Capítulo 3: A Irmã
Estava terminando meu café, ainda imerso nos pensamentos que o abraço de minha mãe tinha despertado, quando ouvi o som de passos leves no corredor. Não precisei olhar para saber quem era. Manuela, minha irmã mais velha, tinha uma presença que antecedia sua entrada, como uma espécie de vibração no ar.
Ela apareceu na porta da cozinha com aquele sorriso preguiçoso de quem ainda está se ajustando ao dia. Usava um pijama que, para ser honesto, parecia mais adequado para uma festa do pijama do que para dormir. O short era tão curto que mal cobria o essencial, e a camiseta cavada deixava parte de sua barriga à mostra, revelando uma pele bronzeada e lisa que parecia exigir atenção.
Manuela tinha 22 anos, dois a mais que eu, mas sua confiança fazia parecer que a diferença era muito maior. Ela era uma daquelas pessoas que simplesmente sabia como chamar atenção sem esforço algum. Seu cabelo castanho escuro, que geralmente caía em ondas soltas, estava preso em um coque bagunçado, com algumas mechas emoldurando seu rosto de feições delicadas.
– Olha só quem tá fazendo aniversário – brincou ela, caminhando até mim com os braços abertos.
Antes que eu pudesse reagir, ela me puxou para um abraço apertado. Sua pele era quente, e o perfume leve de morango e baunilha que ela sempre usava invadiu meus sentidos. Não era só o abraço que me deixava desconfortável, mas o fato de que seus movimentos faziam o tecido justo do pijama se ajustar ainda mais ao corpo dela.
– Parabéns, maninho – disse ela, me soltando e bagunçando meu cabelo.
Senti meu rosto esquentar, não pelo carinho, mas pela maneira como o short dela parecia subir um pouco mais quando ela se inclinava. Eu sabia que não deveria notar essas coisas, mas era impossível ignorar. Manuela sempre foi bonita, mas ultimamente até meus amigos não paravam de comentar sobre isso.
– Valeu, Manu – murmurei, desviando o olhar.
Ela se jogou em uma das cadeiras da cozinha, cruzando as pernas de um jeito que só fazia o short parecer mais provocante. Minha mãe, que estava de costas lavando a louça, não parecia notar nada de errado, mas eu...
– E aí? – começou ela, com um sorriso malicioso. – Agora que você tá fazendo 20 anos, vai finalmente deixar de ser virgem?
O comentário me pegou de surpresa, e quase me engasguei com o café.
– Manu! – protestei, mas ela apenas riu, claramente se divertindo com o meu desconforto.
– Qual é? Você sabe que eu tô só brincando... ou não.
Ela apoiou o queixo na mão, olhando para mim com aquela expressão de quem estava prestes a soltar outra provocação. Seus olhos castanhos brilhavam, e o sorriso em seus lábios deixava claro que ela sabia exatamente o que estava fazendo.
– Quer dizer, eu sei que não é por falta de vontade. Deve ser difícil pra você, né? Tão tímido... tão... inexperiente.
– Eu não sou tímido – retruquei, tentando soar confiante.
Ela arqueou uma sobrancelha, como se dissesse "Ah, tá".
– Tá bom, então. Me diz, qual é o plano? Vai passar o dia todo pensando nisso ou vai fazer alguma coisa a respeito?
– Eu... não sei – admiti, sentindo que qualquer resposta seria usada contra mim.
Manuela riu novamente, mas desta vez havia algo mais suave em seu tom.
– Relaxa, Miguel. Todo mundo passa por isso.
Minha mãe, que até então tinha ficado fora da conversa, se virou com um olhar curioso, mas decidiu não intervir. Talvez ela soubesse que Manuela estava apenas sendo Manuela.
– Sabe o que você precisa? – continuou minha irmã, inclinando-se levemente na cadeira. – Uma ajudinha.
– Ajudinha?
– É. Talvez... eu te apresente alguém.
Minha curiosidade foi instantânea, mas tentei não parecer muito interessado.
– Quem?
Ela deu de ombros, mas o sorriso travesso permaneceu.
– Tenho umas amigas... Bem, algumas delas adorariam conhecer um garoto tímido como você.
– Eu não sou tímido!
– Claro que não. – Ela piscou para mim, e, por um momento, parecia estar realmente considerando a ideia. – Talvez a Camila. Ou a Sabrina.
Meus pensamentos começaram a correr. Camila era a amiga dela que sempre me cumprimentava com um sorriso tímido, e Sabrina... bem, Sabrina era o tipo de garota que fazia os caras tropeçarem na própria língua.
– Isso é sério? – perguntei, tentando esconder o entusiasmo na minha voz.
– Talvez. Se você se comportar.
Ela se levantou, indo até a bancada para pegar uma maçã. O movimento fez o tecido da camiseta deslizar ainda mais sobre seu corpo, revelando parte de suas costas e deixando à mostra uma alça de sutiã preta que parecia quase inútil.
– Só não fique muito animado, tá? Vou pensar no caso.
Apesar da provocação, o dia parecia promissor. Talvez, só talvez, minha sorte estivesse começando a mudar.
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Bem-vindo ao início de uma jornada inesquecível!
Este é o terceiro capítulo do volume de abertura da minha coleção "O Mundo é Meu!", que também serve como prólogo da fase inicial da série: "Amor em Família". Explorando temas provocantes e tabus intensos, esta fase é um convite para mergulhar nas complexidades das relações humanas em seu nível mais íntimo. Como este conteúdo não foi permitido no Kindle Direct Publishing da Amazon, estou publicando-o aqui, capítulo por capítulo, para que você possa desfrutar dessa história única.
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