Sendo livre! - Cap. 19 - Assumindo que curti ser uma transexual.
Crossdresser, Gay, Bissexual, Trans
– Oi, queria pedir desculpas, fui um tanto grosseiro em não conversar com você hoje, quer dizer, de não ir no churrasco e não te procurar.
– Tudo bem, não ia te cobrar nada, afinal, sabíamos que era estranho tudo, eu que peço desculpas por pedir pra você ir embora, sem conversar nem nada, me senti estranha, não devia ter te tratado daquele jeito também.
– Não, eu entendi, acho que se você não levantasse aquela hora, eu teria feito algo parecido, me senti mal, meio que abusando de você, não era pra transarmos, digo, assim como se fosse algo fútil.
– Olha meu querido, eu não me arrependo do que fiz, da forma que fiz, mas não sei se hoje faria a mesma coisa, até agora eu estou vivendo um turbilhão de coisas, ao mesmo tempo que me descobri gostar de homens, me descobri gostar de ser mulher, até então eu me via um gayzinho de armário, enrustido, sem trejeitos, mas agora eu me apaixono por cada suspiro que dou, pelo cheiro, por me ver no espelho, por andar e sentir-se desejada.
– Bom, sentir-se desejada, olha, não tem um homem nesta festa que não gostaria de estar no lugar do Alex, todos, sem exceção dos padrinhos, já levaram uns puxões de orelhas de seus pares, já os solteiros, estão esperando vir a música para tentar se aproximar de você.
– Obrigado por avisar, me sinto lisonjeada, mas hoje tenho olhos apenas para Alex. Por sinal você viu ele?
– Então, ele e minha prima, estão se beijando ali no saguão ao lado, vim lhe avisar e fazer companhia.
– Bom, se ele está ali fazendo isso, então por que não me beijou ainda?
– Porque, acho que depois de ontem, sei lá, não teria interesse.
– Bom, melhor eu ficar com você, que é um tesãozinho do que me aventurar com algum maluco da festa, mas não sou e nem você é prêmio de consolação, vamos ficar juntos na festa, pelo menos é o que eu desejo.
E assim eu já recebi um beijo ali, nos demos as mãos e fomos passear na festa, até mesmo pra mostrar pra mãe dele que o filhão tinha pego a melhor da festa, pra minha mãe e tia, tentei desviar mas nos encontramos em um momento no WC, acho que elas estavam me vigiando pois assim que saí do box as duas me puxaram pra um canto.
– Bom, vimos a Alex, bom vc sabe, de beijos com uma menina, que entendi ser a dama desse menino que você estava andando de mãos dadas, afinal, o que está acontecendo que agora nem eu sei mais. Disse minha mãe.
– Bom, mãe e tia, acho que vocês sempre perceberam que eu era gay!
– Sim, nós duas havíamos falado muito isso em sua adolescência, quando percebemos que nenhuma menina ficava com você por mais de 1 mês, mas não entendemos muito o motivo, embora nunca houve uma reclamação delas de algo nesse sentido, pelo menos é o que sua prima sempre nos contou. Mas o passado não está nos preocupando, queremos saber se primeiro o que está se passando com Nossas crianças e como isso agora afeta o fato de que eram namorados a menos de 2 dias e nem vamos entrar no mérito de ter nos escondido o fato.
– Mãe, tia, eu não sei nem o que falar, mas acho que teria que ter esta conversa junto com Vanessa né?
– Sim, disse minha tia, justo, mas o que queremos entender é se esse menino vai ficar te beijando a festa toda, seu pai e tio estão começando a se ligar, embora bêbados, mas nosso medo que eles surtem do nada e aí o escândalo tá feito.
– Bom, não quero tirar minha responsabilidade do que está acontecendo agora, de forma alguma, mas lembrem que a ideia partiu das senhoras, se não mediram as consequências, quem sou eu com pouca experiência pra medir, mas quanto aos seus maridos, o que posso lhe dizer que bêbados ou não, eu ouvi de mais de uma menina aqui que eles estão cheio de gracinhas com algumas madrinhas, inclusive titio, não sei se pra me provocar, ou se era efeito do álcool, passou a mão em minha bunda, todo sorridente, por duas vezes fez insinuações, uma até lá na ida pro churrasco mas não dei bola, não havia entendido..
– Como é, seu tio lhe passou a mão, lhe assediou, mas é pra já que resolvo!
– Por favor titia, cuidado, se ele se ligar que foi em mim e que eu contei, eu tô morta.
– Não, sobrinha, acho que sua mãe concorda, vamos chamar um Uber, colocar esses dois malas dentro e enviar pro hotel, que fiquem longe da festa, já tinha visto algo no bar, mas passar a mão é mais do que o limite, já faz um tempo que temos percebido eles fora de si, cometendo desrespeito até com nós, acho que esta festa vai ser um divisor de aguas, mas não se preocupe minha linda, será muito bem protegida e preservada por sua madrinha e mãe.
– Deixa que resolvemos com nossos maridos, quanto ao que conversamos, apenas cuide-se, já conversamos com Alex a pouco, então não nos decepcione, apenas se comportem-se, divirtam-se com sabedoria, se não nos encontrar é que fomos dar um jeito nos maridos.
Com isso eu sai, e meu namoradinho, como sua mãe havia lhe chamado, havia ficado mais distante, apenas aguardando eu conversar com minha mãe e tia, fiz um sinal e ele veio, me pegou e pedi para ir ver Alex, mas foi tiro e queda, nem bem o encontrei, caminhamos e já do outro lado da festa uma pequena confusão, mas nítido apenas para quem sabia o enredo, minha tia havia puxado titio para fora e estava lhe dando um sermão enquanto o Uber chegava e meu pai sem meio entender, mas sabendo que seu cunhado havia aprontando alguma ficou mais pianinho e abraçou ele ajudando a colocar no carro e partiram num misto de Titio falando merda e meu pai tentando fazer ele calar a boca, mas foi coisa de 1 ou 2 minutos e logo não se ouvia ou via mais nada, o carro já estava sentido hotel.
– Puxa, que decepção de papai, que confusão foi essa?
– Alex, outra hora conversamos, vamos nos divertir, titia e mamãe já conversaram comigo então não temos mais o que esconder, aproveitem e eu irei agora dançar com meu namoradinho de festa, querem ir junto pra pista?
Eu fiquei sentida, revoltada, sabia que esse episódio não era uma coisa tão anormal de acontecer, quantas meninas passam por assédio de pais, de tios, de parentes próximos. O motivo de eu ter mais de 18 anos não retira o peso do assédio, da tentativa de mexer com um corpo ou com alguém que não lhe deu liberdade, a culpa do álcool não muda o que a pessoa pensa ou age, assim como não é culpa de que eu estava vestida de mulher, me divertindo, sendo livre, sendo eu. Eu ainda iria conversar com meu tio, só não sabia se seria Valentine ou Vicente, mas teria uma conversa franca.
– Sim, vamos Alex, e assim fomos os quatro.
Logo estávamos descontraídos em uma roda de jovens, com alguns parentes da noiva, era engraçado pois meus parentes ficaram distantes de nós, só não sabíamos se era algum preconceito por descobrirem ou eram jacus de não se misturarem com estranhos, o que eu acho mais provável.
Houve uma ou outra confusão, copo quebrado e aquela folia de baterem palma, depois teve umas músicas lentas e fui dançar mas um outro menino pediu para dançar comigo e meu namoradinho, deixou, depois fui entender que era um primo dele Macho Alfa, que queria marcar território.
Deixei ele se achar o galã, tentou me cantar pra ir lá fora tomar um ar, mas desconversei, tentou me beijar e recusei, mas vi Robson tentando dizer para eu deixar ele beijar, depois ele fez um gesto e eu entendi.
Na próxima tentativa, eu deixei, ele me beijou, e não é que o menino tinha uma pegada bem sacana, tentou me apertou na bunda, mexeu na minha cintura tentando pegar no seio mas eu não deixei, pois era óbvio que ele viria que era silicone, mas eu apalpei seu pênis com uma das mãos e olha era bem pitoco, perdia fácil pro Robson.
Aí ele me cantou de volta.
– Hum que delicia de boca, não quer ir lá fora, tenho algo pra te mostrar, que sei que vai adorar ter em sua boca.
– Espere um pouco, vou no WC, me espere na saída lateral ali do jardim.
