Uma grande mudança em nossas vidas.Cap 3 - Revelações e a queda de Pedrão -3.1

Um conto erótico de Manfi82
Categoria: Heterossexual
Contém 3492 palavras
Data: 11/11/2024 12:00:56
Última revisão: 11/11/2024 12:17:52

Relembrando como terminei meu último relato:

“— Eu tenho uma proposta para você — disse, a voz soando estranhamente segura, com a gagueira quase ausente. — Para acabarmos de vez com aquele cara. Mas, para isso, você vai ter que lutar com ele e... perder.

Aquelas palavras me acertaram como um soco, especialmente quando ele terminou a frase com um sorriso sarcástico e um olhar sádico, que eu nunca havia visto antes.

O plano dele soava tão frio, tão calculado, e ao mesmo tempo, um desafio que eu não sabia se estava pronto para encarar.”

…..

*Sexta-feira, uma semana antes da luta*

Após meu pai me contar sobre seu plano, mantive-me calado. Era plausível. Nada mirabolante. Algo que fazia sentido, mesmo que ainda soasse um pouco surreal. Senti uma pontada no estômago, como se meu corpo estivesse respondendo ao que minha mente ainda não conseguia assimilar totalmente.

Sabia que a mente de engenheira da minha mãe tinha um peso considerável no plano. Eles pensaram em tudo; analisaram cada possibilidade. E isso, por algum motivo, me acalmava — como se minha mãe estivesse arquitetando não apenas um plano, mas uma espécie de rede de segurança para mim.

— Filho, você está bem? Entendeu direitinho o que seu pai disse? — minha mãe perguntou, interrompendo meu devaneio. Sua voz soava suave, mas firme, como alguém que já previu todas as minhas dúvidas.

Demorei um segundo para responder. Olhei para os dois, tentando processar a enormidade do que estavam me pedindo.

— Então… sobre a luta, eu terei que lutar, aguentar até o último round e depois… me entregar. É isso? — Minhas palavras saíram devagar, tropeçando um pouco, como se meu cérebro ainda estivesse lutando contra a ideia. A incredulidade apertava o peito.

— Sim — respondeu meu pai de forma seca, quase mecânica.

Mas o olhar dele… aquilo que seus olhos diziam era mais do que as palavras, e logo ele abaixou a cabeça. Parecia segurar o choro com uma força invisível que eu nunca o vi precisar antes.

Fiquei olhando, sentindo um nó crescer na garganta. Não era só difícil para ele, eu sabia, mas era angustiante ver meu pai nessa posição — ele sempre foi contra a violência, sempre acreditou que era possível resolver qualquer coisa com diálogo. E agora, ali estava ele, me pedindo para fazer justamente o contrário. Acho que era a própria contradição que o estava machucando.

Minha mãe estendeu a mão, fazendo um carinho leve no ombro dele. Mesmo assim, ele não parecia conseguir se acalmar. Mantinha o olhar determinado, mas eu percebia a tensão nas mãos, os dedos apertados como se cada um carregasse uma parte daquele peso.

— Filho, a luta será uma forma de tornar tudo o que aconteceu, tudo o que ele fez com você, com os outros estudantes e, principalmente, com as meninas… público — mamãe interrompeu o silêncio. Sua voz parecia uma âncora, firme, segura, como se estivesse tentando colocar todos nós em um lugar seguro.

Respirei fundo, absorvendo cada palavra dela, e percebi que, estranhamente, eu começava a sentir algo novo. Uma determinação surgia devagar, quase com cautela, mas era forte o suficiente para me fazer erguer a cabeça.

— Entendi, mãe. Vou fazer o meu melhor — respondi, tentando não deixar a voz trêmula. Dessa vez, senti que as palavras saíam com mais clareza, como se, pela primeira vez, acreditasse realmente nelas.

— Sua outra missão é igual ou mais importante. Ela é… fundamental… — meu pai acrescentou, tentando recompor a postura. A voz dele parecia voltar a um tom mais sólido, mas ainda havia uma tensão evidente.

— Você precisa fazer isso neste fim de semana. Seu pai precisa de uma resposta até terça, no máximo — completou minha mãe, agora com um tom mais acolhedor, como se quisesse embalar cada sílaba.

Saí daquele escritório sentindo um turbilhão dentro de mim. As informações giravam na minha cabeça, se misturando em um emaranhado confuso, mas, ao mesmo tempo, senti uma calma estranha, sabendo que meus pais estavam comigo. Eles acreditavam em mim, e isso fazia toda a diferença.

Naquele mesmo dia, liguei para Fabi e desmarquei nosso encontro. Não expliquei muito, só disse que algo tinha surgido. Depois que desliguei, uma pontada de culpa me atingiu. Eu gostava dela, e não queria ser evasivo, mas sentia que precisava manter o foco. Havia muita coisa em jogo.

Peguei o contato de Fernanda, uma estudante de enfermagem do segundo ano. Ela parecia ser a chave para algumas respostas que meu pai havia obtido, embora ele nunca tivesse me contado como tinha conseguido todas essas informações. O mistério em torno disso aumentava minha curiosidade.

Para minha surpresa, quando liguei para Fernanda, ela já esperava meu contato. Marcamos jantar em um restaurante japonês perto de sua casa. Quando cheguei, me vi comparando o lugar ao meu restaurante preferido. O ambiente era agradável, mas faltava algo que fizesse eu me sentir à vontade. Talvez fosse apenas o peso de tudo o que eu tinha que discutir naquela noite.

Fernanda era uma garota gordinha (não obesa), baixinha, e usava óculos que davam a ela uma aparência de seriedade. Era simpática e, com o tempo, percebi que ela conseguia manter a conversa leve, evitando o assunto principal até o final do jantar, como se quisesse me dar espaço para relaxar primeiro.

Ela era o tipo de pessoa que, mesmo em um encontro formal, conseguia fazer você sentir que estava falando com uma amiga de longa data. Aos poucos, a ansiedade começou a diminuir, e me vi respondendo com menos reservas, rindo de algumas observações dela. Senti que era o jeito dela de me preparar para o que viria.

Ao final do jantar, ela sugeriu que eu fosse com ela até sua casa. Eu tinha chegado de Uber, então aceitei o convite. Ela não tocou muito no assunto pelo caminho, provavelmente por ser conhecida pelos garçons e funcionários do restaurante, que nos observavam de vez em quando.

Quando chegamos à casa dela, um sobrado comum e modesto, percebi que os pais de Fernanda estavam em casa. Isso me pegou um pouco de surpresa, mas ela me guiou até o quarto sem hesitar. A sensação de estar ali, longe de olhares externos, fez com que eu sentisse que aquele era o lugar certo para ouvir o que precisava ser dito.

— Então, você é o cara que vai lutar com o Pedrão? — perguntou ela, com um sorriso leve e debochado.

Me mantive neutro, tentando controlar as emoções, mas sentindo o comentário cutucar minhas inseguranças. Ela me olhava com curiosidade, talvez esperando alguma reação, algum sinal de nervosismo. Depois de um breve silêncio, continuou:

— Não é nada pessoal… mas você ainda está meio fora de forma, sabe? E o Pedrão… ele é enorme. Aquele tipo de corpo de lutador.

Respirei fundo, lembrando de todos os meses de treino intenso e das dificuldades que enfrentei para perder peso. Ela tinha razão. Apesar de todo o esforço, ainda tinha algumas marcas do processo, aquele “abdome em avental” que denunciava o quanto meu corpo lutava para se adequar à intensidade dos treinos. Sorri sem graça e respondi, tentando manter firmeza na voz:

— Eu… eu não preciso ganhar a luta.

Fernanda ergueu as sobrancelhas, surpresa, mas o sorriso provocativo sumiu. Ela pareceu entender a seriedade da situação.

— Nossa! Admiro sua coragem — disse ela, agora com um sorriso sincero. — Sua mãe me contou sobre o plano de vocês.

Assenti, sentindo o peso do que estava por vir. Sabíamos que o objetivo era fazer o Pedrão pagar, não só por nossa luta, mas por tudo o que ele já tinha feito.

— Para que ele realmente sofra as consequências, precisamos falar sobre a Ana — continuou, o semblante mudando do descontraído para o sério em segundos. — Depois… você precisa conversar com ela.

A dor na voz dela era palpável, o queixo tremia, os olhos perdidos em algum ponto no chão. Eu não consegui me manter em pé e me sentei na beira da cama dela, a poucos centímetros de onde ela estava. Ela fez o mesmo, sentando-se ao meu lado.

— Ana foi chamada por ele para uma festa de réveillon — começou, a voz pesada, lutando contra as lágrimas. — Foi uma… uma suruba.

Ela hesitou, sem conseguir completar a frase. Eu entendi, o que ela queria dizer já estava claro demais. Fechei as mãos para controlar a vontade de interromper, de pedir para ela parar com aquela memória tão dolorosa.

— Quando sua… sua… — Fernanda tentou continuar, mas a voz falhou.

Eu tentei dizer algo, buscar alguma palavra de consolo que pudesse aliviar o peso que ela carregava. Mas ela ergueu a mão, pedindo para que eu a deixasse continuar.

— Por favor… me deixa falar. Eu preciso…

Fiquei em silêncio, respeitando o tempo que ela precisava. Fernanda inspirou fundo, e naquele instante, a dor dela passou a ser minha também. Eu sabia que cada detalhe dessa história tornava minha missão ainda mais necessária e, acima de tudo, mais pessoal.

Eu percebia claramente que a cabeça de Fernanda estava um turbilhão de pensamentos. De alguma forma, já compreendia que a tal garota, Ana, não era apenas uma colega de faculdade; havia algo mais profundo ali. Algo que, até então, eu não tinha percebido totalmente.

— A Ana foi minha caloura ano passado... e eu... eu acabei virando muito amiga dela — ela começou, com a voz um pouco trêmula, mas se forçando a manter a calma. — Eu comecei a me descobrir, a perceber que estava sentindo algo por ela, algo que não entendia completamente, mas que não podia e não devia abrir o jogo.

Ela me encarou com intensidade, como se estivesse compartilhando um segredo profundo. Seus olhos estavam marejados, mas não era só isso. Havia algo mais, como se a dor que sentia estivesse pesando demais sobre ela. Então, sem mais palavras, ela disse:

— Eu acho que sei tudo o que você sentiu com essa história da Amanda e do Pedrão.

Eu não consegui segurar a resposta. Sentia que estava na hora de me desarmar, de não tentar mais manter uma fachada de frieza. Já estava claro que a dor era algo que ambos estávamos carregando, e não tinha mais como ignorar isso. De alguma forma, ela entendia. E, naquele momento, meus sentimentos vieram à tona.

Nós dois começamos a chorar. Não precisávamos dizer nada, pois os motivos eram claros e compartilhados. Cada lágrima parecia carregar um peso que não podíamos mais sustentar. E, ao ver o rosto de Fernanda, tão vulnerável quanto o meu, foi como se o tempo parasse por um instante. Estávamos ali, juntos na dor, sem mais defesas.

Foi Fernanda quem interrompeu o silêncio, e quando me olhou novamente, seus olhos estavam vermelhos, com as bochechas ainda tingidas de vermelho e a maquiagem borrada pelas lágrimas. Sua voz estava um pouco mais firme, mas ainda havia um toque de fragilidade.

— Você não sabe o quanto te admiro! Eu provavelmente já estaria afundada nas drogas, ou teria arruinado minha vida de alguma outra forma, se estivesse em seu lugar

Eu sorri timidamente, retribuindo o gesto com um leve aperto na mão dela, que descansava sobre a coxa dela. Uma pequena ação, mas que transmitia muito mais do que palavras poderiam dizer. Eu também precisava de algum conforto, mesmo que fosse apenas uma conexão silenciosa.

O silêncio entre nós não durou muito. Fernanda retomou, agora com mais convicção:

— Sério, nesta história há muita omissão por parte dos possíveis namorados ou companheiros dessas garotas. E a maioria deles, sinceramente, se omite por pura covardia, mesmo dizendo que são homens.

Ela disse isso com uma firmeza que me deixou sem palavras. Aquela declaração foi como um soco no estômago, mas de uma maneira que fez sentido. Eu nunca tinha ouvido alguém expressar tão claramente o que estava dentro de mim, algo que eu havia sentido, mas não tinha a coragem de verbalizar.

— Você foi o único que eu vi confrontando aquele cara. E olha que eu já vi essa história se repetir várias vezes durante minha permanência nesta faculdade.

Ela se levantou rapidamente para pegar um envelope bege que estava sobre a mesa e, de costas para mim, completou, com a voz carregada de emoção:

— Você vai subir num ringue com ele, simplesmente para apanhar. Isso... isso é algo de se orgulhar.

Essas palavras dela mexeram profundamente comigo. Era como se uma luz tivesse se acendido em minha mente. Pela primeira vez, eu senti que talvez meu pai pudesse voltar a se orgulhar de mim, que eu pudesse finalmente parar de me sentir culpado por ter deixado Pedrão se aproximar de Amanda. Eu havia falado com ela, mas não tinha agido de forma efetiva. Agora, ao encarar aquela luta, algo em mim estava se transformando.

Esses pensamentos que surgiram na minha cabeça talvez não fizessem sentido, eu sabia disso. Muitos diriam que era irracional, mas, no fundo, nem sempre nossa mente é capaz de emitir pensamentos racionais. Às vezes, os sentimentos, as emoções, é que nos guiam, e não a lógica fria.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, cada um imerso em seus próprios pensamentos. Então, Fernanda retomou a conversa, com uma suavidade que contrastava com a força das palavras anteriores:

— Você vai dar tudo de si, não vai? Não é só sobre a luta, é sobretudo o que a gente deixou para trás. O que a gente não fez.

Eu só pude assentir, sem palavras, tentando processar tudo o que estava acontecendo. E ali, naquele momento, parecia que a vida me pedia algo que eu não poderia mais adiar.

Vou repassar na íntegra o relato de Fernanda sobre o que aconteceu com ela, Ana e mais uma garota.

….

“Naquele dia, quando estávamos no carro indo para Búzios passar o réveillon na casa de praia de minha família, Ana recebeu uma mensagem de voz de Pedrão.

Ele estava visivelmente aborrecido.

— Ana, minha putinha, não vê mais suas mensagens? — a voz dele soava ríspida e impaciente.

— Desculpa, Pedrão, não percebi as notificações — Ana respondeu, com um tom de desculpa forçada, mas eu percebia que ela estava tentando esconder algo em sua expressão.

Ela leu a mensagem, e seu semblante mudou de surpresa para um olhar de receio. Mas logo seu rosto se iluminou com um sorriso, como se estivesse tentando disfarçar o que sentia.

— Eu preciso que você venha ainda hoje. Entendeu? — a voz autoritária de Pedrão se fez presente mais uma vez.

— Sim, claro. Pode deixar — Ana respondeu prontamente, sem hesitar.

— Quem está aí com você? — ele perguntou, a curiosidade visível em seu tom de voz.

Ana me mostrou, sem muita escolha, e a expressão de Pedrão, mesmo através da tela, parecia avaliadora, como se estivesse nos analisando ali, no silêncio da chamada de vídeo.

Eu senti um desconforto imediato. Havia algo de errado em tudo isso, mas nada poderia impedir o que parecia ser um destino já traçado.

— Ana, vem você e essa moreninha que está no banco de trás. A gordinha não quero aqui — disse ele, com uma frieza cortante.

Eu senti a raiva crescer dentro de mim, mas me calei, tentando controlar minha expressão. Não queria mostrar o quanto aquilo me incomodava, mas Ana parecia, estranhamente, enfeitiçada por cada palavra dele. Sem dizer nada, ela pegou a saída para outra estrada, não a que nos levaria até Búzios.

Olhei para ela com espanto, mas ela me fez um aceno com a cabeça, um gesto silencioso que me lembrou que Pedrão ainda estava nos observando pela chamada de vídeo. Sua postura, mais tranquila do que a situação pedia, me desconcertava.

A outra garota que estava conosco era Michele, prima de Ana. Ambas eram lindas, o tipo de beleza que é constantemente exaltado pela sociedade, aquele padrão imposto que parecia natural para elas, mas de forma alguma para mim. Eu as observava, sabendo que não podia julgar, mas o desconforto me consumia.

Eu sei o que aconteceu naquela casa, mas não vou entrar em detalhes. Ana nunca fala sobre isso com ninguém, e tudo o que aconteceu ali, quem contou, foi Michele. Ela também pouco sabe. Mas, deixe-me explicar, tudo vai ficar claro.

Ana e Michele chegaram à casa de Pedrão e, com um sorriso forçado, minha amiga me entregou as chaves do carro. Ela me deu o endereço de Búzios e me pediu para esperar. Disseram que ficariam lá no máximo três dias. Eu, já magoada e irritada, não contestei.

Ana e Michele saíram do carro e entraram na casa. Dentro, o ambiente estava carregado de uma energia estranha, como se a casa inteira estivesse impregnada de algo sombrio. A quantidade de homens ali, todos nus, e as poucas mulheres espalhadas pelo lugar me causaram um arrepio na espinha.

Pedrão as recepcionou logo, e levou Ana para um quarto. Michele ficou sozinha na sala, observando tudo ao seu redor. O que ela viu era um cenário de total desconforto, um misto de festa e algo muito mais sujo e desrespeitoso. Ela disse que não sabia o que fazer com tanta gente ali, e o olhar de Pedrão, que parecia perscrutar cada movimento dela, fez sua sensação de desconforto crescer a cada minuto.

Michele ficou em silêncio, tentando encontrar uma saída mental daquilo tudo, quando viu sua prima. Ana voltava para a sala, nua, com o rosto coberto de sêmen, engatinhando atrás de Pedrão como se nada ali fosse anormal. O choque foi tão grande para Michele que ela ficou paralisada por um momento, incapaz de reagir.

Pedrão olhou para ela com uma intensidade que a deixou sem palavras. Ela queria sair, fugir, mas algo dentro de si a segurava. Quando finalmente conseguiu falar, pediu para ir para o quarto, dizendo que precisava tomar banho. Pedrão, sem se incomodar, mandou um dos homens que estava ali levar Michele para um dos quartos.

— Deixa o celular aqui — ele ordenou, e a voz de Michele tremia enquanto ela obedecia, sem saber o que ele queria. — Quando vocês forem embora, eu devolvo.

O comportamento dele parecia cada vez mais perturbador. Michele sentiu que havia algo de muito errado com essa exigência sobre o celular, mas só entenderiam o motivo dias depois.

Michele me contou que naquele dia e noite, os gritos, os sons de prazer e dor que ela ouviu eram insuportáveis. Ela tentou se isolar, mas tentaram invadir seu quarto algumas vezes. Felizmente, ela conseguiu trancar a porta a tempo. Durante aquelas duas noites e três dias, Michele se manteve trancada no quarto, sem comida, bebendo água do chuveiro, e esperando que a situação finalmente chegasse ao fim.

No último dia, ela acordou e sentiu que algo estava diferente. A casa estava estranhamente silenciosa, sem os sons de risadas ou conversas, sem ninguém na piscina. Era quase como se a casa tivesse sido abandonada, e aquele silêncio a assustava ainda mais. Já eram 11 horas, e ela não conseguia entender o que havia acontecido com todos. Ela estava ali, sozinha, sem respostas.

Ela se sentiu segura o suficiente para sair do quarto e seguiu em direção à sala. Lá, se deparou com uma das cenas mais surreais de sua vida.

Ana estava deitada no chão, na frente do sofá, claramente dopada. Seu rosto estava coberto por vestígios de um pó branco.

Ela estava inconsciente, mas, por sorte, ainda viva. O que realmente a chocou foi a maneira como encontrou sua prima: ambos os orifícios estavam invadidos por duas garrafas de champanhe, com muito sangue coagulado ao redor da parte de trás e, visivelmente, também ao redor e dentro da parte da frente.

Michele ficou desesperada. Tentou chamar sua prima, mas ela só respondia com grunhidos.

Foi então que Michele levantou a cabeça e, por sorte, encontrou tanto seu celular quanto o de Ana, junto com um bilhete escrito à mão.

"Temos diversos vídeos e fotos do que aconteceu. Sabemos também onde as duas moram. Deixem a casa assim que acordarem e se comportem. Espero não precisar me irritar com vocês novamente."

Demonstrando uma frieza impressionante, Michele tomou o controle emocional necessário para abrir o celular de sua prima e verificar todas as conversas de Pedrão com Ana desde o começo do ano. “Qualquer promotor ou juiz perceberia que havia uma série de ameaças relacionadas a abusos sexuais.” - pensou.

Como uma ótima estudante de direito logo chegou a conclusão: como não se tratava de um flagrante, seria preciso fazer uma denúncia para que a polícia tomasse providências. A denúncia poderia ser anônima, mas, caso Ana que fizesse a denúncia, Pedrão poderia pegar uma pena severa, já que o ocorrido seria classificado como um crime sexual grave.”

Após concluir seu relato, Fernanda desabou, chorando intensamente.

Eu a deixei se expressar e desabafar, e depois lhe disse que faria o possível para convencer Ana a registrar a queixa até o final de semana, custasse o que custasse.

Fernanda se recompôs, me agradeceu e me deu uma dica valiosa: Ana compõe músicas e sonha em conseguir escrever suas próprias canções. Essa informação foi crucial para alcançar meu objetivo naquele final de semana.

Mas contarei em meu próximo relato…

Continua…

Obs: FICA PROIBIDO A COPIA, EXIBIÇÃO OU REPRODUÇÃO DESTE CONTEÚDO FORA DESTE SITE SEM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO AUTOR.

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Comentários

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Feliz por encontrá-lo, caro Manfi! Tive que ler a sequênia para compreender tudo até aqui. Excelente! Fiquei impressionado com a desistência da vitória do personagem - Há de ter uma boa razão para quebrar o criminoso. Esse rapaz cantor tem na mão uma delícia de romance com uma mulher totalmente à disposição. Daí só mesmo o sentimento de se vincular à outra gostosa que o largara por uma suruba, justamente com o inimigo. Aqui eu racionalmente discordo. Acho que ele deveria embarcar numa relação com uma gatinha que já fez escolha por ele, declaradamente. Porém, é minha torcida. É uma torcida de leitor. Minha sintonia de leitura é na vibe do que escreve. Só tenha que agradece ao teu esforço e dedicação. Aguardo por tuas próximas novidades!

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Eu concordo 100 porcento com vc!!

Mas ele não tem um jeito de pensar "comum"

Eu não sou daqueles que fica tentando proteger personagens ou se importa com críticas em relação ao enredo e etc (desde que de forma respeitável).

Mas repare que ele não continuou com o relacionamento com ela!! Ele deixou claro que tinha perdoado ela, inclusive entendendo em partes o que ela fez, mas em nenhuma momento deu esperanças que iria voltar com ela.

Tanto que ele nem pensou nela, pelo menos em relação a um relacionamento amoroso, quando aceitou o convite para seguir com Marcus, para os EUA!!

Mas fiquem a vontade para discutir a história!! Se houver brechas me avisem, isso da muito mais ânimo do que mil likes!

Obrigado mais uma vez!!

Abraço

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Parabéns meu irmão, outro excelente capítulo!

👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼👊🏼👊🏼👊🏼👊🏼👊🏼

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Manfi, vc pediu posicionamento acerca de seu cinto, pois então lá vai... Este conto é extremamente bem escrito, com um roteiro desenvolvido com qualidade e um teor emocional gigantesco. Eu compraria o livro digital, se assim fosse oferecido. Como já disse em outra ocasião, é praticamente um romance. Não tenho críticas a fazer, tenho acompanhado a série sem problemas, pois o que procuro é uma boa história, cujo conteúdo sexual é apenas um dos ingredientes, não necessariamente o principal. Mas isso é a minha visão e opinião. Por outro lado, sugiro que vc, nos próximos contos, se decidir continuar na CDC, foque um pouco mais no conteúdo erótico, pois pelo que leio nos comentários, a maioria procura isso... Vejamos alguns autores que escrevem muito bem, desenvolvem um roteiro de qualidade e erotizam o conto com bastante desenvoltura e detalhamento da trama. Exemplos: Lael, Mark/Nanda, Nassau, Leon (mesmo não concordendo com sua visão no desenrolar de seus contos, é inegável o talento para escrever), Lukinha/Ida, Max, Jaque e suas amigas, etc...

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Obrigado pelo comentário amigo!

Essa crítica eu TB me faço!!! É por isso que realmente tenho dúvidas sobre se aqui é o melhor lugar para essa história!!

Mas eu prezo pelo realismo...nesta parte por exemplo, em que a Fernanda parece muito abalada com o que aconteceu, como vou colocar erotismo?? Entendeu.

Estou num problemao nesta história, a parte da Amanda que é delicada p caramba, tem muitas camadas com muitos temas espinhosos da atualidade praticamente passa despercebido.

Agora que vi onde vê o número de leituras isso ficou ainda mais claro p mim...

Sabe qual conto é o que tive mais audiência? O do desafio da cura, que nem programação fiz...isso é desanimador!!

Qt a comprar online, realmente não acho que mereça, eu me sentiria enganando as pessoas. E infelizmente, meus pais me fizeram esse cara que sou e que me sentiria mal por estar enganando alguém!!

Obrigado novamente pelo feedback. Isso que me dá ânimo p continuar essa história!!!

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Ah ainda hj devo postar o novo da outra série...aí sim dá p colocar erotismo...

A coisa voltará a ficar séria!!

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Vc está certíssimo em não colocar erotismo nessa parte, nesse momento não cabe. Mas não desanime, a pior coisa para leitores antigos na CDC, é deixar boas histórias inacabadas. Ao meu ver, sei conta está muito bom. Elogio sincero, se não gosto, não comento.

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Não esqueça das meninas do Ménage literário, a Jú também!

Concordo em partes, me desculpe entrar no assunto sem ser convidado, mas existe público para todos os contos, o que um não gosta, outro gosta, o famoso "CADA UM TEM UM GOSTO".

Eu curto d+ contos deste tipo, muitos autores acima citados, no meu ver, seguem os seus contos parecidos com este, muitas vezes sem sexo no capítulo, e em outros capítulos com muito sexo, o que chama a atenção no conto, não é o sexo, e sim o enredo, a escrita, o sexo é um complemento da trama.

Nem sempre a quantidade de leitores, significa a qualidade do conto!

Não se prenda a isso, continue fazendo o que vc faz com seu coração, com sua alma, e ponto, pois daí vc terá seus leitores assíduos, como acontece com outros autores!

Parabéns de novo meu irmão!

Abraços!

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Poh obrigado, juro sem saber o que responder!!

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