Short Stories - Desejo - Eduardo e Fábio

Um conto erótico de Gabriel
Categoria: Gay
Contém 980 palavras
Data: 26/12/2024 14:00:47
Assuntos: Gay, Drama, Romance

A noite estava tranquila, mas o silêncio que pairava entre Eduardo e Fábio era quase ensurdecedor. Eles estavam sentados na sala do apartamento de Fábio, onde a luz amarelada criava um ambiente aconchegante, porém carregado de tensão. O reencontro havia sido casual, um convite para uma conversa entre amigos. Mas, conforme as horas passavam, os limites de amizade pareciam cada vez mais tênues.

Eduardo mexia no copo de vinho, evitando encarar Fábio diretamente. Sua mente estava em um turbilhão. Não era só a atração que o incomodava, mas o medo. Medo de se abrir, medo de se machucar.

— Você está muito calado hoje — comentou Fábio, tentando quebrar o gelo.

Eduardo forçou um sorriso.

— Só pensando.

— Pensando em quê?

Eduardo hesitou. Ele sabia que Fábio percebia suas inseguranças, mas admiti-las era outra história.

— Na vida, no trabalho... nessas coisas.

Fábio arqueou uma sobrancelha. Ele sempre foi bom em ler Eduardo, e sabia que aquela resposta era uma evasiva.

— Você nunca foi bom em esconder o que sente.

Eduardo levantou o olhar, finalmente encarando Fábio.

— E se eu não quiser falar sobre o que sinto?

— Então vou respeitar — respondeu Fábio, com calma. — Mas eu gostaria que você confiasse em mim.

As palavras de Fábio ecoaram na mente de Eduardo. Confiar. Uma palavra simples, mas que carregava um peso enorme. Eduardo não confiava tão facilmente. Seu passado estava repleto de cicatrizes, histórias de rejeição e desamores que o deixaram cético em relação ao amor.

— Não é tão fácil assim, Fábio — disse Eduardo, quebrando o silêncio. — Você não entende o quanto é difícil para mim.

Fábio inclinou-se ligeiramente para a frente, os olhos fixos em Eduardo.

— Então me explica. Eu quero entender.

Eduardo respirou fundo, lutando contra o nó que se formava em sua garganta.

— Eu já me apaixonei antes. E, todas as vezes, acabou em dor. Rejeição, traição... não importa como começou, o final foi sempre o mesmo.

Fábio assentiu, compreendendo.

— Eu também já passei por coisas assim, Eduardo. Não é fácil. Mas não podemos deixar o medo nos impedir de tentar.

Eduardo desviou o olhar novamente.

— Talvez você consiga, mas eu... não sei se consigo arriscar de novo.

A conversa foi interrompida por um silêncio que parecia carregar o peso de anos de sentimentos não ditos. Fábio se levantou, foi até a cozinha e voltou com mais vinho. Sentou-se mais perto de Eduardo desta vez, tão perto que seus joelhos se tocavam levemente.

— Eu não quero te pressionar — disse Fábio, colocando a mão suavemente sobre a de Eduardo. — Mas quero que você saiba que estou aqui.

O toque de Fábio era firme e ao mesmo tempo delicado. Eduardo sentiu um arrepio subir por seu braço. Ele queria recuar, mas algo dentro dele o impedia.

— Por que você está fazendo isso? — perguntou Eduardo, a voz carregada de emoção.

— Porque eu sinto algo por você, Eduardo. Algo que vai além da amizade.

Eduardo encarou Fábio, buscando sinceridade em seus olhos. E ele encontrou. Não havia jogos ali, apenas um homem disposto a se abrir, mesmo que isso significasse se expor a uma possível rejeição.

Fábio se inclinou um pouco mais, os rostos tão próximos que Eduardo podia sentir a respiração dele. O momento parecia carregado de eletricidade, como se o mundo inteiro tivesse parado para observar aquele instante. Mas Eduardo desviou o rosto no último segundo.

— Eu não posso... — sussurrou.

Fábio recuou imediatamente, respeitando o limite de Eduardo.

— Tudo bem. Eu não quero te forçar a nada.

Eduardo fechou os olhos, sentindo-se dividido. Parte dele queria se entregar, mas a outra parte estava aterrorizada.

— Não é sobre você, Fábio. É sobre mim.

— Eu sei — respondeu Fábio, com um sorriso triste. — Mas, se eu puder ajudar você a enfrentar isso, quero tentar.

Depois de um tempo, foi Fábio quem começou a falar, quebrando o silêncio com uma confissão inesperada.

— Eu também já tive medo de me entregar, sabia?

Eduardo olhou para ele, curioso.

— Você?

— Sim. Meu último relacionamento terminou porque eu não conseguia me abrir. Ele dizia que eu era fechado demais, que eu não confiava nele. No fim, ele desistiu de mim.

— E como você superou isso?

— Eu ainda estou superando. Mas percebi que o medo só me impedia de viver. E eu não quero viver com arrependimentos.

As palavras de Fábio tocaram Eduardo de uma forma que ele não esperava. Ele começou a perceber que o medo não era apenas um obstáculo, mas também uma escolha.

Fábio colocou a mão no ombro de Eduardo, desta vez com mais segurança.

— Eu não espero que você mude de um dia para o outro. Só quero que saiba que eu estou disposto a esperar.

Eduardo sentiu as lágrimas se formarem nos olhos, mas ele piscou rapidamente, tentando escondê-las.

— Obrigado, Fábio.

Fábio sorriu, apertando levemente o ombro de Eduardo antes de se levantar.

— Acho que já é tarde. Vou te levar para casa.

Eduardo assentiu, sentindo-se mais leve, mas ainda carregando o peso do que viria a seguir.

No caminho até a casa de Eduardo, o silêncio entre eles era confortável, quase cúmplice. Quando chegaram, Eduardo hesitou antes de sair do carro.

— Fábio...

— Sim?

— Obrigado por entender.

— Sempre — respondeu Fábio, com um sorriso caloroso.

Enquanto Eduardo entrava em casa, ele sabia que algo havia mudado. Fábio não era apenas um amigo. Ele era uma oportunidade, uma chance de vencer o medo e descobrir o que era o amor de verdade.

Naquela noite, Eduardo não conseguiu dormir. As palavras de Fábio ecoavam em sua mente, assim como o toque de sua mão. Ele sabia que ainda tinha um longo caminho a percorrer, mas, pela primeira vez em anos, sentiu que talvez valesse a pena tentar.

E, do outro lado da cidade, Fábio também estava acordado, sorrindo ao lembrar do olhar de Eduardo. Ele sabia que o processo seria lento, mas estava disposto a esperar. Afinal, algumas conexões eram fortes o suficiente para superar até mesmo os maiores medos.

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