A recuperação do meu pai foi tranquila, e ele só retornaria ao trabalho depois do Carnaval. Nesse período, celebramos momentos muito especiais. O Bruninho completou seu primeiro ano de vida, e a festa foi grandiosa, reunindo toda a nossa família, a da Letícia e amigos próximos. Até a tia Sônia, irmã da minha mãe, veio para a capital especialmente para o aniversário, o que trouxe ainda mais alegria para o evento. Aproveitamos a ocasião para realizar também o batizado do Bruninho, fazendo um "dois em um". Os padrinhos escolhidos foram Caio e Sofia, e o dia foi inesquecível.
Tudo estava caminhando bem, inclusive meu relacionamento com Bernardo. Algo estava diferente entre nós, embora eu não soubesse explicar exatamente o que. Desde o Natal, vínhamos ficando juntos, e a conexão parecia evoluir de forma natural. Não havia cobranças, tampouco aquela expectativa de fidelidade. Por outro lado, percebi que, durante esse tempo, não me envolvi com mais ninguém além dele. Não foi por falta de oportunidades, mas por pura falta de interesse. Talvez isso dissesse muito sobre o que estávamos construindo.
Falando em "ficar", JP estava passando por uma situação complicada. Ele estava completamente apaixonado pelo meu tio, Alysson, e essa paixão o consumia. Não era apenas uma admiração passageira; ele estava realmente envolvido. A situação exigiu uma conversa franca:
— Amigo, não adianta você se envolver com o meu tio. Pra ele, é só sexo. Ele tem esposa, filho, e ainda está se preparando para concorrer à prefeitura do Alto. Ele não vai largar tudo isso para viver um romance com você. Você precisa colocar isso na sua cabeça.
— Eu sei, amigo — JP respondeu, visivelmente abalado. — Só que não é fácil. Me pego pensando nele 24 horas por dia.
— Mas quanto mais você se envolver, mais difícil vai ser sair disso.
— Eu sei...
— JP, tenta seguir em frente. Sei que é fácil falar, mas você precisa tentar mudar o foco. Eu adoro o meu tio, mas sei exatamente o que ele pode oferecer. E não passa disso.
Apesar da conversa séria, ficou claro que JP teria que encontrar sua própria forma de lidar com esses sentimentos. Eu queria ajudá-lo, mas, no fim, sabia que essa era uma batalha que ele precisaria enfrentar sozinho.
O Carnaval chegou, e todos nós fomos para o Alto, famoso por seu carnaval tradicional. A cidade vibrava com trios elétricos nas ruas, blocos animados e bandas grandes. O ponto alto de cada dia eram os shows na "ilha", um espaço dedicado às apresentações. Não era uma ilha de verdade, mas o nome pegou, e até hoje ninguém sabe explicar direito.
Fomos todos para a fazenda do meu tio: eu, Bernardo, Sofia, JP, Felipe, Breno, Brenda, Lucas e Gustavo. Meu tio ficou radiante ao receber a casa cheia, e não era para menos. Seriam quatro dias de folia, mas saímos na sexta bem cedo para evitar o trânsito caótico da estrada. Quando chegamos, um verdadeiro banquete nos aguardava. Meu tio tinha mandado abater um boi, então havia churrasco, feijão verde, arroz e outras delícias típicas do interior. A recepção foi tão calorosa que começamos a comemorar ali mesmo.
Depois de guardar nossas coisas, nos reunimos para comer, beber e relaxar. A tarde foi recheada de conversas e risadas, mas também havia um clima tenso no ar. JP e meu tio evitavam trocar olhares mais longos, já que a tia Claudia estava presente. Meu maior receio era que JP bebesse demais e acabasse expondo meu tio de alguma forma. Rezei para que tudo se mantivesse sob controle.
Quanto a mim, eu estava com Bernardo, e o clima de casal estava evidente. Isso, no entanto, parecia incomodar Gustavo, que me lançava olhares furtivos de tempos em tempos. Segundo Brenda, ele ainda tinha um interesse em mim, mas, para mim, Gustavo sempre foi apenas um lance do passado.
Brenda e Lucas, que estavam visitando o Alto e a fazenda pela primeira vez, estavam empolgados. Fiz questão de mostrar cada detalhe. Lucas estava especialmente animado, enquanto Brenda, vez ou outra, tinha suas crises de ciúmes. Ela era muito ciumenta, mas Lucas sempre a acalmava com paciência, tirando suas inseguranças de letra.
Foi durante essa noite que descobri um talento especial de Lucas: ele cantava e tocava violão incrivelmente bem. Organizamos uma fogueira na fazenda, e Lucas trouxe seu violão para o centro da roda. Cada música que ele tocava arrancava aplausos e elogios. A cena era encantadora: ele, com aquele carisma natural, cativava todos à sua volta. Brenda, claro, não perdia a oportunidade de se gabar do namorado, mas quem podia culpá-la? Lucas era realmente muito bonito, e esse dom musical só aumentava seu charme.
A noite foi uma mistura de risadas, música e boas conversas. Era apenas o primeiro dia, mas a energia já era contagiante. O Alto prometia ser palco de momentos inesquecíveis.
O sol da manhã iluminava os campos ao redor da fazenda, e o cheiro da terra misturado ao frescor do orvalho tornava tudo mais vivo. Lucas queria andar de cavalo, e estava animado, mas ao mesmo tempo visivelmente nervoso, parado ao lado do cavalo que eu tinha escolhido para ele. Era um animal manso, de pelagem castanha e olhar tranquilo, perfeito para um iniciante.
– Certo, Lucas, este aqui é o Apolo – comecei, enquanto acariciava o pescoço do cavalo. – Ele é bem tranquilo, perfeito para a sua primeira vez.
– Primeira vez em tudo, né? – ele respondeu rindo, mas dava para notar a tensão em sua voz. – Eu nem sei por onde começar.
– Relaxa, cara, vou te guiar em tudo. Primeira coisa: passa a mão nele. Faz com que ele confie em você.
Lucas hesitou, mas estendeu a mão e tocou levemente o focinho do Apolo. O cavalo bufou baixinho, e Lucas deu um passo para trás.
– Calma! Ele só tá sentindo seu cheiro. Ele não vai te morder – garanti, rindo da reação dele.
– Tá, mas ele é muito maior do que parece nos filmes, hein? – comentou Lucas, com um misto de fascínio e receio.
– É porque ao vivo é bem diferente. Agora chega mais perto e passa a mão no pescoço dele. Isso, assim mesmo.
Lucas começou a relaxar, acariciando o cavalo com mais confiança.
– Pronto, agora vamos pra sela. Vou segurar aqui pra você – disse, ajustando os estribos e verificando as fivelas. – Primeiro, coloca o pé no estribo e segura firme aqui na sela. Usa a outra mão para segurar a crina, mas sem puxar muito, tá?
Lucas me olhou desconfiado.
– Tá falando como se fosse simples, mas eu sou descoordenado demais pra isso.
– É simples! Só que, se você cair, já sabe, né? Vai ser motivo de zoação pelo resto da viagem.
– Nossa, ótimo incentivo – respondeu ele, rindo.
Ele colocou o pé no estribo e tentou se impulsionar. O movimento foi um pouco desajeitado, mas consegui segurá-lo a tempo de evitar um tropeço.
– Calma aí, Lucas! Não tenta pular de uma vez. Faz com mais suavidade. Aqui, vou te dar um empurrãozinho.
Coloquei a mão em suas costas e o ajudei a subir na sela. Dessa vez, ele conseguiu montar direitinho. Lucas segurou as rédeas com firmeza e olhou para mim, orgulhoso.
– Caraca, tô em cima de um cavalo!
– Sim, parabéns, você virou um cowboy – brinquei, ajeitando o chapéu dele, que estava torto. – Agora, vamos ao próximo passo: andar.
– Andar? Espera, eu mal consegui subir!
– Relaxa, Apolo vai no ritmo certo. Só aperta levemente as pernas contra ele e dá uma puxadinha suave na rédea direita pra ele virar.
Lucas seguiu minhas instruções com cuidado, e o cavalo começou a caminhar devagar. Ele arregalou os olhos, como uma criança descobrindo algo incrível.
– Meu Deus, tô andando! Olha isso, Rafa! – disse ele, animado.
– Tá indo bem, cowboy! Só cuidado pra não se empolgar e querer correr antes da hora.
Enquanto Lucas ganhava confiança, caminhei ao lado dele, guiando Apolo por um pequeno trajeto. O sorriso de Lucas era contagiante, e ver sua alegria genuína tornava o momento ainda mais especial.
– Sabe, isso é incrível. Nem sei como explicar. Parece... libertador.
– É exatamente isso. Quando você pega o jeito, cavalgar vira uma das coisas mais gostosas de fazer. Daqui a pouco, você já vai querer correr pelo campo – respondi, enquanto montava meu próprio cavalo.
– Duvido, mas... quem sabe?
Ele riu, e seguimos juntos por um tempo, a brisa leve acariciando nossos rostos e os sons da fazenda compondo a trilha sonora daquela manhã especial.
Enquanto Lucas ia ganhando confiança no Apolo, ouvimos o som de passos se aproximando. Era a Brenda, que vinha em nossa direção com um sorriso radiante.
– Olha só, o meu cowboy! – ela exclamou, batendo palmas enquanto Lucas, com uma postura quase profissional, fazia o Apolo andar devagar.
– Tá vendo isso, amor? Eu nasci pra isso! – Lucas brincou, erguendo as rédeas com orgulho, embora o Apolo continuasse no ritmo tranquilo de sempre.
– Nasceu mesmo! Já vou até encomendar um chapéu pra você – respondeu Brenda, rindo.
Nesse momento, Bernardo e Sofia apareceram, cada um conduzindo um cavalo. Bernardo já estava montado, parecendo totalmente à vontade, como se tivesse feito isso a vida inteira. Ele me lançou um sorriso maroto antes de passar por nós, puxando o cavalo para o lado do meu.
– E aí, amor, vai montar ou precisa de ajuda? – ele provocou, piscando.
– Já montei o meu, só tava ajudando o iniciante aqui – respondi, apontando para Lucas.
– Por favor, não chama o Lucas de iniciante. Ele tá levando isso a sério – Sofia entrou na conversa, enquanto ajeitava a sela do cavalo dela.
– Tô mesmo, hein! E sem cair até agora – Lucas respondeu, todo orgulhoso.
Brenda disse logo depois, olhando para os cavalos com um misto de admiração e pavor.
– Acho que vou ficar só olhando mesmo – disse ela, cruzando os braços. – Esses bichos são muito grandes pra mim.
– Ah, Brenda, deixa de frescura! Vai na garupa comigo – sugeri, apontando para o meu cavalo, um alazão manso chamado Júpiter.
Ela hesitou, mas acabou aceitando.
– Tá bom, mas só porque confio em você, viu? Se esse cavalo correr, eu te mato!
– Relaxa, ele é tranquilo. Vem cá, vou te ajudar a subir – disse, segurando sua mão enquanto ela subia cuidadosamente atrás de mim.
Quando finalmente estávamos prontos, Lucas não perdeu a oportunidade de soltar uma piada:
– Ainda bem que você é gay, Rafa. Porque se não fosse, com essa Brenda aí na garupa, meu Deus.
Todos caíram na risada, inclusive Brenda, que fingiu dar um tapa no braço de Lucas.
– Lucas, você é terrível! – ela exclamou, rindo, enquanto ele ria junto, claramente satisfeito com a própria piada.
– É sério! O Rafa é carismático demais. Se ele fosse hétero e tivesse que competir, tava perdido – ele continuou, piscando pra mim de forma brincalhona.
– Pode parar, Lucas. Tá ficando convencido já – retruquei, rindo.
Com todos prontos, começamos a cavalgar pelos campos. O vento fresco batia em nossos rostos enquanto conversávamos e trocávamos brincadeiras. Lucas, agora mais confiante, se aventurava a trotar um pouco com o Apolo, enquanto Brenda o seguia agarrada na minha cintura, observando cada movimento com admiração.
Bernardo, como sempre, parecia em casa no cavalo, galopando um pouco mais à frente, mas sempre voltando para verificar se todos estávamos bem. Sofia seguia tranquila, apreciando a paisagem ao redor.
Era uma manhã perfeita, cheia de risadas, leveza e momentos que, com certeza, ficariam gravados na memória de todos nós.
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Decidimos levar todo mundo até a famosa cachoeira da família. Era um dos nossos cantinhos mais especiais, e a ideia de mostrar aquele lugar para os que ainda não conheciam me deixava animado, seria a primeira vez que não rolaria putaria naquela cachoeira, um grande marco nessa historia hehe.
– Vocês vão amar – comentei, olhando para Lucas, que vinham logo atrás no ritmo lento dos cavalos.
– Essa cachoeira é mesmo tudo isso que você tá falando? – perguntou Brenda, um tanto desconfiada, mas com curiosidade nos olhos.
– Vai por mim. É mais bonita do que as fotos que tirei e mostrei pra vocês.
A trilha até a cachoeira era cercada de verde, com o som de pássaros e o cheiro da natureza tomando conta. Bernardo liderava o grupo, Sofia e Letícia vinham logo atrás dele, conversando e apontando as árvores altas e o brilho do sol atravessando as folhas. Lucas parecia encantado com tudo, absorvendo cada detalhe como se quisesse guardar tudo na memória.
Depois de quase meia hora de caminhada – e muita expectativa por parte dos novatos – chegamos ao lugar. A vista era de tirar o fôlego.
– Uau... – foi tudo o que Lucas conseguiu dizer, parando abruptamente e ficando estático ao ver a cachoeira pela primeira vez.
– Meu Deus, Rafa, isso é lindo demais! – exclamou Brenda, largando as rédeas do cavalo e correndo para a beira da água.
A queda d’água descia com força, formando um véu cristalino que brilhava sob a luz do sol. A piscina natural ao pé da cachoeira refletia o céu azul e as árvores ao redor, criando um cenário que parecia saído de um sonho.
– Isso aqui é inacreditável! – disse Lucas, descendo do cavalo com certa pressa. Ele ficou parado por um momento, admirando a paisagem.
– Bem-vindos ao nosso lugar secreto – anunciei com um sorriso, desmontando também.
– Lugar secreto mesmo... E com razão. Dá até medo de contar pra alguém e estragar – brincou Lucas.
– Vocês têm que entender que essa cachoeira é mais do que só um ponto bonito pra gente – comecei, enquanto Brenda se ajoelhava na beira da água, tocando-a com a mão. – É aqui que a nossa família sempre vem pra relaxar, pensar na vida... e, bom, resolver certas pendências. – Lancei um olhar de lado para Bernardo, que entendeu na hora, mas ficou em silêncio, rindo de canto.
Brenda notou e cruzou os braços, olhando para mim e para Bernardo com curiosidade.
– Pendências? Que tipo de pendências?
– Nada demais, amiga. Coisas de família – desconversei, dando uma piscadinha para aliviar o clima.
Lucas não conseguia desgrudar os olhos da cachoeira. Ele se aproximou da água e tirou algumas fotos com o celular, tentando capturar a beleza do lugar.
– Rafa, sério... Você devia cobrar entrada pra esse paraíso – ele comentou, rindo.
– E acabar com a paz do lugar? Nem pensar – retruquei, rindo junto.
Logo depois, todos começaram a se acomodar. Bernardo e Sofia foram os primeiros a mergulhar, enquanto Letícia, ainda com receio, ficou mais próxima da margem.
Foi nesse momento que percebi que Gustavo e JP não estavam conosco.
– Ei, cadê o Gustavo e o JP? – perguntei, olhando ao redor.
– Devem estar "ocupados", se é que você me entende – respondeu Brenda, arqueando as sobrancelhas e rindo.
Eu apenas sorri, balançando a cabeça.
– Aposto que eles estão aproveitando mais do que a gente aqui – ela completou, arrancando risadas do grupo.
Todos riram da observação da Brenda, mas ela, como sempre, tinha razão. Gustavo e JP haviam trocado olhares e pequenos flertes ao longo da viagem, então não era surpresa que estivessem aproveitando o tempo sozinhos.
– Bem que você disse, Rafa, que o JP não ia ficar parado nesse carnaval – Lucas comentou, sentando-se em uma pedra próxima à cachoeira, observando a água cristalina.
– É, parece que o cupido andou trabalhando, né? – acrescentei, rindo.
– Ainda bem que não chamamos. Assim eles têm mais tempo pra... sei lá, se entenderem – disse Sofia, que tirava fotos da paisagem enquanto tentava enquadrar todo o cenário, incluindo a cachoeira e os cavalos amarrados próximos.
A manhã na cachoeira foi tranquila e cheia de risadas. Brincamos na água, conversamos sobre tudo e nada, e o tempo parecia fluir de maneira diferente ali. Cada um aproveitou o momento à sua maneira, mas o encanto do lugar deixou uma marca em todos nós.
Quando o sol começou a ficar mais alto, decidimos voltar para a fazenda. O almoço já estava nos esperando, e precisávamos nos preparar para o primeiro bloco do carnaval, que sairia às 16h.
Ao chegarmos à fazenda, o cheirinho de comida já tomava conta. Tinha feijão verde, arroz de leite, carne de sol na manteiga e uma salada caprichada. A mesa estava farta, e minha tia Claudia nos recebeu com um sorriso:
– Vocês chegaram na hora certa! É só lavar as mãos e se servir.
Sentamos para comer e, como sempre, as conversas ao redor da mesa foram recheadas de piadas e histórias engraçadas. Lucas ainda estava empolgado com o passeio a cavalo e contou a todos sobre a experiência.
– Nunca imaginei que montar cavalo fosse tão divertido. Até parece que nasci pra isso! – disse ele, enquanto Brenda revirava os olhos, rindo.
– Ah, claro, um cowboy nato – ela provocou.
Depois do almoço, todos começaram a se arrumar. A energia da fazenda estava contagiante, e o clima de carnaval já tomava conta. Cada um colocou sua melhor fantasia ou look carnavalesco. Lucas e Brenda foram de roupas combinando, algo mais casual, enquanto eu e Bernardo optamos por camisas leves e shorts, prontos para o calor da folia.
Por volta das 15h30, estávamos todos prontos e subimos na caminhonete que nos levaria ao centro do Alto. O caminho foi uma festa por si só, com todos cantando e fazendo barulho, cheios de expectativa para o que a noite nos reservava.
Ao chegarmos, a rua já estava tomada por foliões. O bloco estava prestes a sair, e a música vibrante já nos chamava para a festa. Bernardo segurou minha mão por um momento, me puxando para perto dele no meio da multidão.
– Tá preparado? Hoje vai ser inesquecível – ele disse, com aquele sorriso que me fazia sentir que realmente seria.
E assim começou o nosso primeiro dia de carnaval, com a promessa de fortes emoções e memórias que ficaríamos relembrando por muito tempo.