Amor de avô - Capítulo 01: Querido neto

Um conto erótico de Biel24
Categoria: Homossexual
Contém 2142 palavras
Data: 09/11/2024 19:42:49
Última revisão: 10/11/2024 13:58:06

Há mais de dez anos, eu não via o meu avô Hugo.

Eu era menino quando ele foi morar em Santa Catarina, para assumir a direção da filial da empresa de transportes em que trabalhava aqui no Rio. Com a morte da minha avó, há cerca de seis anos, ele optou por continuar vivendo lá. Mas agora, que estava aposentado, aceitou o convite do meu pai para vir morar na nossa casa.

Pelo que eu me lembrava, ele era um homem alto, magro, barbudo e muito agitado. Trabalhava muito e, nas horas de folga, só pensava em curtir a vida. Não tenho muita certeza, mas parece que ele e minha falecida avó Liana tinham alguns desentendimentos por causa disso; nem sempre ela estava disposta a acompanhá-lo. Quando a mulher não queria ir a algum lugar, ele ia sozinho.

Foi de surpresa que eu soube que ele voltaria a viver no Rio e iria morar na nossa casa. No início, não dei importância. Vô Hugo estava com sessenta e três anos, provavelmente já havia se tornado um senhor tranquilo, daqueles que passam a maior parte do tempo lendo notícias, falando sobre o passado e fazendo algumas caminhadas curtas pelo bairro.

Uma semana antes da sua chegada, durante o café da manhã, meu pai me pediu para ajudar na faxina do quarto ao lado do meu. Sem me recusar a pegar na vassoura, perguntei qual o motivo para fazermos essa limpeza, já que aquele cômodo vivia sempre trancado. Com calma, seu Leandro mastigou uma fatia de pão, tomou um comprido gole de café e só depois satisfez minha curiosidade.

— Seu avô Hugo vem morar com a gente. Deu trabalho, mas consegui convencer o coroa a voltar para o Rio. Não tem sentido ele continuar sozinho em Floripa, longe da família, que somos eu e você.

Não dava para saber se seria bom ou ruim ter meu avô morando na nossa casa, mas encarei tudo com naturalidade.

— Tudo bem, pai. Vamos acolher bem o vô Hugo.

— Vai ser bom para ele, para mim e para você. Seu avô gosta muito de você, Biel. Quando você era pequeno, ele adorava botar no braço, colocar para dormir, levar para passear. Sua mãe dizia que ele parecia até ser seu pai, mas eu não tinha ciúmes. Ele vivia enchendo você de presentes, lembra?

Tomando goles de café, fiquei procurando essas lembranças na mente. Sim, meu avô era muito carinhoso comigo, fazia minhas vontades e ria de tudo o que eu aprontava.

Quando eu nasci, ele estava com quarenta e dois, quarenta e três anos… Era um jovem senhor, cheio de energia para acompanhar o ritmo do primeiro e único neto. Mas agora ele era um senhor idoso e eu um rapaz de dezenove anos.

Olhando para o rosto sorridente do meu pai, respondi que me lembrava de algumas coisas e disse que seria bom ver como o coroa estava. Preparando-se para começar a faxina, seu Leandro me deu um aviso.

— Vá se preparando, Biel. Seu avô disse que está louco para lhe dar um abraço bem apertado. Um abraço de urso, ele disse, embora continue magro.

— Legal, pai. Quero muito dar um abração nele também.

Passamos a manhã ocupados com a arrumação do quarto para o meu avô. À tarde, demos uma geral na casa toda e terminamos tomando banho de mangueira no quintal. Eu e meu pai sempre fomos muito amigos, sempre nos divertimos muito juntos.

Quando minha mãe morava com a gente, já tínhamos esse hábito de tomar banho de mangueira. Algumas vezes, meu pai tentou fazer com que ela participasse das nossas brincadeiras, mas dona Bia dizia que não gostava da bagunça que fazíamos atirando água para todos os lados. Assim, o banho era só meu e do garotão Leandro.

Meu pai é um homem jovem; quando eu nasci, ele estava com vinte e um anos. Agora, aos quarenta, se eu disser que somos irmãos, todo mundo acredita. Modéstia à parte, meu pai é um cara muito bonito. Seu corpo é comprido e bem definido, sem ser o tipo bombadão. As pernas dele são enormes, mais do que as minhas. Seu rosto está sempre bem barbeado, às vezes ele deixa um bigodinho e um cavanhaque bem desenhado. Adoro ver a covinha no seu queixo; quando era pequeno, eu brincava de enfiar o dedo nela. Ele ria muito com isso.

É uma pena que não nasci com uma covinha igual à dele; mas somos parecidos em outras coisas. Temos olhos grandes e escuros, nariz reto, lábios rosados e dentes bem alinhados. Uma coisa que ele admira muito em mim é o cabelo comprido que herdei da minha mãe; o dele é curto e jogado para o lado. Também herdei da minha mãe a voz melodiosa e o gostar de homens.

Quando eu estava com quinze anos, depois de muitas brigas, eles se separaram. É triste dizer isso, mas dona Bia aprontou muito com seu Leandro. Foi tanto, que ele não escondeu o alívio quando se livrou dela. Em pouco tempo, resolveram o divórcio e a infiel se casou com um cara da Argentina e foi morar lá.

Sozinhos, eu e meu pai ficamos mais unidos e mais alegres. A casa era toda nossa, podíamos ficar à vontade, sem ninguém dizer que fazíamos bagunça. A gente cuidava muito bem de tudo. Enquanto ele trabalhava na concessionária, eu estudava e cuidava do nosso lar.

Neste dia da faxina, depois do demorado banho, fomos nos arrumar para ir comer alguma coisa numa lanchonete perto de casa. Com naturalidade, na minha frente mesmo, meu pai tirou a cueca molhada e se enxugou. Já andando para dentro de casa, ele chamou minha atenção.

— Biel, vai ficar aí parado só me olhando? Vamos lá, rapaz. Tá com fome não?

Meio atrapalhado, tirei também a cueca e comecei a me enxugar. Quando seu Leandro chegou à porta da cozinha, passei um rabo de olho por suas costas e não pude deixar de admirar a sua bunda grande e arredondada, na medida certa. Nisso, nós éramos parecidos. Já em matéria de caralho, meu pai levava vantagem. A rola que me fez, não era enorme, mas era de bom tamanho, roliça, cabeçuda, parecia estar sempre pronta para o ataque. A minha pica era quase do mesmo tamanho, mas era mais fina. Era lisinha, com uma cabeça comprida, meio roxa. Acho que tenho uma rola gostosinha. A do meu pai deve ser gostosona; sorte das namoradas que ele arranja.

Na lanchonete, conversamos sobre vô Hugo e rimos muito das suas antigas aventuras. Em certo momento, meu pai ficou sério e fez uma confissão.

— Biel, eu falei sobre você a ele.

Eu já imaginava que Leandro havia contado ao pai que eu era gay. Isso nunca foi problema entre a gente e era natural que eles conversassem sobre este assunto.

— E então, o que ele disse?

Antes de responder, meu amado coroa soltou o sorriso.

— Ele disse que já sabia, que sempre soube. Diz ele que você é gay desde menino e me perguntou se eu era cego.

— Concordo com vô, pai. Sempre deu para ver. Você não via nada?

— É… eu percebia, mas isso não tinha importância, por isso não pensava muito. Você sabe que amo meu filhinho gay.

— Leandro, você é o pai que todo veadinho gostaria de ter. E o que foi que seu pai disse sobre mim?

— Ele riu muito e disse que não tinha o que achar. “Seu filho é gay? E aí, muda alguma para você, Leandro? Para mim, continua igual: ele é meu único neto e pronto.” Foi assim que ele disse. E disse mais: “Se eu souber que alguém está perturbando nosso Gabriel por causa disso, eu mesmo vou tomar satisfações”. Seu avô adora dar uma de valentão, Biel.

Só depois de rir muito, eu consegui falar alguma coisa.

— Já vi que, além do melhor pai, eu tenho o melhor avô. Vai ser divertido morarmos os três juntos. Só nós três.

Indicando que estava na hora de voltarmos para casa, Leandro se levantou e esperou que eu fizesse o mesmo. Quando fiquei em pé, ele passou a mão por meu ombro e fomos andando calmamente até o carro. As pessoas devem ter achado que éramos namorados. Queria eu, algum dia, ter um namorado parecido com o meu pai.

E chegou o dia de rever meu avô Hugo.

Naquele sábado, acordei cedo e fiz o café. Pensei que meu pai iria ao aeroporto, mas ele me disse que o coroa avisou que não precisava se dar ao trabalho, ele podia muito bem chamar um carro.

— Eu até insisti, mas ele disse que era melhor eu esperar aqui e encerrou a conversa. Então, vamos aguardar. Ainda bem que você caprichou no café; ele acabou de avisar que já está a caminho.

Ao saber disso, corri para tomar banho e me arrumar. Não queria que meu avô me encontrasse só de cuequinha boxer, descalço e de cabelos desarrumados.

Embaixo do chuveiro, enquanto lavava a rola e os ovos pensei uma bobagem. “Será que o pau do meu pai parece com o do meu vô?” Essa ideia me deixou envergonhado. Passando shampoo no meu cabelão, fiz esforço para desviar o pensamento.

Terminado o banho, eu me enxuguei e prendi a toalha na cintura. Ao sair do banheiro para ir me vestir no quarto, fiquei sem reação.

Vô Hugo já estava em casa.

Sem saber o que fazer, fiquei parado, olhando para ele e para o meu pai. Os dois eram parecidos.

— Aí está meu neto, já é um homem! E aí, Gabriel, não vai me dar um abraço?

Vô Hugo era muito diferente do que eu havia imaginado. Continuava magro, mas a barriga se destacava na camisa xadrez de mangas longas. Os últimos botões estavam abertos e deixavam ver alguns fios de cabelo branco entre os peitos. A calça jeans estava levemente ajustada nas pernas compridas e os pés grandes estavam dentro de botas que eu mesmo gostaria de usar.

Meu avô não forçava a barra para parecer mais novo do que era, mas estava muito bem, via-se que era um homem que se cuidava. No seu rosto, havia algumas rugas, mas a pele e a barba grisalha tinham uma aparência muito boa, eu tive vontade de tocar. O cabelo branco tinha um corte atual e estava penteado para trás. No queixo, dava para ver por baixo dos pelos a covinha que meu pai havia herdado. Eu fiquei até com inveja dos dois.

— Que foi, Biel? Está com medo de seu avô? Não vai dar um abraço nele?

A pergunta do meu pai me trouxe de volta dos meus devaneios. Como se tivesse acabado de acordar, dei um passo em direção ao meu avô. Como se estivesse morrendo de saudades, ele pegou na minha mão e me envolveu com seus braços compridos e fortes.

— Gabriel, que neto bonito eu tenho! Estou chegando para ficar um tempo com vocês. Prometo que vou fazer de tudo para não incomodar você.

Com o corpo grudado ao dele, eu podia sentir seu coração bater. Vô usava um perfume discreto, era tão bom que eu encostei o nariz em seu pescoço e respirei fundo. Ao sentir as mãos dele deslizando por minhas costas ainda molhadas, lembrei-me de que estava somente com uma toalha presa na cintura.

Eu não queria, mas não deu para não sentir. Separados pela toalha de algodão e pela calça jeans, um caralho estava fazendo pressão contra o outro. Isso me deixou mais envergonhado e assustado. Tive vontade de correr para o quarto. Mas vô Hugo continuou me apertando e eu não quis me soltar dele à força.

Segurando nos meus quadris, ele me afastou um pouco do seu corpo e eu respirei com um certo alívio. Antes que eu pedisse licença para ir me vestir, ele abriu um sorrisão e me deu um beijo no rosto. Sem saber o que estava fazendo, retribui o beijo e achei gostoso roçar os lábios na barba dele.

Como se estivesse com ciúmes, Leandro botou uma mão no ombro do pai e outra no meu ombro e tratou de colocar ordem na casa.

— Vocês não acham melhor tomarmos logo o café? Temos muito tempo para matar a saudade. Vá vestir uma roupa, Biel. Isso é jeito de receber seu avô?

Quando meu avô tirou as mãos de minha cintura, pensei que ia cair no chão. As pernas estavam bambas e o caralho havia armado uma indiscreta barraca. Todo sem jeito, pedi licença e lhes dei as costas. Ao esbarrar na parede, a toalha se soltou e eu fiquei com a bunda de fora. Com o rosto queimando, abaixei-me para pegar a infeliz que queria me matar de vergonha.

Ouvindo as gargalhadas de Leandro e de Hugo saí correndo nu mesmo para o quarto. Meu avô, além de ser um coroa bonitão, era tão legal quanto o meu pai.

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Comentários

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Que história bonita, Biel. Conte-nos mais...

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