sanha desmedida do Sam. As obras de reforma da casa estavam bem adiantadas, o empreiteiro que contratei era um sujeito capaz e determinado. Foi o Cruz que veio me buscar no aeroporto de Billings com sua costumeira prestatividade e aquele sorriso estonteante, para dizer o mínimo. Mesmo esfolado, meu cuzinho piscou quando o vi acenando na minha direção; aquele tesão de homem não deixava ninguém indiferente aos seus atributos físicos.
Aproveitamos o trajeto para colocar os assuntos em dia. Ele falava mais do que eu, detalhou tudo o que aconteceu durante os meus dias de ausência e concluiu com uma afirmação desconcertante.
- Estava com muita saudade de você! – engoli em seco, não esperava algo tão explícito.
- Obrigado, Cruz! Você é muito gentil! Você e os rapazes, são todos muito gentis! – devolvi encabulado. Não era o retorno que ele esperava, certamente. Contudo, eu não o queria encorajar a enveredar por um caminho que nos colocasse numa situação embaraçosa no futuro.
- Eles também sentiram sua falta! – retrucou desapontado.
De fato, aqueles cafés da manhã na companhia deles tinha estreitado nossos laços como previ, a despeito do que afirmou o Scott. Eu me inteirei das vidas deles, conheci suas histórias de vida, me mostrava preocupado com seus problemas e me dispunha a ajudar no que fosse preciso. Também cuidava deles quando tinham algum problema de saúde ou se machucavam na lida com as domas e os manejos dos cavalos, fazendo curativos, acomodando-os no quarto de hóspedes da casa e tratando de deixá-los o mais confortáveis possível. Nessas ocasiões pude comprovar em cada um deles uma certa carência afetiva, ou por estarem longe de suas famílias, ou porque naquele lugar tinham poucas chances de conhecer e se relacionar com garotas. Eles acabaram encontrando no carinho com o qual os tratava uma parte daquilo que lhes faltava, não escondendo o quanto se sentiam satisfeitos com meus cuidados, nem quanto tesão alimentavam sonhando com esses carinhos e cuidados se estenderem para o sexo. E eu, não podia negar o quanto aqueles corpões parrudos e aqueles caralhões mexiam e atiçavam meu cuzinho. No entanto, era o Cruz o menos discreto deles. Havia-o flagrado algumas vezes procurando controlar as ereções que o assolavam quando ficávamos próximos e, algo dentro de mim, muito certamente no cu, me dizia que mais dia menos dia eu ia sentir aquele pauzão vasculhando impunemente minhas entranhas.
Não perdi o hábito de ir aos estábulos todos os dias, apesar de o Scott não gostar nem um pouco de me ver por lá. Não superei o medo dos cavalos, mas conversava feito um debiloide com eles, como se eles me compreendessem. O Zeus, o garanhão zaio, ainda colocava invariavelmente aquele cacetão mais parecido com a tromba de um elefante para fora toda vez que eu chegava perto dele. Perdeu, no entanto, aquela inquietude que o deixava arisco. Eu já o podia acariciar no focinho, deslizar minha mão espalmada sobre seu pescoço sem ele se esquivar ou reagir agressivamente.
- Você o conquistou! – afirmou o Cruz, quando me viu conversando e afagando o garanhão dentro da baia. – Ele continua não aceitando a aproximação dos outros, e a doma não progride.
- Não se pode tentar outro método? Sei lá, deixá-lo mais solto no piquete, ter sempre alguém por perto fazendo o mesmo que eu faço, não forçar a colocação do cabresto. – sugeri
- Não é tão simples assim domar um cavalo, Erin! É preciso técnica e muita dedicação, o que não funciona com o Zeus, sabe-se lá porquê.
- Falta carinho! – devolvi, o que o fez balançar a cabeça e rir.
- Talvez, talvez! O que não se pode negar é que ele está apaixonado por você, e não esconde seus sentimentos! – exclamou caçoando, enquanto eu lhe desferia um soco sobre o bíceps musculoso.
- Safado! Vocês se divertem às minhas custas, não é? E esse malandro aqui não recolhe esse bagulho enorme enquanto eu estiver por perto. – devolvi envergonhado.
Eu tinha comprado um presente para a Karin, avó do Scott, quando estive em São Francisco e, no domingo à tarde, resolvi levá-lo até a casa deles juntamente com um bolo que a caseira havia feito. Cortei caminho pelo arvoredo e ao chegar perto da casa, o vi Scott sentado na varanda aos amassos com uma garota loira. Ele estava com as pernas bem abertas num jeans, sem camisa, e ela sentada numa de suas pernas, se inclinava na direção dele enquanto trocavam beijos tórridos e as mãos dele deslizavam da cintura dela até a bunda que ele amassava com furor e tesão. Quase deixei cair o bolo. Estanquei abruptamente ao me deparar com a cena. Ele tinha uma namorada, o rabugento intransigente tinha uma namorada, e não devia ser coisa recente para ela estar naquele assanhamento todo, deixando-se bolinar naquela devassidão. Ele nunca a mencionou. Não que isso fosse mudar as coisas entre nós, mas ele a omitiu. Convenhamos, eu seria a última pessoa a quem ele ia revelar o que quer que fosse sobre sua vida privada.
O que fazer? Levo o bolo e finjo que não vi nada, me fazendo de tonto, ou volto para casa pensando em que estágio aquele relacionamento entre eles se encontra? Mesmo de longe aqueles me pareceram beijos de língua. Claro que eram beijos de língua, a dele devia estar na garganta dela e, não me surpreenderia se o cacete duro dele estivesse cutucando aquela bunda. Que porra de diferença faz para mim se eram beijos de língua ou se a pica daquele sujeitinho estava dura ou não? Eu tinha raiva dele, não tinha? Sim, eu odiava aquele crápula! Mas que merda, por que eu estava me importando tanto com isso? Ele que se foda, eles que se fodam, os dois. Ele e aquela bruaca pendurada no pescoço dele, se esfregando no pauzão dele.
Desisti de entregar o presente para a Karin, voltei para casa, remoí a cena em meus pensamentos, fiquei puto. Fui dormir e sonhei com aquilo, foi uma noite péssima. O Scott tinha alguém, estava apaixonado o desgraçado. E o Sam, ele não está aqui para eu me pendurar nele, cobrir seu rosto e boca de beijos, chupar sua rola grossa e cabeçuda até sentir seu leite másculo escorrer para a minha garganta, abrir minhas pernas ofertando meu cuzinho para o pauzão dele. Não fosse essa herança nada disso estaria acontecendo.
Completado um ano desde que herdei o rancho algumas coisas mudaram. Zeus deixou-se domar, aceitou o cabresto e a sela permitindo que se montasse nele. Me sugeriram que eu fosse o primeiro a montá-lo, o que recusei terminantemente. Eu nem em sonho subiria num bicho desses, era cagão demais para tal façanha, apesar do encorajamento dos rapazes e do Cruz.
- Desistam! Ainda não se conscientizaram que o almofadinha de São Francisco se borra todo por qualquer bicho que se mova? – tripudiou o Scott, que agora tinha o poder de me magoar com suas observações e críticas, ao contrário de antes.
O Sam terminou nosso namoro. Disse que não conseguia mais suportar aquela ausência e a distância que nos separava, que só poder meter a pica no meu cu em datadas programadas não estava funcionando mais, que ele precisava de mim ao lado dele o tempo. A paciência e a compreensão haviam desaparecido. Um carinha que ele conheceu estava lhe oferecendo tudo aquilo que eu não podia, a paixão se foi. Terminamos numa das minhas idas a São Francisco, por isso voltei ao rancho arrasado. Mais uma consequência do testamento, minha vida só passou a desandar depois dele.
A reforma da casa terminou, e ela voltou a ser o destaque do rancho, recuperando seu esplendor. Revirando os pertences do meu tio-avô e de seu parceiro, acabei descobrindo porque fui eu o contemplado no testamento. Ele havia designado alguém para montar um dossiê, e essa pessoa lhe deu informações desde a minha época de faculdade; estava lá a confirmação da minha sexualidade, meu envolvimento com o colega de turma Johnny, a montagem do nosso escritório de arquitetura, o fim do nosso relacionamento e os anos que passei solitário sem um parceiro. Ele me investigou durante anos, por quê? Qual o interesse dele em mim, uma vez que nunca chegamos a nos conhecer pessoalmente, ao menos que eu me lembrasse? O que ele queria ao me obrigar a vir morar no rancho e abandonar toda uma vida em São Francisco? Por mais que eu procurasse, não encontrava as respostas para essas perguntas.
Com o fim do relacionamento com o Sam, que todos notaram ter me deixado devastado, mergulhei no trabalho. O antigo escritório do meu tio transformei no meu local de trabalho instalando pranchetas e tudo de que precisava para desenvolver meus projetos de arquitetura que vinham cada vez mais seguidos. O Johnny fazia um bom trabalho em São Francisco e nossos nomes já eram requisitados por todo país para os mais diversos projetos arquitetônicos. Eu passava horas debruçado sobre a prancheta a fim de não sentir o tempo passar, nem de que estava completamente só e carente. Tentei amenizar essa solidão com um cachorro que encontrei vagando sem destino pelas ruas numa ocasião em que fui à Denton resolver e comprar algumas coisas de que precisava. Foi uma paixão instantânea, ele me acompanhou sem hesitar e logo estava dormindo aos pés da minha cama. Era um mestiço enorme que me seguia para todos os lados como um fiel escudeiro. Além dele, também deixei que minha carência me levasse a cometer um desatino.
Estávamos novamente no verão e os homens se livravam de suas camisas assim que a temperatura subia um pouco. Para um gay carente aquela profusão de torsos másculos era inquietante. Precisei de umas ferramentas para consertar uma tomada elétrica do escritório e fui até o galpão onde eram guardadas. Não havia ninguém ali, exceto o Cruz que se preparava e se municiava de algumas delas para reparar uma das bombas d’água de um dos estábulos. Encontrei-o metido num de seus jeans justos e desbotados, era tudo que trajava. Meu velho hábito de dirigir o olhar para a virilha daqueles rapazes não deixou escapar o belo e imenso contorno que se destacava entre suas coxas. Meu cuzinho piscou.
- Precisa de alguma coisa, Erin?
- Estou à caça de umas ferramentas para trocar uma tomada do escritório.
- Eu faço isso para você! Me mostre qual.
- Não precisa! Não quero te atrapalhar!
- Não vai me atrapalhar!
Levei-o até o escritório e não conseguia tirar os olhos de seu torso nu e suado. Em poucos minutos a nova tomada estava instalada, ele me encarando com aquela cara de macho que não via um barbeador há pelo menos dois dias. Aí começou o desatino. Fui até ele, toquei suavemente as pontas dos dedos no umbigo dele, onde começavam uns pelos escuros que adentravam o cós do jeans. Ele inspirou fundo, ficou estático, provavelmente surpreso com a minha ousadia. Aos poucos, fixando meu olhar no dele, fui percorrendo a trilha de pelos para cima e para baixo, enquanto via a ereção se formar pulsando e distendendo o tecido.
- Um pouco mais para baixo! – ronronou ele, começando a arfar.
Totalmente inebriado por seu tronco e com o juízo vagando sabe-se lá onde, enfiei dois dedos dentro do cós até sentir a cabeçorra melada na ponta deles. Tirei-os dali e lambi a umidade aderida neles. Os olhos do Cruz se arregalaram.
- Delicioso! – exclamei com um sorriso tímido e contido.
- Tem mais, muito mais!
- Aposto que sim! – exclamei lascivo, voltando a enfiar a mão sob o jeans enquanto a outra mão desbotoava a braguilha fazendo o caralhão saltar para fora.
Fui me ajoelhando aos poucos aos pés dele, enquanto punhetava aquela tora enorme e grossa de carne quente e latejante. Ele grunhia e meteu ambas mãos nos meus cabelos me trazendo para dentro de sua virilha. Seu cheiro viril entrou nas minhas narinas me deixando ainda mais alucinado. Envolvi meus lábios ao redor da glande estufada e comecei a sugar o pré-esperma viscoso que ela minava. O ar ruidoso escapava entre os dentes do Cruz, suas mãos agarravam meus cabelos e um impulso brusco fez a pica afundar na minha garganta. O tesudo era tremendamente delicioso, seu néctar másculo tinha um sabor amendoado e levemente salgado e minha boca não parava de explorar toda a extensão daquela verga cavalar. Lambendo, chupando e mordiscando fui em direção ao sacão peludo dele. Dois bagos enormes e pesados se faziam sentir com os movimentos da minha língua ao lambê-los e chupá-los.
- Caralho, Erin! Chupa minha rola, chupa seu tesão da porra eu quero encher sua boca com meu leite. – grunhia ele, lançando a cabeça para trás para melhor usufruir daquela sensação.
Aquele suco saboroso tinha o efeito de uma droga sobre mim, eu havia perdido completamente o juízo e estava me deixando levar pelo tesão, chupando-o com afinco e devoção ao mesmo tempo em que o punhetava e fazia aquele sacão pesado sacolejar na minha mão.
- Vou gozar, Erin! Vou gozar, cacete! Ah, caralho, toma meu leite, tesudo! Toma tudo! – urrou ele, ejaculando fartamente na minha boca. Eu engolia um jato atrás do outro daquele sêmen leitoso e alcalino, sem desperdiçar sequer uma gota.
Ele respirava sem ritmo quando terminei de limpar seu cacete melado de porra, não desgrudava os olhos de mim e me puxou para junto dele num abraço apertado e sensual.
- Você é tão saboroso, Cruz! Eu não resisti, me perdoe! – balbuciei, quando me dei conta do que tinha acabado de fazer.
- Não se desculpe, Erin! Eu adorei! Sou louco por você! Quero meter no seu cuzinho, quero você inteiro para mim! – foi despejando alucinado pelo tesão que ainda reverberava dentro dele, enquanto eu me arrependia do arroubo e da loucura que tinha feito, passando de todos os limites. Não era isso que eu queria, não podia dar esperanças a esse homem de algo que nunca ia acontecer como ele imaginava.
Fiquei uns dias evitando me encontrar com ele, e procurando uma maneira de lhe dizer que aquilo foi um engano, um momento de fraqueza, um desatino sem o magoar, o que sabia ser impossível.
Os rapazes tinham avistado um leão da montanha perambulando pela propriedade, fora distante, mas foram tomadas precauções para evitar que ele atacasse algum potro quando os cavalos eram deixados soltos no pasto. Mais um bicho para eu me sentir numa verdadeira selva de animais perigosos. Uma patrulha da polícia ambiental também apareceu no rancho reforçando o aviso para termos cautela tanto com os animais quanto conosco mesmos. Disseram que já haviam instalado umas câmeras em toda região para monitorá-lo e que que equipes estavam à caça dele. Como não costumava me afastar da casa e das construções que formavam o núcleo central do rancho, não dei muita importância ao aviso. Quando saía, fazia-o de carro até a cidade e, portanto, estaria seguro.
Fiz uma visita à Karin num dia da semana quando sabia que o Scott estava envolvido com o trabalho e não estaria em casa. Estava procurando me manter sempre o mais afastado possível dele para evitar confrontos. Ela, como sempre, ficou feliz com a minha visita e entabulamos uma conversa animada sem que eu percebesse o tempo transcorrer.
- Janta conosco? – perguntou ela quando, pela primeira vez, olhei pelas janelas e percebi que havia anoitecido.
- Oh, não! Me desculpe ter tomado tanto seu tempo, mas vou voltar para casa. – respondi
- Fique para o jantar, o Scott logo deve estar chegando, assim jantamos todos juntos.
- É melhor não! Sabe que ando evitando seu neto, não quero mais problemas com ele. – devolvi
- Eu gostaria de entender o que faz vocês dois brigarem tanto. Você é um rapaz tranquilo, bondoso e carinhoso, ele um rapaz sensato, trabalhador e de um coração generoso; no entanto, vivem discutindo por coisas banais. – afirmou ela
- Pois é, também não sei porque seu neto me detesta tanto. Desde o primeiro dia que pisei no rancho só tenho levado coices dele. – retruquei
- Não se esqueça que você também não dá o braço a torcer e o provoca sem necessidade toda vez que pode. – devolveu ela
- Ele me irrita, eu só devolvo na mesma moeda! – me defendi, ela balançou a cabeça e riu.
Saí de lá antes de o Scott voltar e, não sei porque cargas d’água, talvez pela noite linda de lua cheia que fazia, resolvi não cortar o caminho através do arvoredo, como sempre fazia, mas pela rua cascalhada margeada dos arbustos altos de cereja-da-virgínia, salgueiro e vime vermelhos. De repente, notei uma movimentação atrás dos arbustos e petrifiquei, até a respiração cessou por alguns segundos, o leão-da-montanha, pensei. Na noite anterior as câmeras haviam-no detectado caminhando entre os galpões, e agora estava ali, pronto para dar cabo da minha vida. Com o coração saindo pela boca nem gritar por socorro eu consegui; até ele sair dentre os arbustos.
- Santo Deus, Scott! Quer me matar de susto! – exclamei com a voz trêmula.
- Não foi minha intenção, juro! O que faz por aqui?
- Estou vindo a sua casa, passei a tarde com sua avó. – revelei. – Pensei que fosse o leão-da-montanha outra vez.
- Por isso não devia ficar andando por aí depois de escurecer. Desculpe, ter te assustado. – disse, se aproximando de mim e tocando no meu ombro.
- Não percebi que tinha anoitecido! – exclamei
- Está tremendo! Tem certeza de que está bem? Vou te acompanhar até em casa. – eu assenti e tão logo meus pés passaram a obedecer, começamos a caminhar, e me dei conta de que ele não me deu nenhuma de suas habituais broncas, nem me criticou ou se mostrou agressivo, pelo contrário, estava gentil como nunca.
- A lua está tão linda e o céu tão límpido, foi imprudência minha me expôr tanto. – afirmei; espantosamente sem receber nenhuma censura.
- Está mesmo! Vai esfriar essa noite, é sempre assim; quando o céu fica tão limpo e estrelado próximo do outono. – era o mesmo Scott que eu conhecia que estava dizendo isso tão calmamente, ou estaria eu sonhando novamente?
- É acho que sim!
- O que vocês conversaram? Reclamou muito de mim para a minha avó? – perguntou
- Eu nunca reclamei de você para ela! Por que me fez essa pergunta?
- Por nada, esqueça! Foi bobagem minha, desculpe! – não, aquele não podia ser o Scott marrento que eu conhecia.
- Pode voltar para casa, ela está te esperando para o jantar.
- Não quer a minha companhia? Aposto que ela te convidou para jantar conosco e você recusou. – mencionou.
- Como sabe que ela me convidou?
- Por que ela gosta muito de você, não para de te elogiar! E sei que ela não perderia a chance de te oferecer o guisado especial dela que é de comer lambendo os beiços, pergunte aos rapazes. – respondeu.
- Quer entrar um pouco? – perguntei ao chegarmos ao alpendre e eu constatar que ele estava estranhamente agitado sem saber o que fazer com as mãos.
- Não obrigado! Não quero deixá-la esperando!
- Ok! Obrigado pela companhia!
- Não tem do quê! ... Boa noite!
- Boa noite, Scott! – eu também não sabia como agir.
- Então tá, boa noite, Erin! Durma bem!
- Você também, Scott. Durma bem!
Fiquei a observar aqueles ombros largos se afastando enquanto me perguntava o que fora aquilo, que despedida inusitada foi essa? O que deu nele? O que deu em mim?
Dias depois, após muito tempo recluso trabalhando muitas horas num dos projetos do escritório, resolvi aceitar o convite dos rapazes para tomar umas cervejas num bar em Lewistown, onde às sextas-feiras se apresentavam bandas locais de country music. O convite partiu dos rapazes, mas o endosso foi do Cruz que ainda nutria esperanças de me enrabar depois daquela mamada fenomenal que dei no cacetão suculento dele; apesar de eu já ter tido uma conversa franca e definitiva com ele dizendo que nada mais iria acontecer entre nós dois além do boquete.
No bar lotado, topei com a garota que vi sentada no colo do Scott beijando-o lasciva e vorazmente. Ela, ao me ver com os rapazes, veio ter à nossa mesa. O Cruz me apresentou a ela e eu fiquei encabulado sem saber porquê. Seria por ela ser a namorada do Scott, mas que diferença isso fazia para mim? Seria por ela ser tão expansiva a ponto de abraçar e se sentar no colo dos rapazes com toda aquela naturalidade? Nunca antes me senti tão intimidado por alguém.
- E você, está gostando de viver no rancho? Soube que foi herança do seu tio-avô. É um lugar lindo, não acha? – despejou ela curiosa, sentada sobre a perna do rapaz que estava ao meu lado.
- Estou tentando me acostumar, não sei se vou conseguir. Sinto saudades da minha vida em São Francisco. – respondi inseguro
- O Scott é apaixonado pelo rancho desde garoto! Pena que não nutra essa mesma paixão por mim, um desperdício. – isso era uma informação nova, e muito boa. Muito, muito boa. Eles não eram namorados.
- É foi o que percebi! Vocês se conhecem há muito tempo? – arrisquei, só para ter certeza do tipo de relacionamento que havia entre eles.
- Quem, o Scott e eu? Desde que me conheço por gente! Estudamos juntos a vida toda, até ele cursar a faculdade. Desde então tento agarrá-lo e convencê-lo de que sou a mulher ideal para ele, mas ele parece não compartilhar da mesma opinião. – revelou ela. Tinha um sorriso abobalhado na minha cara ou era apenas impressão?
- Pensei que fossem namorados! Eu a vi certa tarde com ele na varanda da casa da avó. – confessei.
- Ah, deve ter sido em mais uma das minhas tentativas! Sabe como é, com um homem como o Scott não se deve desistir logo de cara. Não há muitos deles dando sopa por aí, e o Scott é tudo que uma mulher precisa para ser feliz. – retrucou. Com o que eu começava a concordar, depois naquela noite em que ele me acompanhou até em casa.
O Scott chegou pouco depois ao bar, ela se lançou nos braços dele, o beijou com aquela intimidade constrangedora e eles dançaram algumas músicas, tão agarradinhos que dava inveja. O que me tirou do devaneio foi a mão pesada do Cruz deslizando sobre a minha coxa. Adverti-o e fiz cara de zangado, mas não deixei de sentir arrependimento quando ele me exibiu a ereção instigante entre suas pernas. Eu jamais devia ter feito aquele boquete sem ter como continuar a deixá-lo sonhando comigo para outras possibilidades. Foi um erro, um terrível erro do qual me penitenciava toda vez que estava perto dele. Não era justo para com um cara tão legal como ele, que merecia alguém que retribuísse todo aquele carinho e paixão.
O que pude perceber enquanto muitas das pessoas que estavam no bar vieram cumprimentar e falar com o Scott, era que as pessoas gostavam dele. Também percebi que ele era um sujeito gentil, amigo e preocupado com aquelas amizades. Era um Scott que eu não conhecia, mas por quem começava a sentir algo diferente daquela aversão inicial. O que estava acontecendo comigo? Tudo resultado do fim do relacionamento com o Sam, com certeza. Eu andava carente demais, só podia ser isso. Agora qualquer gentileza, qualquer sorriso, qualquer palavra amiga me fazia enxergar tudo por outro prisma; o da paixão que me faltava.
Pablo, o amigo mexicano do Cruz, era quem domava os cavalos no rancho, com uma técnica que fora aprender a pedido e custeada pelo meu tio-avô. Eu estava na minha prancheta quando ouvi os relinchos no meio daquela manhã e logo deduzi tratar-se do Zeus. Era o único que relinchava durante os exercícios como se estivesse a reclamar. Fui até o piquete para ver como andava o progresso da doma.
- Eu diria que ele está pronto para ser montado! Quer tentar? – perguntou o Pablo
- Eu? Nunca! Não subo num bicho desses nem arrastado! – respondi. – Alguém já montou nele?
- Não, ninguém! Ele não deixou.
- E você quer que eu monte nele? Está querendo que ele quebre meu pescoço, é isso?
- Faço isso desde garoto, conheço o temperamento desses animais, e tenho certeza de que ele vai deixar você montar nele sem reagir. – afirmou
- Esqueça! Tenho pavor de cavalos, sei que ele vai me derrubar e me pisotear até a morte.
- Isso não vai acontecer, confie em mim! Veja como ele mudou o comportamento desde que você se aproximou do piquete, está mais dócil e não para de olhar para você. – o que era, de fato, verdade. Contudo, também estava lá novamente aquele caralhão duro sacolejando abaixo da barriga dele. Eu nunca ia me acostumar com a safadeza desse garanhão. – Ele se transforma quando você está por perto. - acrescentou
- Isso dá para ver! – exclamei, o que fez o Pablo rir.
- É esquisito, eu concordo! Nunca vi um garanhão se comportar assim com alguém! Mas, creia-me, se há alguém que ele vá deixar montar pela primeira vez, esse alguém é você. – insistiu
- Não! Definitivamente, não! Eu não montaria nem no mais dócil dos pôneis, quanto mais num garanhão enorme e fogoso como o Zeus. – devolvi
- Tente, por favor! É a única coisa que falta para ele estar domado, e não vou conseguir sem a sua ajuda. – nisso já havia uns seis rapazes debruçados sobre as toras do piquete observando minha interação com o Zeus, e fazendo torcida, em coro, para eu aceitar o desafio.
Tão logo o Pablo afrouxou o cabresto que o mantinha galopando ao longo da cerca ele veio caminhando na minha direção e com a cabeça começou a me cutucar pedindo carinho.
- O que você quer, seu sem-vergonha, me expôr ao ridículo na frente de todo mundo? Anda, veja se se comporta como um cavalo normal e deixe de ser temperamental, seu safado. A começar por recolher essa estrovenga enorme e assustadora. - conversava eu com ele, enquanto alisava suas bochechas e pescoço, como se fosse um lunático. O interessante era que ele me ouvia e parecia entender o que eu dizia.
- Quer prova maior da docilidade dele do que essa? Ele aceita tudo que vem de você, acredite! Monte nele, estarei ao seu lado, nada vai acontecer, eu garanto. – dizia o Pablo para me convencer. A torcida instigava, acho que queria me ver voando pelos ares quando o Zeus me lançasse da sela.
- Tem certeza que ele não vai me matar?
- Tenho! Vem, eu te ajudo a subir!
- Estou com medo, muito medo!
- Ele sabe disso porque também está com medo. Nunca sentiu o peso de alguém em suas costas e não sabe se isso é bom ou ruim. – afirmou o Pablo
- E quando ele decidir que é ruim vai me derrubar!
- Não, não vai, Erin!
Minhas mãos tremiam. Não, não só as mãos, eu todo tremia olhando nos olhos aguçados do Zeus, enquanto o acariciava.
- Não me mate, está me ouvindo? Eu juro que não vou te machucar, só quero sentar na sela e nada mais. Prometo te dar meia dúzia de torrões de açúcar se você não me derrubar e, pela última vez, recolhe esse caralhão que não estou nem um pouco interessado nele, seu pervertido. – os rapazes se divertiam comigo falando com um cavalo xucro e tarado.
Com a ajuda do Pablo fiz o inimaginável, montar num cavalo pela primeira vez.
- É como se vocês dois estivessem perdendo a virgindade, pode ser um pouco desconfortável no começo, mas depois é só alegria. – sentenciou o Pablo, antes de eu lhe esticar o dedo médio em riste.
Nem acreditei quando me acomodei sobre a sela e o Zeus começou a caminhar devagar, com todo cuidado, como se estivesse transportando algo valioso. Eu afagava o pescoço dele e ele seguia em frente todo garboso, abanando a cauda. Ninguém acreditou no que estava acontecendo. Mais de um ano de doma e, pela primeira vez ele admitia alguém montado em suas costas. O Pablo nos guiava segurando o cabresto, enquanto o Zeus passava rende à cerca do piquete completando a primeira volta sem protestar. Junto à cerca, havia aparecido mais um espectador, o Scott, tão incrédulo quanto os demais quando me viu montado no garanhão. Depois de umas cinco voltas ao redor do piquete, já sem ninguém segurando o cabresto, o. Pablo se convenceu que seu trabalho havia sido feito, o Zeus estava domado. Por meu lado, eu ainda não estava acreditando na loucura que cometi e, já não via mais o Zeus como um monstro perigoso que colocava minha vida em risco. O bicho até que era um bom sujeito no final das contas; tinha até recolhido a estrovenga cabeçuda. Desci sob os aplausos entusiasmados da plateia que nos assistia e, foi a primeira vez que me senti conectado de alguma forma com aquele lugar, com aqueles cavalos, com aquele rancho.
- Bela façanha! – exclamou o Scott, o último deles a vir me abraçar.
- Nem me fale, estou tremendo até agora! Ele nem quis me matar, você viu? – perguntei. O Scott riu.
- Você é mesmo um cagão! – exclamou rindo.
- É, acho que sou mesmo! – devolvi, também rindo. Finalmente concordamos em alguma coisa, essa era a verdadeira façanha.
Naquela mesma noite falei com o Johnny através de uma vídeo-chamada, avisando que tinha terminado o projeto e que ele deveria agendar uma reunião com o cliente para expormos nossos planos.
- Já conversei com ele e ele quer ir até você, disse que gostaria de conhecer o rancho. – disse o Johnny.
- Não sei se é uma boa ideia! Você reparou como ele ficava me encarando na última reunião? – devolvi
- E onde está a novidade nisso? Quantos clientes já não sentiram tesão por essa sua bunda tesuda? O quarentão é um macho para ninguém botar defeito, é rico, é gentil e está fissurado em você. Dê uma chance ao pobre coitado! Você está sozinho desde o fim com o Sam e não vai dar uma de celibatário, não é? A vida é curta, Erin! Falta só mais um ano para você poder vender o rancho e voltar para São Francisco. Deixe-o te cortejar, assim quando você voltar já vai ter um namorado pronto para realizar suas fantasias e sonhos. Tenho certeza que você já reparou no tamanho da mala dele e que ali tem espaço para fantasias que não acabam mais. – sentenciou o safado.
- Não sei porque ainda fico ouvindo as suas bobagens! Mas, convença-o de fazer a reunião aí no escritório, não o quero aqui no rancho. – retruquei
- Por que, o que está acontecendo por aí? Continua brigando com o capataz tesudo e rabugento?
- Nada! Não está acontecendo nada! Não o chame assim! Acho que me enganei quando o descrevi para você pouco depois de chegar aqui. Ele é um cara legal! Meu juízo foi precipitado. Tenho notado como ele é generoso, gentil e prestativo.
- Você mente tão mal, Erin! É o capataz, não é? Você está gostando dele, se apaixonou pelo ogro! – revidou ele
- Cala essa boca, Johnny! Você é impossível, sabia!
- Admita, Erin, você caiu de amores pelo bonitão! Eu já desconfiava de que isso ia acontecer. Essas brigas constantes, os dois se engalfinhando por qualquer besteira, só podia dar nisso, se apaixonaram um pelo outro. – não fosse ele estar coberto de razão eu o mandaria à merda.
- Vá à merda, Johnny! Eu te odeio, sabia! – exclamei exasperado
- Você me ama! Acertei no alvo, não foi? E me conta, só cá entre nós, ele é bom de cama? Pelas fotos que me mostrou, com aquela benga enorme dele deve ter te levado às nuvens, confessa! – tripudiava o safado.
- Ele nunca me tocou! Não seja tão pervertido!
- Nem um beijinho? Nada? O bonitão é só hetero, será?
- Não sei, Johnny! Não sei! Não sei de nada! Só sei que meu corpo treme todo quando ele chega perto de mim.
- Dá o cu para ele! Você está precisando dar o cu, isso vai curar todos os teus males, acredite! Isso é falta de macho!
- Seu puto! É impossível falar com você! – retruquei. – Quanto a reunião com o cliente, agende para daqui a duas semanas, estarei aí em São Francisco, e diga a ele que isso não é negociável! Tchau, Johnny! – afirmei, encerrando a vídeo-chamada sem lhe dar chance de retrucar.
Nos dias que passei em São Francisco fiquei driblando o assédio do cliente. A disposição dele de me pegar de jeito numa enrabada era tão escancarada que me deixava constrangido. Não havia local, horário ou situação que o impedisse de me abordar com propostas libertinas, mãos que não se furtavam de me bolinar e ereções gigantescas que me exibia sem o menor pudor. O veado do meu sócio só fazia rir da situação e tirar uma com a minha cara.
- Dá logo para ele! O cara é gostoso, você não pode negar! E aquela pica! Fala sério, o que é aquele cacetão! Queria eu sentir aquilo tudo entrando no meu rabo! – dizia ele, todo entusiasmado.
- Então dá você para ele! Eu estou dispensando!
- Ah é, seu puto! Um puta macho desses, e você está dispensando! Isso porque sempre choveram machos tesudos na sua horta! Nós, pobres mortais, não podemos nos dar ao luxo de dispensar um bofe desses. Que me confirme a Liga das Bichas Desamparadas. – o Johnny quando deixava seu veio humorístico solto não tinha paralelo.
- É claro, você é uma pobre vítima desamparada! Estou para conhecer um cara que trepe mais do que você, seu escroto! Não perde uma chance! – revidei
- A vida é curta, Erin! A vida é curta!
- Não será por isso que vou sair por aí dando o cu para todo mundo! Tenho meus princípios!
- Você tem é esperança de que a sua paixonite pelo capataz ogro seja correspondida e que ele meta o pauzão dele no seu cuzinho até seus olhinhos virarem. Uma boa foda não precisa ser feita só com paixão. Foder por foder já é o bastante.
- Não é o que eu penso! Mas não vou ficar perdendo meu tempo tentando mudar o pensamento de um pervertido feito você.
- Mas você bem que gostava da pica desse pervertido aqui, não gostava? Confessa, Erin, você ainda sente saudades das vezes em que eu metia minha rola bem lá no fundo do seu cuzinho e te punha a gemer de tanto tesão.
- Vá se catar, Johnny!
As caixas de papelão onde coloquei todos os pertences do meu tio-avô quando comecei a reformar a casa ainda estavam empilhadas num canto do escritório. Eu precisava fazer uma limpeza naquilo tudo, selecionar o que ia guardar e o que ia para o lixo. Me embrenhei nessa tarefa numa manhã chuvosa de outono na qual estava com preguiça de encarar a minha prancheta. Eram basicamente papéis, documentos antigos e vencidos, livros sobre equinocultura, revistas antigas com artigos sobre como montar e gerir um haras e coisas afins. As caixas com o que ia para o lixo estavam mais cheias do que aquela que reservei para o que seria guardado quando peguei um livro pesado e fartamente ilustrado sobre a raça quarto-de-milha. Decidi que o guardaria novamente na estante por ser a raça que mais era criada e aprimorada no rancho, e também pelas belas fotografias que havia nele quando, subitamente, ao folheá-lo um envelope caiu de dentro dele.
Para Scott – estava escrito no envelope e, dentro dele, uma carta de próprio punho do meu tio poucos meses antes de ele falecer. Em cinco páginas ele contava um pouco de como tinha conhecido o Aaron que veio a ser seu parceiro até a morte, de como o amor deles floresceu quando ele se deu a chance de vivenciá-lo em toda intensidade e sem preconceitos. Falava também um pouco sobre como meu tio enxergava o garoto introvertido que chegou ao rancho após a morte dos pais e de como esse garoto escondia seus sentimentos. Dizia o quanto ele e o Aaron haviam se afeiçoado a ele, como se fosse um neto. E, o mais espantoso, falava de mim, do sobrinho-neto a quem ele deixaria sua herança e que, pelo pouco que tinha conseguido apurar através de um investigador, era um garoto meigo e sensível que só nos tempos da faculdade conheceu seu primeiro amor, um colega de turma chamado Johnny com quem vivia uma paixão e uma sociedade num escritório de arquitetura. No fim da carta ele explicava porquê tinha deixado o rancho para nós dois e esperava que seu estratagema para nos unir funcionasse e nos tornássemos um casal tão feliz quanto ele e o Aaron foram durante suas vidas.
Os papeis tremiam na minha mão. Pela primeira vez entendi porque constei no testamento dele e o que ele pretendeu com isso. Como esse homem que nunca conheci se preocupou em me assegurar um futuro e, mais que isso, um futuro com um parceiro que ele sabia ser um homem digno de viver um grande amor? Por isso tantas cláusulas, por isso todas aquelas exigências a serem cumpridas para que eu pudesse assumir a posse do rancho, por isso todo aquele mistério. Ele queria que o Scott e eu nos conhecêssemos, que descobríssemos o amor juntos. Como nunca da minha família falava sobre esse parente que não conviveu conosco se era uma pessoa tão generosa e boa como eu estava constatando agora? O que ainda se escondia por trás disso tudo? Eu já não tinha mais a quem perguntar, quem poderia me dar essas respostas não estava mais vivo. A não ser que .... sim .... é claro .... talvez ela ....
Saí correndo em direção à casa da Karin sem me importar com a garoa fina que despencava sobre meus ombros. Eu tinha pressa, muita pressa! Esmurrei a porta quando cheguei encharcado e pingando na varanda da casa.
- O que deu em você, menino? Está todo molhado! Aconteceu alguma coisa? Entre, entre! – disse ela ao me ver esbaforido, sem fôlego.
- Preciso saber de algumas coisas, quem sabe pode me ajudar! – exclamei.
- Primeiro trate de tirar essas roupas encharcadas e se enxugar, tome aqui tem uma toalha! No quarto do Scott deve haver alguma coisa que sirva em você! Vou preparar um chocolate quente enquanto isso! – continuou, indo para a cozinha.
O quarto tinha o cheiro dele. Eu já o distinguiria a centenas de metros se fosse preciso. Tinha me enxugado, mas ainda continuava nu, passando levemente as mãos pela mobília, sobre a cama, em cima do travesseiro que acabei pegando e enfiando o rosto nele apertando-o contra o peito. O cheiro dele estava em tudo, um perfume delicioso e atordoante, cheiro de testosterona de macho eu o aspirava e fechava os olhos como se isso o fizesse entrar em mim e me permitisse jamais esquecê-lo. Fui até o armário, identifiquei as roupas com as quais já o tinha visto vestido e as acariciei sem pressa. Fui cheirando algumas, guardavam mais o aroma do sabão em pó e do amaciante em que foram lavadas do que o do corpo dele. Tirei uma calça e uma jaqueta de moletom que vesti, fiquei parecendo um espantalho, eram grandes demais para mim, apesar de eu não ter um corpo pequeno. Abri as primeiras gavetas da cômoda, estavam repletas de roupas íntimas. Deslizei os dedos sobre as cuecas, tirei uma e a levei até o rosto, imaginando que ele a estivesse usando. Numa cadeira junto a uma mesa debaixo de uma das janelas vi um amontoado de roupas amassadas, deviam ser as que ele trocava na noite anterior e ainda não tinham ido para serem lavadas. Peguei uma por uma, a camisa xadrez tinha o cheiro dele, aquele cheiro bom que fazia meu coração disparar e meu cuzinho piscar desenfreado. De dentro do jeans caiu a cueca, tomei-a entre as mãos e afundei meu rosto nela. Tive vontade de gritar o nome dele, seu cheiro de macho impregnava cada fibra do tecido e eu o aspirava profundamente; aquele era um cheiro único, uma mescla de suor, de fluido pré-ejaculatório, de gotas de mijo, cheiro de homem, cheiro de macho.
- Está gostando? – quase caí de costas quando ouvi a voz dele atrás de mim.
- Por todos os santos, Scott! Quer me matar de susto, criatura? Que mania de surgir do nada! – sentenciei, sem saber como agir, pois era tarde demais para disfarçar ou inventar uma desculpa qualquer.
- Minha avó me disse que você chegou aqui todo encharcado, o que aconteceu? – fiquei feliz de ele não insistir na resposta e mudar de assunto, uma vez que não sabia onde enfiar a cara segurando aquela cueca nas mãos.
- Tenho umas perguntas para fazer a ela. É sobre o meu tio. Acho que ela pode me esclarecer umas dúvidas. – desatei a falar. Ele me encarava com um ar de satisfação, podia jurar que estava disfarçando o riso.
- E para isso precisou cheirar a minha cueca!
- Não seja ridículo! Eu ... eu ... eu só estava ... Ah, quer saber! Sim, eu gostei, e muito! – consegui dizer finalmente.
- Gostou do que? Não entendi!
- A resposta à sua pergunta! Gostei de sentir seu cheiro no travesseiro, na camisa, nessa cueca. – ele abriu um sorriso ladino. – Mas vamos ao que interessa, preciso falar com a sua avó. – concluí, querendo sair em direção a cozinha.
- Espere! – ele me puxou de volta com tanta força que bati contra seu tronco sólido, seus braços se fecharam ao redor do meu corpo e ele colou sua boca à minha. Agora não só cheiro dele entrava pelas minhas narinas, mas o sabor de sua saliva se fazia sentir na minha boca. Levei a mão à nuca dele e a acariciei durante o longo beijo que nos transportou a um mundo só nosso, onde nem ele e nem eu nunca estivemos.
A Karin me contou que a família havia expulso o tio Albert quando ele se envolveu com o Aaron e revelou ser bissexual e ter se apaixonado por ele. Os irmãos nunca mais permitiram que ele tivesse contato com as famílias deles e também nunca mais o procuraram. Segundo meu tio havia confessado ao marido dela, ele se ressentiu muito de eles não o aceitarem e, principalmente, de não aceitarem o Aaron, o grande amor da vida dele. Eu queria fazer uma pergunta, mas não sabia como, fiz rodeios até formular algo parecido com o que queria saber.
- Bem! Eu não entendo muito de um relacionamento dessa natureza. No meu tempo isso era um assunto a ser guardado a sete chaves, mas acho que sei o que quer saber. – começou ela. – Tudo indica que seu tio era, como vou dizer isso; que seu tio era o homem do casal, é, acho que é assim que pode-se dizer. – conseguiu complementar. – No entanto, isso não quer dizer que o Aaron tivesse qualquer comportamento que o denunciasse, ele falava como outro homem qualquer, agia como qualquer homem age, se comportava discreta e elegantemente em todas as situações. Era uma pessoa adorável, fácil de se conviver. – concluiu.
Eu começava a entender cada vez mais o porquê dos conselhos e daquela carta para o Scott que ele até então desconhecia a existência. No fundo, meu tio o estava encorajando a me assumir como seu parceiro de vida através do testamento que deixou. Eu não ia revelar ao Scott a existência daquela carta, não até ter certeza de que o que ele sentia por mim era o mesmo que eu sentia por ele. Não queria vê-lo influenciado por nada e por ninguém a assumir uma paixão por um gay, sem que isso partisse dele próprio.
Depois daquele beijo tudo começou a mudar entre mim e o Scott. Não discutíamos mais com a mesma agressividade de antes; as divergências de opinião eram solucionadas pacificamente, o que levou os rapazes a tirarem sarro dele.
- Não foi só o Zeus que o Erin andou domando por aqui! – exclamavam, depois de presenciarem algum acordo entre mim e ele sem nenhuma briga.
- Vão se ferrar! Pelo visto está faltando trabalho para vocês. Vão catar o que fazer seus imprestáveis! – devolvia ele, só para manter sua fama de durão. Eles acabavam rindo.
Ele também passou a dar umas incertas aparecendo no escritório onde eu estava envolvido com algum projeto, sem nenhum aviso ou motivo. Chegava como quem não quer nada, ficava parado atrás de mim me observando em silêncio, fazendo os esboços na prancheta. Vez ou outra fazia alguma pergunta só para me distrair. Quando percebia que minha concentração estava voltada unicamente para o projeto, chegava tão perto da minha nuca que eu podia sentir sua respiração resvalando nela; punha as mãos nos meus ombros e colocava um beijo molhado sobre a minha pele, o que invariavelmente a arrepiava toda, para deleite dele. Se eu não reagia ou protestava, vinha um chupão, uma mordiscada e sussurros como – quero outro beijo igual aquele ou estou usando uma cueca que você ainda não cheirou – tudo para me provocar e acender meu tesão, o que não demorava a acontecer e minha atenção se voltar totalmente para ele.
- Não sei se percebeu, mas estou trabalhando! E você, o que faz por aqui a essa hora? – questionava eu quando já me encontrava em seus braços e cobrindo seu rosto de beijos.
- Vim te buscar para darmos uns mergulhos no rio, assim você relaxa um pouco! – só pelo tom de voz libidinoso eu já sabia quais eram suas intenções.
- Uns mergulhos? Sei! Sei exatamente onde você quer mergulhar! – devolvia eu, sentindo o cuzinho piscar só de imaginá-lo dentro de mim.
- Se sabe, por que não realiza meu desejo?
- Porque ainda não sei se você merece!
- Você é tão malvado! Não era assim com seu namorado.
- E como você sabe que eu não era assim com ele?
- Uns rapazes e eu vimos vocês dois namorando numa tarde em que você o levou até o rio. Ele mergulhou bem fundo e você estava gostando. – revelou, o que me fez compreender aquela sensação de estar sendo observado no dia em que o Sam me fodeu na margem do riacho.
- Anda me espionando? Não acredito que você e os rapazes estão me vigiando!
- Foi por acaso, juro! Quando chegamos ao riacho e nos deparamos com a cena, não deu vontade de voltar. – admitiu. – Isso não acontece com frequência por aqui. Você deixou todos de pau duro levando vara nesse bundão e gemendo gostoso. – acrescentou malicioso
- Scott! – protestei indignado e envergonhado. – Vocês são um bando de safados! É nisso que dá a escassez de garotas por aqui. – ele riu e veio me abraçar novamente. Pensei em afastá-lo, mas havia algo naquele tronco maciço e quente que me atraía feito um imã.
- Quando vai fazer comigo o mesmo que fez com seu namoradinho?
- Não seja tarado!
- Diga isso para a minha rola! Basta eu pensar em você para ela ficar assim. – disse, se afastando um pouco para que eu pudesse ver sua ereção.
Quando levei minha mão na direção dela ele segurou meu braço achando que eu ia golpeá-lo. No entanto, quando o fiquei encarando cheio de desejo, ele me soltou e eu acariciei aquele volume enorme aprisionado dentro do jeans. Ele arfou e, avidamente, grudou sua boca na minha, metendo a língua fundo na minha garganta. Pouco depois, estávamos nus nas águas do riacho, aproveitando os últimos dias aquecidos do outono. Ele forçava minha cabeça para dentro da água me deixando frente a frente com sua jeba cavalar que boiava e balançava com o agite das águas; depois me soltava para que pudesse respirar. Eu me fazia de zangado, ele me agarrava, me beijava e amassava meus glúteos rijos.
- Quero você! – ronronou numa das vezes. Dei um salto e enrosquei minhas pernas ao redor da cintura dele antes de beijá-lo.
Ele caminhou comigo pendurado em seu pescoço para a margem do riacho, dedou meu cuzinho e me deitou sobre a areia morna. Nos encaramos com o tesão a explodir. Afaguei o rosto molhado dele por entre a barba, meu olhar de consentimento falava por si. O Scott começou a pincelar a cabeçorra ao longo do meu reguinho liso até sentir o anelzinho plissado se agitando alvoroçado. Forçou-a contra a fenda rosada e estreita umas três ou quatro vezes antes de ela conseguir atravessar os esfíncteres e mergulhar no meu cuzinho. Soltei um grito e me agarrei aos seus ombros, enquanto ele se empurrava vagarosamente para dentro de mim com impulsos abruptos e sequenciais. Eu gania e me agitava debaixo do peso dele, nunca antes algo tão grande e grosso entrou no meu cuzinho. A dor lancinante me fazia procurar por uma escora onde pudesse me agarrar, e suas costas largas e molhadas foi o lugar onde meus dedos se cravaram feito garras. Ele não tirava o olhar cobiçoso das expressões que iam se formando no meu rosto, espanto, insegurança, dor e, finalmente, prazer foram se delineando, enquanto ele metia o caralhão até o talo no meu cuzinho apertado, rasgando as preguinhas que se dilaceravam para permitir que a jeba entrasse em mim. Nunca me senti tão preenchido, o cacetão pulsava nas minhas entranhas, firme e duro como uma rocha, fazendo meu corpo todo vibrar em sintonia. A masculinidade forte do Scott me fazia sentir que estava me entregando a um macho; um macho fogoso e sedento.
- Erin, seu tesudo do caralho! Nunca meti meu pau em nada tão apertado! – gemeu ele em êxtase, ao sentir meu ânus quente e úmido encapando estreitamente seu falo cavalar, ao mesmo tempo que apertava minhas nádegas.
- Ai Scott, você está me arregaçando todo! – gani, antes de ele juntar seus lábios aos meus como recompensa por estar me rasgando com seu pauzão grosso.
Ele me prendeu com mais força contra seu corpão molhado, deu uma estocada forte e profunda e estancou com a musculatura contraída, simultaneamente o caralhão pulsava e jorrava sêmen na minha toca quente, eu flutuava em nuvens imaginárias. Uma sensação tépida foi aumentando no meu cuzinho à medida que os jatos de porra lavavam minha mucosa anal esfolada, fui sentindo ondas de contrações se espalhando pela pelve até contraírem meu saco e eu começar a esporrar liberando todo tesão acumulado. Ele me sorriu ao me ver gozando, sabia que o mesmo êxtase que estava sentindo também me dominava.
Depois que me despedi dele ao chegarmos em casa, fui tomar uma ducha. Subi a escada sentindo a cada passo uma pontada no cu. Ao tirar a cueca constatei que estava manchada de sangue. Nem mesmo quando perdi a virgindade com o Johnny isso tinha acontecido. O Scott me arregaçou, nunca antes um homem havia machucado meu cuzinho como ele, mas isso só fez aumentar a minha vontade de me entregar submissamente a ele, de o fazer sentir que era o meu macho, o homem e o macho que eu estava amando apaixonadamente.
Já se fazia tarde naquela mesma noite, eu até já estava de pijama pronto para dormir, quando ele apareceu com uma expressão que era um misto de acanhamento e safadeza como quem não quer nada, ou tudo ao mesmo tempo.
- Oi! Está tudo bem com você? – perguntou, um pouco hesitante.
- Oi! Está, por quê? Precisa de alguma coisa? Está tarde, é importante? – respondi
- Não, só queria saber como você está!
- Estou bem! Que preocupação é essa?
- É que ... bem, é que ... esta tarde lá no riacho .... – nunca o tinha visto assim, hesitante, atrapalhado para me dizer algo. Ele sempre foi respondão e destemido quando tinha algo para me dizer.
- O que tem esta tarde no riacho? Você está esquisito, Scott!
- É que eu sei que te machuquei. Não foi intencional, só percebi quando já tinha acontecido no momento em que tirei meu pau de dentro de você. Está muito zangado comigo? – foi a primeira vez que vi aquele machão autoconfiante e mandão ficar sem jeito.
- Por que eu haveria de ficar zangado com você? Tive um dos melhores, se não o melhor momento da minha vida com você lá no riacho. – respondi
- É sério? Teve mesmo? – questionou enquanto surgia um sorriso gostoso na cara malandra dele. – Eu também, o melhor que já tive! Acabei me empolgando demais e te machuquei.
- Vem cá, seu safado! Acha que não percebi sua empolgação, e que não gostei?
- Gostou?
- Não acabei de dizer que foi o melhor momento da minha vida!
- É, disse! Não queria que ficasse zangado comigo achando que fiz de propósito só para mostrar minha dominância ou outra coisa qualquer. Sei que sou muito dominador e mandão, mas não era nada disso que estava fazendo quando te peguei de jeito. – confessou.
- Ora, ora, vejam só, Scott Harvey Talbot finalmente admitindo que é um ditador implacável. Isso merecia um registro gravado ou escrito!
- Não foi isso que eu disse! E nem pense em folgar comigo só porque fiquei preocupado com você. – sentenciou ao se ver contestado. Eu ri e caminhei até junto dele, tão junto que dava para sentir o calor de seu corpão tenso.
- Sabia que em alguns momentos eu até gosto desse seu jeito dominador? – provoquei, lambendo sensualmente os lábios.
- Gosta, é? E eu adorei sua submissão esta tarde, assim como as carícias e os beijos. – retrucou ele, começando a ficar excitado com aquela proximidade e o perfume estonteante que vinha do meu corpo. – Está me deixando maluco, seu veadinho tesudo! Depois não venha reclamar que sou um ogro bruto.
- Quem disse que vou reclamar? Eu já estava indo dormir, talvez você queira me acompanhar até o quarto. – continuei a seduzir.
- Sabe que não vou te deixar dormir se subir para o quarto, não sabe? Tenho outros planos para com você, menos dormir! – exclamou excitado
Peguei a mão dele e subi até o quarto, onde comecei por desabotoar a camisa e alisar o peitão másculo e peludinho dele. Ele me observava calado, a pica já formava uma saliência dentro do jeans. Tomei seu rosto entre as mãos e o beijei ao longo do contorno anguloso e viril. As mãos dele envolveram minha cintura como para assegurar que não me afastaria. Ele mesmo terminou de tirar a camisa e lançou para o lado, deixando o torso sólido se incumbir de implantar o tesão em mim. Fiquei deslizando as pontas dos dedos entre os pelos em movimentos circulares, o que o fez respirar mais intensamente. Aos poucos, e sempre olhando fixamente nos olhos dele, fui descendo pelo abdômen trincado até desabotoar o jeans e abrir o zíper da braguilha, embaixo da qual pulsava o cacetão abrasado. Puxei o jeans e a cueca para baixo até os joelhos, fazendo saltar para fora o caralhão melado de pré-sêmen, que resvalou no meu rosto ao dar o pinote.
- Ainda não tomei banho! – avisou ele, num resmungo que lhe escapou entre os dentes.
- É assim que eu quero! – devolvi, tocando suavemente as pontas dos dedos na chapeleta úmida e levando-os à boca para lamber o néctar viscoso desfrutando daquela mescla de cheiros impregnados em sua virilha.
- Caralho, Erin! Sabe no que isso vai dar se continuar a me provocar desse jeito. Eu já te machuquei uma vez hoje e não o quero fazer de novo, mas se ficar me atiçando não respondo por mim. – desabafou, começando a se contorcer de tanto tesão.
Pois eu queria saber exatamente onde aquilo ia dar, queria sentir aquele pauzão novamente pulsando nas minhas entranhas e me inseminando até meu cuzinho vazar. Continuei fechando a mão ao redor da caceta grossa e pesada, sentindo cada pulso frenético que a endurecia. A cabeçorra já estava toda estufada e mal cabia na minha boca quando a envolvi com os lábios. Ele grunhiu, soltou o ar preso nos pulmões e gemeu meu nome. Entendi isso como um sinal verde para avançar e comecei a acariciar o caralhão até chegar no sacão peludo onde as bolonas ingurgitadas deslizavam de um lado para o outro enquanto eu o manipulava. Fui lambendo e beijando a rola da ponta até o saco, o cheiro de macho só fazia aumentar meu tesão e minha gula. Como a pica não parava de minar pré-gozo eu o sorvia e saboreava, sob o olhar extasiado do Scott. Ao punhetá-lo com a cabeçorra na boca, o sacão sacolejava batendo em suas coxas peludas. Minha mão espalmada sobre sua barriga começou a sentir a musculatura se retesar, ele gemer mais ruidosamente e anunciar que ia gozar se eu não desse um tempo. Ignorei o aviso e continuei chupando avidamente a glande gigantesca. Ele puxou minha cabeça para junto da virilha e meteu a pica rija na minha garganta, duas estremecidas rápidas e seguidas e o urro escapuliu de sua boca, enchendo a minha de porra que precisei engolir afoito para não me engasgar.
- Erin, seu putinho safado! O que deu em você? Primeiro cheira minhas cuecas usadas, depois se entrega todo dengoso e submisso lá no riacho, agora me atrai para seu quarto e mama meu cacete feito um bezerro faminto, engolindo toda a minha porra. Não tem macho que resista a tudo isso! – exclamou deslumbrado.
- Quer mesmo saber? Não consegue adivinhar por si só? – questionei libidinoso
- Você sempre foi tão arredio comigo, mas ultimamente não te reconheço mais! Gosto desse Erin de agora, gosto do jeito que ele me faz estremecer todo. – confessou.
Sem perder tempo, ele me apertou em seus braços, enfiou as mãos dentro da bermuda do meu pijama e a arriou até ter minhas nádegas carnudas e quentes dentro delas. Eu gemia enquanto ele as amassava com força e vasculhava meu reguinho estreito e quente. Foi me conduzindo até a cama e me fez deitar de bruços, abrindo ligeiramente as minhas pernas, o que lhe deu acesso à minha rosquinha anal inchada e lacerada por sua intrepidez daquela tarde. Ao mesmo tempo em que acariciava meus glúteos ele os beijava e mordiscava, deixando a marca dos dentes impressa na pele alva e lisa. Meu corpo foi tomado de espasmos, eu me agitava sentindo-o cada vez mais próximo do meu cuzinho desprotegido, até soltar um gemido quando senti a língua dele cutucando minhas pregas. Ele meteu um dedo no buraquinho vermelho e machucado, aumentando meu gemido. Simulou uma foda com ele que me deixou tão excitado que pedi para ele meter a pica no meu cu.
- Tem certeza que quer levar rola outra vez? Você está tão deliciosamente sensível que está me pondo maluco. – afirmou
- Tenho! Eu te quero, Scott! Só põe devagar, bem devagar, ok?
Ele se deitou em cima de mim e começou a roçar a pica melada ao longo do meu reguinho até sentir a rosquinha estufada, pressionou-a com a cabeçorra forçando as preguinhas. Eu segurei a respiração esperando pelo impulso que a faria entrar em mim. Levou um tempo até as preguinhas cederem e aceitarem a chapeleta rombuda alargar a rodela do meu ânus. A dor se exacerbava a cada pressionada, e bastava ele ouvir meu gemido para ele parar e recuar. Isso se repetiu algumas vezes antes das preguinhas se alargarem abrindo caminho para o caralhão distender os esfíncteres e me fazer ganir.
- Ai Scott, está doendo demais! Não vou aguentar!
Ele ameaçou tirar a pica entalada na portinha do meu rabo, mas eu o retive segurando-o pelo quadril. Respirei fundo e o mantive encaixado em mim, seria mais doloroso se ele fizesse aquela cabeçorra atravessar novamente meus esfíncteres dilacerados. Ele arfava feito um touro desesperado, mas me abraçou, beijou minha nuca e ombros, apertou meus mamilos e acariciou os biquinhos saltados e rijos e sussurrava obscenidades no meu ouvido. Notando que eu comecei a relaxar, ele voltou a se empurrar para dentro de mim. Eu gemia e rebolava um pouco para facilitar o deslize do cacetão para o fundo do meu cuzinho, ao mesmo tempo em que empinava a bunda contra a virilha pentelhuda dele. Com a pica toda atolada no meu cu, contrações involuntárias travavam a musculatura ao redor dela, encapando-a carinhosamente. Ele iniciou um vaivém cuidadoso para evitar de me machucar ainda mais, mesmo assim ondas de prazer iam se concentrando no meu rabo e me levaram ao clímax, me fazendo gozar. Ele me agarrou com mais força trazendo meu corpo para mais junto do dele, cada uma das minhas curvas e saliências foi se encaixando nas dele, numa união perfeita. As contrações do meu cuzinho em meio àquela onda de prazer estimulavam a rola dele que foi se estufando e engrossando, ele estremeceu e começou a gozar, despejando mais uma abundante carga de sêmen no meu rabo lanhado. Quando terminou de ejacular ele ainda permaneceu deitado sobre mim, ambos respirávamos excitados, esperando até o caralhão amolecer um pouco para tirá-lo de dentro do meu casulo acolhedor. Ele foi se levantando aos poucos, recuando a pelve para que o cacetão, ao sair, me causasse a menor dor possível ao atravessar meus esfíncteres. Deixou-se cair pesadamente ao meu lado e me puxou para cima do peito dele. Cobri-o de beijos sentindo sua mão acariciar minha nádega, até cairmos no sono.
Acordei com a claridade batendo no meu rosto e, antes mesmo de estar completamente desperto, me senti envolvido pela quentura prazerosa do corpão dele. Não demorei a ser puxado para junto dele pelo braço que contornava minha cintura. Ele também tinha acabado de acordar e alojou a ereção matinal no meu reguinho macio e quente, soltando um bocejo preguiçoso.
- Está acordado? – perguntou com sua voz grave.
- Não! Ainda estou dormindo. – respondi, afagando aquele braço musculoso que me envolvia.
Imediatamente senti-o pressionando a chapeleta da pica na fendinha plissada do meu ânus querendo entrar outra vez em mim. Mesmo sonolento, a musculatura anal se travou num instinto de preservação. Porém, a fungada e o chupão que ele deu no meu pescoço me fez rotacionar ligeiramente o corpo para o lado franqueando o acesso ao meu cuzinho quando as nádegas se abriram ao apartar as pernas. Com o casulo ainda encharcado de porra o caralhão deslizou fácil até o talo, comprimindo o sacão entre as bandas aveludadas e quentes da minha bunda. A mim só restou soltar um ganido agudo, quase um gritinho quando a minha carne arregaçada foi novamente distendida além de sua elasticidade. O beijo recompensador veio em seguida, cobrindo minha boca com seus lábios enquanto a língua a penetrava com a mesma voracidade do cacetão. O coito lento durou cerca de um quarto de hora comigo gemendo na mesma cadência das estocadas dele. Nesse interim acabei gozando esporrando sobre a minha coxa, enquanto o Scott continuava bombando meu cuzinho por mais alguns minutos antes de se despejar fartamente no meu cu.
- Preciso acordar assim todas as manhãs! – grunhiu satisfeito e saciado.
- E eu estou cá pensando como vou caminhar com esse cu todo arregaçado. – ponderei, enquanto a pica arrefecia vagarosamente dentro dele.
Meu celular começou a tocar insistentemente quando ainda estávamos engatados e nos acariciando. Não demorou o laptop também começou a emitir os toques de uma vídeo-chamada. Em ambos surgiu a cara do Johnny.
- Que diabo é isso a essa hora, criatura? Você não dorme, não? – perguntei.
- São 11:00h da manhã, seu preguiçoso! – retrucou ele
- É domingo! Não tem nada melhor a fazer do que me perturbar?
- Tenho assuntos de trabalho a resolver com você! Urgentes! – respondeu
- Repito, é domingo! Conheço essas suas urgências; ou são para trepar ou são pura ansiedade. – devolvi
- No presente caso são as duas! – retrucou rindo. – Não me diga que ainda está na cama, sua voz de sono não me engana! E espera aí, o que é isso no seu pescoço, dá para ver daqui, é um chupão? Nesse mamilo esquerdo todo inchado, o que ..., não, não acredito que são marcas de dentes, seu puto safado! Você dormiu com o ogro rabugento? Botou ele na sua cama e o deixou fazer isso tudo? Fico imaginando como deve estar o seu cuzinho, seu veado pervertido! – desancou.
- Olá, Johnny! – exclamou o Scott por sobre meu ombro postando-se à frente da câmera, com o tronco másculo à mostra. – Precisamos nos conhecer pessoalmente, tenho umas coisinhas a discutir com você. – acrescentou, deixando o Johnny envergonhado.
- Oi! Olá! É, precisamos nos conhecer algum dia desses. – respondeu, sem saber onde enfiar a cara.
- Até lá então! – retrucou o Scott, voltando para a cama. O Johnny limitou-se a esboçar um sorriso amarelo.
- Ele ainda está por perto? Como você me apronta uma dessas? Fiquei com cara de palerma! – disse o Johnny, num tom de voz mais baixo.
- Sim, ainda estou por aqui esperando que você libere o Erin o mais rápido possível para ele vir cuidar do meu cacete! – tripudiou o Scott.
- Olha em que sinuca você me colocou, seu veadinho! – exclamou o Johnny, me fazendo rir.
- É esse seu bocão que te coloca nessas roubadas! O peixe morre pela boca, você bem sabe! – retruquei. – E o que é tão urgente para você me perturbar em pleno domingo?
- Ah é, até já estava me esquecendo disso! – exclamou, voltando ao assunto que o fez me ligar. – É sobre a casa Weissmann! Adivinha! – começou.
- Faço uma ideia! Ela inventou mais uma, o que quer que mudemos agora? É a terceira vez que ela pede mudanças no projeto que foi aprovado. Você os avisou que isso acarreta custos extras ao projeto?
- Sim, já repeti isso uma centena de vezes, mas você conhece a mulher, não consegue chegar a um consenso do que quer. – afirmou. – Agora ela decidiu que quer mais duas suítes no andar superior, disse que sem elas não teria como acomodar decentemente os filhos e netos e o mesmo blá, blá, blá de sempre quando pede alterações. – esclareceu
- Vou ter que reprojetar todo andar superior, Johnny! Não tem como simplesmente acrescentar duas suítes ao projeto que eles aprovaram. Vai demandar horas, dias, debruçado sobre a prancheta para incluir essa mudança. – retruquei, já cansado das alterações que a mulher do cliente solicitava a todo momento.
- Eu sei! Mas o que se pode fazer? Já até passei os valores desse reprojeto para o marido que, como das outras vezes, não disse nada, só fez o cheque. O infeliz do bilionário já se conscientizou que não passa de uma conta bancária, é ela quem dita as regras, ele só as cumpre.
- Que saco, Johnny! Esse projeto está me desgastando! – revidei desgostoso
- Esse projeto ou o ogro rabugento do pauzão de cavalo? – questionou o sem-vergonha.
- Eu ouvi isso, Johnny! – exclamou em alto e bom som o Scott.
- Que raios, Erin, você não podia ter me avisado que ele ainda continua aí perto?
- Não fique falando bobagens que não terá do que se envergonhar! Se bem que você desconhece a palavra vergonha, seu sacripanta!
- Quando posso agendar a reunião com os Weissmann para você mostrar as modificações no projeto?
- Como assim, eu mostrar? Não tenho como me ausentar daqui agora. Não dá para eu ir até São Francisco como se fosse comprar um maço de cigarros na esquina! – retruquei exasperado.
- Ela quer você! Deixou isso bem claro quando pediu a anuência do marido com um olhar de – não se atreva a me negar nada – que você já conheceu.
- Porra, Johnny! Só espero que você incluiu isso tudo nos custos do projeto.
- Quanto a isso fique sossegado, até agora já tripliquei o orçamento incluindo a taxa de aturar a chatice da senhora Weissmann. – respondeu.
- Eu te aviso quando estiver terminando as modificações, ok?
- Ok, fico aguardando! – devolveu. – Então a paixonite pelo ogro pauzudo rabugento está rolando de vento em popa, não é seu safado? Eu bem que te avisei que ia acabar se apaixonando pelo machão tesudo e cacetudo! – emendou sarcástico
- Vai cagar, Johnny, antes que eu me esqueça! – retruquei, encerrando a vídeo-chamada.
- Quer dizer que continuo sendo o troglodita intransigente e rabugento! – exclamou o Scott da cama, de onde me encarava com as pernas abertas e aquele caralhão à meia-bomba, onde sua mão coçava o sacão globoso.
- Não dê ouvidos a esse bestalhão do Johnny! Ele fala mais que a boca! – devolvi encabulado, pois tinha sido eu a lhe dar esses adjetivos logo que cheguei ao rancho e do que sentia um enorme remorso agora que o conhecia melhor. – Me perdoe, estou profundamente arrependido de ter dito essas coisas sobre você. – pedi, encarando-o encabulado.
- Vou pensar no seu caso, mas só se voltar para cá e der um jeito de acalmar isso aqui! – retorquiu ele, antes de eu me atirar entre as pernas peludas e musculosas dele e iniciar uma mamada que acabou por encher minha boca mais uma vez com seu leite de macho.
Os rapazes já não tinham mais dúvidas de que o Scott andava me enrabando. Só o meu jeito de caminhar, com as pernas abertas e a bunda empinada, horas depois de ele ter me arregaçado as pregas com seu caralhão grosso já denunciava o que tinha acontecido. Ultimamente isso vinha acontecendo com muita frequência me deixando encabulado diante deles. O Cruz não escondia seu descontentamento. Embora tivéssemos conversado a respeito, e eu lhe explicado que nada ia rolar entre nós, ele ainda relutava em aceitar que tinha me perdido para outro macho. A fim de evitar qualquer tipo de conflito entre ele e o Scott eu acabei contando ao Scott que tinha feito um boquete no cacetão do Cruz logo depois de o Sam ter terminado comigo.
- Foi logo nos primeiros dias do término, eu estava confuso e solitário, me senti muito carente e você sabe como o Cruz sempre foi atencioso e gentil comigo. Perdi a cabeça e me deixei levar, quando percebi já estava com a rola dele na boca engolindo o sêmen que ele ejaculava. Foi só uma vez, eu juro! Uma única vez, Scott! Esclareci tudo com ele para não haver mais enganos ou esperanças. – confessei.
- A vida é sua, você não me deve explicações! – exclamou secamente o Scott em resposta, o que me deixou entristecido. Eu pensei que ele se importava comigo, que sentisse mesmo que só uma pontinha de ciúme. No entanto, parece que esse não era o caso.
- De qualquer forma, eu queria que você soubesse, e por mim, não por mais ninguém! – retruquei frustrado.
Quando fui para São Francisco para a reunião com os Weissmann umas semanas depois, o Scott me acompanhou. Ele estava curioso para conhecer o Johnny, meu ex que tinha tido o privilégio de me tirar o cabaço quando ainda cursávamos a faculdade. Nunca vi o Johnny tão acovardado quando deu de cara com o porte vigoroso e másculo do Scott, nenhum dos dois se sentiu confortável com a presença do outro. O Johnny por ter dito aquelas barbaridades que o Scott acabou ouvindo, e o Scott por não gostar da minha ligação com o Johnny que, embora agora fosse estritamente profissional, ainda parecia guardar resquícios de algo mais íntimo. Fato é que nenhum foi com a cara do outro.
Faltava menos de um mês para vencer o prazo de dois anos estipulado no testamento para eu poder efetivamente receber a minha parte da herança deixada pelo tio Albert quando do nada, sem avisar, um corretor de imóveis veio ter comigo no rancho. O sujeito tinha sido avisado pelo advogado que cuidou o testamento, da minha intenção de vender a minha parte para poder regressar à minha vida na Califórnia, após cumprir o prazo residindo comprovadamente no rancho.
- Ainda não sei se vou vender a minha parte. Acho precipitado o advogado tê-lo enviado, mas agradeço seu interesse em intermediar uma eventual negociação. Eu entrarei em contato com o senhor se decidir pela venda. – disse ao sujeito, despachando-o antes que o Scott o visse e começasse a me fazer perguntas.
Dias depois, surgiram mais dois corretores de imobiliárias diferentes quando eu tinha ido para Lewistown com a Karin. O Scott os recebeu e os pôs para correr como fez comigo no dia em que pisei pela primeira vez no rancho. Ele não me disse nada sobre a presença dos corretores no rancho.
Senti como ele andava ausente e distante. Não vinha mais tarde da noite com aquela carinha de cachorro faminto se enfiar na minha cama e me enrabar até estar saciado e meu cuzinho todo arregaçado. Voltou a ser o mesmo ogro arrogante e rabugento que conheci quando cheguei ao rancho, sem nenhuma explicação.
- Está zangado comigo?
- Por que haveria de estar?
- Não sei, parece! Não me deixa chegar perto de você, não me deixa tocá-lo, não quer mais os meus beijos. O que está acontecendo Scott?
- É você que deveria saber a resposta, não eu!
- Pois eu não sei e gostaria que você me apontasse o motivo de estar tão bravo comigo.
- Quem disse que estou bravo com você? Estou pouco me lixando para o que você faz ou pensa! Ainda bem que está chegando a hora de você se escafeder daqui e nos deixar em paz novamente. – despejou furioso como um leão encurralado.
- Grosso, estúpido! Estou tentando saber o que te fez mudar tanto nesses últimos dias e você só consegue me dar patadas.
- Não é isso que um ogro xucro faz? Pois então, não deveria esperar outra coisa de mim. – devolveu ranzinza.
Conversei com a avó dele para ver se ela sabia o porquê daquela transformação repentina. Ela também estava estranhando o comportamento dele, mas não conseguiu extrair nenhuma informação. Ele voltou a ser o cara reservado e carrancudo.
Tudo se esclareceu no dia em que o advogado nos chamou ao seu escritório para os acertos finais do testamento dando posse aos dois de seus respectivos quinhões. Assinados os papeis, o Scott se virou para mim e despejou.
- Está livre, pode vender a sua parte e voltar para sua vidinha cheia de glamour em São Francisco, onde uma centena de machos já deve estar te esperando para foder seu cu.
- De onde tirou isso? Eu não sei se vou me desfazer da minha parte, e jamais o faria sem falar com você primeiro. – devolvi magoado com sua agressividade gratuita.
- Não seja falso! Eu mesmo falei com os corretores que você contratou para intermediarem a venda.
- Eu não contratei ninguém! Que corretores? Aquele sujeito que apareceu lá em casa, eu disse a ele que não tinha me decidido pela venda e, que se resolvesse alguma coisa o avisaria. Não dei nenhuma autorização para ele continuar o processo. – esclareci.
- Esse tempo todo você me usou, estava tentando me amansar para eu concordar com a venda, se oferecendo feito uma puta, se mostrando amigo, chupando minha rola, dando o cu para ver se conseguia me dobrar com suas artimanhas. Eu saquei tudo, Erin! Mas não vou facilitar as coisas para você, esteja certo!
- Me ouça, Scott! Não é nada disso. É pura imaginação sua! Eu nunca te enganei, tudo que fiz foi por gostar de você. Acredite em mim, Scott! – pedi, percebendo que o estava perdendo por um engano qualquer.
- Não me interessa o que tenha para dizer, não acredito em você, Erin! Suma das nossas vidas, deixe-nos em paz! Desde que pisou aqui só me causou problemas! – ele estava completamente cego de raiva, não aceitava nenhum argumento.
- Pois se é isso que você quer, fique tranquilo, eu vou desaparecer da sua vida, vou te deixar em paz! – quase não consegui terminar a frase, um nó sufocante travou minha garganta.
A Karin insistiu para eu não desistir do neto dela. Disse que sentiu entre mim e o Scott o mesmo amor que meu tio-avô tinha pelo Aaron e que só seríamos felizes se o vivêssemos em sua plenitude. Por mais que ela o tentasse convencer a me ouvir e a procurar se entender comigo, ele não cedia.
- Quando o Erin dizia que você é um xucro estava coberto de razão, seu cabeça-dura! Está abrindo mão da sua felicidade deixando-o partir, enfie isso na sua cabeça oca! – disse-me ela ter dito a ele.
- Eu nunca o enganei, Karin, eu juro! Amo seu neto, amo perdidamente aquele ogro teimoso e empacado. – confessei, chorando no colo dela no dia em que deixei o rancho para voltar a São Francisco.
- Eu sei, meu querido! Seu amor por ele está estampado em seu rosto, está em cada gesto de carinho que você lhe dedica, está em cada palavra que lhe dirige, só o casmurro não vê isso. – disse ela.
Todos os rapazes vieram se despedir de mim em frente à casa, exceto o Scott. O Cruz me pediu para reconsiderar minha decisão e dar um tempo a ele para cair na real e perceber que nunca o havia enganado. Disse que tinha percebido que minha felicidade estava ao lado do Scott e não do dele. Chorei abraçando um por um daqueles parrudões com os olhos marejados pela minha partida.
Já instalado em São Francisco e retomado minhas atividades no escritório, entrei em contato com o advogado que tinha feito o testamento do tio Albert e pedi que ele redigisse um documento no qual eu transferia a minha parte da herança para o Scott. O rancho era a vida dele, era tudo que o fazia feliz e eu nunca ia tirar isso dele depois que aprendi a ver o homem maravilhoso que ele era.
- Tem certeza, senhor Erin? Peço que reflita muito bem sobre essa decisão, são milhões de dólares que o senhor está abrindo mão. Já conversamos sobre isso há dois anos. – advertiu-me o advogado.
- Estou sim, estou bem ciente da minha decisão. Providencie, por favor, o que lhe pedi.
O Johnny foi outro que me chamou de louco e de um tanto mais de adjetivos quando lhe comuniquei minha decisão. O rancho para mim só fazia sentido ao lado daquele homem por quem estava apaixonado. Depois de haver lido aquela carta que meu tio-avô deixou para o Johnny instigando-o a se apaixonar por mim para que tudo aquilo que ele e o Aaron construíram com o amor que os uniu e lhes proporcionou uma vida feliz, continuasse como estava, eu não podia dividir o rancho e pensar apenas no dinheiro. O rancho era mais que um mero capital, o rancho era a vida daqueles rapazes, era a vida do Scott a quem eles tanto amavam como um verdadeiro neto.
- Senhor Erin, eu encaminhei o documento que o senhor assinou para as mãos do senhor Scott mas ele se recusou a receber os outros 70% do rancho. – avisou o advogado, semanas depois.
- E o que se pode fazer então?
- Legalmente, nada! Ninguém é obrigado a aceitar um presente que não deseja.
- Mas como eu fico, como fica a situação legal do rancho? – perguntei, diante de mais essa desfaçatez do Scott
- O senhor continua co-proprietário e co-responsável por tudo que ocorrer com a propriedade. – esclareceu.
- Eu ainda mato esse Scott qualquer dia desses! – despejei furioso para o Johnny quando o advogado me deu a notícia por telefone. – Sujeitinho encrenqueiro e rabugento! Não sei mais o que fazer. Acredita que continuo nas mãos dele, que legalmente permaneço vinculado ao rancho? Se o tivesse na minha frente, juro que ia esganá-lo até o último suspiro daquele xucro!
- Então aproveite a ocasião! Eu estou saindo para um compromisso inadiável! – retrucou o Johnny, levantando-se apressado de sua mesa, para deixar a sala.
- Que compromisso? Você não tem nada agendado! Acabou de me dizer que tínhamos que conferir uns detalhes do projeto Thomson&Doyle. – devolvi, enquanto ele olhava fixamente para um ponto atrás de mim.
- Enquanto estiverem se matando, tentem, por favor, não destruir demais o escritório, OK? – revidou o Johnny, passando por mim feito um furacão.
Ao me virar, dei de cara com o Scott parado na entrada da sala.
- Bem! Então pode começar a esganar o rabugento xucro! Ah, e de pauzão cavalar, não é assim que se refere a mim. – disse ele, com uma expressão séria.
- Scott! Ah! O que faz aqui? – perguntei, perplexo e confuso. – Por que está recusando a minha oferta? O rancho é seu, é só assinar a papelada. Não queria que eu te deixasse em paz, que sumisse da sua vida, pois foi o que eu fiz! – emendei, sem conseguir olhar para aquele par de olhos que faziam meu corpo todo tremer.
- E você tinha que seguir à risca o que eu falei num momento de raiva, não podia ter brigado comigo, feito um escarcéu, esperneado feito um cavalo xucro? – questionou ele.
- O único xucro aqui é você! Por acaso adianta alguém argumentar com você, quando encasqueta qualquer coisa nessa cabeça-dura? Você nem quis me ouvir! – despejei, soltando tudo que estava entalado na minha garganta desde que deixei o rancho.
- É, tem razão, não ia adiantar muito! A não ser que partisse de você, seu ... seu ... – retrucou, me fazendo rir quando começou a gaguejar daquele jeito que fazia quando não encontrava as palavras para contra argumentar. – Amo você, seu veadinho puto! Já devia saber disso e não ficar me desafiando. Pensei que tinha deixado bem claro que sou seu macho e que você o único que pode questionar minhas decisões. – acrescentou
- Se isso é para ser um pedido de desculpas, está bem ruinzinho! Vai ter que se empenhar muito mais se quiser que o perdoe. – avisei
- Esse é o meu Erin! O Erin com quem quero passar o resto da minha vida. O Erin que vou levar de volta comigo nem que seja arrastado. – confessou, vindo me abraçar e, antes de eu responder, colando sua boca na minha, enquanto amassava despudoramente minha bunda ciente de estar de posse de seu território.
- Isso é verdade? Tem certeza que também me ama como eu te amo, seu troglodita insensível? – perguntei, deixando-o devorar lascivamente meus lábios.
- É o que você vai comprovar agora mesmo, meu tesudinho gostoso! – exclamou, me erguendo pelas nádegas e me deitando sobre minha mesa de trabalho.
Minha calça e minha cueca foram arrancadas com um único movimento, minhas pernas abertas apoiadas sobre cada um de seus ombros, o cuzinho rosado e plissado sentiu o dedo dele entrando devasso e exigente, um gemido permissivo escapuliu da minha boca, antes de ela ser invadida por sua língua voraz. Assim que o dedo foi retirado, a cabeçorra estufada foi enfiada no meu buraquinho estreito. O ganido ecoou por toda a sala, a secretária só não entrou para verificar do que se tratava porque o Johnny a preveniu de não adentrá-la sob hipótese alguma. O Scott deslizava suas mãos potentes sobre a maciez da minha bunda roliça. Ao se inclinar sobre mim para bolinar minhas tetinhas que começavam a ficar durinhas projetando os biquinhos insinuantes, eu passei os braços pelo pescoço dele. Submisso e explodindo de tanto tesão, senti a cabeçorra lambuzada do caralhão dele forçando a passagem; lentamente ele a enfiou sentindo meu esfíncter distender para o pauzão entrar em mim, junto com um gemidinho sensual que exacerbou o tesão dele. Ele foi se empurrando para dentro de mim, cada expressão de dor e desconforto no meu olhar o fazia parar por alguns segundos esperando meu rabo relaxar um pouco para consumar a penetração. Todo imerso em mim começamos a nos beijar, as línguas bailando eroticamente em nossas bocas, as salivas se mesclando, os corpos se fundindo. O Scott puxava a verga para fora até ela ficar engatada no meu cuzinho só pela cabeçorra, depois voltava a enfiar toda ela numa estocada profunda que me obrigava a gemer. Um tesão descontrolado pairava no ar cada vez que meu cuzinho piscava ao redor da jeba latejante dele e a sugava para dentro do casulo aveludado e úmido. Ele arfava, me encarando cheio de paixão, enquanto eu afagava seu rosto hirsuto e viril. O ritmo das estocadas ia aumentando e afundava o cacetão cada vez mais fundo no meu cu, o sacão pesado dele batia nas minhas nádegas ditando a cadência com a qual ele me arrombava. A iminência do gozo começou a se esboçar no rosto do Scott, sua musculatura se retesou e o urro gutural culminou na leitada farta que ele ejaculou no meu cuzinho até ele vazar. Os estremecimentos percorriam meu corpo em ondas incontroláveis, e o gozo se materializou fazendo com que me esporrasse todo lambuzando a barriga. Um beijo cheio de paixão e tesão começou lentamente, selando a união de nossas almas, conjugando a intimidade dos nossos corpos saciados. O Scott só tirou a caceta do meu rabo quando ela já estava à meia-bomba, e vê-la gotejando um restinho de seu esperma me fez cravar os dedos em suas costas e puxá-lo novamente para junto de mim.
- Eu te amo, meu garanhão xucro! – sussurrei no ouvido dele.
Um mês depois eu e o Scott estávamos instalados na casa do rancho, como um casal. A Karin quis continuar morando na casa onde sempre viveu com o marido, mas estava sempre fazendo as refeições em nossa companhia. Os rapazes estavam muito mais controlados. Eu já não ouvia mais as indiretas libidinosas e as cantadas sutis, nem os comentários cheios de tesão sobre a minha bunda, o olhar aguçado e ameaçador do Scott censurava as bocas daqueles safados que mantinham o tesão de suas rolas sob rígido controle. Minhas pequenas desavenças com o Scott acabavam invariavelmente sendo sanadas na cama, em entraves entre a dominância intransigente dele e a minha submissão sensual e carinhosa que usava e abusava de uma maestria refinada, sabendo muito bem como domar seu caralhão fogoso no meu cuzinho aveludado e quente. Ele se ocupava do rancho e eu continuava desenvolvendo meus projetos arquitetônicos em home office, indo raramente para São Francisco para acompanhar o andamento do escritório ou resolver questões pontuais de algum projeto. Nessas ocasiões e, quando não estava acompanhado do Scott, que algumas vezes tirava uns dias de folga para estar comigo, o Johnny reclamava de eu o ter abandonado pela segunda vez. No entanto, ele só se queixava disso quando estava sem um parceiro. Eu zoava com a cara dele, aquilo era um caso perdido. Estava para nascer o sujeito que colocaria um fim naquela vida boemia que ele levava.
Numa noite, antes de nos deitarmos, eu entreguei a carta do tio Albert para o Scott. Ele me amava por si só, por uma opção dele sem nenhuma interferência externa, portanto, a carta já não serviria como influência de sua decisão. Ele a leu comovido, constatando o quanto meu tio-avô e o Aaron o amavam e como queriam sua felicidade, a ponto de engendrarem todas aquelas cláusulas do testamento. Eu contei como a havia encontrado por acaso entre as páginas de um livro e que achava que meu tio não teve tempo de a entregar a ele antes de falecer. Ele veio me abraçar, tinha o olhar um pouco triste como se tivesse ficado órfão novamente. Deitei sua cabeça no meu colo e enquanto afagava seus cabelos lhe jurei amor até meu último suspiro. Ele entrou em mim como um caramujo se abrigando em sua concha, sussurrando um – eu te amo – quando leitou meu rabo.
Era comum o Scott e eu sairmos cavalgando pelo rancho depois que ele tirou meu medo dos cavalos e me ensinou a cavalgar. Passeios demorados geralmente nos finais de tarde durante o verão terminavam às margens do riacho onde na areia amarelada e grossa da prainha eu me entregava ao Scott dando vazão ao tesão que nos consumia. Eu montava o Zeus, ainda muito arredio com qualquer outro e que não perdera sua mania de botar aquela estrovenga gigantesca para fora toda vez que eu me aproximava dele. Nos invernos rigorosos, com a paisagem lá fora coberta por grossas camadas de neve, eu agasalhava o cacetão intrépido do Scott na maciez do meu ânus que ficava encharcado com sua gala cremosa. Aquela imensidão de acres, boa parte ainda selvagem e pouco explorada era nosso paraíso, tal como foi para meu tio-avô e o Aaron; duas pessoas maravilhosas que nunca conheci, mas que me deixaram como legado o que eu tinha de mais valioso, o macho que me arregaçava com seu tesão desmedido e sua paixão indomável.