Eu nunca fui de mexer no celular dos outros. Sempre respeitei a privacidade do meu pai, mesmo depois que minha mãe morreu. Mas algo estava estranho com ele. Ele tinha aquele sorriso bobo no rosto, o tempo todo grudado no telefone. Não parecia o homem de 53 anos que sempre foi reservado e pouco dado às tecnologias. Até que, um dia, vi o nome ‘Natasha’ aparecer nas notificações. Era a mesma pessoa que vinha mandando mensagens nos últimos meses. Quem era ela?
Eu decidi olhar mais de perto, e foi aí que tudo começou a desmoronar. Transferências bancárias em nome dela. Grandes quantias. Sem hesitar, fui até ele e o confrontei. "Pai, quem é essa mulher?"
Ele hesitou, mas não demorou muito para confessar. Natasha era uma mulher que ele conhecera online. Da Ucrânia, dizia ele. Eles conversavam há meses, e ele estava apaixonado. Eu não podia acreditar no que ouvia.
“Você está louco? Enviando dinheiro para uma mulher que você nunca conheceu? Isso é golpe, pai. Catfishing. Você não vê as notícias?”
Mas ele se recusava a ouvir. Defendia Natasha como se ela fosse a última esperança de felicidade dele.
A raiva me dominava. Como ele podia ser tão ingênuo? Não era o meu pai, o homem sempre racional e cético. Ele falava de Natasha como se ela fosse real, como se o amor entre eles fosse genuíno. Eu mostrei a ele artigos sobre golpes, falei sobre histórias de pessoas enganadas, mas ele ignorava tudo. Disse que a conexão entre eles era verdadeira.
Foi aí que perdi o controle.
“Se você queria tanto ficar com uma mulher mais jovem, por que não falou comigo? Pelo menos eu sou real.”
Assim que as palavras saíram da minha boca, percebi o peso delas. Ele me olhou como se eu tivesse dito a pior coisa possível. E, talvez, eu tivesse mesmo. Mas eu estava tão frustrada, tão cansada de tentar proteger alguém que parecia não querer ser salvo.
Ele não disse nada. Apenas levantou, pegou o telefone e saiu. A viagem já estava marcada, e ele não iria desistir. Ele ia para a Ucrânia encontrar essa Natasha, e eu não podia fazer nada para impedi-lo.
Os dias seguintes foram um pesadelo de espera. Ele foi para a Ucrânia, e eu fiquei aqui, angustiada. Pesquisei mais sobre essa mulher, sobre golpes, sobre tudo o que pudesse provar que eu estava certa. Mas a sensação de impotência me corroía.
Quando ele finalmente me ligou, a voz do outro lado do telefone era de um homem destruído.
“Ela nunca apareceu, Isa.”
Ele me contou que chegou ao aeroporto, esperou por horas, mas Natasha nunca apareceu. Tudo o que ele tinha era uma série de desculpas por mensagens, até que ela simplesmente parou de responder. Não demorou muito para ele perceber o que eu já sabia desde o começo: ele foi vítima de um golpe. Todo o dinheiro que ele mandou foi para uma quadrilha que explorava homens como ele, homens solitários e vulneráveis.
Quando ele voltou, não era mais o mesmo. O homem que uma vez foi meu pai, forte e cheio de vida, parecia ter se apagado. Ele mal falava, apenas ficava sentado na poltrona da sala, olhando para o vazio.
Eu queria dizer "eu te avisei", mas não consegui. Não era hora de vencer essa discussão. Eu sabia que tinha razão, mas a dor dele era tão visível, tão palpável, que meu orgulho desapareceu. Eu só queria que ele fosse feliz, mas agora tudo o que restava era a vergonha e o arrependimento.
Ver meu pai destruído daquele jeito me quebrou por dentro. Ele não merecia isso, por mais tola que tenha sido a decisão. Eu senti que, de alguma forma, minhas palavras também tinham contribuído para isso. Eu o feri com aquela insinuação cruel. Eu era sua filha, deveria tê-lo protegido, mas me deixei consumir pela raiva.
Levaria tempo para ele se recuperar. Para nós dois, na verdade. Às vezes, ele ainda ficava ali, encarando o nada, e eu me sentava ao lado dele, em silêncio. Não havia muito a dizer. Tudo o que tinha que ser dito, já fora.
“Sinto muito, pai.”
Essas palavras eram as únicas que eu conseguia dizer. Ele me olhou, com um sorriso triste, e balançou a cabeça. Sabíamos que a relação entre nós nunca mais seria a mesma. Mas isso não significava que não poderia ser reconstruída. Estávamos em pedaços, mas, pouco a pouco, íamos colocando os tijolos de volta.
Eu não poderia apagar o que aconteceu, nem desfazer o que foi dito, mas ainda havia esperança de curar a ferida. E, juntos, íamos encontrar uma forma de seguir em frente.
“Sinto muito, pai.”
As palavras saíram sem muita convicção. Ele olhou para mim com aquele sorriso triste, cansado. Nada do que eu dissesse podia consertar o que aconteceu, e a vergonha pairava no ar como uma sombra, sufocando qualquer tentativa de diálogo real entre nós.
Eu o observava afundar cada vez mais no próprio arrependimento. Um homem destruído, sem propósito. Tudo porque ele acreditou em algo que nunca foi real. E, por mais que eu quisesse gritar "Eu avisei!", percebia que a verdade era mais complicada do que uma simples vitória moral.
“Isa...” ele começou, mas não terminou. Sua voz estava fraca, quebrada, como se ele não tivesse mais forças para continuar. Ele era apenas uma casca do homem que eu conhecia.
Sentada ao lado dele, uma inquietação crescia dentro de mim. A ideia, aquela que eu pensava ter dito num momento de raiva e desespero, começou a se formar de novo na minha cabeça. Será que ele realmente estava tão desesperado por afeto que nada mais importava? Será que o vazio que ele sentia podia ser preenchido de outra maneira?
Olhei para ele, mais uma vez tomado pela culpa, pela vergonha de ter sido enganado. A minha raiva tinha sumido, mas algo ainda queimava dentro de mim. Algo que eu mal conseguia entender, mas que estava lá, pulsando, tentando sair.
“Pai... se você... se você realmente precisava de alguém mais jovem... alguém que você pudesse sentir de verdade... Eu... eu não me importo. Eu poderia ter sido essa pessoa.”
O silêncio caiu sobre nós como uma bomba. Meu coração batia forte, acelerado, enquanto as palavras, mais ousadas do que qualquer coisa que eu já havia dito, ecoavam na sala.
Ele me olhou, chocado. Havia uma mistura de incredulidade e uma dor profunda em seus olhos. Eu sabia que o que eu estava sugerindo não era algo comum. Não era algo que uma filha deveria dizer ao pai. Mas, ao mesmo tempo, parte de mim sentia que eu precisava dizer aquilo. Eu precisava oferecer alguma coisa para consertar o que ele tinha perdido.
“Isabela...” Sua voz tremeu, e ele parecia incapaz de encontrar as palavras. O silêncio ficou ainda mais pesado.
“Eu sei que parece loucura. Mas você me conhece. Eu não diria isso se não fosse para ajudar. Se o que você queria era algo real, físico, de carne e osso. eu... Eu estou aqui. Você não precisa se machucar com ilusões.”
Eu me aproximei, minha mão pousando gentilmente sobre a dele. O toque era suave, mas carregado de uma tensão que jamais existiu entre nós antes. Eu podia sentir meu coração disparado, o suor frio começando a se formar em minha testa.
Ele rapidamente se afastou, como se tivesse sido atingido por um choque elétrico. "Não, Isabela... isso... não. Não pode ser assim." Ele levantou da poltrona, atordoado.
Eu sabia que ele estava em conflito, que a própria ideia era algo que o consumia de vergonha e confusão. Mas, por dentro, algo me dizia que ele precisava de mim, mais do que nunca, e talvez de uma forma que ele nunca imaginou.
“Eu só quero que você seja feliz, pai. Eu só quero te ajudar.”
Por alguns segundos, ele não disse nada. Apenas ficou parado, olhando para mim, sua filha, a mulher que ele deveria proteger, mas que agora oferecia uma saída insólita para sua dor. E naquele silêncio, eu me perguntava se era possível reconstruir tudo o que foi quebrado... ou se já estávamos condenados desde o início.
O silêncio entre nós era espesso, quase sufocante. Eu via nos olhos dele a dor de alguém que acreditou em uma mentira, que se entregou de corpo e alma a uma ilusão. E, por mais que soubesse que meu pai tinha caído numa armadilha, não podia ignorar o fato de que ele estava perdido. Tão perdido que, talvez, eu fosse a única que pudesse trazê-lo de volta.
Eu me aproximei novamente, desta vez com mais calma, tentando entender como ele podia estar tão vulnerável. “Pai, olha pra você… você ainda é um homem forte, sabe? Um homem que qualquer mulher jovem iria admirar.”
Ele permaneceu em silêncio, mas a expressão dele começou a mudar, talvez pela surpresa das minhas palavras, talvez pela confusão de ouvir aquilo de mim. Eu sabia que ele precisava de algo mais do que as palavras vazias que o mundo oferecia. Ele precisava de afeto, de conexão... de mim.
“Você sempre foi bonito, pai. Forte. Sei que você não vê mais isso, mas eu vejo. E você merece alguém que te valorize de verdade. Não uma golpista.” Minha voz saiu suave, quase num sussurro, enquanto eu levava minha mão até o rosto dele. Meus dedos roçaram suavemente sua pele, e, por um instante, ele se encolheu, mas não se afastou completamente. Eu estava cruzando uma linha e sabia disso.
“Você merece ser tocado, cuidado... amado por quem realmente te vê como você é.”
Meus dedos continuavam a deslizar pela sua bochecha, traçando lentamente os contornos do rosto que eu conhecia tão bem, mas que agora parecia diferente. Havia um peso emocional novo ali, algo que não estava presente antes dessa tragédia.
“Eu te vejo, pai,” continuei, aproximando meu corpo do dele. “Eu sempre te vi. E se tudo o que você queria era uma mulher mais jovem, uma mulher que te entendesse… eu estou aqui. Eu sempre estive aqui.”
Meus olhos encontraram os dele, e eu percebi que ele estava lutando internamente, tentando processar o que eu estava oferecendo. Sua respiração estava mais pesada, mais rápida. Era como se ele quisesse fugir, mas ao mesmo tempo fosse incapaz de se mover.
Eu continuei a acariciar seu rosto, agora com mais ousadia, meus dedos descendo lentamente para seu pescoço, e sentindo o calor de sua pele sob o meu toque. “Você ainda é tão bonito, pai. Eu... eu sempre te admirei. Você merece tanto mais.”
Eu podia sentir o conflito dentro dele. Ele sabia que o que eu estava dizendo era errado, mas não se afastou. Talvez estivesse tentando entender por que eu estava indo tão longe, ou talvez... estivesse tão machucado que, por um momento, considerava ceder.
O silêncio entre nós se prolongava, e cada segundo parecia esticar a tensão no ar, deixando tudo mais denso, mais difícil de respirar. Eu continuei acariciando seu rosto, meus dedos traçando linhas suaves ao longo da sua mandíbula. Meu coração batia acelerado, e cada batida parecia ecoar nos meus ouvidos.
“Você é tão bonito, pai…” As palavras saíam quase sem que eu percebesse. Eu me sentia estranhamente calma, como se algo dentro de mim tivesse se resignado a seguir em frente com aquilo, por mais insano que fosse.
Ele me olhava, o conflito ainda evidente em seus olhos. Mas ele não se afastava. Talvez ele estivesse tão perdido em sua própria dor, em seu desejo por algo real, que não conseguia parar o que estava acontecendo.
Meus dedos desceram até seu peito, sentindo seu corpo firme sob a camisa. “Você merece mais do que ela, sabe? Você merece alguém que esteja aqui... agora... de verdade.”
E foi então que, sem pensar, me aproximei ainda mais. Nossos rostos estavam tão próximos que eu podia sentir sua respiração, pesada e hesitante. Eu sabia o que estava prestes a fazer. Sabia que não havia volta depois disso, mas naquele momento, nada mais parecia importar.
Meus olhos se fecharam por um breve instante, e eu senti sua mão tremendo ao tocar de leve meu braço. Aquilo foi o suficiente para me fazer avançar. Num movimento suave, inclinei meu corpo e pressionei meus lábios contra os dele.
O beijo começou tímido, hesitante, como se ambos estivéssemos testando os limites de algo que sabíamos ser proibido. Mas, por um momento, ele não se afastou. Pelo contrário, seus lábios responderam ao toque dos meus, e por um segundo, todo o peso do mundo pareceu desaparecer.
Eu podia sentir o calor de sua pele, o cheiro familiar dele misturado com a adrenalina daquele instante. A confusão, o desespero, tudo se misturava numa onda de sentimentos contraditórios. Aquele beijo era uma tentativa de encontrar algo que ambos havíamos perdido — ele, com sua ilusão de amor, e eu, com o desejo de consertar tudo.
Mas então, de repente, ele se afastou bruscamente, como se tivesse sido atingido por um choque. Sua respiração estava acelerada, o olhar atordoado, e por um momento ele simplesmente ficou ali, encarando-me como se não acreditasse no que tinha acabado de acontecer.
“Isabela... o que... o que estamos fazendo?” Sua voz estava trêmula, cheia de confusão e culpa.
Eu olhei para ele, ainda sentindo o calor do beijo em meus lábios. Parte de mim queria continuar, queria reconfortá-lo da única forma que eu achava possível naquele momento. Mas outra parte sabia que havíamos cruzado um limite que não poderíamos desconsiderar.
“Eu só queria que você não se sentisse mais tão sozinho, pai...” sussurrei, sentindo minha própria voz falhar.
Ele se levantou rapidamente, afastando-se de mim. Suas mãos tremiam enquanto ele passava os dedos pelos cabelos, claramente abalado pelo que tinha acabado de acontecer. O silêncio que seguiu era ensurdecedor, carregado de vergonha e arrependimento.
Ele se afastou rapidamente, como se precisasse de espaço para processar o que acabara de acontecer. A expressão no rosto dele era uma mistura de choque, arrependimento e algo mais que eu não conseguia definir. Mas eu sabia que ele estava sofrendo, que a confusão que o dominava era tão grande que talvez ele não conseguisse lidar sozinho.
Levantei-me, aproximando-me dele com cuidado, tentando não deixar que o medo de sua rejeição me paralisasse. "Pai..." chamei, minha voz baixa, mas firme. "Por que está lutando contra isso? Contra o que você sente?"
Ele balançou a cabeça, ainda atordoado, tentando encontrar as palavras certas, mas nada parecia sair. Ele olhou para mim, e naquele momento percebi que ele estava preso entre o desejo de escapar e a incapacidade de lidar com o que acabara de acontecer.
“Eu não posso, Isa... isso... isso não é certo.” Sua voz falhou, mas havia algo em seu olhar que me dizia que ele não estava completamente convencido de suas próprias palavras.
“Por que não? Por que não é certo?” Insisti, minha mão alcançando a dele mais uma vez, desta vez com mais determinação. “Você passou tanto tempo tentando encontrar algo que preenchesse esse vazio, alguém que te fizesse sentir vivo. Mas tudo o que você encontrou foi uma mentira. Eu sou real. Eu estou aqui. Eu te vejo.”
Aproximei-me mais, sentindo meu coração bater tão forte que parecia ecoar em meus ouvidos. "Eu te conheço melhor do que qualquer outra pessoa. Sei o que você precisa, sei o que te faz feliz. E eu posso te dar isso. Nós podemos nos ajudar."
Ele ainda parecia confuso, mas não se afastou dessa vez. Eu estava tão perto que podia sentir o calor do seu corpo, a tensão entre nós crescendo a cada segundo.
Com as mãos trêmulas, toquei seu rosto novamente, desta vez com mais firmeza. Meus dedos deslizaram pelo seu queixo, e eu olhei profundamente em seus olhos, tentando mostrar que eu estava falando sério. "Pai, por favor... você não precisa lutar contra isso. Deixe-me te ajudar."
Minhas mãos foram para seu peito, sentindo seu coração acelerado, e eu me inclinei mais uma vez, meus lábios quase tocando os dele. "Apenas... confie em mim."
Dessa vez, ele não recuou imediatamente. Sua respiração estava pesada, o conflito interno claro em seus olhos, mas eu podia sentir que ele estava lutando contra algo que, no fundo, também queria.
“Isabela...” Ele sussurrou meu nome, sua voz rouca, enquanto eu me aproximava ainda mais. E então, antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa, eu o beijei novamente. Desta vez, com mais intensidade, mais determinação.
Seus lábios hesitaram por um segundo, mas logo se abriram para mim, respondendo ao meu toque. O beijo foi mais profundo, mais carregado de emoção do que antes, e por um momento, parecia que ele estava cedendo, aceitando o que eu estava oferecendo.
Minhas mãos subiram até a sua nuca, puxando-o para mais perto, e eu senti que ele finalmente estava me deixando entrar, deixando-se levar pelo que sentia. Havia algo de libertador naquele momento, como se estivéssemos nos afastando de toda a dor e arrependimento, buscando conforto um no outro de uma maneira que não conseguíamos encontrar em mais ninguém.
O beijo que compartilhamos foi carregado de emoções reprimidas, e, à medida que se tornava mais intenso, senti o corpo dele relaxar sob o meu toque. Meu coração disparava enquanto minhas mãos deslizavam de seu peito para seus ombros, segurando-o firme, como se eu tivesse medo de que ele recuasse. Mas, dessa vez, ele não recuou.
Ao invés disso, ele cedeu.
Eu senti seus braços me envolverem com hesitação no começo, mas logo se tornaram mais firmes, puxando-me para mais perto. O calor de seu corpo contra o meu parecia apagar qualquer linha que ainda restava entre o certo e o errado. Minha mente girava, uma parte de mim ainda questionava o que estávamos fazendo, mas outra parte estava tomada pelo desejo de preencher o vazio que ambos sentíamos.
“Pai...” Eu sussurrei entre os beijos, minhas palavras abafadas contra seus lábios. “Eu estou aqui... Eu quero te ajudar. Você não precisa se sentir sozinho.”
Minhas mãos desceram por seu corpo, sentindo a familiaridade de seu toque. Ele parou por um momento, segurando meu rosto com as mãos, os olhos dele estavam cheios de uma mistura de tristeza e algo mais, algo que parecia tão proibido quanto irresistível. “Isabela, nós... nós não deveríamos...” Sua voz era baixa, quase um lamento, mas eu sabia que ele já estava além da resistência.
Eu coloquei meus dedos sobre seus lábios, silenciando suas dúvidas. “Shh... não pense demais. Só... me deixe cuidar de você.”
Nossos lábios se encontraram novamente, e dessa vez não havia hesitação. Ele me beijou com mais força, como se estivesse se entregando finalmente àquilo que tentava resistir. E, naquele momento, tudo o que importava era o agora. O peso de todas as expectativas e julgamentos desapareceu, e fomos apenas nós dois, perdidos um no outro.
Eu o senti me puxar para mais perto, nossos corpos se apertando, e as barreiras que antes nos separavam agora desmoronavam completamente. Meus dedos acariciavam seu cabelo enquanto suas mãos desciam por minhas costas, e por um momento, eu me deixei afundar completamente naquele sentimento.
Os toques ficaram mais intensos, mais desesperados. Nós dois estávamos nos entregando a algo que não entendíamos completamente, mas que parecia inevitável. O quarto estava silencioso, exceto por nossas respirações aceleradas e o som abafado de nossos corpos se movendo juntos, preenchendo o vazio que antes parecia insuportável.
No calor do momento, tudo o que restava era a intensidade do desejo e a proximidade que ambos ansiávamos.
Depois que a última camada de resistência caiu, e nossos corpos se encontraram de forma consumada, uma nova realidade tomou conta. O calor e a proximidade eram avassaladores, mas logo a realidade começou a se infiltrar quando eu realmente decidi fazer o que eu queria: eu abaixei as cuecas do meu pai e olhei para o pênis dele pela primeira vez.
Sem pensar muito, senti urgência em colocar ele na boca, antes que ele pudesse desistir. Comecei a realizar o sexo oral nele. Ele tinha acabado e tomar banho e estava cheiroso. Me surpreendi com pênis dele, não imaginava que era grande. Pelo comportamento dele, pensei que ele tinha um pênis pequeno, mas logo quando vi eu gostei do formato dele e aproveitei bastante.
Fiz ele deitar de barriga para cima, e fiz meu pai relaxar por longos dez minutos de sexo oral. Eu não disse nada, e ele só ficou gemendo diante de mim. Eu sentia que eu estava afagando a carência sexual que ele tinha. Eu era uma menina jovem, afinal devia ser isso que ele procurava caindo num catfishing idiota.
Parei de chupá-lo, e olhei nos olhos dele e disse. “Tá melhor, pai? Quero que se sinta bem”. Ele me respondeu: “Meu Deus, Isa.,,” E antes que ele pudesse falar, coloquei a mão dele no meio da minha vagina, e de novo não resistiu. Ele então fez sexo oral em mim, comigo deitada de costas para cama.
“Isa, você parece um anjo”, dizia inebriado com o que estava lambendo. Era visível que ele adorava meninas da minha idade. Ele tratou bem a minha vagina, a barba dele me provocava uma leve cócega no meu púbis, mas era agradável. Ele fez bem o oral. Eu fiquei falando várias palavras para ele, dizendo que o amava e coisas do tipo. Estava convencida que eu estava fazendo um bem para ele, depois do trauma emocional que ele sofreu.
Interrompi o oral que ele estava fazendo e falei: “Pai, me come, por favor?”. Novamente ele não resistiu. Eu virei de ladinho para ele. E então consumamos nossa relação incestuosa que iriamos manter a partir dos anos.
Senti o pau dele me invadindo com força meu ventre naquele dia. Ele descontou toda sua frustração emocional no sexo comigo. Eu senti um certo sentimento de autorrealização. Sabia que ninguém deveria ficar sabendo, mas a cada estocada que ele dava dentro de mim, eu tinha certeza que o incesto com ele não era um erro para mim. Ele me comeu a noite inteira naquele dia.
Depois disso, nós mantemos nossa relação oculta para as pessoas. Eu até cheguei a engravidar mais de uma vez dele, mas realizamos aborto as duas vezes que aconteceram.
Eu me casei. Fiz o que esperavam de mim, o que parecia ser o próximo passo lógico para qualquer mulher da minha idade. Meu marido era um homem bom, atencioso e dedicado. Todos diziam que eu tinha sorte. E talvez eu tivesse, mas casar-me não mudou nada entre meu pai e eu.
Os fins de semana eram nossos. Eu inventava desculpas para sair de casa, mentiras pequenas e inofensivas que meu marido acreditava sem questionar. “Vou visitar o papai,” eu dizia, e era verdade. Só não dizia o que eu fazia com ele.
Ele me recebia com aquele olhar que me fazia esquecer de tudo – do marido, das obrigações, da fachada que construí para os outros. Ali, não havia julgamentos, apenas sexo.
A verdade é que, por mais que tentasse encontrar satisfação no casamento, ele era o único que sabia exatamente o que eu gostava, o que eu precisava. Havia uma cumplicidade entre nós, construída ao longo de anos, que ninguém mais podia igualar. Por mais que tentasse, eu sabia que meu casamento era apenas uma peça de teatro, uma distração conveniente para o mundo lá fora. Meu verdadeiro lar, meu verdadeiro refúgio, estava ali, com ele.
Os anos passaram, mas nada mudou entre nós. Meu casamento continua, uma fachada conveniente que mantém as perguntas longe. Vivemos nossas vidas assim, em silêncio, mas com muito sexo entre quatro paredes.
“Você está feliz assim?” ele me perguntou certa vez, durante uma noite tranquila, enquanto estávamos deitados lado a lado.
Parei por um momento antes de responder. “Sim. Mais do que você imagina.”