Relato de Laura:
Então, chegou o grande dia. Dias antes, tive a lucidez de solicitar exame de DST pra e felizmente, todos estavam limpos, sem problemas. Partimos numa topic numa quarta-feira, umas 6:30 da manhã e levamos umas duas horas pra chegar lá. Entramos numa estrada de terra, a paisagem linda. Chegamos num casarão no alto, enorme. Quando entramos, havia uma mesa farta com vários tipos de frutas. Nos alimentamos, precisávamos, não sabíamos quanto tempo iria durar tudo aquilo. Havia um tipo de caseiro, também mascarado, que nos orientava. Decidimos curtir a piscina. Começamos a brincar um com o outro, estávamos normais, biquini e sunga. Ligamos a caixa de som. Celinha havia levado uns funks pesadões, ninguém conhecia, baixaria mesmo. Como já estávamos entrando no clima, começamos a dançar. Nesse interim, chega um helicóptero, pousa, e sai o carinha com roupas características da terra dele. Sentou numa cadeira. Então, entramos na casa, nos reunimos. Fizemos um círculo, como os times de futebol fazem antes de uma partida iniciar. Coube a Celinha puxar um incentivo.
Celinha: Jamais imaginei que um dia pudéssemos formar um grupo diferente como o nosso. Idades diferentes, raças diferentes, classes diferentes... Podemos ser diferentes lá fora, mas aqui somos todos iguais. Todos em busca do prazer. Inesperadamente, formamos uma irmandade afim de muita putaria, tudo naturalmente, todos a fim de muita curtição. Estamos juntos outra vez. Sabemos o que fazer. Vamos aproveitar e se divertir como nunca! Pela ultima vez! Vamos nos desdobrar como nunca, nos dedicar como nunca, foder como nunca, somos o nosso mundo, nada mais importa! Vamos deixar tudo o que somos lá fora, aqui dentro somos verdadeiras máquinas de trepar pesado!! VAMOS REALIZAR A ORGIA DO SÉCULO! VAMOS FAZER COM QUE NENHUM OUTRO GRUPO SUPERE A GENTE DE TANTO FUDER!!! SOMOS OS MELHORES!!! PUTARIA É COM A GENTE! NINGUEM NOS SUPERA!!!
Demos um potente grito e saímos. A equipe de filmagem estava lá já. Fomos pra piscina, a música bombava em altos decibéis e já chegamos pra arrebentar. As coisas se desenrolavam e a alegria de estarmos novamente juntos era muito contagiante. Começamos a curtir pra valer e ai as coisas foram acontecendo com muita fluidez e espontaneidade. Acredito que você assistiu os vídeos ai e sabe bem do que tô falando...
A primeira suruba surgiu de modo aleatório e fomos arrebatados pela energia daquela zoação toda. Dessa vez, era tudo organizado, porém, estávamos muito mais aplicados, parecia que tínhamos que salvar a humanidade e caprichamos em tudo. A entrega, o esforço, o sacrifício em dar e obter prazer, em chocar, em alarmar, tudo pra que aquele acontecimento fosse histórico. Éramos muito bons naquilo, insuperáveis. Você deve ter sacado, éramos muito sintonizados.
Não sei explicar como durávamos tanto tempo trepando, mas de alguma maneira, havia uma troca de energia, uma força que nos integrava e repartia com cada um a disposição necessária para não pararmos. Quanto mais suávamos, mais excitados ficávamos com o cheiro de cada um, a mistura de fluidos, o odor exalado, o balançar dos corpos, tudo aquilo era muito afrodisíaco.
Nossos cérebros praticamente se apagaram, só ouvíamos sussurros, gemidos, o som das cópulas, tapas, gritos de orgasmo, barulho de gostosas chupadas, uma melodia erótica.
O que era também muito estimulante naquele grupo era o destoamento total do jeito e do comportamento de cada um aqui fora contrastado com a entrega ao prazer ente nós. Quem imaginaria uma menina como Marli, branca como porcelana, fã de cantoras pop, que ia pro shopping tomar milk sheik, leitora de Harry Potter, toda fragilzinha... com uma cinta peniana, comendo o rabo de Valdão, um cara todo machão, com corpo de pedreiro, metendo nele com toda ferocidade? É anormal! Núbia, uma pessoa toda grilada, cheia de frescuras, caindo de língua no cu das garotas? Eu, uma pessoa tranquila e amorosa, toda arreganhada, sendo socada pelo pauzão de Osório, arranhando ele todo e pedindo pra me foder até ele perder o pau dentro de mim? Não escondo... isso é muito insólito. Hoje penso que estava tudo aquilo ali era muito além do normal.
Faziamos de tudo pra todos ficarem juntos. Uma começava a mamar, depois alguém enfiava, enquanto enfiava chupava outra, que mamava outro, que era socada por outro, que chupava os peitos de uma que era fodida... eram enlaces muito performáticos. Esteticamente, imagino que é uma sacanagem adorável pra quem gosta dessas coisas, assistir. Lembro que em determinado momento, eu era chupada por Bel, que era socada por Manoel, que era abraçado por Marli, que era comida por Valdão, que estava chupando os peitos de Núbia, que estava sentada nas costas de Marli, e encostada em Valdão, Celinha sendo comida por Zé Pedro, enquanto Osório me dava o pau pra chupar, e este mamava os peitos de Samara enquanto ela era comida por Raimundão. Todos participando da mesma ação. Era uma façanha que cumpríamos muito bem, porque éramos muito ajustados. Até nas trepada um-a-um estávamos sempre enroscados.
Após um tempo que não sei mensurar, sentíamos que era hora de acabar. Assim que a suruba em si terminou, após fartas ejaculações dos rapazes, uma sensação de vitória era evidente. Nos cumprimentamos pela honra de gravarmos um espetáculo fantástico, magistral. Aproveitamos mais um pouco daquela glória, daquela brilhante foda grupal, pulando, aproveitando ao máximo estarmos juntos mais uma vez.
Bebemos água, os meninos tomaram cerveja, ninguém conversava sobre o que havia ocorrido. Não precisávamos. Um tempo depois, nos pediram pra nos arrumarmos pra deixarmos aquele local. Estava tudo terminado. O ricaço ficou vendo algumas cenas pela câmera, certamente maravilhado com o resultado. Quando fomos nos arrumar, formamos o mesmo círculo. Mais uma vez Celinha foi a porta-voz.
Celinha: O que aconteceu hoje aqui foi mágico. Nem tenho o que falar. Foi tão avassalador que nem consigo lembrar o que fizemos de tanto que vibrei com cada um de vocês. Isso aqui não serve de recordação, tudo que curtimos já foi feito. Nossa relação é única, quando estamos juntos algo muito potente acontece. Não sei por que isso acontece, nem interessa. Somos valentes, eternos. Somos imbatíveis! NÃO PRECISAMOS PROVAR NADA PRA NINGUEM! Vamos seguir nossas vidas, é o que importa. Tudo isso está compartilhado. Nós somos uma unidade. Somos um só.
Nos abraçamos, fechamos os olhos e ficamos em silencio. Nossas cabeças estavam coladas, fomos nos aproximando e ficamos muito juntos. Era uma percepção de integração que ninguém sabia de onde vinha. Logo após, recebemos nosso pagamento numa mochila. Ganhamos em real mesmo. A cotação do dólar estava em 3 reais. 15 mil reais pra cada um. No fim das contas, o dinheiro ali pouco importava. Cada um iria usufruir, claro, mas o dever cumprido era o mais importante.
Assim que cheguei na topic apaguei. Estava exaurida. Cheguei em casa e desmaiei. No outro dia você ligou pra mim, dormi pesadamente umas 12 horas seguidas. Fiquei chocada quando você me falou do acidente de helicóptero. Era justamente o transporte que levava o nosso contratante. Achei impressionante esse acidente. Todos carbonizados e a câmera que gravou toda nossa orgia, completamente destruída. Nada sobrou. Vi a reportagem depois, apreensiva. Comentei com o pessoal e todo mundo estava abismado. Ele saiu da mansão umas 17 horas e caiu meia hora depois, segundo testemunhas. Ao mesmo tempo fiquei aliviada. O que fizemos ficou entre nós mesmos, nada mais justo. Até sonhei – algo raro sonhar com esses dois eventos naquela época – nós num teatro, pelados, recebendo palmas de uma grande multidão. E agora esse vídeo em sua posse...
Ainda vi alguns de nossos colegas na faculdade e nos falamos normalmente, não havia conversas sobre isso, não tocávamos no assunto. Conversava com Núbia e Marli por chat, mas não ficávamos tentando juntar pontos, nem discutindo isso. Era como se aproveitássemos em toda sua plenitude um momento e depois vida que segue. Sabíamos o que tinha feito, não necessitava ficarmos falando sobre isso, até porque nossas ações do cotidiano se fortaleciam após tanta putaria insana.
Até que o semestre seguinte chegou e tudo ficou estranho. Quando vi o pessoal, vinha uma alegria muito grande, e sentia essa reciprocidade neles. O ano começou animado, todo mundo com muitos planos, mas havia algo diferente no ar. Quando fomos pro Costela’s todos juntos, sentia uma ânsia, um aconchego... Tinha algo no ar. Nos olhávamos, Valdão e Celinha bem convidativos, havia uma euforia contida.
Daí vocês fizeram mais um show no Costela’s, após um ano que ocorreu aquele no qual você se ausentou. Após, sentamos nas mesas e aí que as coisas tendiam a se complicar. Rolava uma tensão sexual no ar, os olhares de cumplicidade rondavam o ambiente. A cada cerveja que Valdão e Celinha trazia, era um frenesi de olhares. Você parecia não perceber, não notou nada de estranho. Começaram a olhar pra você de soslaio. Comecei a ficar muito excitada e sentia que todos estavam na mesma vibração. O bar esvaziou e só sobrou nossa mesa. Valdão e Celinha se aproximaram e todos pareciam que iam perder a linha. Comecei a ficar nervosa, tava muito excitada, percebi que todos estavam tensos, a conversa rolava, mas havia ali uma agitação contida. Dei-me conta que havia uma força que nos impulsionava a cometer uma loucura. Todos começaram a me olhar tipo “dispense o Camilo, vamos curtir” “Laura, faça alguma coisa, não aguento mais”. Foi então que senti um formigamento, a visão começou a ficar turva... e então eu me virei rapidamente pra você e falei.
- Amor, não estou me sentindo bem!
Isso quebrou um pouco a ansiedade de todos. Fiz menção de desmaio. Você pediu água a Celinha. Foi então que começou um burburinho e enquanto você falava com alguém, me abaixei, coloquei o dedo na garganta, e forcei um vômito. Essa atitude esfriou aquele alvoroço que estava pra acontecer. E todos ficaram preocupados.
- Me leve pra casa, Cam, não estou me sentindo bem.
Levantei e agarrei nas suas costas e não vi mais ninguém. Com grande esforço, consegui quebrar aquele ambiente de excitação que crescia e parecia que ia explodir e não se sabe o que ia acontecer. Seria trágico.
Camilo: Meu Deus!! Eu lembro desse dia!
Laura: Pois então, Cam... Se você foi persuadido a me levar naquele aniversário surpresa, o que me levou a participar da filmagem, eu acabei dando o troco: enrolei a todos, não sei como, pois, estava a ponto de enlouquecer de tesão. Eu tinha que tomar uma atitude e fui forte. Havia uma força que nos conectava naquele momento. Por isso que fui convicta a não aceitar participar da filmagem. Não sabia o que acarretaria uma nova aproximação ente a gente. Eu estava certa. Parecia que a cada suruba, nossos laços tenderiam a se fortalecer. Fiz aquilo por nós, Cam. Você não merecia. Foi a melhor atitude que tomei na vida.
Fomos embora e não olhei pra trás. A partir daquele dia, os membros daquela irmandade nunca mais se encontrariam juntos.
Camilo estava espantado. Ele recorda que tinha algo estranho rolando ali, mas quando ele ia questionar algo, Laura passou mal. E agora ela faz aquela revelação. Ele lembra que após esse episódio, o namoro deles “pegou” de fato. Já era bom, com muito sexo, mas naquele momento eles sentiram que não era apenas um namorico de faculdade. Vislumbravam planos pro futuro.
Apesar do relato estrambólico, sem papas na língua, Camilo começou a considerar algumas coisas, entre elas, o fato de que todo aquele desempenho olímpico nas surubas não estava dentro da normalidade, vide o jeito pacato de muitos deles. Segundo, havia coisas que ocorreram com ele e que jamais havia comentado com alguém, e que talvez estivesse imbricado com tudo aquilo. Havia algo mais por trás dessa história toda... Os dois estavam prestes a esclarecer juntos o mistério daquilo tudo.
(continua...)