Era uma quarta-feira chuvosa e eu tinha acordado, como de costume, às seis da manhã; fiz o café, arrumei o meu guri, acordei Eduardo, meu marido, e saí para levar o baixinho para a escola às 7:15 e, depois, comecei a rodar com o carro. Rotina diária, sabe?
Eduardo e eu somos expatriados e, enquanto ele trabalha para uma empresa de tecnologia, eu passo o meu dia fazendo Uber e entrega de comida por aplicativo. Nós temos uma vida confortável graças ao emprego do Edu mas sempre trabalhei no Brasil e não ia ficar parada aqui. Como minha formação no Brasil não é aplicável aqui, eu vou fazendo o que dá.
Depois de rodar por duas horas sem receber nenhuma corrida ou pedido de entrega, eu desisti. Tem dias em que é melhor não sair da cama, e hoje era um deles. Encostei o carro no estacionamento de uma loja de departamentos e comecei a mexer no celular. Entre um reel e outro, recebo uma mensagem no WhatsApp:
“Bom dia amore. Tudo bem? Saudades.”
Era Roberto (para contexto, Roberto é meu cumpadre e eu conto como nosso relacionamento começou no conto “A primeira vez que dei para o meu cumpadre”).
Quando você não o conhece, Roberto é bem tímido e parece meio ogro. Não é de muitas palavras e é bem anti-social. Mas esse comportamento é só até ele fazer amizade com você; depois você entende que ele é daqueles que, quando você estiver com frio, ele tira o casaco dele para te esquentar. E quando você se torna mais íntima, descobe que ele tem esse jeitinho carinhoso; meio grudento às vezes, mas sem exageros. Hoje, parando para refletir, acho que foi esse jeitinho que me conquistou.
Respondi, quase que imediatamente:
“Dia de merda. Nada até agora.”
“Posso te fazer um café pra alegrar o seu dia? Ou um cafuné?" – a resposta veio alguns segundos depois.
“Até que não seria uma má ideia, mas eu preciso bater a meta do dia.” – é claro que eu não sou obrigada a cumprir meta nenhuma, mas é bom ter um objetivo todos os dias que saio para trabalhar. Mandei em seguida: “Não quer pagar minha diária não? Aí eu passo o dia aí tomando café com você. rs”.
“hmmmm... quanto você faz por dia?”
“$250 no mínimo”
“Poxa, não sabia que eu precisava pagar pela sua companhia :-(”
“Não precisa bobo. Mas... se você pagar... faço o que você quiser enquanto eu estiver aí... ;-)” – dia chuvoso; saudades do Roberto... junta as duas coisas e eu só precisava de um pretexto pra passar o dia agarradinha com ele.
“O que eu quiser?”
“rs. sim”
Na mesma hora em que enviei a resposta, recebi uma nova notificação no telefone. Era o Apple Cash, indicando que eu acabara de receber $250 do Roberto. Dei um sorriso e pensei: “safadinho.”
Desativei os aplicativos e coloquei no GPS o endereço de casa – Roberto e Tetê eram nosso vizinhos de condomínio. Eu sabia que Tetê estaria no trabalho e que ela trabalha em horário regular, de 9 as 5 da tarde. Edu era quem buscava nosso guri as cinco quando voltava do trabalho e o filho do Roberto não estaria em casa antes das quatro da tarde que era a hora que o ônibus escolar chegava. Eram 9:30 da manhã, teríamos bastante tempo pra curtir.
A vantagem de sermos amigos inseparáveis e morarmos no mesmo condomínio é que ninguém, nem mesmo a Tetê ou o Edu, estranharia o meu carro estar parado no porta da casa deles. Quando toquei a campanhia, Roberto atendeu com um sorriso de orelha a orelha e quando entrei, me tascou aquele beijo cheio de língua que durou uma eternidade mas menos do que deveria.
– Eu sei que nos vimos final de semana mas pra mim já passou muito tempo. Vem, o café está pronto.
Mesa posta com o café – quentinho – em um bule, xícaras com pires para cada um de nós, e um prato com biscoitos amanteigados sortidos. Edu certamente chamaria Roberto de afrescalhado ou viadinho ao ver todo esse capricho, mas eu não sou o Eduardo e essa atenção dispensada à mim era sempre bem-vinda. Não que eu seja mimada; do contrário, desde pequena sempre fui um pouco largada e ao crescer nem eu nem Edu nunca nos ligamos a detalhes, então ser tratada como uma princesa de vez em quando fazia muito bem ao ego. Levamos um bom tempo ali tomando o café e jogando conversa fora, até que era hora do Roberto voltar a trabalhar.
Roberto não trabalhava mais na mesma empresa que Eduardo e agora travalhava de casa. Nos dirigimos ao seu escritório e, quando Roberto sentou em sua cadeira, fui sentar em seu colo. Eu já estava com tesão e precisava honrar o pagamento que recebi. Mas, para a minha surpresa, Robeto me empurrou levemente, me impedindo de sentar. Ele olhou pra mim e disse:
– Tenho uma reunião agora. Senta ali no sofá e espera. – O sofá ficava encostado na parede oposta da mesa, de forma que, quando estava sentado na cadeira de frente para o computador, Roberto ficava de costas para mim. Ele pegou o fone de ouvido, colocou em sua cabeça e girou a cadeira, se virando para mim:
– Tira a bermuda e fica só de calcinha. – Seu olhar era sério e seus olhos estavam fixados nos meus enquanto falava. Eu acho que abri a boca um pouco, surpresa, quando recebi a ordem.
Quem me conhece sabe que eu não sou exatamente uma santa e quando converso com amigos, principalmente depois de beber umas e outras, eu dou a impressão de que sou uma devassa na cama. A verdade, porém, é que sou muito contida e o sexo com o Edu é bem básico; nada de brinquedos, fantasias, dominação, ou outras coisas mais apimentadas. Mas desde que comecei o relacionamento como Roberto, venho me transformando pois ele tem esse jeito singelo e tímido por fora mas entre quatro paredes é uma pessoa totalmente diferente.
Certa vez me surpreendi quando a Tetê contou que, voltando de um jantar a dois, ela veio pagando um boquete desde o restaurante até em casa, culminando com ele gozando na boca dela e ela engolindo tudo; ou uma outra vez em que eles transaram dentro da piscina (de plástico, mas enfim) que fica no quintal – para vocês entenderem, as nosssas casas tem quintal e são relativamente privativas, mas se você for em alguma janela do segundo andar consegue ver o quintal dos outros vizinhos. Eu jamais faria algo do tipo com Edu.
E agora aqui estava eu, obedecendo meu amante, meu namorado. Tirei minha bermuda jeans como ordenado e instintivamente fiquei esperando a próxima ordem, que veio assim que terminei:
– Agora – ele disse – tira a blusa e o sutiã e fica só de calcinha. – mais uma vez obedeci, ainda tentando me acostumar com a situação.
– Senta no sofá e abre bem as pernas. – obedeci mas confesso que não estava muito confortável.
– Agora você vai afastar a calcinha e me mostrar sua buceta. – eu ia argumentar, mas tinha algo na forma em que ele me olhava que me inibia de dizer qualquer coisa e me impelia a cooperar. Então, em um movimento meio tímido, afastei o máximo que pude e deixei minha buceta à mostra.
Roberto deu um sorrido sacana e ficou admirando. Notei seu pau já duro por debaixo do short. Ele se virou na cadeira para se conectar à reunião que o aguardava mas rapidamente se virou de volta. Levantou o microfone do seu fone (que aprendi depois servir para colocar o fone no mudo) e disse:
– Não se preocupa que a câmera fica sempre desligada. – senti um alívio pois ainda não estava pronta para servir de prato de voyeur. Eu iniciei o movimento para colocar a calcinha no lugar mas Roberto foi mais rápido:
– Tá fazendo o quê? Não falei pra tampar nada. Pode começando a tocar uma pra mim. – Dessa vez ele foi longe demais. Acho que a última vez que me masturbei eu tinha uns 17 anos. Tentei argumentar mas Roberto foi incisivo:
– Você falou que se eu pagasse você ia fazer tudo o que eu quisesse. Eu quero que você toque uma pra mim agora.
Definitivamente me senti uma prostituta de quinta categoria. Mas foi o combinado e se por um lado eu não queria, por outro eu me sentia excitada pela atitude do Roberto. Então, comecei os movimentos. Acariciava meu clitóris, passava o dedo pelos grandes lábios, me penetrava com um dedo, até que comecei a ser tomada por um calor. Os movimentos se intensificaram, eu me penetrava com dois dedos, depois três. Instintivamente comecei a apertar de leve meus mamilos enquanto minha cabeça se jogou para trás no sofá. Minha respiração era ofegante e meus gemidos antes discretos agora eram mais altos e desinibidos. O calor se intensificou à medida que os movimentos aceleraram até que senti um choque elétrico e senti meus dedos ficarem enxarcados. Eu gozei, em um orgasmo delicioso. Desfaleci sem forças no sofá, enquanto via Roberto acariciando seu pau por debaixo do short.
O bendito filho da puta, mais uma vez, me fazendo descobrir prazeres que eu desconhecia ou havia esquecido. Reunião terminada, Roberto sentou do meu lado, me abraçou e me deu um beijo. Ficamos agarrados longos minutos com ele acariciando minhas coxas. Enquanto nos beijávamos mais uma vez, Roberto foi me colocando deitada no sofá. Quando estava em posição, carinhosamente afastou as minhas pernas e se ajoelhou no chão. Eu já sabia o que estava por vir. Sorri e fechei os olhos para receber sua língua acariciando meu clitóris. Roberto tinha um jeito de me chupar que parecia me beijar a boca, sua língua movia-se em uma cadência constante com uma leve pressão no clitóris enquanto seu dedo me penetrava e me acariciava em certeiro no ponto G. Não era necessário muito esforço para me fazer gozar e pela segunda vez no dia gozei, menos intensamente do que da primeira vez, mas um orgasmo gostoso como todo orgasmo deve ser.
Até então estava me achando no lucro. Roberto me pagou $250 só para me fazer gozar? Tem negócio melhor? Roberto trabalhava enquanto eu descansava deitada no sofá. Estava quase dormindo quando ele se levanta e para na minha frente, tirando o short e a cueca e jogando-os para o lado. Eu já sabia o que ele queria. Sentei-me no sofá ficando com seu pau duro na altura certa. Sem hesitar, enfiei o mastro na boca e iniciei os trabalhos. Eu punhetava enquanto chupava a cabeça, hora lambia as bolas, hora enfiava o pau até o fundo da minha garganta. De tempos em tempos Roberto segurava minha cabeça com ambas as mãos e fodia minha boca vigorosamente. Antes de gozar, Roberto tirou o membro de minha boca, puxou meus cabelos pela nuca – forte, mas sem violência – e me deu um tapa de leve na cara. Não fora a primeira vez que ele fez isso mas eu confesso que ainda não estava acostumada e o ato ainda me causava um certo espanto – e, misteriosamente, um imenso tesão.
Roberto me puxou para ficar de pé, me virou de costas para ele e me direcionou para ficar de joelhos no sofá, de costas pra ele, me apoiando com o tronco no encosto. Já imaginei o que viria pela frente.
Ele nem falou nada. Passou seu pau na portinha da minha buceta pra melar ainda mais. Apontou a cabeça na porta do meu cuzinho, esfregou um pouquinho de um lado para o outro e de cima para baixo e com um movimento firme e certeiro, enfiou a cabeça que entrou com uma certa resistência. Dei um grito pois a dor me pegou de surpresa mas Roberto não quis saber e com movimentos de vai e vem foi enterrando seu mastro dentro do me canal anal. Eu apertava os dentes entre gritos e gemidos e quando entrou tudo, ele parou e ficou ali abraçado em mim.
Quando Roberto sentiu que eu relaxei um pouco, reiniciou os movimentos de forma lenta e cadenciada. Aos poucos a dor foi dando lugar ao prazer mas meu cu ainda ardia. Os movimentos se intensificaram e eu sentia uma mistura de amor e ódio e dor e prazer e queria matar e amar Roberto. Meus gritos se confundiam com gemidos à medida que seu pau entrava até o fundo e saia quase todo até que com um movimento forte seu pau entrou até o fundo e começou a despejar seu néctar dentro de mim. Gozei em um orgasmo confuso; parte prazer, parte ódio.
Roberto tirou o pau de dentro e beijou minha nuca, me abraçando por trás e me acariciando. Se eu tive raiva em algum momento e pensei em degolá-lo com uma faca de pão cega, agora eu queria beijá-lo e abraça-lo e amá-lo até que a morte nos separasse.
Depois de alguns minutos fui ao banheiro me limpar enquanto ele retornava ao trabalho. Outra reunião, aparentemente. Deitei no sofá, barriga para baixo e bunda para o alto e acabei cochilando. Ou dormindo. Ou desfalecendo. Não sei ao certo e nem por quanto tempo porque acordei sendo violada. Ainda confusa senti um certo peso pressionando meu corpo contra o sofá e, adivinhem, meu cuzinho ardia novamente. Roberto estava em cima de mim com a rola atolada até o fundo. Tentei argumentar e reclamar mas o filho da puta só me mandou calar a boca e obedecer. Relaxei o máximo que pude enquanto Roberto me usava como a prostituta que eu era naquele dia. Dessa vez os movimentos não eram lentos, eram fortes e cada estocada entrava o máximo que podia dentro do meu cuzinho. Em algum momento até comecei a sentir prazer, não tanto pela penetração mas por estar sendo usada como uma vagabunda. Não demorou e Roberto gozou mais uma vez, dessa vez tirando o pau de dentro e despejando o leite em minha bunda e costas.
Reclamei e pedi para ele me limpar. Nunca gostei muito de porra. Roberto me olhou de forma séria e se dirigiu ao banheiro para pegar papel. Ao invés de me limpar, ele disse:
– Depois desse tempo todo você ainda não gosta de leitinho? Pois vai aprender a gostar.
Naquela época Roberto e eu estavamos nos relacionando a apenas alguns meses e embora normalmente eu não gostasse, ele me fazia engolir seu leite.
– Porra é que nem vinho. – disse – É preciso tempo para aprender a apreciar.
Dito isso, ele passou o pau em minhas costas, sujando-o com seu esperma, e dirigiu-o para a minha boca. No começo não abri a boca e a porra foi se acumulando ao redor dos meus lábios. Depois da terceira ou quarta vez Roberto puxou meu cabelo pela nuca e quando abri a boca para dar um gritinho, ele enfiou seu pau todo de uma vez. Não tive escolha a não ser limpar o líquido que se acumulava ali. No final, acabei engolindo toda a porra que ele havia jogado em cima de mim.
Não satisfeito ainda, Roberto me postou sentada no sofá de frente pra ele, pau duro roçando meu queixo, e me mandou chupar. Quando abocanhei seu pau, ele segurou minha cabeça com ambas as mão e começou a fuder minha boca. As vezes em que eu parecia sem ar ele tirava o pau e me dava alguns segundos para me recompor, mas logo em seguida enfiava tudo novamente e retomava os movimentos. Quando estava para gozar, Roberto tirou o pau e me mandou abrir a boca, e disse que eu não tinha opção: se não obedecesse, ia gozar na minha cara e me fazer engolir tudo de novo como antes. Achei que seria mais rápido se a porra entrasse toda em minha boca. Além do mais a ideia de levar leite na cara não era nada agradável.
Os jatos vieram, alguns caindo em minha língua e outros acertando o fundo da garganta. O gosto não era de todo ruim – o pior era o cheiro que lembrava água sanitária – e logo tinha engolido tudo. Como de costume, quando terminei, Roberto me deu um beijo apaixonado limpando os resquícios que sobraram.
Ficamos um longo tempo abraçados no sofá trocando carinhos até que Roberto se levantou e preparou um delicioso almoço para nós. Comemos e ficamos deitados no sofá até a minha hora de ir, um pouco antes de seu filho chegar da escola.
Quando nos despedimos, Roberto disse em meu ouvido que me amava e que nunca faria nada que soubesse que eu não aguentaria ou gostaria. E, no fundo, ele estava certo. Apesar das minhas reclamações, eu gostava da forma como ele fazia o que fazia; era um pouco agressivo, mas no fundo sempre muito carinhoso e respeitoso e era isso que eu precisava na minha vida. Era o que eu não tinha em casa com o Edu. As vezes, o ordinário se torna insuficiente e é no abismo da insatisfação que buscamos o extraordinário. Roberto era extraordinário, e estavamos apenas começando a nossa jornada.