CAPÍTULO 09
– VOCÊS DOIS CALEM A BOCA! ESTÃO PARECENDO DOIS MENINOS BRIGANDO POR CAUSA DE UM PIRULITO. ORA, FAÇAM-ME O FAVOR.
Ernesto, depois de ouvir o relato de Na-Hi, pediu para que a segurança o deixasse sozinho com os dois brigões e tentou apaziguar a situação, porém, menos de cinco minutos foi o suficiente para que ele percebesse que aqueles dois tinham mágoas profundas um com o outro e entendeu que aquilo podia até mesmo se transformar em uma tragédia. Ao pensar nessa possibilidade, tudo o que passou pela sua cabeça era que algo assim estava fora do que seus sonhos previram e até agora tudo o que tinha acontecido naquela viagem foi uma espécie de confirmação do que ele sonhara.
O encontro com Henrique não podia ter sido uma coincidência, pensava ele. Assim como também não podia ser algo fortuito que, entre tantas pessoas procurando por emprego, justo o Nestor e a Diana terem se apresentado como candidatos às vagas que deveriam ser preenchidas. Ele acreditava com toda a sua alma que algo importante iria acontecer e que, para que isso se tornasse possível, ele precisava de oito pessoas além dele e todas elas estavam ali naquele barco. Sua esposa e filha, sua nora, Henrique e esposa, Na-Hi, Nestor e Diana.
Em qualquer outra ocasião, ele não teria o menor escrúpulo em jogar aqueles dois idiotas no mar e se livrar dos problemas que eles agora representavam. Só que não era esse o caso e foi por isso que ele começou a agir com diplomacia tentando estabelecer a paz entre os dois brigões. Porém, cinco minutos de explicações fajutas e justificativas infundadas, sem falar que os dois continuavam a se ofenderem diante dele, foi o suficiente para que ele perdesse a paciência.
E deu certo. Ao gritar com os dois eles imediatamente se calaram e ficaram olhando para ele com os olhos arregalados. Mais calmo, ele falou:
– Prestem bem atenção, os dois, por que eu não vou repetir. Se ambos estão nesse iate é porque, em algum momento, vou precisar de ambos. Mas, se vocês continuarem a criar problemas, eu vou fazer com que isso acabe e nenhum dos dois vai gostar dos meus métodos. Então, façam logo a paz e ajam como adultos que são.
– Mas esse cara roubou minha mulher e… – Tentou argumentar Henrique.
– Sua mulher o caralho. Ela é a minha mulher e foi você que a roubou primeiro. – Cortou o Nestor.
– CALEM A BOCA, JÁ DISSE.
Novamente o silêncio dominou o ambiente da sala que no momento servia como sala de reunião. Ernesto pensou rapidamente sobre o problema. Então era a Cahya que causava toda aquela discórdia, mesmo não tendo culpa disso. Pensando nisso ele tomou a decisão, mas antes, deu a informação que julgou ser necessária para acalmar Henrique que, naquele momento, era o mais exaltado entre os dois. Ernesto sabia que tinha que ter aquele jovem ao seu lado e já tinha até decidido que, se fosse necessário se livrar de alguém, sua escolha recairia sobre o Nestor. E isso se devia ao fato de que, em seus sonhos, Henrique era sempre a pessoa mais presente. Só que ele não ia revelar isso porque acreditava que precisava dos dois. Então voltou a falar calmamente.
– Vamos fazer o seguinte. Até que eu tome uma decisão sobre essa questão de quem é o marido daquela mulher, nenhum dos dois vai se aproximar dela. Ela vai ficar sozinha naquela cabine e vocês dois ocuparão outra…
– Juntos? Nem fodendo! – Exclamou Henrique.
– Se esse fulano dormir na mesma cabine que eu, juro que ele não vai mais acordar. – Informou o Henrique.
– E eu juro que, se qualquer um dos dois aparecer com qualquer tipo de ferimento, o outro vai responder por isso. Não vou nem querer saber se ele caiu do beliche, se tropeçou em alguma corda ou qualquer coisa equivalente. Não se trata apenas de não agredir um ao outro e, desse momento em diante, cada um de vocês vai cuidar para que o outro não se machuque. Ah! E se não estão felizes em dividir a cabine, é muito fácil. Pegue um cobertor e vá dormir no convés. Só aviso que o clima lá fora, que por enquanto está ameno, vai piorar. E muito. Estamos nos dirigindo para o sul e não preciso explicar o que isso significa. Vocês entenderam.
Os dois rapazes se entreolharam e era nítida a raiva que pairava no ar. Ernesto então repetiu, dessa vez gritando:
– VOCÊS ENTENDERAM?
Os dois responderam que sim e Ernesto, já cansado de lidar com dois machos ciumentos, os dispensou, entretanto, quando eles se dirigiam para a saída, ele chamou o Henrique dizendo que queria conversar com ele.
Nestor continuou andando, desconfiado. Aquela deferência de Ernesto para com o Henrique dava o que pensar. Se seu inimigo tinha algum tipo de segredo com o patrão, então ficava fácil entender quem seria eliminado caso eles continuassem a brigar. Enquanto isso, com uma expressão de espanto, o Henrique fez meia volta e caminhou até próximo do Ernesto que foi direto ao lhe perguntar:
– Essa sua acusação de que o Nestor roubou sua mulher tem a ver com o fato de ela não dormir na sua cabine essa noite?
Henrique, envergonhado em ter que confessar isso, apenas assentiu com um movimento de cabeça e o Ernesto então fez outra pergunta:
– E você acha que ela foi dormir na cabine dele? – Novo assentimento de Henrique e ele continuou: – Quem foi que te disse isso?
– Ele falou. – Respondeu o Henrique sem conseguir ocultar sua raiva.
– E você muito idiota acreditou. Porque só sendo muito idiota mesmo para acreditar. Se ela fugiu dele para ficar ao seu lado, o que te faz pensar que ela faria o caminho inverso agora?
– Mas ele disse e…
– Ele disse para te provocar. E parece que deu certo, não foi? Então, para que você não saia por aí querendo matar mais alguém por ter dormido com sua mulher, vai a informação. A Cahya, quando saiu da cabine, estava procurando uma sala onde pudesse dormir. A Diana a viu nessa situação e a levou para dormir na cabine dela. Então, pare de ser idiota que ela não te traiu. Nem com o Nestor e nem com outra pessoa.
– Então, porque ele disse que ela dormiu com ele?
Ernesto deu um sorriso de descrença enquanto balançava a cabeça e depois falou:
– Olha, essa pergunta revela que eu estava certo. Ele sabe que você é um idiota ciumento e tirou proveito disso. Daqui pra frente, antes de tomar uma decisão sobre o que você escuta, procure antes saber se é verdade ou não.
Henrique ficou envergonhado por entender que o Ernesto estava certo em sua crítica e não falou nada, apenas abaixou a cabeça e ficou quieto até que o homem lhe dissesse que ele podia ir cuidar de suas tarefas.
Durante parte do dia o Henrique não viu mais o Nestor e isso para ele foi um alívio, porém ele se sentia agoniado por não conseguir falar com Cahya. A garota parecia fazer de tudo para evitar se aproximar dele e assim não surgiu nenhuma oportunidade.
Cerca de nove horas depois da briga, o Nestor se aproximou dele que, a vê-lo já se colocou em guarda e foi falando:
– Olha cara. Eu não quero confusão. Melhor você sair daqui.
– Fica frio Henrique. Eu também não quero. Só vim aqui porque você é melhor que eu nesse negócio de navegação e quero te perguntar uma coisa.
– O que é? Fala logo e depois dá o fora.
– Você notou que o navio está mudando o rumo?
Os dois estavam próximos à popa do iate e o Henrique, sem dizer nada, deu alguns passos para poder olhar para trás do navio e o que ele viu confirmou a observação do Nestor. Bastava olhar para a esteira deixada na água para ver que ela estava curva. O iate fazia uma curva acentuada para o leste. Sem confirmar a dúvida do outro, ele perguntou:
– Quanto tempo faz que você notou isso?
– Poucos minutos. Estranho é você não ter notado. Eu estava andando no corredor e senti como se alguém estivesse me empurrando de encontro à parede.
– É. Dá para notar que a curva está bem fechada mesmo.
– E para onde estamos indo? Será que estamos voltando?
– E eu sei? Só posso te afirmar que é para o oeste.
Nesse exato momento um iate deu um leve balanço e o Henrique sabia que aquilo significava que a curva pretendida tinha chegado ao final. Então ele olhou para a posição do sol que estava atrás dele e um pouco à esquerda e então respondeu:
– Não estamos voltando. Apenas deixamos de navegar para o sul e agora estamos indo em direção ao leste.
– Ah tá. Valeu.
Nestor disse isso e virou as costas começando a caminhar. Não foi longe. Henrique o chamou e ele se virou e esperou que alguma coisa fosse dita, já que seu antigo companheiro de aventuras não se moveu do lugar. Ele estava certo, pois logo ouviu:
– Desculpe por ter te agredido hoje. Eu já sei que a Cahya não foi para a sua cabine.
– Ah tá. Tudo bem então.
E sem mais nenhuma palavra, o Nestor se afastou.
Henrique olhou para o relógio e viu que já passava das dezoito horas. Ele não estranhou o fato do sol ainda estar alto no horizonte, pois sabia que estavam no hemisfério sul e a poucos dias do início do verão, o que significava que os dias eram mais longos.
Cumpriu suas tarefas e depois foi fazer uma ronda no iate como sempre poucos minutos para dar uma volta completa no convés superior. Nesse dia, porém, demorou um pouco mais, pois sem nenhuma explicação, ele parou em diversos pontos da amurada, inclinava o corpo para fora e verificava se estava tudo bem com o casco do navio. Estava nessa tarefa quando percebeu luzes e, pela posição delas, era para lá que o iate se dirigia.
Era a cidade de Perth, a quarta maior cidade da Austrália. Aquela parada inesperada lhe causou estranheza, porque ninguém tinha comentado nada e ficou ainda mais estranho quando ninguém foi autorizado a sair do iate.
Ao aportarem, uma legião de trabalhadores invadiu o iate que foi completamente restabelecido e o mais preocupante é que tambores com combustível foram amontoados a proa do iate, deixando a piscina inutilizada. Duas horas depois de chegarem, o barco zarpava voltando a navegar em direção ao sul.
Nos três dias seguintes a paz voltou a reinar no interior do iate. Henrique e Nestor pareciam ter assimilado as ameaças de Ernesto e não criaram mais problemas. Não que tivessem reatado a amizade de outrora, mas pelo menos não demonstraram que desejavam se matarem.
Quanto a Cahya, o rapaz só a via durante as refeições e ele ficou impressionado como alguém pode se tornar invisível dentro de um barco com vinte e dois metros e meio de comprimento, menos de dez de largura em sua parte mais larga. Ele resistia à tentação de procurá-la para ter uma conversa e poder reatar o relacionamento, porém, resolveu esperar alguns dias para isso, pois não queria demonstrar que tinha desobedecido às ordens de Ernesto.
Também nesse período, em momento algum, ele chegou a assistir algum ato de exibicionismo ou mesmo de sexo ao vivo entre os demais participantes. Ele imaginou que agora todos estavam mais discretos e transavam em seus camarotes e cabines. Mais tranquilo, depois de decidir que deveria esperar mais alguns dias até que tudo se resolvesse, Henrique ia cuidando de seus serviços e a única coisa que o irritava eram os chiliques de Maurizio. O homem era realmente o que se pode chamar de pé no saco e agia como se fosse a ‘prima dona’ de um grane espetáculo. Parecia até que o chefe ali era ele, pois nem Ernesto exigia tanta atenção como fazia o secretário. Lógico que, com a convivência com Nestor se tornando normal, sua raiva passou a ser contra o italiano e ele se distraia pensando em uma forma ideal para jogar aquele homem no mar.
Na noite do sexto dia, com o Nestor cumprindo seu turno na sala de máquinas, o Edward tinha sumido. De folga, Nestor rolava em seu beliche sem conseguir dormir e decidiu ir assistir TV na sala aparelhada para isso, onde havia um aparelho ligado a um outro de Vídeo Cassete e a única opção seria assistir a um filme, uma vez que não havia a menor chance do aparelho ficar sintonizado em alguma emissora. Chegando lá, sequer teve a chance de escolher o filme, pois a sala já estava ocupada por Diana. Ele sentou-se em uma poltrona próxima daquela que ela ocupava e perguntou:
– O filme está bom? – Perguntou enquanto sentava.
– Mais ou menos. Eu já assisti esse, mas aqui as opções são limitadas.
– Não vá me contar o final. – Disse ele sorrindo para demonstrar que estava sendo amigável.
– Eu contar o final? E por que eu faria isso? Juro por Deus que não vou falar pra você que a mocinha morre no final.
– Pronto. Já não preciso assistir.
Só então o Henrique prestou atenção no que se passava na tela e viu as cenas de um filme que ele também já tinha assistido. Então, pesaroso, comentou:
– Ah não! Justo esse?
– Pois é. Justo esse.
– Vamos ver. Quem sabe dessa vez a Jenny se salva.
– Ah não. Nem pensar. O Oliver Barret é um gato e tem que ficar viúvo. Assim quem sabe um dia eu tenha uma chance.
Eles estavam se referindo ao filme Love Story. Uma produção de 1970 com Ryan O’Neal e Ali MacGraw em que um jovem e apaixonado casal passam por problemas com a doença dela que vem a falecer. Com o passar do tempo, a trilha sonora do filme cujo tema principal era Love's All, interpretada por Johnny Mathis ficou mais conhecida que o próprio filme.
Henrique então falou desanimado:
– Não tem outro para assistir não? Quem sabe assim o Oliver escapa do filme e você poderá ter alguma chance com ele.
– Ah! Quem me dera! – Respondeu Diana depois de um suspiro.
– Quem me dera para qual situação. Ter outro filme ou você pegar o Olivier?
– As duas. Mas ambas não passam de um sonho. Eu estou aqui no fim do mundo e sei lá onde anda o Oliver e, as opções aqui são alguns filmes de bang-bang com aquele machão que eu nem sei o nome.
– John Wayne. – Disse Henrique que já tinha assistido a todos.
– É. Esse mesmo. Se bem que, na ausência do Oliver, eu até pegava esse também. Já pensou um homenzarrão daquele tamanho? Nossa, eu me acabava. – Ao ver que o Henrique apenas a encarava com uma expressão de surpresa, pois naquela época as mulheres não costumavam falar desse jeito com alguém que acabara de conhecer e Diana, talvez para deixar o clima mais leve, falou rindo: – Não precisa me olhar desse jeito querido. Ao que tudo indica, ele não gosta da fruta. Ele se diverte batendo em outros machões. Isso quando não os mata.
– É. Deve ser.
– Mas se ele mudar de ideia, eu vou querer sim. – Disse Diana antes de emitir uma sonora gargalhada com a expressão de Henrique.
Depois disso ficaram em silêncio até que a Diana puxou assunto fazendo perguntas sobre o Brasil e confessando que era um País que adoraria conhecer. Essas perguntas longo mudaram sobre clima, praias e costumes e, ao chegar nesse ponto, ela quis saber como os brasileiros agiam em relação ao sexo e daí para frente o assunto descambou para esse tema.
O Henrique foi surpreendido com algumas revelações sobre as atividades sexuais que aconteciam naquele barco. O lance do Capitão fodendo a Pâmela foi citado com um acréscimo. Depois de terem transado na popa do navio, eles passaram a se encontrarem no camarote dela, sempre com a presença de Ernesto. Já a Milena gostava de variar e já tinha recebido a visita no seu camarote não apenas de Edward, mas também o piloto, pois com relação ao primeiro, ela tinha a concorrência de seu próprio irmão.
Henrique chamou a atenção da morena por ela estar inventando histórias do filho do patrão e ela, sem meias palavras, começou a relatar todos os indícios do Júnior ser homossexual. E também tinha a Pâmela que, durante as tardes, se fechava em um camarote com a Milena e se divertiam a valer.
Quando o Henrique fez o comentário que aquele iate mais parecia estar em uma viagem voltada ao prazer sexual, a Diana voltou a surpreendê-lo:
– Você acertou em cheio. Aqui tem você e a Cahya que não perdiam tempo sempre que ficavam fechados em sua cabine. Fora isso, só o Nestor e a Na-Hi passaram em branco até agora.
– Você esqueceu mais gente.
– Quem, por exemplo.
– Tem a ruivinha esposa do filho do chefão.
– É aí que você se engana, gato. O Júnior, como já te falei, não é nada chegado na fruta. O casamento dos dois é de aparência porque ele quis mostrar ao pai que é um homem capaz de tomar suas próprias decisões. Mas eu acho que o motivo é outro. Ele não quer deixar que seu pai descubra a respeito de sua opção. A Margie, por outro lado, é doida por uma brincadeira e não tem uma noite em que ela não se divirta. E olhe que, aquela lá sabe se divertir.
– Você está brincando. Só pode. E quem é o felizardo que está devorando aquela coisinha linda? – Henrique, nessa hora, nem se lembrava mais de seu problema com Cahya e sentia seu pau crescer. Seu tesão não diminuiu nem mesmo quando ouviu o riso límpido de Diana que depois falou com ele em tom meio que excitado:
– Não é felizardo. É felizarda.
– Ah tá! E quem é então?
– Você não é nada sabido, não é menino? Por que você acha que eu sei disso?
– Talvez por você ser camareira e encontre sinais disso quando vai arrumar os camarotes.
– Em parte você tem razão. Eu vejo todos os sinais nos camarotes do chefão e da filha dele. Mas com relação àquele pitelzinho ruivo, eu sei por que eu sou a felizarda.
– Me engana que eu gosto. Quer dizer que vocês são lésbicas?
– Ai minha santa periquita. Que homem mais lerdo. Cara, aqui não tem ninguém lésbica não. O que você vai encontrar aqui são mulheres que não perdem uma oportunidade de gozar muito. E quanto a mim, enquanto não aparece uma pica bem gostosa, vou me satisfazendo com a língua mesmo. Língua, dedo, chupar uma buceta. Tudo isso dá prazer e eu não perco uma oportunidade, nem a Margie.
– Meu Deus. Onde é que eu vim parar.
– Isso depende. Se você não gosta, num lugar muito errado, mas se você é chegado, pode acreditar que você está no paraíso.
– Eu já me sinto no paraíso quando estou com a Cahya.
– Nossa! O amor é lindo. – Diana riu Diana ao dizer isso e depois, quando conseguiu se controlar, falou para ele tentando deixar transparecer uma expressão séria. – Por falar nisso. Você está me devendo uma viu?
– Eu? Não estou sabendo disso não. – Respondeu Henrique sem conseguir disfarçar sua surpresa ao ouvir isso.
– Deve sim. Por causa de ser um babaca, teve uma noite que tive que deixar sua mulher dormir na minha cabine e não pude receber a minha visita.
Sem que Diana soubesse, ela estava dando uma ótima notícia para o rapaz. Aquilo era a confirmação de que o Ernesto falara a verdade. Ele ia agradecer a ela quando ouviu o barulho da porta se abrindo. Eles olharam naquela direção e viram a Marguerithe entrando. A ruiva fechou a porta, porém, quando se virou para se dirigir até onde estava Diana, notou que ela estava acompanhada e estacou de repente. A mulher sorriu para ela e falou:
– Você chegou em boa hora. Estava mesmo falando de você.
A reação da garota foi algo que Henrique não conseguiu decifrar. O rosto dela ficou vermelho e ele achou que era por estar envergonhada, mas logo descobriria que não era isso porque, os olhos verdes dela começaram a emitir um brilho intenso enquanto ela examinava seu corpo de cima até embaixo.
E foi a Diana que desfez qualquer dúvida que ele pudesse ter, pois se levantou e, andando em direção à ruiva, disse:
– Que safadinha que você é. Aposto que já molhou toda a calcinha só pensando na possibilidade de ser fodida por um pau de verdade.
Dizendo isso, Diana abraçou a garota e se abaixou enquanto ela ficava nas pontas dos pés para que suas bocas se encontrassem em um beijo cheio de tesão. Enquanto beijava a menina, a Diana abriu o casaco de pele que ela usava para se proteger do frio e Henrique teve uma visão do corpo dela. A putinha não usava nada além daquele casaco e uma pantufa nos pés. Diana abriu mais o casaco para que ele visse os pequenos seios com os mamilos de um tom claro, quase da mesma cor de sua pele, durinhos e enrugados como se fosse uma amora que mal começara a ficar madura. Olhou para baixo e viu o tufo de pelos também ruivos, provando que a cor de seus cabelos era original Diana levou a mão até aquela bucetinha miúda e tocou o grelinho da garota que, mesmo com sua boca ocupada pela língua da morena que a explorava, emitiu um gemido alto.
Quando o beijo acabou, a Marguerithe falou:
– Viu só. Você estava errada, pois eu não molhei nenhuma calcinha.
– Sua safada. – Falou Diana e depois perguntou: – Onde está o Júnior?
– Está no camarote. Dormindo, eu acho. – A ironia que a ruiva colocou em sua voz deixava bem claro que dormir era a última coisa que seu marido estaria fazendo naquele instante.
– Isso é ótimo. Podemos ir para a minha cabine, vamos?
Marguerithe adotou uma expressão pensativa e a carinha de séria que ela forçava era cômico a ponto de Diana rir dela. Henrique sorriu descontraído com a postura das duas.
Depois de rir, Diana ficou pensativa por um bom tempo até que falou:
– Eu já sei. Se a Milena está com o mecânico em seu camarote é porque o Nestor está cuidando do motor. O Capitão, o Chefe e a Pâmela estão muito ocupados. O Piloto não pode sair de seu posto e o cozinheiro nunca fica longe de suas amadas panelas. O secretário nunca vem aqui e o seu marido está se divertindo com o Edward. Isso quer dizer que ninguém virá até aqui e nós temos essa sala só para nós.
Dizendo isso ela foi até a porta de entrada da sala e a trancou e depois puxou a cortina impedindo assim a visão de quem passasse pelo corredor. Foi então que o Henrique reclamou:
– Eu não posso fazer isso. A Cahya… – Disse Henrique quando percebeu a intenção de Diana.
– Ah cara. Esquece a Cahya. Ela não vai saber de nada se você não contar. Não é verdade Margie?
A garota ruiva apenas assentiu com a cabeça e, sem dar chance para o homem fugir, as duas o cercaram e a Diana o abraçou. Henrique não fez nada para resistir e nem seria possível, pois o seu pau fazendo um enorme volume em suas calças demonstrava sua rendição. Diante da falta de reação dele, Diana encostou sua boca na dele e forçou a passagem entre seus lábios com sua língua grossa e áspera.
Quando Henrique entregou os pontos e começou a corresponder ao beijo, ela o surpreendeu mais uma vez. Separou-se dele e foi até a Margie a livrando do casaco de pele que ela usava. Totalmente nua aquela mulher minúscula, que mais parecia uma adolescente, foi conduzida para perto do homem e Diana fez com que os dois se beijassem.
Enquanto beijava a ruivinha, as roupas de Henrique foram sendo arrancadas. O casaco de couro que o protegia do frio, a camisa e depois o calçado que era uma espécie de bota de cano curto e logo a seguir as meias. Só então ela desafivelou o cinto, soltou o botão e puxou a calça para baixo junto com a cueca. O pau dele deu um salto quando se viu livre e bateu na barriga da garota, acima da altura de seu umbigo, tamanha a diferença de estatura entre eles.
Para não ter que permanecer com o corpo curvado, Henrique segurou a cintura da garota e sem esforço nenhum a puxou para cima. A princípio ela ficou com os pés pendurados, mas logo ergueu suas pernas e com elas abraçou a cintura dele, aproveitando dessa ajuda, forçou um pouco mais o corpo dela para cima, dessa vez segurando em seu bumbum e abocanhou um de seus pequenos seios e depois alternou para o outro. Margie enlaçou o pescoço dele com o antebraço e ficou com as mãos livres e com uma delas puxava os cabelos dele.
Com o rosto afundado nos seios da ruivinha, Henrique não tinha a visão do que Diana fazia, mas conseguiu descobrir o que era quando ela, logo depois, o abraçou por trás enquanto colava seu corpo ao dele. Ela estava completamente nua. Como o homem estava com o corpo um pouco encurvado, a altura da bela negra permitiu que ela puxasse a cabeça de Margie para o lado e as duas começaram a se beijar.
Henrique sentia que seu pau doía reclamando da urgência de receber atenção. Então ele deu alguns passos para trás até sentir que suas pernas tocavam uma das poltronas onde ele se sentou sem soltar a garota que assim ficou encaixada no seu colo. Diana se posicionou atrás dela, enfiou a mão por entre suas pernas e tateou até tocar seu pau que vibrava de tanto tesão. Ela deu um jeito de puxar o pau por entre as pernas de Margie e deu um beijo nele. Depois ela abocanhou só a cabeça e sugou com força fazendo com que ele gemesse, o que fez com que ela percebesse que ele não ia demorar muito a gozar. Então libertou o cacete dele, segurou a bunda da ruivinha e forçou até ficar aberta. A garota, já antecipando as intenções dela, arrebitou a bundinha para trás dando uma visão de sua bucetinha e do seu cuzinho cor de rosa.
Diana era a maestra naquela sinfonia de prazeres. Ela sabia que tinha os dois outros na palma de sua mão e, sendo muito sacana, resolveu judiar de ambos.
Esticando bem a língua, ela tocou os grandes lábios de Margie e lambeu a umidade de seu prazer e depois deslizou a língua para trás até atingir o cuzinho, endureceu a língua, e forçou a entrada do buraquinho que cedeu à pressão acolhendo aquela língua áspera em seu rabinho.
– Ainnnn. Que delícia Diana. – Murmurou Margie com a sensação de ter seu cuzinho explorado e ao mesmo tempo, os bicos de seus seios sendo mordiscados com a força exata para provocar tesão e não dor. Uma dor gostosa que a fazia gemer.
Muito sacana, a Diana abraçou o pau de Henrique com sua mão direita e começou a esfregar a cabeça na entradinha da buceta da garota que reagiu ao contato forçando seu corpo para baixo. Mas quando ela sentiu sua bucetinha ir se alargando para dar passagem para aquele pau duro, a Diana puxou para seu lado e o abocanhou engolido até a metade. Henrique gemeu agoniado enquanto a ruivinha reclamava:
– Não faz isso Di. Eu preciso de um pau de verdade na minha buceta. Já faz semanas que eu não tenho um aí. – Reclamou a Margie.
O barulho de um estalo encheu a sala e imediatamente a marca da mão de Diana surgiu vermelha na nádega direita da bunda da ruivinha que emitiu apenas o início de um gemido que foi abafado porque ela tomou a iniciativa de segurar firmemente os cabelos de Henrique e grudar sua boca na dele, que correspondeu com sua língua forçando passagem entre os lábios dela. Ela sugou a língua dele com tanta força que parecia que seu desejo era a de arrancá-la.
Sentindo-se a rainha do pedaço, Diana se levantou, não sem antes deixar o cuzinho de Margie lubrificado com a sua saliva. Em pé, ela ordenou:
– Levantem-se os dois.
Henrique não se moveu, mas a Margie obedeceu imediatamente ficando em pé e se colocando ao lado da Diana que segurou a mão dele e o puxou. Então ela segurou no pau dele e na mão de Margie os conduziu para onde havia um sofá maior. Chegando lá, ela se deitou de costas e abriu as pernas exibindo sua buceta lisinha o que permitia ver um grelinho com cerca de dois centímetros se destacando. Sem que ela falasse nada, a ruivinha se deitou sobre ela, mas com o corpo invertido, oferecendo sua bucetinha para os lábios carnudos e aquela língua áspera, ao mesmo tempo em que lambia o grelo saliente da negra, Henrique ficou em pé assistindo aquele sessenta e nove e se impressionou com a fome demonstrada por Margie que, depois de sugar o grelinho, passou a língua ao longo da buceta vermelha de Diana e depois prendeu um dos grandes lábios dela com sua boca e começo a chupar enquanto sua bunda se movia esfregando sua buceta na boca da amante.
Sem parar de chupar a buceta de Margie, Diana estendeu a mão e tateou as pernas de Henrique até conseguir localizar seu pau e puxou levemente para que ele se aproximasse mais e ficasse atrás de sua cabeça. De sua cabeça e da bunda da ruivinha. Puxou o pau para mais perto de sua boca e começou a chupar engolindo quase tudo e o deixando bem babado e, quando se deu por satisfeita, tirou de sua boca e o posicionou na entrada da buceta rosada da garota e deixou que ele, com uma única estocada enfiou todos os dezenove centímetros de pau no interior da buceta quente e macia que lhe foi oferecida. Henrique gemeu ao sentir aquela bucetinha apertada ir dando passagem para seu cacete enquanto a Margie bufava sem parar de chupar a buceta da Diana que passou a usar sua língua como um chicote, alternando entre o grelinho da ruiva e o saco do rapaz, pois não conseguia atingir seu pau que tinha desaparecido dentro daquele vulcão que era aquela buceta naquele momento. Como prova de que fazia tempo que Margie não tinha recebido um pau em sua bucetinha, ela gozou ruidosamente alguns segundos depois de ter sua xoxota invadida.
Entretanto, Diana estava disposta a judiar dos dois, pois mal a ruivinha gozou ela deu um jeito de afastar o Henrique fazendo com que o pau saísse de dentro da buceta apertada dela. Mas não se resumiu a isso, pois sem soltar o pau de Henrique, ela deu mais uma chupada e depois o posicionou na entrada do cuzinho que se abria em um convite para ser fodido. Henrique ficou louco ao perceber a intenção da mestre daquela suruba e forçou fazendo com que a cabeça de seu pau melado com o gozo da garota e com o fato daquele botãozinho estar devidamente lubrificado vencesse a resistência das preguinhas lindas. A garota reclamou:
– Por favor, no cuzinho não. Faz tempo que eu não dou ele e esse pau é muito grosso.
– Pare de reclamar vadia. Eu sei que você está querendo isso. Enfia Henrique. – Ordenou Diana.
Obediente, o Henrique forçou seu quadril para frente e viu seu pau inteiro desaparecer no meio daquela bunda branquinha e macia. Margie gritou o que fez com que ele ficasse parado. Diana esperou passar alguns segundo onde apenas os gemidos, agora de dor, que Margie emitia fossem ouvidos.
– Está doendo? Você quer que tire? – Perguntou Diana.
– Nãããoooo. Mas fica assim parado mais um pouco.
Diana ajeitou em seu corpo para que pudesse voltar a chupar a bucetinha da ruiva. Ela primeiro enfiou a língua na xoxota dela e depois lambeu toda a buceta até chegar ao grelinho que ela prendeu em seus lábios e começou a sugar. Foi como se ela tivesse girado um botão, pois bastou fazer isso para que a garota começasse a rebolar no pau de Henrique que, ao ver que ela parou de reclamar, segurou firme sua cintura e começou a movimentar o pau dentro daquele cuzinho apertado. Ele tirava lentamente até ficar apenas a cabeça lá dentro e depois socava na mesma velocidade. Ele se manteve assim até que ela pediu:
– Me fode agora. Fode com força. Soca esse pau gostoso no meu cu. Aiiiiii.
Dominado por uma insanidade da qual não se julgava capaz, Henrique começou a movimentar seu quadril com velocidade, arregaçando aquele cuzinho que, pela temperatura e por ser muito apertado, dava a impressão de ser a primeira vez que recebia a ansiada visita de um pau.
O problema é que, mesmo antes de começar a foder aquele cuzinho, ele já estava no seu limite e por isso não resistiu muito tempo e logo gozou despejando uma enorme quantidade de porra. Seu orgasmo foi tão intenso que ele nem percebeu que o corpo diminuto e branquinho de Margie vibrava como se estivesse sendo eletrocutado. A garota gozava silenciosamente porque sua boca estava ocupada em chupar a buceta de Diana. Por causa disso, em vez de gritos e gemidos, o que se ouvia era o barulho que ela fazia quando estava bufando.
Henrique, ao gozar, deixou seu corpo cair para trás, porém, como não havia espaço suficiente para ele ficar no sofá, ele sentiu suas costas batendo no encosto do mesmo e, para não se machucar, ele girou rapidamente o corpo e caiu no piso frio e ali ficou, pois se sentia entorpecido demais para sentir frio. Com os olhos fechados, ele ouvia gemidos e sons de chupadas, demonstrando que as duas mulheres ainda se devoravam uma à outra até que aquela sinfonia de prazer louco o embalasse e fizesse com que ele dormisse.
Ele não saberia depois dizer quanto tempo dormiu. Só que foi despertado com duas bocas explorando o seu cacete. Enquanto uma língua ágil deslizava ao longo do seu pau, uma boquinha macia engolia a metade dele em um delicioso movimento que logo fez com que sua ereção retornasse.
Ainda sem abrir os olhos, ele percebeu que a chupação havia cessado e elas se movimentavam à sua volta. Logo soube o que elas faziam porque sentiu uma mão segurar seu pau e logo a seguir a cabeça dele encostar em algo melado. Sem nenhuma participação dele, seu pau foi sendo engolido por um túnel quente e molhado que sabia ser o de Diana, pois a buceta de Margie era mais apertada. Essa descoberta, porém, não significou nada pelo que se seguiu, pois como se tivesse vida própria, aquela buceta apertava e soltava seu pau em uma deliciosa massagem. Ele ficou impressionado em descobrir o quanto aquela deusa de ébano era especialista em dar prazer a um homem, pois aquela deliciosa tortura fez com que ele se sentisse deitado em uma nuvem. Esse pensamento se apagou quando ele sentiu uma buceta se encostar em sua boca e começar a se movimentar para a frente e para trás. Sua única reação foi esticar a língua e deixar que a Margie, que era quem estava lhe presenteando com aquela maravilhosa bucetinha, fizesse todo o trabalho duro.
Mais uma vez ele percebeu a diferença entre uma mulher experiente e uma iniciante na arte de foder, pois enquanto a Diana mantinha o controle em seu encantador pompoarismo por mais de dez minutos, a Margie gozava sem parar em sua boca. Também ficou impressionando com o controle de Diana que alterava o ritmo de uma forma que impedia que ele gozasse, pois sempre que estava prestes a explodir dentro dela, ela parava de massagear seu pau com os músculos de sua buceta só voltando a rebolar em cima dele quando sentia que ele estava calmo.
E também foi ela que determinou a hora de gozar. De repente ela começou a rebolar com maior intensidade, seus gemidos tornaram-se mais altos e ela falou:
– Agora meu macho. Goza na minha buceta, vai. Me enche com essa sua porra gostosa.
Como um obediente fodedor, Henrique não conseguiu se conter e, levantando o quadril para estocar ainda mais fundo naquela buceta faminta, ele gozou gritando enquanto ouvia os gritos de Diana. Seu prazer foi tão intenso que ele ouvia os gritos, tanto os deles como os dela como se estivesse a centenas de metros dali.
Diana deixou-se cair sobre ele enquanto Margie, que tinha gozado mais uma vez um pouco antes deles, estava deitado ao seu lado com a cabeça apoiada em seu peito. Ele falou brincando:
– Nossa! Acho que eu morri.
– Se você morreu, trate de ressuscitar, pois a noite ainda é uma criança e nós mal começamos.
– Suas taradas. Eu não vou dar contas de vocês duas.
– Vai ter que dar. Porque, se você não der, eu vou pegar o maior consolo que eu tiver na minha cabine e, em vez de usar em mim ou nessa putinha da Margie, vou enfiar todo ele no seu cu.
– Tá bom. Então dá um tempinho para que eu possa recuperar o fôlego.
– Isso eu posso fazer. Mas não demore muito que eu não estou brincando.
Henrique virou-se de lado depositando o corpo suado de Diana do lado oposto ao que estava a Margie e ficou olhando para o teto imaginando quanto tempo ele precisaria antes que seu pau levantasse novamente. Mas ele não chegou a concluir seu pensamento, pois nesse momento algo inesperado aconteceu.
O primeiro movimento do barco foi quase imperceptível. O barco adernou levemente, mas logo se estabilizou. Quinze segundos depois o movimento foi tão brusco que os três corpos rolaram batendo no sofá. Assustado, Henrique tentou se colocar em pé, mas quando estava quase conseguindo o iate virou noventa graus e ele foi atirado por cima do sofá, indo de encontro à parede que ficava logo depois. Aguardou que o iate voltasse à sua posição normal, mas isso não aconteceu.
Henrique não era ainda um calejado marinheiro, porém, o tempo que tinha navegado e as histórias que tinha ouvido era o suficiente para que ele soubesse que estavam em perigo.
E o mais drástico era que aquele iate estava irremediavelmente perdido.