Fabiano:
Sentado em minha poltrona, uma dose de Glenfiddich na mão, eu olhava fixamente para os primeiros documentos que o investigador particular havia me entregado. As provas estavam ali, preto no branco. Malu e Reinaldo, juntos. Meu coração doía.
"Como ela pôde me trair daquela maneira? Com meu patrão, de todas as pessoas ... Por quê?". Eu me perguntava.
Tentei lembrar dos momentos em que tudo parecia normal. Malu e eu, juntos, felizes. Mas agora, tudo parecia uma farsa.
Respirei fundo, tentando esfriar a cabeça. Não podia deixar que o ódio tomasse conta de mim. Precisava pensar de forma clara e racional.
"O que ela ganha com isso? É o dinheiro? O poder? Ou é apenas a emoção de transgredir?". Eu não sabia. E talvez nunca soubesse.
Olhei para as provas novamente. Fotos, mensagens, gravações. Tudo estava ali.
"Eu preciso me proteger", pensei. "Preciso pensar no meu futuro".
Levantei-me da poltrona e comecei a andar pela sala. Precisava me manter ocupado.
"Vou fazer o que é necessário", disse a mim mesmo. "Vou fazer justiça". Mas, no fundo, eu sabia que a dor não iria embora tão cedo.
Voltei a me sentar, revivendo meus problemas, no escuro, tentando processar tudo o que descobri. A traição da Malu doía demais. Pensei que tínhamos algo real, algo verdadeiro. Naquele momento, tudo parecia uma mentira.
Outra coisa que me incomodava: Geovana.
"Por que ela resolveu me contar sobre a traição de Malu? O que ela ganha com isso? Ela mesma disse que Reinaldo não a enganou. Além de traído, agora vou me deixar ser usado?”.
"Mas Geovana ... talvez eu possa usá-la também. Fazer ela dançar conforme a minha música. Se eu for inteligente, posso usar tudo ao meu favor".
Minha mente estava “a milhão”. Eu estava confuso e magoado. Precisava de respostas. Precisava saber a verdade completa.
Em breve, eu teria as respostas para as minhas perguntas. Era hora de sair do marasmo e começar a agir. Primeiro, conversar com Geovana novamente. Criar uma situação que me ajudasse a entender as motivações da Malu. Só então, decidir o que fazer em seguida.
Eu estava tão cansado. Depois de um dia inteiro de turbulência emocional, eu finalmente consegui me acalmar. Malu estava voltando da viagem "a trabalho" e eu tive tempo para colocar minha cabeça em ordem.
Voltei ao trabalho na manhã seguinte, determinado a terminar a obra do grande shopping que estava sob minha responsabilidade. Tudo estava prestes a mudar.
Foi lá que eu a conheci. Ela se chamava Luana, uma paisagista talentosa contratada para criar o jardim interior do shopping.
Luana era uma mulher deslumbrante. Seus cabelos castanhos, sedosos e ondulados, caiam sobre seus ombros. Seus olhos, duas brilhantes pedras de âmbar escuro, iluminavam seu rosto. Seu sorriso contagiante, trazia o calor de uma noite tropical. Sua pele era morena, lisa e radiante. Seu nariz, fino e delicado. Os lábios, cheios e sensuais. Tudo em Luana parecia perfeito.
Mas não era apenas sua beleza física que me chamava a atenção. Era a forma como ela se movia, com uma graça e elegância que me deixavam sem fôlego. Era a forma como ela falava, com uma voz suave e melodiosa que me fazia querer ouvi-la por horas. A forma como ela sorria, com um brilho nos olhos que me fazia sentir como se fosse o único homem no mundo.
Luana era uma mulher que parecia ter sido feita para iluminar o mundo ao seu redor. E, naquele momento, ela estava iluminando meu mundo, fazendo-me esquecer de todas as minhas dores e problemas.
Seus olhos brilhavam quando ela falava sobre suas plantas e projetos. Eu fiquei impressionado com sua paixão e criatividade. E, confesso, também fiquei atraído por sua beleza natural e sorriso contagiante.
— Você é a responsável por fazer este lugar se tornar um paraíso? — Perguntei, brincando.
Luana sorriu, aceitando minha aproximação.
— Sim, é o meu objetivo.
Conversamos por horas sobre o projeto, e eu me descobri gostando cada vez mais de sua companhia. Luana era inteligente, simpática e não parecia ter segredos.
— Você gosta de arquitetura? — Perguntei.
— Adoro! — Respondeu Luana, seus olhos brilhando. — Acho que a forma como um lugar é projetado pode influenciar a vida das pessoas.
Eu concordei.
— Eu também acho.
Nossa conversa fluía naturalmente, e eu me sentia renovado. Pela primeira vez em semanas, eu não pensava em Malu.
Luana me mostrou seus esboços, e eu fiquei impressionado com sua habilidade.
— Você é realmente muito boa nisso. — Eu disse, elogiando seu trabalho. — Você não tem uma equipe?
Luana sorriu, feliz com meu reconhecimento.
— Obrigada! Eu contrato pessoas de acordo com o tipo de projeto.
Luana me olhou com um brilho nos olhos e foi mais direta do que eu esperava.
— Fabiano, você parece ser uma pessoa fascinante. Eu adoraria conhecê-lo melhor.
Eu senti um arrepio, mas rapidamente me lembrei da Malu e da dor que ainda estava fresca.
— Obrigado, Luana. Você também é muito interessante. Mas eu ... estou passando por um momento difícil.
Luana se aproximou.
— Posso ajudar em alguma coisa?
Eu me afastei, sentindo-me desconfortável.
— Não, não é nada. Minha vida está meio complicada. Não é justo arrastar pessoas para os meus problemas.
Luana entendeu, mas eu pude ver a decepção em seus olhos.
— Entendo. — Empática, ela logo mudou de assunto. — Bem, vamos focar no projeto então.
Eu concordei, aliviado.
— Sim, é melhor.
A tensão foi quebrada, mas eu sabia que havia acabado de ser indelicado com Luana. Acabei me afastando dela durante o resto do dia. A ideia de voltar para casa, onde Malu estava prestes a retornar, não me agradava.
Algumas horas depois, eu já estava em casa, sentado no sofá, ouvindo o som da porta se abrir. Malu havia voltado de viagem. Eu não sabia o que dizer ou fazer. Decidi não a confrontar, pelo menos não naquele momento.
Malu entrou na sala, sorrindo. Já eram quase vinte e três horas.
— Oi, amor! Como você está? — Perguntou ela, sem notar a tensão no ar.
Eu me levantei, evitando seu olhar.
— Estou cansado. Vou dormir. — E saí da sala, deixando Malu sozinha.
Malu ficou confusa, mas não exigiu mais explicações. Ela guardou as malas e foi para o banheiro. Saiu do banho envolta em uma toalha e se aproximou de mim na cama.
— Amor, estou tão feliz em estar de volta em casa. — Ela disse, tentando me seduzir, colocando as mãos em mim.
Eu me virei para o outro lado da cama, fingindo dormir, me livrando do seu toque.
— Estou cansado, Malu. Desculpe.
Malu suspirou e se deitou ao meu lado, nua, mas não insistiu.
Foi difícil pegar no sono, mas vendo que Malu apagou rapidamente, eu acabei conseguindo dormir também.
Na manhã seguinte, eu sabia que precisava ser mais cuidadoso. Não podia ser tão óbvio em minha rejeição.
— Desculpe por ontem, amor. Estou apenas estressado com o trabalho. Achei que você voltaria mais cedo e por isso acabei ficando de mau humor. — Eu forçava um sorriso.
Malu sorriu de volta.
— Tudo bem, amor. Eu entendo.
Em pensamento, eu amaldiçoava Malu. Como ela podia ser tão hipócrita?
Eu me vesti rapidamente e saí de casa, aliviado em escapar da tensão.
No trabalho, encontrei Luana novamente. Ela estava trabalhando no jardim interior do shopping.
— Bom dia! — Seu sorriso era lindo.
— Bom dia! — Respondi, sentindo-me mais relaxado em sua presença.
Luana me mostrou os progressos no jardim e eu novamente elogiei sua dedicação.
— Isso está ficando incrível, Luana.
Ela corou.
— Obrigada, Fabiano.
Nossa conversa era natural, e nós passávamos cada vez mais tempo juntos. Ela me convidou para almoçar em um restaurante próximo ao shopping. Mesmo com o clima gostoso entre nós, Luana notou a tensão em meu rosto.
— Está tudo bem, Fabiano? Você parece um pouco ... distante. — Ela parecia genuinamente preocupada.
Eu hesitei por um momento, mas algo em seus olhos me fez confiar.
— Para ser honesto, meu casamento não vai bem. — Confessei.
Luana colocou sua mão sobre a minha, em um gesto de apoio.
— Ah, você é casado … — Pude ver a tristeza em seu olhar. — Sinto muito. O que está acontecendo?
Eu hesitei em compartilhar mais, mas Luana me encorajou.
— Eu também passei por algo ruim. — Disse ela. — Meu marido me traiu. Descobri por acaso, acredita? Me separei dele e segui em frente.
Meu coração se solidarizou com ela.
— Sinto muito, Luana. Você está bem?
Luana sorriu confiante.
— Hoje, estou melhor. O pior já passou. A separação foi difícil, mas estou aprendendo a me reconstruir.
Nós dois nos entendemos com um olhar. Ambos sabíamos o que era sentir a dor da traição.
— Obrigado por me contar.
Luana sorriu aquele sorriso lindo novamente.
— Obrigada por me ouvir.
O almoço se transformou em uma conversa profunda e emocional. Eu me sentia conectado a Luana de uma maneira nova e empolgante.
— Luana, há algo mais que eu preciso te contar. — Eu disse, hesitante.
Luana me olhou com curiosidade.
— O quê?
— Bom … Malu, minha esposa, me pediu para abrir o casamento e eu aceitei. — Confessei, constrangido. Era tão fácil falar com alguém que sentia a mesma dor que eu.
Luana arregalou os olhos, assustada.
— Você aceitou?
— Sim. Eu pensei que era o que ela queria, tentei ser um bom marido, compreensivo, parceiro …
Luana balançou a cabeça, curiosa e ansiosa.
— E então?
— Descobri que Malu já vinha me traindo há meses. — Eu sentia raiva e dor novamente, ao me lembrar.
Luana fez uma careta.
— Que horror! Ela usou essa artimanha para esconder sua infidelidade?
— Exatamente! E o pior é que eu só fui descobrir depois. Eu fui completamente enganado.
Luana colocou sua mão sobre a minha novamente.
— Sinto muito, Fabiano. Você não merece isso.
Eu senti um nó na garganta.
— Obrigado, Luana. Você é a primeira pessoa para quem eu me abro totalmente.
Luana sorriu timidamente.
— Eu sei como é sentir-se traído. Entendo a sua dor.
Aquilo estava me fazendo bem, poder colocar para fora, compartilhar. Fui totalmente honesto.
— E tem mais …
Luana me olhou com curiosidade, seus olhinhos lindos vibrando de ansiedade.
— Sério?
— Foi a namorada do amante da minha esposa que me contou sobre a traição. — Revelei.
Luana arregalou os olhos novamente.
— A namorada do amante? Ela foi traída também, dá para entender …
— Não é bem assim. Ela disse que não foi enganada, então acho que ela apenas se sentiu ameaçada, com medo de perder, já que o amante é um homem muito rico.
Coloquei tudo para fora de vez:
— Ele é um dos sócios desta obra, meu patrão. Mesmo que raramente apareça, eu o respeitava.
Luana estava atônita, de boca aberta:
— Então, a amante estava agindo pelo próprio interesse?
— Acho que sim. — Confirmei novamente. — Mas o problema é que não confio nela. Sinto que ela está motivada pelos motivos errados.
Luana franziu a testa.
— Vingança, talvez? Por quê?
— Acho que ela se sente trocada, excluída, por Malu e Reinaldo. Ela quer se vingar deles, me usando no processo.
Luana balançou a cabeça, concordando.
— Isso é complicado …
— Sim, é. Não sei se posso confiar nela. O que você faria no meu lugar?
Luana pensou por um momento.
— Você precisa ter cuidado. Se ela está motivada por vingança, pode fazer coisas perigosas.
Eu assenti, concordando.
— Você está certa. Vou ter cuidado.
Luana colocou sua mão sobre a minha mais uma vez. Seu toque era mais carinhoso.
— Estou aqui para você, Fabiano. Sei como é esse sentimento e posso ajudar com minha experiência.
Eu senti um calor no coração.
— Obrigado, Luana. Acho que você foi colocada, propositalmente, no meu caminho. Acho que alguma divindade planejou nosso encontro.
Luana olhou para mim com um brilho nos olhos. Um sorriso de moleca nos lábios.
— Fabiano, você está em uma relação aberta, não está? — Ela perguntou, direta.
Eu hesitei por um momento.
— Sim, estou.
Luana sorriu com malícia.
— E nada o impede de ter um tempo só seu, não é?
Eu senti um arrepio de excitação.
— Luana, o que você está sugerindo?
Ela se aproximou de mim, seu rosto quase colado ao meu.
— Se você quiser, posso ajudá-lo a esquecer um pouco dos problemas. Mesmo que por algumas horas.
Seu tom de voz era sedutor. Eu senti meu coração acelerar.
— Luana, eu ...
Ela colocou seu dedo sobre meus lábios.
— Não precisa dizer nada. Apenas pense nisso.
Eu fiquei em silêncio, meu corpo agindo por instinto. Nossos lábios se colaram em um beijo intenso, cheio de volúpia.
— Vem comigo … vamos sair daqui.
Ela fez sinal para o garçom trazer a conta.
Eu podia continuar sofrendo, lambendo minhas feridas, ou podia usar as artimanhas da Malu ao meu bel prazer. “Quer saber? Que se foda”. Pensei, já tirando o cartão do bolso e pagando a conta.
Tomei o controle da situação e mandei uma mensagem para meu subordinado direto:
“Tenho um compromisso fora, volto em algumas horas”.
Peguei Luana pela mão, e caminhamos rapidamente em direção ao meu carro. O estacionamento era longe do canteiro de obras e mesmo que encontrássemos alguém, eu não estava fazendo nada de errado.
Em menos de vinte minutos, com a ajuda do GPS, encontramos um motel de boa qualidade na região.
Já na garagem, Luana me atacou. Beijos, amassos, sua mão invadindo minha calça ... ela estava ensandecida.
— Desde a primeira vez que eu te vi, eu sabia que ia dar pra você …
Tirei a blusa dela ali mesmo, beijando sua boca e dando mordidinhas no lóbulo da orelha.
— Já era tudo premeditado, então …
Os biquinhos dos seios estavam durinhos de tesão, quase furando o sutiã. Minha mão explorava todo aquele corpinho impecável, perfeito.
— Não, premeditado não … era apenas uma sensação, uma vontade …
Luana estava louca, levantando a saia e esfregando a cabeça do meu pau na xoxota. Ela queria ser possuída ali mesmo.
Preferi parar e a peguei no colo, entrando para o quarto. Entre beijos e carícias, terminei de tirar sua roupa, peça por peça. Tirei minha roupa também e a convidei para um banho.
Luana novamente pegou na pica, punhetando e se abaixando para abocanhar. Que mamada gostosa!
— Que boquinha macia … Chupa, gostosa.
Interrompi Luana após alguns minutos, a puxando comigo para o chuveiro. Mal consegui me lavar, pois ela se agarrava a mim com força, beijando minha boca, meu peito, punhetando a rola e falando sacanagens no meu ouvido:
— Vai me foder com força? Vai meter até eu desmaiar de tesão? Eu quero ser sua putinha …
Dei dois passos para fora do chuveiro e Luana já me jogou na cama, me empurrando e caindo montada sobre mim.
Virei a safada com tudo, abrindo bem suas pernas e a puxando mais para perto. Passei a ponta da língua no grelo, deixando a putinha toda arrepiada. Ela me olhou e sorriu:
— Hummm … gostoso. Não para não …
Comecei a chupar bem carinhosamente, subindo e descendo a língua com habilidade. Caprichei na entrada da xaninha e voltei ao grelo, fazendo uma sucção leve.
Luana estava indo à loucura.
— Puta que pariu … E eu achando que ia te surpreender … não para, quero mais.
Brinquei com ela por um tempo, a torturando. Toda vez que eu sentia que ela ia gozar, eu parava ou mudava o que estava fazendo. Ela estava em desespero, me implorando:
— Para de judiar de mim … Ahhhh … isso tá bom demais … me deixa gozar … Ahhhh.
Me enfiei entre suas pernas e estoquei com delicadeza, mas em um único movimento:
— Quer gozar? Vai ser comigo dentro de você.
Passei a socar carinhosamente, deixando meu púbis roçar em seu grelo:
— Eu sabia que ia ser incrível … Ahhhh … eu nunca me engano … Ahhhh …
Luana gozou como se estivesse tendo uma convulsão. Seu corpo tremia inteiro e sua xoxota mastigava meu pau em espasmos musculares intensos.
Virei Luana na cama, percebendo que ela estava mole, incapaz de ficar de quatro. Mesmo assim ela pedia mais:
— Mete mais … quero de novo … fode essa buceta …
Fiquei olhando aquele cuzinho lindo, e não resisti, apontando um dedo e tentando penetrar. Ela foi honesta:
— Hoje não … tudo aconteceu de repente, sem que a gente esperasse. Eu não fiz a higiene adequada … você entende, né?
Me deitei sobre ela, beijando sua nuca e me resignando:
— Claro que eu entendo … relaxa. O que me deixa feliz é saber que você já está planejando uma próxima vez.
Ela foi rápida na resposta:
— Eu acho que vai ser muito mais do que uma próxima.
Apontei a pica na bucetinha e voltei a penetrar. Eu puxava o cabelo, mordia delicadamente sua nuca, beijava suas costas … e estocava cada vez mais forte.
Gozamos juntos. Luana pela segunda vez. Apesar de breve, foi intenso e espetacular. Voltamos ao trabalho duas horas depois.
Estar com Luana, entender que eu não era dependente de uma única mulher, que não havia apenas Malu nesse mundo, me deu a coragem para agir. Liguei para a Geovana, ansioso para falar com ela.
— Alô? — Respondeu ela.
— Geovana, é o Fabiano. Precisamos conversar.
— Se decidiu? — Perguntou ela, com uma pitada de curiosidade.
— Quero que você saiba que estou disposto a me aliar a você para nos vingarmos de Reinaldo e Malu — Eu disse, a voz firme. — Você disse que sabia sobre os planos da Malu. O que ela está planejando?
Ela não enrolou:
— Malu está planejando levar você a uma casa de swing. Ela quer mostrar que não liga de você estar com outras mulheres.
— E daí? — Perguntei, intrigado.
— Eu posso manipular Malu para que seja eu a mulher que estará com você. Esse já é o plano dela e do Reinaldo mesmo. Melhor eu do que uma estranha, não acha? — Disse Geovana, com um tom de ironia.
Fiquei em silêncio por um momento, processando a informação.
— Ok! Estou dentro. Vamos fazer do seu jeito. — Eu disse, decidido.
— Ótimo. Eu vou te ligar novamente com os detalhes do plano. — Concluiu Geovana.
— Ok. Estou ansioso. — Completei.
Geovana desligou o telefone, e eu sorri, sentindo uma estranha satisfação, misturada com uma dose de vingança.
Com o passar das semanas, Luana e eu nos tornamos inseparáveis. Nós nos encontrávamos de duas a três vezes na semana, compartilhando almoços, conversas profundas e sexo cada vez mais intenso. Cada encontro era uma oportunidade e eu me sentia vivo novamente, longe da dor e da traição.
Durante aquelas mesmas semanas, convivi com Malu como se nada tivesse acontecido. Eu sorria, brincava e fazia sexo com ela, enquanto por dentro me consumia a raiva e a decepção.
Eu precisava manter a fachada. Precisava fazer com que Malu se sentisse segura, que pensasse que eu ainda era o mesmo homem cego e ignorante.
Enquanto isso, eu me preparava. Reunia informações, conversava com Geovana e planejava meu próximo passo.
Malu parecia satisfeita, alheia aos meus planos, ou pelo menos fingia estar. Ela ria e brincava comigo, e eu sentia um aperto no coração ao pensar que tudo aquilo era uma farsa.
Eu sabia também que precisava ser honesto com Luana. Não podia mais adiar. Pedi que ela me encontrasse após o expediente e fui totalmente honesto.
— Sobre Malu e Reinaldo. Você sabe o que eles fizeram comigo, eu preciso resolver a situação, eu não vou deixar pra lá, ser bonzinho. Preciso fazer com que eles paguem por seus atos.
Luana me surpreendeu:
— É claro que não. Olho por olho, dente por dente …
E me olhou séria.
— O que você planeja fazer?
— Ainda não sei ao certo. Mas preciso fazer algo. E preciso fazer antes de poder ter algo mais sério com você.
Luana acariciou meu rosto, sorrindo para mim.
— Você não precisa se preocupar comigo, Fabiano. Eu estou aqui para você, não importa o que aconteça.
Meu coração disparou.
— Você entende o que estou dizendo? Eu posso perder tudo.
— Eu entendo. — Disse ela. — E estou disposta a correr esse risco com você.
Eu estava cada vez mais apaixonado.
— Obrigado, Luana. Você não imagina o que isso significa para mim.
Luana era como um bálsamo para minha alma ferida. Sua presença calma e serena me acalmava, e sua risada contagiante me fazia esquecer dos problemas.
Comecei a notar os pequenos detalhes nela: o jeito como seus olhos brilhavam ao falar sobre suas paixões, a forma como seu cabelo caía sobre os ombros, a doçura de seu sorriso.
Eu me peguei pensando nela o dia todo, imaginando o que ela estaria fazendo, se estaria sorrindo. A sensação era estranha, mas familiar. Eu estava me apaixonando.
Uma tarde, enquanto caminhávamos pelo parque, numa pausa rápida para um café, Luana se aproximou de mim e colocou a mão em meu braço. Senti a energia positiva de sua presença eletrificando meu corpo.
— Estou tão feliz em ter você na minha vida, Fabiano … — Ela disse, olhando para mim com os olhos brilhantes.
Sorri, sentindo meu coração bater mais forte.
— Eu também estou feliz, Luana — Respondi, cobrindo sua mão com a minha. — Em breve, todos os meus problemas estarão resolvidos e nós poderemos planejar nosso futuro.
O momento foi como uma confissão silenciosa, um reconhecimento mútuo do que estava crescendo entre nós.
Mais alguns dias se passaram e eu marquei uma segunda reunião com o investigador particular. Estava ansioso para saber mais sobre as atividades de Reinaldo.
— O que você descobriu? — Perguntei, assim que nos sentamos.
O investigador me olhou sério.
— Reinaldo não é apenas um homem infiel, Fabiano. Ele é um sedutor profissional. Ele tem um histórico de conquistar mulheres casadas, inclusive, algumas que fazem parte do seu grupo pessoal de amigos.
Meu estômago revirou.
— O quê? Quais mulheres?
Ele me entregou mais uma pasta com fotos e relatórios.
— Esposas de parceiros de trabalho, amigas de vocês ... Ele tem um talento para identificar vulnerabilidades e explorá-las.
Olhei para as fotos, sentindo uma mistura de raiva e tristeza. Conhecia algumas daquelas mulheres, havia compartilhado momentos com elas e seus maridos.
— Como ele faz isso? — Perguntei.
— Ele usa sua riqueza, charme e poder para seduzi-las. Ele usa o ambiente de trabalho, as empresas em que é sócio, para caçar. E quando elas se rendem, depois que se satisfaz, ele as descarta como lixo.
Senti um arrepio de ódio.
— O que mais você descobriu?
— Bem, Fabiano, parece que Reinaldo não é o homem que todos pensam que ele é.
Não entendi muito bem:
— O que você quer dizer?
— Ele não é rico. Pelo menos, não é ele quem tem o dinheiro …
Ansioso, o interrompi:
— Quem é então?
O investigador me olhou sério.
— Sua parceira. Uma mulher chamada Adriana.
— Quem é Adriana?
— É uma mulher muito rica, Fabiano. Herdeira de uma fortuna imensa. E é ela quem financia todos os negócios do Reinaldo.
Eu estava incrédulo:
— E por que ninguém sabe disso?
Ele explicou:
— Porque Reinaldo a esconde de todos. Ela é paraplégica e ele usa isso para controlá-la.
Minha raiva só crescia:
— Controlá-la?
— Sim. Reinaldo é o único que cuida dos negócios dela. Ele é o único que tem acesso a ela.
Eu estava confuso, querendo entender:
— E o que ela ganha com isso?
— Acho que ela ganha a ilusão de normalidade. Reinaldo cuida dela, mas também a mantém presa.
Olhei para o investigador, horrorizado.
— Isso é monstruoso.
— Sim, é. E acho que você precisa saber mais sobre Adriana. Ela pode ser a chave para derrubar Reinaldo.
Concordei, determinado, e pedi:
— Vamos descobrir mais sobre ela, então. Você pode continuar a investigação? Podemos estender o contrato?
Ele me olhou com um sorriso frio no rosto:
— Deixa comigo.
Continua ...