Desejo amor 1

Da série Desejo amor
Um conto erótico de Olga
Categoria: Crossdresser
Contém 1788 palavras
Data: 17/11/2024 19:53:54

O dia amanheceu calmo, exatamente como Rosa Camila gostava. A luz dourada do sol atravessava as cortinas de linho branco, desenhando sombras suaves nas paredes do quarto. Ela abriu os olhos devagar, deixando que o som distante do vento entre as árvores e o canto sereno dos pássaros fossem o prelúdio de mais uma manhã tranquila. Rosa Camila nunca acordava com pressa; para ela, o dia só fazia sentido se começasse com suavidade.Sentada na beira da cama, ela alongou os braços, permitindo que a brisa fresca entrasse pela janela aberta. Seu olhar pousou sobre a penteadeira de madeira clara, onde sua coleção de maquiagem e acessórios estavam organizados com cuidado. Escolheu uma blusa de algodão bege, leve, e uma saia longa com estampas florais, que lhe dava liberdade de movimento.Em frente ao espelho, sua rotina era quase um ritual. Passou uma base leve, apenas o suficiente para uniformizar sua pele clara, destacando o tom rosado natural de suas bochechas. Uma sombra perolada foi aplicada de forma sutil nas pálpebras, enquanto o rímel realçava seus cílios sem exageros. Rosa adorava maquiagens suaves, mas o batom era sempre uma escolha de personalidade. Naquela manhã, escolheu um roxo discreto, com a profundidade de um vinho envelhecido, que contrastava delicadamente com o restante de sua aparência. Para ela, cada detalhe importava; sua maquiagem era uma extensão de sua alma. Já pronta, desceu as escadas em direção à cozinha, onde o aroma do café recém-passado já dominava o ambiente. Pegou sua xícara de porcelana favorita – branca, adornada com desenhos delicados de ramos de lavanda – e encheu-a com o líquido quente e aromático. Na varanda, encontrou seu refúgio. A pequena mesa redonda, coberta por uma toalha branca de crochê, era seu lugar preferido para começar o dia.Enquanto tomava o café, os olhos de Rosa Camila percorriam o jardim, seu orgulho e alegria. As margaridas, lírios, lavandas e roseiras pareciam florescer em um espetáculo dedicado a ela. Todas tinham sido cuidadas por suas mãos. Havia algo profundamente terapêutico no ato de jardinar, um processo que a conectava com o ciclo da vida. Inspirada pelo momento, terminou sua xícara e caminhou descalça pela grama, sentindo o frescor da terra em contato com os pés.Perto do canteiro das roseiras, pegou sua tesoura de poda, que mantinha sempre limpa e afiada. Cada planta recebeu sua atenção. Removendo folhas secas, ajustando galhos e colhendo algumas flores frescas, Rosa se perdeu no tempo, quase como se estivesse em uma conversa silenciosa com suas companheiras verdes. Ao final, fez um pequeno buquê com margaridas e lavandas, que mais tarde usaria para decorar a mesa da sala de estar.Por volta das nove da manhã, Rosa Camila seguiu para seu pequeno ateliê. Esse espaço, localizado no canto mais iluminado da casa, era onde ela se permitia sonhar. As paredes estavam adornadas com quadros de sua autoria, paisagens delicadas e naturezas-mortas cheias de vida. No chão, telas aguardavam por novas criações, enquanto pincéis e tintas estavam organizados em potes coloridos. Rosa escolheu um dos bancos altos e começou a desenhar.Os traços eram delicados, mas seguros. Inspirada pelo buquê recém-colhido, esboçou flores com pétalas detalhadas, misturando tons de lilás, branco e verde. De vez em quando, parava para observar o resultado, inclinando a cabeça como se as flores no papel estivessem lhe contando segredos. Perder-se em sua arte era uma forma de meditação. Ali, o mundo exterior desaparecia, e só existiam as cores, as formas e a música suave que tocava ao fundo. Quando o relógio marcou onze horas, a fome começou a se manifestar. Deixando o ateliê, Rosa Camila foi para a cozinha, onde tudo estava perfeitamente organizado. Começou a preparar o almoço com o mesmo cuidado que dedicava a todas as outras atividades. Primeiro, lavou um punhado de legumes frescos, colhidos de sua própria horta: cenouras, abobrinhas e brócolis. Picou-os com destreza e colocou-os em uma panela com azeite e ervas frescas, o aroma já preenchendo o ambiente. Enquanto os legumes cozinhavam, preparou o arroz, adicionando um pouco de alho dourado para dar sabor. Por fim, temperou pedaços de frango com alecrim e tomilho, ambos colhidos de seu jardim, e os levou ao forno. O cheiro que emanava dali era um convite para o almoço, carregado de aconchego e familiaridade.Antes de se sentar para comer, Rosa arrumou a mesa na sala de jantar. Escolheu uma toalha de linho branca, pratos de porcelana com bordas douradas e talheres brilhantes. No centro, colocou o buquê de margaridas e lavandas que havia montado mais cedo. Tudo parecia um quadro vivo, uma pintura cuidadosamente composta.Quando o almoço ficou pronto, ela se sentou, olhando pela janela. Com um suspiro profundo, sentiu-se plenamente grata pela manhã que havia vivido. Não era preciso mais do que isso: um jardim, cores, sabores e um pouco de silêncio. Rosa Camila tinha o dom de transformar a simplicidade do dia a dia em algo quase mágico, encontrando poesia em cada detalhe.E assim, enquanto almoçava, o relógio marcava o fim de uma manhã que para muitos poderia parecer comum, mas que para Rosa era um presente.Depois do almoço cuidadosamente preparado e apreciado, Rosa Camila decidiu que precisava de um toque mais forte para continuar seu dia. Foi até a cozinha e preparou um expresso. Era quase um ritual; escolheu a cápsula com atenção, observando o líquido escuro e fumegante preencher sua xícara de porcelana. Ao segurar a pequena peça entre as mãos, sentiu o calor se espalhar, reconfortante. Sabia que precisava desse momento antes de atravessar aquela porta – a porta que ninguém mais tinha permissão de abrir.A madeira da porta era antiga, marcada pelo tempo, com uma maçaneta de metal escurecido que parecia conter segredos. Ao chegar, Rosa deslizou os dedos pela superfície, sentindo as imperfeições da madeira sob a ponta dos dedos. Aquele simples toque trazia um arrepio de antecipação. Girou a maçaneta lentamente, o rangido ecoando como um chamado. Quando abriu a porta, o ar ali dentro era diferente, carregado de algo denso, quase íntimo.O ambiente foi iluminado com o estalar do interruptor. A luz amarelada revelou o quarto quase clínico, mas de uma maneira peculiar. Não era apenas um espaço de funcionalidade; havia um tipo de cuidado em cada detalhe. Frascos organizados nas prateleiras, instrumentos perfeitamente alinhados, e, no centro, a peça principal: a cama de látex brilhante que dominava o canto do cômodo.Deitada na cama estava uma figura que parecia ao mesmo tempo frágil e cativa. Seu corpo estava envolvido pela estrutura de látex, que moldava cada curva e ângulo como uma segunda pele. Apenas o rosto estava visível, pálido e sereno, enquanto tubos conectados ao látex se estendiam até uma máquina próxima, que emitia um zumbido suave e contínuo. Rosa Camila entrou no quarto como quem retorna a um templo, carregando sua xícara de café com uma elegância calculada.Ela se aproximou lentamente, seus passos quase inaudíveis no chão limpo. Ao chegar à cama, inclinou-se, observando o rosto imóvel. “Ah, você está linda hoje,” murmurou, o tom de sua voz repleto de um afeto que soava tanto verdadeiro quanto perturbador. Ela tocou o rosto da pessoa com a ponta dos dedos, traçando uma linha lenta da testa até o maxilar. “Sempre tão perfeita. Tão minha.”A pessoa na cama, apesar de consciente, não reagia além de um leve tremor nas pálpebras. Rosa sorriu, inclinando a cabeça como se esperasse alguma resposta que sabia que não viria. Havia algo quase lascivo em seu olhar, enquanto seus dedos continuavam a explorar o rosto e o pescoço exposto. “Eu me pergunto... será que você sonha? Será que pensa em mim enquanto dorme aqui, tão protegida?”Ela se sentou na beira da cama, cuidadosamente colocando a xícara de café ao lado. Com um pano úmido, começou a limpar o rosto da pessoa, seus movimentos ao mesmo tempo gentis e carregados de um tipo estranho de posse. “Você não sabe o quanto é sortuda. Quantas pessoas têm alguém disposto a cuidar de cada detalhe? A te manter viva... intacta?”Havia uma doçura perversa em seu tom, como se as palavras fossem carícias. Terminando de limpar o rosto, Rosa puxou um canudo fino que estava preso aos lábios da pessoa e mergulhou a ponta na xícara de café. “Só um pouco,” disse, despejando lentamente o líquido quente pelo tubo. Seus olhos não deixavam o rosto da pessoa, analisando cada reação, cada pequeno movimento dos lábios.Depois de alimentar a figura com o café, Rosa se inclinou mais perto, tão próxima que seus lábios quase roçaram os da pessoa presa. “Você sente isso, não sente? Cada gota, cada toque... você sabe que eu cuido de você melhor do que qualquer outro jamais poderia.”Ela deixou um beijo demorado na testa da pessoa, mas havia algo mais naquele gesto – algo que misturava afeto e controle, amor e uma sensação inquietante de poder. Quando se afastou, seus olhos brilharam com uma intensidade que beirava o obsessivo.Rosa Camila passou a mão pelo tubo conectado à máquina, seus dedos percorrendo o material como se acariciasse algo vivo. “Você está exatamente onde deveria estar,” disse, baixinho, quase para si mesma. “Longe do mundo. Longe das pessoas que nunca entenderiam a perfeição que é você.”Enquanto falava, Rosa acariciava a estrutura de látex que moldava o corpo da pessoa. Seu toque era deliberado, quase íntimo, enquanto seus olhos percorriam cada detalhe. “Eu fiz tudo por você. Tirei tudo o que te machucava. Tudo o que era desnecessário. E veja agora… veja como você brilha.” O que para ela era um momento de conexão quase erótica, para qualquer outro seria um espetáculo de horror. O silêncio da pessoa cativa era uma lembrança constante do poder que Rosa Camila exercia sobre ela, e ela adorava isso. Cada pequeno movimento, cada respiração fraca, era uma prova de que a pessoa só existia porque Rosa permitia.Ela inclinou-se novamente, seus lábios roçando o ouvido da pessoa. “Sabe o que é engraçado? Eu não sinto culpa. Nada. Não me importa o que pensariam. Só importa você. Só eu e você. Para sempre.” Havia um sorriso em seus lábios enquanto se levantava, ajustando os tubos e verificando os monitores da máquina. Era o sorriso de alguém que não via limites em suas ações, alguém que tinha moldado sua realidade à força de sua vontade. “Descanse agora, meu amor. Eu volto mais tarde.” Rosa apagou a luz e fechou a porta atrás de si, voltando ao mundo iluminado e tranquilo da casa. Para qualquer um que a visse, ela parecia serena, uma mulher graciosa e delicada. Mas atrás daquela porta pesada, Rosa Camila escondia um mundo onde sua obsessão e sua sociopatia se entrelaçavam, transformando cada gesto de cuidado em uma expressão de controle absoluto.

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Foto de perfil de Doll_sofie☕Doll_sofie☕Contos: 7Seguidores: 21Seguindo: 5Mensagem Sissy aproveitando sua feminilização aos poucos,escrevendo contos grotescos que me enchem de tesão

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