Parte 3 - Os inimigos moram em casa.
Pessoal resolvi antecipar o próximo por que irei viajar!! Após a viagem os episódios sairão diariamente.
Boa diversão…
………..
Olá, fiquei satisfeito por ver que a Thais cumpriu um dos nossos combinados! Ela foi inteligente ao voltar um pouco na história, mas, para mim, toda a maldade começou muito antes.
Nos primeiros meses em que comecei a me relacionar com ela, nossa relação era normal. Até o sexo, naquela época, era “normal”, com ela se dedicando de um jeito que nunca mais fez até aquela madrugada.
Thais era virgem, e era natural que ela me “segurasse” no começo. Mas, depois de algumas vezes, nossa conexão na cama ficou muito boa.
Ela sempre teve esse jeito controlador fora da cama e dominador quando fazíamos amor. Nunca gostou de me fazer sexo oral, fez algumas vezes, mas nunca até o fim. Já eu, sempre fui “obrigado” a fazer o oral nela, o que nunca foi um problema.
O que me incomodava eram as brincadeiras dela com os amigos. Pensei muito em falar algo, mas sempre que saíamos com ela e suas amigas, inclusive minha irmã, elas falavam como estavam cansadas de homens ciumentos e possessivos. Diziam que um homem de verdade não deveria se sentir inseguro com outros homens, que isso era sinal de fraqueza.
Eu ouvia tudo em silêncio, mas sempre quis dizer que elas também precisavam colaborar, se dar o respeito e respeitar a pessoa ao seu lado. Mas, confesso, estava apaixonado, e por isso não falei nada.
Nessa semana, haveria uma festa na faculdade da Thais, e eu sabia que seria uma noite difícil para mim.
Tomei coragem e fui conversar com a Laura. Vou narrar a conversa:
“Era uma quinta-feira à noite, já tínhamos jantado, e eu estava ajudando minha mãe com a louça. Noites em que nossa mãe jantava em casa eram raridade, e essa era uma delas. Depois que terminei, fui até o quarto da minha irmã.
Bati na porta e esperei alguns minutos até que ela me autorizou a entrar.
— Desculpa, Serginho, mas vou ter uma reunião com as ‘maravilhosas’ (o grupinho que minha irmã fazia parte, e que Thais parecia liderar).
— Eu queria conversar com você. Posso voltar mais tarde?
Acho que o meu semblante ou a curiosidade dela a fizeram repensar, e ela decidiu me ouvir.
— Sérgio, está tudo bem? Você está com uma cara péssima.
— Sim... quer dizer... eu preciso de um conselho seu. Eu estou achando o comportamento da Thais com alguns amigos quase intolerável. Por favor, ela realmente me ama? Quer ficar comigo? Não sei o que fazer.
Laura, com um sorrisinho maternal, bateu na cama me chamando para conversar.
— Olha, eu acho que o que ela vê de diferente em você é justamente o fato de você não ser igual a esses “heterotops” que vemos por aí.
— Mas... às vezes, eles estão quase passando dos limites!
Nessa hora, ela segurou minha mão e falou com autoridade:
— Você não confia em mim? Acha que eu deixaria alguém te magoar?
Eu então me levantei sem dizer mais nada. Quando estava saindo do quarto, ela me chamou.
— Conversa com o Sandro. Ele é homem, pode te ajudar melhor.”
Neste mesmo dia, fui falar com o Sandro. Ele parecia estar com pressa, mas me ouviu.
Falei sobre minhas inseguranças em relação ao sexo, sobre como ela parecia não se importar com o meu prazer e também sobre o ciúmes e a insegurança que estavam me consumindo.
Sua resposta ainda me faz tremer de raiva até hoje. Porque, no fundo, tudo parecia ter sido planejado desde aquela época.
- Olha, Sérgio, a Thais é perfeita. Se ela quer que você chupe ela, chupa, caralho! Vai ficar com nozinho agora? Quanto aos seus ciúmes... é normal, mas se eu fosse você, tentaria controlar o máximo possível. Imagina perder sua namorada por causa disso?
Foi o que fiz. Engoli seco, meu orgulho e ciúmes, e vi não só seus amigos, mas até o Sandro, com brincadeiras cada vez mais humilhantes.
Quando pensei em desistir e tentar recuperar um pouco da minha dignidade, Thais pareceu se antecipar e pediu um tempo em nosso relacionamento. Fiquei completamente confuso. Afinal, tudo o que eu fiz até aquele momento foi me diminuir e fazer tudo o que ela desejava.
……
Vale a pena continuar o que a Thais relatou para vocês no conto anterior, mais precisamente a parte de como voltamos a ficar juntos após três meses de separação.
Naquele mesmo dia, jantamos juntos: Laura, Thais e eu. Sandro não estava em casa naquela noite. Foi um jantar agradável, e, no meio da conversa, elas me informaram que passariam o resto do feriado da semana do 7 de setembro (ou “semana do saco cheio”, como chamávamos) em casa, aproveitando a piscina. Thais, inclusive, disse que dormiria todos os dias lá.
É lógico que não me opus. Teria ela em casa, dormindo na minha cama, todos esses dias.
Após o jantar, Laura não quis continuar a conversa e foi para o quarto. Thais me olhou com firmeza e falou:
- Decidiu se quer voltar a namorar? Mas do jeito que tem que ser…
Demorei para responder. Ela então pegou minha mão e me levou até o meu quarto. Me fez sentar na cama, segurou meu rosto e voltou a falar.
-Eu nunca vou namorar um homem ciumento e possessivo, entendeu?
Respondi apenas com um aceno de cabeça.
- Quanto ao sexo, o seu pau me machuca muito. Então, vou deixar você me penetrar de vez em quando, com camisinha, e apenas na posição papai e mamãe. Entendeu?
Naquela hora, pensei em retrucar, mas lembrei das palavras das meninas, que praticamente me fizeram uma lavagem cerebral. Lembrei das poucas e firmes palavras de Sandro, mas, principalmente, lembrei do que minha irmã me falou.
Laura e eu sempre fomos muito próximos. Quando meu pai surtou e fugiu de casa e minha mãe resolveu assumir o amante e morar com ele, nos deixando sozinhos (eu, com apenas 15 anos e ela com 9), assumi o papel de pai, mãe e tutor dela. Eu tive que conhecer o que era responsabilidade muito cedo e isso foi para que minha irmã tivesse tudo que pudesse, desde que se encaixasse na mesada que nossa mãe enviava.
Muitas vezes abri mão de estar com amigos para trabalhar fazendo bicos como t.i.. Eu pensei que ela também teria por mim o mesmo sentimento de proteção e cuidado, mas nessa mesma semana isso começou a parecer apenas mais uma inocência minha.
Voltando à conversa com Thais, tive que responder.
- Entendi.
Foi uma resposta baixa e lacônica e ela parecia se divertir com isso.
- Tem mais duas coisas que quero te falar. Eu vou continuar querendo que me chupe depois que chegar do trabalho, principalmente nesta semana que dormirei aqui. Por aquela tentativa de fazer uma coisa leviana enquanto te dava prazer, durante essa semana eu não irei fazer mais nada, apenas sentar na sua cara, entendeu?
Respondi com a cabeça. Não podia acreditar nos mal voltamos e ela já estava colocando todas as asinhas pra fora. Eu podia ter feito ou falado alguma coisa, mas não fiz, como já devem presumir.
Ela então levantou da cama fazendo com que minha atenção voltasse para ela novamente, ligou a luz do banheiro e desligou a do quarto. Logo em seguida pegou uma venda preta e me colocou em meu rosto.
- Fica de roupa e deita com a cabeça em cima de seu travesseiro, para não se machucar.
Após isso apenas ouço ela tirando a roupa e em pouco tempo sinto que está na posição que precisa estar.
- Teve um dia que você sentiu nojinho de mim. Se eu sentar em sua cara e você me rejeitar igual aquela vez, nós terminamos sem eu nem pensar. Vai ter dia que estarei cheirosinha, outros estarei suada da academia, outra com alguma secreção vaginal. Se você me rejeitar, já sabe…
Ela nao me deu tempo de falar nada e desceu com sua bucetinha em meu rosto. Imediatamente suguei todo o interior utilizando minha língua para abrir aquela gruta. Neste dia sua buceta estava com um gosto maravilhoso, mas teve dias nesta semana que senti que ela estava cheia de secreção. Agora sei bem do que se tratava.
Após sentar em meu rosto e gozar em minha boca, ela deitou sobre meu corpo e me deu um beijo maravilhoso. Tenho que admitir que, mesmo quando a secreção e o cheiro estavam insuportáveis, ela fazia esse mesmo ritual, me agradecendo e jurando me amar.
Após esse beijo. Ela me olhou novamente seria e falou.
- Eu já vou te avisar por que eu não quero discussão. Laurinha e eu faremos topless e Sandro também curtira esses dias de piscina conosco.
Tentei me segurar mas não consegui.
- Tha…por que? Para que isso?
Ela fechou a cara imediatamente.
- Eu estarei apenas com sua irmã e seu “irmão”. Mas se você não consegue segurar o ciúme deles, talvez não devessemos namorar.
Eu não tinha muito o que fazer, a não ser confiar na minha irmã e no Sandro, que também virou minha responsabilidade depois que meu pai fugiu e minha mãe foi embora. A diferença é que, para ele, minha mãe não mandava nem um centavo extra.
Mas eles eram minha família. Desde os nove anos deles, fiz de tudo para protegê-los. Só por isso aceitei um absurdo daqueles. Mas, como vocês devem imaginar, as coisas só pioraram depois disso.
……
Voltando para o que aconteceu após aquela madrugada…
Saí daquela maldita casa e fui direto para São Paulo onde encontrei o Dr. João Paulo, meu sócio. Estava acompanhado por um outro senhor, também grisalho, cabelos ralos e óculos. Um pouco acima do peso, seu paletó mal fechava.
- Este é o dr. Fernando. Ele é professor na mesma universidade que eu. Ele cuida de divórcios, mas é o melhor advogado criminal que conheço.
Dr Fernando me olhou sério e estendeu a mão, mantendo o olhar firme.
- Escolhi essa delegacia porque a delegada que cuida de crimes de origem sexual é muito competente e justa. Além de me dever alguns favores.
Ele terminou a frase e piscou. Se fosse eu de antes, eu desistiria de contratar aquele advogado na hora, mas esse novo eu, queria deixar de ser bonzinho.
Entramos na delegacia e comecei a contar sobre o ocorrido para a delegada. O Dr Fernando conseguiu um lugar mais privativo na delegacia e isso me deixou mais tranquilo.
Tive que contar e reviver tudo. Mostrei o áudio das meninas e, apenas aí, a delegada pareceu acreditar.
- Eu chamarei um médico para fazer corpo de delito. Se eles te doparam, precisamos ter certeza que não te violam.
- Doutora…isso não aconteceu ...Eu saberia. - respondi sem muita convicção.
- Você acredita no caráter dessas pessoas?? Eu não colocaria minha mão no fogo…
Sua resposta foi cruel. Realmente não conhecia eles de verdade e isso foi devastador. Graças a Deus não fui violado…kkk…porém, tive que fazer exames sorológicos para dsts. Logicamente fiz também o toxicológico e a delegada me indicou que poderia fazer o exame de maternidade pele delegacia, mas que teria que ter autorização da mãe e, ou, autorização judicial.
Logo após fomos para um grande hospital particular de São Paulo, talvez o melhor da América latina. Neste caminho comecei a perceber que não tinha ninguém para ligar para me acompanhar no hospital. Meus pais estavam sempre indisponíveis. Eu não tinha amigos, apenas colegas de trabalho. E mesmo se tivesse, não confiava em ninguém.
Minha única opção seria minha irmã, mas não dava para tirar a Laura de toda aquela merda, pelo menos não naquele momento.
Não sei como descrever o que aconteceu, sei apenas que sentir a pior dor da minha vida. Meu peito parecia que era perfurado. E perdi o ar ao ponto de desmaiar.
Cheguei direto para o setor de emergência, mas com os primeiros exames um infarto ou algo parecido foi descartado. No fim, foi uma crise de ansiedade o diagnóstico da equipe médica do pronto-socorro.
Acordei com uma linda garota morena ao meu lado, segurando minha mão. Me surpreendi, mas não tive forças para questionar sua presença. Apenas tentei me levantar, e ela se assustou.
Com certeza seria uma conversa necessária, apenas não sabia que seria tão cedo.
— O que está fazendo aqui? Qual daqueles dois te ligou? — fiz a pergunta de forma agressiva, pegando-a de surpresa.
— Sérgio… Desculpa… eu…
Ela parou de falar, desviou o olhar e começou a chorar.
— Você o quê? Não sabia de nada?
— Eu só quis que você fosse feliz, apenas isso… eu juro…
Aquela resposta me irritou, mas sabia que minha luta, a partir de agora, seria contra todos. Pedi uma água para ela, e, quando ela se virou, peguei meu celular e liguei o gravador.
Tomei a água tranquilamente e voltei a pressionar minha irmãzinha.
— Você soube o que aconteceu? O que eles estavam fazendo? Que eles me doparam?
— A Thais me ligou. Ela está inconsolável. Por favor, fale com ela.
Eu respondi com uma boa risada, mas logo após olhei firme em seus olhos e falei:
— Você está vendo o que está me falando? Eu estou num hospital, destruído física e psicologicamente, e você preocupada com sua amiguinha.
Laura começou a chorar, mas não disse mais nada.
— Eu tive que pedir que viesse porque alguém precisa assinar minha internação.
Laura me olhou assustada quando falei em internação.
— É exatamente isso! Você está preocupada com sua amiguinha, mas quem vai ser internado na psiquiátrica desta merda por tudo que aconteceu sou eu. Assine minha internação e saia da minha vida!
— Por favor, Sérgio. Eu não sabia que eles ainda saíam. Muito menos que fariam isso, juro!
— Você não sabia?? Mas todo mundo daquela merda de casa sabia. Te deixaram de fora? - Respondi de forma debochada.
— Sérgio, desde o casamento de vocês que não participo de mais nada, juro!
— Então até o casamento você ajudou eles, não ajudou?
Laura parou para respirar, mas me respondeu com um aceno de cabeça.
— Responda, porra! Você ajudou eles desde quando?
— Desde… desde sempre. Thais queria você e eu sabia que ela te faria feliz… eu…
— Eu não quero saber das suas intenções, mas sim do que você fez. Todas as vezes que falei com você sobre como estava incomodado e depois insatisfeito com a Thais por conta de seu comportamento com seus amigos e Sandro, você me reprimia. Falava para não ser machista, possessivo e etc.
Laura desmoronou.
— Sérgio, tanto ela quanto Sandro me falavam que sua única chance de ser feliz era com Thais. Eu descobri o relacionamento deles, mas me convenceram a ajudar, porque senão você iria sofrer muito.
Eu não acreditava no que ouvia. Tentei terminar o assunto, mas ela continuou.
— Ela te fazia e fez tão feliz. Sabia que você só sofreria se terminassem.
Dei um novo sorriso de deboche e desabafei:
— Eu só tinha você na minha vida. Era para nos protegermos. Eu fiz de tudo por você. Na verdade, pra você e para aquele… aquele…
Me segurei para nao chorar, tomei um copo de água e continuei.
- Você, desde sempre, destruiu todas as minhas defesas. Ela fazia o que queria comigo e ria pelas minhas costas, aposto que muitas vezes você ria junto. Como você acha que isso poderia me fazer feliz? Você seria feliz com isso?
Minha irmã sentiu o golpe, ou pelo menos pareceu sentir.
- Ela mal deixava eu tocar nela. Ela sentava na minha boca, sempre comigo com os olhos vendados, e depois virara para o lado para dormir. Eu só podia transar com ela depois de passar uma semana implorando e mimando com presentes. Sempre na mesma posição e eu tinha que torcer para que ela deixasse eu ejacular!! Você tem noção o quanto isso é humilhante???
Laura tentou falar alguma coisa mas eu continuei.
- Naquela semana quando nós voltamos a namorar e vocês duas ficaram de topless com aquele filho da puta todos os dias na piscina…Você viu eles transando não viu?
- Eu…eu…vi.
- Sabia que naqueles dias ela não deixou eu encostar nela. Foi a semana que devo ter chupado mais a buceta esporrada na história. Eu tentei falar com você e você me repreendeu e ainda contou para eles.
Nessa hora eu consegui sentar na maca e a encarei.
- Eu gravei toda a conversa. Seu noivinho vai ficar feliz de ouvir essa história.
- Por favor, não faz isso. Acabaria com minha vida…Por favor
- Fica tranquila. Espero que você me ajude e me mande fotos, vídeos, prints, qualquer coisa daqueles dois desde sempre. Você pode me entregar tranquilamente ou esperar os investigadores baterem em casa e pegar essas provas sem sua colaboração.
Laura se assustou com o que falei.
- Relaxa . Em vez de ser cúmplice deles mostre arrependimento, pelo menos para a justiça, e ajude a investigação de livre e espontânea vontade. Te deixo essa dica.
- Eu vou pegar tudo que puder, juro!
- Otimo!! E diga para aquela lá que se ela voltar para casa antes do combinado eu não a pouparei. Não me importa onde ela vai ficar. Aposto que Sandro correu para o colinho da Mari, né? Típico de covarde.
Laura se levantou , parecia abalada e saiu da observação do pronto socorro. Resolvi relaxar e aproveitar essa internação que foi mais do que providencial.
Continua….
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