Capítulo 2: A Mãe
O cheiro do café fresco era inconfundível. Era como se o aroma tivesse sido programado para me despertar, um lembrete de que minha mãe estava sempre um passo à frente de tudo. Enquanto descia as escadas, o som leve da chaleira e o ruído da colher contra a cerâmica me confirmavam sua presença na cozinha.
Ao cruzar a porta, lá estava ela. Marta, minha mãe. Encostada no balcão, movendo a colher em círculos lentos dentro de uma xícara enquanto olhava pela janela. O sol nascente derramava uma luz dourada sobre ela, acentuando cada curva e detalhe do seu corpo com uma delicadeza quase cruel.
Ela tinha uma beleza que parecia não se importar com o tempo. Aos 40 anos, ela exalava uma sensualidade discreta, mas devastadora. Sua pele clara tinha um brilho natural, como se fosse suavemente acariciada pela luz. Suas pernas esguias estavam expostas até o meio das coxas, graças à camisola de algodão que usava, que moldava seu corpo como um segundo tecido de pele.
A curva dos quadris era acentuada, e, ao menor movimento, o tecido acompanhava o balanço dos seus passos, insinuando os contornos de suas formas femininas. Os seios médios estavam sutilmente destacados pela fina camada de tecido, revelando um decote quase inocente, mas que parecia provocar mais do que deveria.
Seus cabelos castanhos escuros, longos e ondulados, estavam presos de maneira despreocupada, mas algumas mechas haviam escapado, emoldurando seu rosto anguloso. Os lábios finos e bem delineados estavam relaxados, e seus olhos castanhos, profundos como um segredo bem guardado, se fixaram nos meus quando ela se virou.
– Bom dia, dorminhoco – disse ela, sorrindo levemente.
Minha garganta ficou seca. Era impossível não notá-la. Não como filho, mas como homem. Havia algo na presença dela que era magnético, quase hipnótico. Ela não parecia fazer nenhum esforço para ser bonita, e talvez fosse exatamente isso que a tornava tão... irresistível.
– Bom dia, mãe – respondi, esforçando-me para soar casual.
Ela abriu os braços para me abraçar, e eu hesitei por um segundo antes de ceder. Seu corpo era quente contra o meu, e o tecido fino da camisola deixava pouco espaço para a imaginação. Seu perfume, um misto de lavanda e algo mais sutil, algo unicamente dela, inundou meus sentidos.
– Feliz aniversário, meu filho. Vinte anos! Parece que foi ontem que você nasceu.
– Pois é... – Murmurei, tentando recuperar o fôlego.
Ela me soltou e voltou para o balcão. Pegou uma xícara e começou a servir café para mim, seus movimentos tão naturais e graciosos que era como se dançasse. Sua postura, sempre elegante, destacava ainda mais a curva de suas costas e o equilíbrio perfeito entre força e feminilidade.
– E então? O que você espera para os 20 anos?
Sentei-me à mesa, tentando organizar meus pensamentos enquanto a observava. Não era só sua beleza que me intrigava, mas o contraste. Minha mãe era suave e forte ao mesmo tempo, uma mistura de vulnerabilidade e domínio que eu ainda não entendia completamente.
– Não sei – admiti. – Acho que espero mudanças.
– Mudanças? – Ela arqueou uma sobrancelha, inclinando-se levemente sobre o balcão.
O movimento fez a camisola deslizar ainda mais sobre sua pele, revelando um pouco mais de suas coxas. Engoli em seco, desviando o olhar para minha xícara.
– É. Sei lá. Parece que, com 20 anos, eu deveria ter feito mais coisas... vivido mais.
– Que tipo de coisas?
– Você sabe... – Hesitei, sentindo o calor subir pelo meu rosto. – Coisas.
Ela sorriu, aquele sorriso que parecia misturar compreensão com algo mais, algo que fazia meu estômago se revirar.
– Está falando de garotas?
Corei violentamente, mas assenti.
– É.
– Miguel... – Ela se aproximou, sentando-se à minha frente. Seus olhos encontraram os meus, e havia algo em seu olhar que me desarmava completamente. – Você tem 20 anos. Ainda tem tempo de sobra pra isso.
– Eu sei, mas... é difícil. Parece que todo mundo já tem alguma história, sabe? E eu... nada.
Ela estendeu a mão sobre a mesa, tocando a minha com delicadeza. Sua pele era macia, quente, e o gesto era tão íntimo que quase me fez recuar.
– Não se compare aos outros – disse ela, sua voz baixa e suave. – Cada pessoa tem seu tempo. Quando for a hora certa, vai acontecer.
O calor do toque dela, combinado com a intensidade de sua presença, fazia minha cabeça girar. Seu apoio era reconfortante, mas também despertava algo em mim que eu não queria reconhecer.
Ela se levantou, pegando as xícaras e caminhando de volta à pia. O tecido de sua camisola balançava levemente com seus passos, revelando e ocultando sua silhueta em um ritmo hipnotizante.
– Termine o café – disse ela, sem olhar para trás. – Você tem um dia inteiro pela frente.
Enquanto ela lavava as xícaras, fiquei ali sentado, observando-a. Ela sempre foi mais do que uma mãe. Era como se ela carregasse o peso de tudo – das minhas inseguranças, dos erros do meu pai, do passado que nunca conseguimos abandonar – e, ainda assim, permanecesse firme, bela e invencível.
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Bem-vindo ao início de uma jornada inesquecível!
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