MEU PRIMEIRO HOMEM

Um conto erótico de ClaudioNewgromont
Categoria: Homossexual
Contém 953 palavras
Data: 27/12/2024 10:01:33
Assuntos: Homossexual, Gay

Noite de solidão. Mesa de bar, um drinque qualquer, um tiragosto qualquer, um lugar qualquer. Pouco importam esses detalhes, quando se quer simplesmente curtir a solidão, entre tragos, numa noite qualquer. Um chique e caro ambiente ou uma espelunca perdida no meio do nada... pouco importa. Assim estava eu, naquela noite, exercitando minha solidão ébria. Todas as mulheres que tive sumiam-se na fumaça do passado, entre o muito que foram e o nada que eram agora.

Nada via nem ninguém. O burburinho de vozes abafadas que se perdiam entre os casais ou grupos que ocupavam as mesas, eram apenas som ambiente. Nada me acrescentavam, sequer despertavam minha curiosidade. Meus olhos voltados para dentro de mim, não davam notícia alguma do que rolava ao redor.

Por isso que estranhei o novinho afetado, saliente e saltitante pedir licença com sua voz aveludada e sentar na minha frente, sem esperar que eu concedesse a tal licença solicitada. Menos mal: eu estava tão alheio a tudo que me dobrar a uma conveniência social me seria pesaroso. Fixei, com certa dificuldade, meu baço olhar no rosto serelepe no loiro rapaz, que sorria meio que imbecilmente.

“Tudo bom?” Sua interpelação enfastiava-me ainda mais, mas, como precisava responder, fiz um esgar incompreensível, enquanto bebia mais um gole da bebida. Impertubável, o rapaz continuou, decerto firme na missão que o trouxera à mesa de um esquisito desconhecido: “Aquela lá, de blusa verde brilhante, está super a fim de você, mas morre de vergonha de vir aqui te falar. Por isso eu vim!”

Não me perguntem o que me deu; joguei meus olhos lassos sobre seu rosto, sem dar a mínima à direção em que ele me apontava e falei, com a voz meio pastosa e embargada pelos vários drinques: “pena que não seja você!” Não sei de quem foi o maior choque, se dele que veio “buscar lã e saiu tosqueado”, como diz o samba; se meu, ao cantar tão abertamente um homem, pela primeira vez na minha vida.

Mas não recuei do que disse nem procurei remendar. Ele não sabia onde pôr os olhos, nem as mãos... sorria e não sorria... olhava para mim, baixava os olhos e os levantava de novo: pura surpresa. Procurava o que dizer. Não encontrava. Até que gaguejou: “ela vai ficar puta comigo, porra!” Surpreendi-me de novo com meu cinismo: “Simples, vai lá e diz a ela que sou gay!” Onde demônios eu queria chegar com essa sacanagem?

Mas o diabo é que o rapazinho, não sei como, despertara em mim algo que nunca julguei existir: eu estava gostando de olhar pra ele, de falar essas coisas, e vê-lo estremecer de sem-jeitismo.

Eu, serpente venenosa, reconhecendo os sinais do veneno inoculado na frágil presa, dei o bote final: “A não ser que você não me queira!” Ele se quedou, paralisado, olhos fixos de hipnose nos meus. Seu agoniado silêncio me excitava mais e mais. Agora eu já queria aquele cara. Nem sabia como se dava um encontro entre homens, mas não iria me entregar assim tão fácil, embora soubesse que ele perceberia minha inexperiência ao primeiro contato. Minha rola endurecida gritava por foda.

“Enquanto você vai dar uma resposta a sua amiga, e deixá-la puta da vida, eu pago a conta!”

No olhar do garçom que me trouxe a maquininha do cartão, quis ver o deboche de reconhecer que o cliente descolara. Não dei a mínima. Ao levantar-me da mesa, o rapazinho voltava do grupo de onde saíra, deixando frustrada uma mulher bonita – que eu até pegaria, se meu corpo não pedisse outras emoções naquela noite.

Dirigimo-nos à porta de saída, entramos no carro e achei que deveria fazer alguma coisa para demarcar terreno: assim que as portas bateram, puxei-o pela nuca e experimentei, pela vez, primeira, os lábios de outro homem. Alguns segundos de impasse e ele entregou-se ao beijo, com uma sofreguidão tão intensa que, por instantes, quis me arrepender. Mas estava tão gostoso!

Dei partida e nada falamos em todo o trajeto até meu apartamento. Não dei a mínima para o olhar incompreensível do porteiro, ao me responder o boa-noite metálico que lhe dei. No elevador, outro acesso de ousadia e o agarrei num beijo com força e num encostar de corpos que fez sentir reciprocamente nossas durezas.

Ao fechar a porta do apartamento, ele tomou a iniciativa de me beijar, enquanto me despia e acariciava minha rola feito rocha. Ao toque de seus lábios, sua língua e toda a sua boca, senti-me aproximar dos deuses. Em pouco, ele também estava nu e eu fiquei mais uma vez surpreso comigo mesmo, com a atração que aquele corpo esguio e curvilíneo exercia sobre minha libido.

Rebocado em sua boca, arrastei-o à cama, e ele já foi se virando, oferendo-me seu orifício, que palpitava, como a me chamar. Chupei-o, a lubrificá-lo (e tudo era novidade para mim), e ao me deitar sobre suas costas, minha pica rígida deslizou para dentro de seu cu – ele gemia e eu gemia. Aprendi em segundos como foder um homem, ao socar-lhe ritmicamente, enquanto ele mais abria as pernas, como a querer que eu mais entrasse.

O apertado de seu canal, diferente das vaginas que penetrei, causava-me um prazer mais intenso e imediato. Até que senti raios de prazer concentrando-se em minha genitália e as golfadas agitando-se em mim, até explodir de prazer dentro daquele corpo masculino.

Caralho! Como eu gostei disso!

Desmaiei sobre suas costas, ofegante, a pica ainda atolada em seu rabo, sentindo-o mastigar-lhe. Dominei minha imensa vontade de mordê-lo com toda a força a nuca, a ponto de ficar com um naco de sua carne entre meus dentes; ao contrário, apenas cheirei seu pescoço, sugando todo o odor de um homem que eu acabara de comer.

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Comentários

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Pontual! Gosto dessa maneira de narrar. Conte-nos mais...

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Que show de texto. Situação maravilhosa e invejável. Uma cena comum que suas palavras transformam numa obra prima. De forma magnífica vc deu o recado, contou a história de uma forma sensual e despertou um tesão do caralho. Que primeira vez sensacional.

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Que texto, que texto!! Lendo sua escrita eu me sinto (sem tê-los vivido..) nos tempos em que os grandes cronistas tinham colunas em jornais e revistas, e os leitores tinham o prazer de ler pequenas obras literárias periodicamente, no cotidiano. Ao invés do jornal, um site, mas não tenho dúvida que você escreve literatura e da boa aqui!

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