Perdi todo meu dinheiro no Tigrinho, e agora sou corno (parte 3)

Um conto erótico de Mais Um Autor
Categoria: Heterossexual
Contém 1109 palavras
Data: 16/11/2024 21:24:12

Eu estava evitando o futebol de quarta-feira exatamente para não encontrar o Marcos. A presença dele ali no casamento fez meu estômago revirar. Eu fiquei com a sensação de que, a qualquer momento, ele fosse comentar algo que revelaria para Maya a farsa que eu era.

Aflito, eu tentava controlar a minha respiração, para minha ansiedade não se tornar uma crise de pânico. E apesar do meu medo de ser exposto, Marcos não parecia ter nenhum interesse em mim. Aproveitando que estava em outra dimensão, ele ficou de costas para mim conversando com a minha esposa.

Maya nunca havia citado o nome do Marcos, eu não tinha ideia que eles já se conheciam. Pela conversa dos dois, deu para perceber que não só se conheciam como eram amigos de longa data. Comentavam sobre os amigos da adolescência e o que cada um estava fazendo da vida. Uma conversa até que inocente, na verdade, mas algo me incomodava.

Cada vez que eles riam, Marcos se aproximava mais da minha esposa, e o jeito como eles se olhavam fazia meu desconforto aumentar. Mesmo com eu ali plantado do lado deles, eles estavam flertando, ignorando totalmente a minha existência.

Essa questão já havia sido uma fonte de brigas com Maya no passado. Era clara a diferença no comportamento dela quando interagia com homens e mulheres. Com os “amigos” dela, ela mexia no cabelo, rodopiava a aliança no dedo, e ria exageradamente a cada comentário. Sinais clássicos da revista “Capricho” sobre como saber se alguém está a fim de você.

Maya dizia que eu imaginava coisas, e meu ciúmes era excessivo. Eu sabia que não era coisa da minha cabeça. Alguns amigos já haviam me procurado para comentar quão desrespeitosas eram algumas atitudes dela. O pior era quando os caras com quem ela estava sendo "simpática" viam isso como um convite para dar em cima dela descaradamente.

"Vamos pegar alguma coisa para beber, Má?" disse, tentando agir antes que a situação piorasse.

"Traz dois Gins com tônica para a gente", Marcos disse, como se eu fosse o garçom da festa. Fiquei puto, porque Maya não reagiu e apenas continuou a conversa.

Busquei a bebida com o sangue fervendo. Era a primeira vez em semanas que eu esquecia da dívida, já que meu cérebro estava totalmente focado em fantasiar maneiras de assassinar o Marcos. Cheguei a até mesmo a empurrar uma velha na fila do bar, provavelmente a avó do noivo, para ser atendido mais rápido.

"Vem comigo rapidinho?", disse para minha esposa quando entreguei os drinks dos dois, mal disfarçando a fúria no meu rosto.

Ela me seguiu, finalmente se afastando de Marcos. Mas, antes que eu pudesse falar qualquer coisa, Maya disse com um tom irritado: "Não começa, Paulo. A gente não pode ter um dia feliz?"

Aquela resposta me desarmou um pouco, não era comum minha esposa ser tão arisca. Ainda assim, eu precisava entender melhor o que estava acontecendo.

"Da onde você conhece o Marcos?"

"Ele é só um amigo", Maya disse e deu um longo suspiro, demonstrando a completa insatisfação com aquela conversa.

Eu não continuei com o interrogatório, apesar da minha esposa não ter respondido à minha pergunta. Eu estava com muita dívida no cartório, insistir poderia até mesmo levantar suspeita das besteiras que tinha feito.

A gente se separou na festa. Enquanto Maya dançava e conversava com suas amigas, eu fiquei em um grupinho de maridos, mais focado em beber do que prestar atenção na conversa que estava rolando.

Como um falcão, eu vigiava cada passo de Maya, tomado por uma mistura de ciúmes e medo de ser exposto. Mais de uma vez, Marcos se aproximou para falar com ela, e tive que assistir de longe eles rindo.

Quando peguei minha quinta ou sexta dose de Whisky, até tomei um susto quando procurei Maya no salão e não a encontrei. E pior, Marcos também havia sumido.

Vasculhei cada canto daquele lugar, desesperado. Andei pela pista, os bares, as mesas do jantar e nada. Faltava apenas olhar a parte externa e os banheiros. Meu coração acelerava, preocupado com a ideia de que os dois pudessem estar no banheiro juntos.

Até fiquei aliviado quando encontrei os dois fumando. Na realidade, era para eu ter ficado puto, odiava que Maya fumasse. Porém, considerando que a alternativa era que minha esposa estava transando com meu agiota, Maya ter câncer de pulmão daqui a alguns anos não parecia um problema sério, pelo menos no naquele momento.

Me aproximei dos dois, que só notaram minha presença quando eu estava a menos de um passo de distância deles. A conversa, que estava animada e cheia de risos, ficou silenciosa assim que perceberam que estava lá, foi enfurecedor.

Maya deu uma última tragada no cigarro e arremessou a bituca no chão. Quando ela começou a caminhar em direção ao salão, me preparei para segui-la, mas Marcos segurou meu braço.

"Fica aqui um pouco, preciso conversar com você."

Senti o frio percorrer minha espinha. Não tinha nenhuma possibilidade daquela conversa ser prazerosa para mim.

"O que eu faço com você, Paulo?", ele falou em um tom calmo. Ele fez uma pausa prolongada, me encarando, e eu tremi. O frio, o álcool e o medo de apanhar se espalharam pelo meu corpo.

Marcos devia ter uns 10 centímetros a mais que eu e era bem forte. Claramente, o tempo que eu havia dedicado construindo minha família e minha carreira, ele passou na academia. Eu sairia bem prejudicado caso ele decidisse reaver o dinheiro dele na base da violência.

"Cobrar os caloteiros é a parte que eu mais odeio desse trabalho. Já sei que você não vai conseguir me pagar..."

Eu não tive capacidade de argumentar, pedir mais tempo ou prometer que logo o pagaria. Fiquei olhando para baixo, como uma criança tomando bronca da professora.

"Eu tenho uma proposta. Acho que é a melhor opção para nós dois..."

Mesmo sabendo que seria uma proposta indecorosa, eu ainda assim fiquei curioso para ver o que ele ofereceria.

"Se você e Maya passarem um final de semana na minha casa de praia, eu zero a multa do seu contrato e você pode retomar o pagamento no ano que vem."

Meu problema era que eu não havia nascido no dia anterior àquele casamento. Sabia que ele não era um riquinho excêntrico que estava apenas buscando o verdadeiro significado da amizade. Ele queria, na verdade, passar o final de semana com a minha esposa.

<Continua>

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Semana que vem eu posto a continuação aqui!

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