(Karol)
Finalmente, o dia chegou. Eu mal podia acreditar que, depois de tanto tempo, estaria frente a frente com Mauro outra vez. A noite foi longa e o sono, inquieto. Cada vez que fechava os olhos, o coração insistia em acelerar, como se já antecipasse aquele momento, enquanto uma leve tensão tomava conta dos meus braços, que tremiam mais que o normal.
Levantei antes mesmo do sol se erguer por completo, tentando dissipar a ansiedade com uma série de exercícios: esteira, agachamentos e outros movimentos que sabia que Mauro apreciava. Queria que ele desfrutasse cada detalhe quando voltasse, e essa ideia me dava forças para continuar.
Depois de tudo, tive que me juntar à mesa para o café da manhã com minha família. Estar com meus pais era suportável, mas minha irmã… só de vê-la, meu estômago revirava. A cada palavra dela, sentia minha paciência se desgastar; parecia que o tempo se arrastava em sua presença.
Assim que terminei de comer, me refugiei no quarto, fechando a porta como quem isola o mundo lá fora. Coloquei uma música suave para tentar acalmar os nervos e, ao som dela, me entreguei a um momento de fantasia, olhando algumas fotos nuas que Mauro tinha me enviado. Só de ver aquelas imagens, sentia minha pele formigar. Pensei em usar meu consolo, mas resolvi deixar minha bucetinha apertadinha para caso as coisas dessem certo com Mauro.
Fechei os olhos e deixei a lembrança do corpo daquele homem tomar conta de mim: seu cheiro, o jeito como ele me fazia ficar excitada apenas com o olhar. Nunca tive alguém que me deixasse tão satisfeita como ele, em todos os sentidos.
Por volta das onze, o celular vibrou. Era Carlão, perguntando se podia me buscar. Suspirei, frustrada. Ele sempre tinha boas intenções, mas, naquele dia, sua presença parecia um incômodo. Eu sabia que ele poderia atrapalhar, como se pudesse interferir no que eu precisava que fosse perfeito. Depois de hesitar, aceitei a carona, mas decidi que seria melhor não chegarmos juntos.
Sozinha, respirei fundo, tentando acalmar a inquietação. Cada detalhe do que estava por vir passava pela minha mente. O cheiro de Mauro, o calor do seu toque e aquele olhar que sempre me fazia perder o controle... Era isso que eu queria, e era para esse momento que estava me preparando.
…….
(Mauro)
Na noite anterior a festa, tivemos uma noite de sexo intensa, Paola e eu conseguimos nos reconectar como se minha viagem não tivesse acontecido.
Era difícil explicar, mas a viagem para Floripa me transformou. Senti que havia redescoberto partes de mim que estavam adormecidas; voltei com mais confiança e maturidade, e parecia que isso transbordava em cada olhar e gesto que trocávamos.
Levantei-me para ir ao banheiro e, ao voltar, fiquei parado por um tempo, apenas admirando aquela mulher. Ela era perfeita. O jeito como sempre fomos amigos, confidentes, amantes... tudo isso fazia com que eu me sentisse completo ao tê-la ao meu lado.
Ela despertou pouco depois e, ao perceber que eu a observava, lançou aquele olhar provocador e me chamou:
— Vai ficar só olhando? Vem me pegar…
Adorava o jeito dela, a forma como me fazia sentir como se eu fosse o melhor em qualquer situação. Com um sorriso malicioso, deitei-me ao lado dela e subi pela cama, aproximando-me o suficiente para lhe dar um beijo de bom dia. O sorriso dela fazia com que eu perdesse completamente a razão.
Mantendo o olhar fixo em seus olhos, desci meu corpo e me posicionei entre suas pernas. Ver aquela bucetinha, toda vermelha e aberta por causa do que aconteceu durante a madrugada, me excitou ainda mais.
Fui com minha boca em direção a sua vagina e dei um beijo em toda a sua extensão, na parte de fora. Ela respondeu com um gemido baixo, abrindo mais as pernas.
Comecei a beijar suas coxas, na parte interna, passando por sua grutinha de vez em quando e dando aquele mesmo beijo do começo.
Em pouco tempo, ela começou a choramingar:
— Mauro, por favor… me chupa… ou então me come, por favor… tá me deixando louca.
Dei uma risada, debochando da reação dela, e subi pelo corpo dela, distribuindo beijos: pela barriga, pelos seios, pescoço, até chegar na boca. Depois de um beijo rápido, virei seu rosto e sussurrei em seu ouvido:
— Já são onze da manhã. Dormimos muito. Se você se comportar, quem sabe eu faço o que me pediu mais tarde.
Ela me olhou um pouco surpresa e, logo em seguida, me puxou contra o corpo.
— Por favor… seu safado gostoso… não me deixa assim. Por favor…
Foi quando, sem pensar muito, acabei falando algo que fez o clima no quarto ficar um pouco pesado.
— Por que não pede isso para o Henrique…
Na hora, vi sua expressão mudar. Eu realmente não queria confrontos, não naquele momento, mas o jeito como ela reagiu me mostrava que ela entendeu o que eu queria dizer.
Sem esperar resposta, levantei da cama, peguei minha roupa e comecei a me vestir.
— É sério… começa a se trocar. Essa festa vai ser um tormento pra mim… quanto mais cedo chegarmos, mais cedo eu posso ir embora.
Saí do quarto e terminei de me arrumar na sala. Aqueles minutos esperando Paola me fizeram refletir sobre tudo: meu relacionamento com ela, a falta de sentido em sentir ciúmes, e a tal japonesa que também estaria na festa. Minha cabeça estava cheia de pensamentos conflitantes. Precisava me acalmar e pensar.
Quando ela apareceu, uns vinte minutos depois, fiquei surpreso com o que vi. Paola estava deslumbrante, com um vestidinho curto de cor amarelada que contrastava com sua pele e o tom dos cabelos, que estavam presos de forma leve, quase soltos. A maquiagem era suave, ideal para o calor e o sol que faziam o dia insuportável. Ela era perfeita – e a noite passada só confirmava isso.
No carro, a caminho da festa, o silêncio entre nós parecia mais denso que o próprio ar. O som do motor, as rodas rodando sobre o asfalto quente, tudo parecia amplificado nesse vácuo desconfortável.
Meus olhos se mantiveram fixos no volante, mas minha mente estava longe, em um turbilhão de pensamentos. A tensão entre nós era palpável, quase como uma névoa, e eu sabia que precisava quebrá-la, mas cada palavra que passava pela minha cabeça parecia errada.
Com um esforço, busquei coragem e disse, a voz falhando, quase inaudível:
— Paola, você esteve com Henrique, não esteve?
Ela não respondeu de imediato. A respiração dela estava mais pesada, e eu podia ver a rigidez de seu corpo, a tensão nas mãos dela, que estavam apertadas sobre a coxa, como se o simples ato de se manter ali fosse um esforço. Cada movimento dela estava carregado de algo que eu não sabia como decifrar.
O silêncio que se seguiu foi como um peso extra sobre meus ombros. Meu estômago revirou, e por um instante, me arrependi de ter tocado naquele assunto. Mas era tarde demais; as palavras estavam no ar, e não havia como voltar atrás. Paola respirou fundo, como se estivesse reunindo forças para enfrentar a conversa, e finalmente falou.
— Mauro, eu sempre fui e sou apaixonada por você. Sempre estive aqui, esperando, mas você nunca me viu além de sua amiga, sempre me procurava só para conversar ou, quando muito, para... transar.
Essas palavras me atingiram como uma pancada, e eu fiquei paralisado, sem saber o que dizer. O que ela dizia tinha uma verdade cruel que eu não queria ouvir, mas precisava. Eu nunca a valorizei da maneira que ela merecia, e agora era tarde demais para mudar isso. Fui egoísta, insensível, e o peso da culpa apertou minha garganta. Meus pensamentos começaram a se confundir, e uma sensação de fracasso tomou conta de mim. O suor frio começou a escorrer pela minha testa, as mãos tremeram levemente sobre o volante, como se o corpo tentasse externar a tensão interna que me consumia.
Paola, mais uma vez, foi quem quebrou o silêncio. Sua voz tinha uma firmeza que contrastava com a fragilidade que eu sentia.
— Se resolve com sua Japinha. Converse com ela e se decida. Eu saí algumas vezes com Henrique, sim, mas foi antes de você. Ele continua me mandando mensagem, insistindo para sairmos, mas eu... eu não vou ficar te esperando para sempre. E, provavelmente, vou estar com ele mais vezes enquanto você não se resolver. Agora é com você. Vai ter que me conquistar.
Suas palavras me desestabilizaram ainda mais. Eu senti a irracionalidade e a insegurança voltarem, como uma onda que não pude controlar, me arrastando para o fundo. As lembranças de como fiquei devastado após aquele dia que confrontei a Karol. Me senti novamente sufocado com meus próprios pensamentos. O peso da solidão novamente invadiram minha mente e, eu, de forma patética, sem pensar, acabei perguntando:
— Paola… você quer namorar comigo?
Ela soltou uma risada, mas não era uma risada de desprezo. Era uma risada que misturava ironia e um toque de diversão, como se ela me visse ali, vulnerável, tentando desesperadamente encontrar uma resposta que eu sabia que ainda não tinha. Ela continuou sorrindo, seus olhos fixos nos meus, e eu senti meu rosto esquentar, o rubor tomando conta de mim.
— Namorar com você, sim! — ela respondeu, ainda com aquele sorriso travesso, mas a intensidade nos olhos dela me deixou com uma sensação estranha. — Mas você vai ter que lidar com a concorrência.
Aquelas palavras me martelaram, me fizeram duvidar de tudo, mas ao mesmo tempo, algo ali despertava uma chama de desejo por conquista, de saber que ainda havia algo ali para ser conquistado. Mas, naquele momento, meu foco estava em outra coisa.
Finalmente, chegamos à festa. O carro parou, e a porta se abriu, mas eu mal conseguia processar tudo o que tinha acontecido naquele curto espaço de tempo. Eu não queria estar ali. A festa parecia a última coisa que eu desejava. Porém, o medo de que Paola ficasse sozinha com Henrique me consumia, mas o que eu sentia de mais forte era a incapacidade de tomar o controle das coisas. Eu que sempre me aceite experiente, maduro, sempre tive o controle, agora estava novamente refém de minhas emoções. Minha parte racional desapareceu e eu me vi refém de meus sentimentos.
Eu sabia que a resposta dela, aquelas palavras, haviam mexido comigo de uma forma que eu não queria admitir, e ainda assim, o medo da perda me arrastava para aquele ambiente onde tudo o que eu queria era fugir.
…..
(Karol)
Cheguei cedo à festa, cumprimentei minha prima com um sorriso e entreguei o presente. A verdade é que, naquele momento, eu não estava exatamente à procura de uma interação social. Estava distante, absorvida pelos meus próprios pensamentos, e a festa parecia mais uma obrigação do que uma oportunidade de diversão.
Com o passar do tempo, apesar das conversas em roda, com Carlão sempre ao meu lado como uma sombra, algo começou a me incomodar. Meu coração acelerava a cada segundo, batendo forte no peito. Mordi o canudo do meu drink, quase como uma tentativa de me distrair, e mantive os olhos fixos no portal lateral da casa, esperando, ansiosa, que Mauro aparecesse.
E então, ele chegou. A surpresa foi imensa quando o vi entrando, acompanhado de uma mulher loira, com os braços dele envolvendo sua cintura de forma quase possessiva. A visão foi como um soco no estômago.
Eu estava feliz por vê-lo novamente, sem dúvida, mas ao mesmo tempo, algo desconfortável se formou no fundo do meu peito. Ver Mauro, sempre tão cuidadoso e respeitador, trazendo outra mulher para um evento de alguém de minha família era algo que eu não esperava. Ele parecia tão... distante, tão diferente de como eu o lembrava.
Demorou um pouco até que ele me visse. Quando seus olhos finalmente encontraram os meus, não pude deixar de notar o brilho que refletia na luz suave do sol. Ele parecia estar em paz, mas logo sua expressão se fechou e, com um simples gesto de cabeça, apontou para algo ao meu lado. Senti um frio na espinha. Ele estava apontando para Carlão, que, naquele momento, ainda me segurava pela cintura, como se fosse natural.
Senti uma onda de confusão misturada com uma pontada de insegurança. O que estava acontecendo? Como ele me via agora? O que eu realmente significava para ele? Aquelas perguntas começaram a se multiplicar na minha mente, enquanto eu tentava, sem sucesso, controlar a ansiedade que estava tomando conta de mim.
Continua….
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