A reviravolta

Um conto erótico de Dr. Alexander
Categoria: Homossexual
Contém 2453 palavras
Data: 18/11/2024 09:21:11

- Do que você está falando, Yasmin? Que ideia é essa? - Tentei negar.

- Isso mesmo que você está ouvindo. Eu vi vocês entrando no motel Taj Mahal. Eu estava no Uber bem atrás do seu carro e vi claramente quando entraram lá.

- Amor, não é o que…

- 18:55 h, Alex! Era exatamente 18:55h quando vocês chegaram no motel.

- Por favor, acalme-se. Cuidado com o bebê.

Eu continuei negando o quanto pude, mas então resolvi abrir o jogo. Yasmin ficou possessa de raiva e me deixou super preocupado, achei que fosse ter um troço a ponto de prejudicar o bebê. Quando ela ficou mais calma… menos nervosa, ela foi embora sem me dizer nada. Eu não sabia dizer o que sentia - era uma mistura de alívio e ao mesmo tempo de preocupação. Era como se eu estivesse abrindo uma porta sem saber o que estaria por trás dela. E agora?

Eu precisava falar com alguém, e a única pessoa que tinha era Luan. Mandei uma mensagem para ele, pedindo para me ligar assim que possível. Meia hora depois ele me ligou, e eu contei o que houve. Ele tentou me acalmar, mas foi inútil. Então, me disse que eu fosse para a boate. Chegando lá, eu pedi uma bebida no bar enquanto o esperava terminar de resolver alguma coisa.

- Pronto. E aí, como você está? - Ele disse me abraçando no meio de todo mundo.

- Ah… nada bem.

- Vamos subir para o escritório para termos privacidade.

No escritório, Luan me abraçou e me beijou, tentando me confortar. Eu estava tão tenso, que comecei a chorar, e foi uma situação inusitada: eu um cara mais velho e maduro que ele, desabando em lágrimas nos braços dele. Luan tinha mudado. No início ele era tão na dele, importando-se apenas com prazer, sem querer se ligar emocionalmente comigo. Com o passar dos meses, ele foi se tornando mais carinhoso, e naquele abraço, naquele afago que ele fez no meu cabelo, eu tive a certeza de seus sentimentos. Então, eu o beijei com intensidade; minhas lágrimas rolavam e se misturavam à saliva no beijo.

Em meio à minha sensação de impotência diante do problema que surgiu, eu senti o conforto nos braços daquele jovem, suficiente para deixar meu pau duro. Porém, naquele momento, não pudemos fazer nada, pois Luan precisava retornar ao trabalho. Saí da boate mais tranquilo e fui para casa. Inexplicavelmente, dormi feito uma pedra. Mal sabia eu o que me aguardava no dia seguinte.

Quando cheguei no trabalho, Yasmin não estava. Após o almoço, soube pelo meu sócio, chefe dela, que ela avisou que estava passando mal e não iria trabalhar. Fiquei preocupado, achando que era relacionado à gravidez. Liguei para ela várias vezes, mas ela não atendeu. Então, fui até a casa dela. Ao abrir a porta, vi que ela tinha chorado e estava arrasada.

- O que você quer? - Perguntou, fungando o nariz.

- Como você disse que estava passando mal, eu fiquei preocupado.

- Eu só não queria olhar para sua cara ainda. Mas pelo jeito isso não foi possível.

- Podemos conversar?

Mesmo contrariada, ela me convidou para dentro de casa. Sentamos no sofá e ficamos em silêncio por um tempo até ela começar a falar que estava muito magoada comigo e que não esperava isso de mim, e coisas desse tipo. Em seguida, começou a chorar, e me xingou quase gritando. Depois voltou a chorar novamente, e ficou em silêncio.

- Yasmin, tudo o que posso fazer agora é pedir que você me perdoe. Não queria que isso acontecesse e nem queria te magoar.

- Complicado te perdoar, Alex. Pelo jeito já faz tempo que você está me traindo com Luan né? Se é que foi somente com ele que você ficou nesse tempo todo.

- Foi só ele, te juro. Não que isso seja uma desculpa, mas só teve o Luan.

- Nossa, e logo o Luan que era meu amigo! Puta merda! Não quero nem ver aquele idiota na minha frente.

Yasmin continuou chorando e remoendo a situação. Eu me senti péssimo por tê-la traído, pois mesmo não a amando romanticamente, eu gostava dela como pessoa e a admirava muito.Depois de muito falar e de repetir várias e várias vezes o quanto eu a tinha magoado, eu esperava que ela fosse terminar comigo, mas então, como se ela tivesse magicamente suprimido todos os sentimentos negativos que a traição lhe tinha causado, Yasmin simplesmente diz:

- Alex, eu te amo muito e é por isso que te perdoo. A gente pode seguir em frente e superar isso juntos pelo bem do nosso bebê.

Eu olhei confuso para ela, e fiquei boquiaberto, sem palavras. Yasmin me abraçou, mas eu permanecia imóvel, sem retribuir o abraço. Por um momento, eu comecei a pensar que isso seria bom, afinal, a ideia de causar mal a alguém me dói muito. Entretanto, resolvi usar de coragem para me posicionar em relação aos meus próprios sentimentos. Soltando-me de seus braços, eu me levantei e disse:

- Pára, Yasmin! Para, por favor. Não é isso… Tudo bem, eu queria mesmo que você me perdoasse, é o que todos esperam quando pisam na bola, mas o nosso relacionamento não funciona mais. Não tem como eu voltar a trás.

- Do que você está falando, Alex? Como assim?

- Yasmin, a gente vai ter um filho e é só isso. Eu cuidarei do que for preciso em relação a ele e a você enquanto mãe dele, mas é só isso. Nós dois como namorados não tem como continuar.

- Alexander, o que você está dizendo? Eu te perdoei de verdade. Vamos seguir em frente. Isso acontece. Todos erramos, e eu estou perdoando seu erro para podermos seguir. Eu te amo! - Ela se aproximou novamente.

- Yasmin, foi bom enquanto tivemos juntos. Nos divertimos muito e passamos ótimos momentos juntos. Mas eu não posso continuar vivendo uma mentira. Se precisar de mim por causa do bebê, estarei mais do que pronto para ajudar e quero ser um pai participativo, mas nosso namoro acaba aqui.

- Não! Por favor, não me deixe! Eu te amo!

Ela chorou muito e eu também. Depois de uns dez minutos chorando, fui para casa. No caminho, liguei para Luan e contei o que houve. Ele então me chamou para a casa dele.

Ao chegar lá, ele me abraçou e me consolou com um forte abraço. Ficamos em silêncio por um tempo, apenas sentados no sofá fazendo carinho um no outro. Então começamos a nos beijar intensamente e tirar as roupas, fazendo um sarro delicioso. Depois, ele me levou para seu quarto. Joguei-o na cama e chupei muito e dei uma super linguada em seu cuzinho. Luan urrava de tesão e empinava a bunda contra meu rosto. Aproveitei e lambi seu saco e seu pau, depois o chupei, engolindo tudo. Depois ele, engoliu minha rola em uma garganta profunda. Foi uma chupada tão deliciosa que não resiti e enchi a boca dele de porra. Então, ele me beijou, e senti o gosto da minha própria gala. Isso me fez continuar com o pau duro. Coloquei Luan de frango assado à beira da cama e o fodi com força e carinho ao mesmo tempo, enquanto batia uma punheta no pau dele. A nossa conexão sempre foi muito boa, mas naquela ocasião estava ainda mais. A gente se olhava no olho e era como se pudéssemos ver por dentro um do outro. A cada estocada, meu corpo vibrava e fazia do de Luan vibrar também, mas não era como o tremor causado pelo choque entre nossos corpos batendo um contra o outro, era algo que vinha de dentro.

O tesão foi aumentando e senti que ia gozar logo. Luan colocou suas pernas em meus ombros, eu as segurei. Ele me pediu para ir mais forte, e assim eu o fiz. Sem perder o contato visual, percebi pelas suas expressões faciais quando o orgasmo dele veio e explodiu em uma gozada farta que sujou seu peito e até seu rosto. Dei mais umas cinco estocadas e gozei novamente dentro dele. Saí dele e nos beijamos apaixonadamente.

- Luan, eu te amo! - As palavras saíram da minha boca sem eu pensar.

Ele sorriu e me beijou.

- Também te amo, doutor Alexander!

Foi a primeira vez que dissemos isso um para o outro, e na verdade foi a primeira vez que senti o peso dessas palavras. Yasmin já tinha me dito que me amava antes, mas talvez por não amá-la, eu não entendi o significado delas.

- Aceita ser meu namorado, Luan?

- Claro, Alex! Estava há um tempo esperando por isso.

Nos tornamos então namorados naquele dia, e isso mexeu muito comigo positivamente, me dando coragem e força para enfrentar o que viria a seguir.

Yasmin não aceitou o término do namoro, e ficava o tempo todo tentando me fazer voltar com ela, e muitas vezes agia como se ainda fôssemos um casal. Tentava me beijar e abraçar, mesmo eu dizendo que estava namorando com Luan. Parecia uma obsessão. A propósito, achamos que ela fosse fazer barraco ou pelo menos brigar com ele, mas ela simplesmente o ignorou - o que foi muito bom! Porém, comigo a situação era bem outra. Ela só me perseguia. Isso me deixou sob muito stress, mas mesmo assim, eu procurei não surtar com ela por medo de causar problemas na gravidez. Assim, fui levando a situação.

Minha história com ela só terminou de vez quando o bebê nasceu. Estranhamente, no último mês ela não me perturbou tanto. Até aí tudo bem. Deduzi que devia ser por conta dos perrengues da gravidez e da aproximação do parto. Quando ela sentiu as contrações, eu a levei ao hospital e fiquei ao seu lado na sala de cirurgia. Eu estava muito ansioso, e ela me deixou ainda mais tenso quando começou a falar que eu devia pensar em nosso filho, que precisaria de um pai presente. Falou também que me amava e que queria muito que eu voltasse para ela. Como eu não dizia nada, ela soltou essa, enquanto fazia força para a criança sair:

- Alex! Por favor, volta! Eu esqueço que você me traiu com Luan.

Minha cara queimou de vergonha, e eu não tive nem coragem de olhar para o médico e as enfermeiras que estavam ali. Ficou um climão na sala e todos ficaram quietos, até que o médico começou a dizer que a cabeça do bebê estava saindo. Soltei a mão dela e fui ver. Tive uma grande surpresa o bebê saiu: mesmo com o inchaço, dava para ver claramente quem era o pai dele, e não era eu. Yasmin me olhou envergonhada enquanto eu olhava indignado para ela. Todos perceberam o climão na sala, e continuaram seu serviço em silêncio.

- Vou aproveitar que estamos no hospital para pedir um exame de DNA. - Eu disse enquanto saía daquela sala sentindo uma tremenda raiva.

Dois meses depois, em um sábado, eu estava na boate de Luan me divertindo com alguns amigos; ele estava no bar fazendo drinks. De repente, ele chegou e me deu uma taça com uma bebida e ficou ali por perto conversando com a gente. Quando finalizei a bebida, vi que havia alguma coisa no fundo da taça: era uma aliança! Eu fiquei muito emocionado e comecei a chorar. Quando olhei, Luan estava de joelhos no meio de todo mundo.

- Doutor Alexander, quer se casar comigo? - Perguntou, enquanto uma lágrima escorria de seus olhos.

Eu fiquei muito emocionado, a ponto de não conseguir articular as palavras.

- Respira fundo! - Felipe me falou, dando um tapinha nas minhas costas. - Respira.

- Sim, É claro! - Finalmente disse com voz trêmula.

Nos beijamos, e todos por perto aplaudiram e fizeram muito barulho. A balada prosseguiu e eu não conseguia me conter de euforia.

Isso é o que devia ter acontecido. A verdade é que quando eu vi Luan ajoelhado na minha frente, eu entrei em pânico e tive uma terrível crise de ansiedade. Meu coração parecia que ia explodir. Felipe, que estava comigo, me segurou e nos levou para o hospital na hora. No caminho eu apaguei. Eu tive “apenas” um forte ataque de pânico. Quando abri os olhos, meia hora depois, após ser medicado, vi Luan de pé ao lado da maca e de costas para mim, conversando com Felipe. Estiquei o braço e peguei a mão dele. Ele virou para mim imediatamente, feliz por eu ter acordado.

- Meu amor, você está bem?

- Claro que quelhaslhs! Tentei falar, mas estava ainda grogue.

- O quê?

- Claro… que… quero!

Eu respondi a pergunta que ele fez antes de eu passar mal. Ele chorou de alegria e me abraçou. Fiquei em observação até de manhã cedo e então fui liberado.

Quando saíamos pelos corredores do hospital, vimos Pedro sentado na sala de espera segurando um bebê. Me aproximei e perguntei se estava tudo bem.

- Oi Alex! Agora está bem. Miguelzinho estava com um pouco de febre, mas já está bem. Yasmin foi ao banheiro.

- Ah sim… Bom, estpero que fiquem bem. Abraços.

- Obrigado. Abraço.

Aquela era a primeira vez que via o bebê desde seu nascimento. Apesar de não estar junto com Yasmin, soube que Pedro era um pai bem presente e bem envolvido com tudo. Deixava qualquer coisa para ficar com o filho. Ela pediu demissão do escritório assim que o resultado de DNA saiu. A última vez que a vi foi um mês antes, quando passou lá no escritório para fazer os acertos.

A história toda, que ele mesmo me contou, foi que ele e Yasmin ficaram naquela madrugada após eu ter ido à boate de Luan pela primeira vez. Eu lembro que ela saiu da minha casa puta de raiva porque eu não quis transar com ela. Então, saindo de lá, ela ligou para Pedro, que a buscou e levou para a casa dele. Eles transaram sem camisinha. Mas não sei se foi intencional ela ter ido para minha casa na tarde seguinte e transado comigo também sem proteção. Sei que foi eu que insisti em fazer sem, mas ela nunca me deixou fazer isso antes. Talvez ela quis me agradar por ter brigado comigo. Talvez se sentiu culpada. Não sei, e isso não me importa mais!

No sábado seguinte, na boate, Luan anunciou no palco que eu tinha aceitado o pedido dele. A galera toda vibrou! Foi muito emocionante. Ele foi morar comigo três semanas depois e nos casamos depois de seis meses. Não vivemos em um mar de rosas, nem em conto de fadas, onde tudo é perfeitinho e cheio de pássaros cantando. Às vezes rola muito stress, discussões por coisa pequena, ciúmes (sobretudo da minha parte), mas tem muito amor, cumplicidade e respeito envolvido, que faz com que contornemos essas situações. E o sexo… ah, o sexo continua intenso como da primeira vez!!

Fim!

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Comentários

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Ah Leandro, que final perfeito e super tesudo, depois de todo o perrengue que foi aturar essa chata atrapalhando Alexander e Luan. Que bom que ele se curou da culpa e de todas as mazelas que nós gays carregamos e foi ser feliz com o homem que ele ama. História bem escrita, me prendeu até o final, que venham as próximas. parabéns!

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