Meu comportamento era o de um adolescente que se apaixona pela 1ª vez. À noite, me arrumei e fui para o bar da piscina na esperança de reencontrá-la, quem sabe, ela não apareceria e me chamaria para mais uma noite quente, mas que nada, após horas esperando não vi nem sua sombra. Demorei um bom tempo para dormir, comecei a xingar a mim mesmo para que parasse de pensar em Ellen e me colocasse no meu lugar, tinha tido muito sorte por ter trepado com ela, mas aquilo certamente não se repetiria e o modo dela agir no almoço já tinha deixado bem claro.
No 4º dia, estava saboreando uma generosa porção de camarão e conversando animadamente com alguns colegas do trabalho embaixo de um grande guarda-sol à beira da piscina, pois o sol estava pegando forte, nesse momento, passam Ellen e o pai, eles nos dão um bom dia e se sentam um pouco à frente.
Um tempo depois, Ellen que já havia passado protetor solar se deitou numa das espreguiçadeiras, estava usando um biquíni branco bem-comportado que não mostrava quase nada. Nesse momento, Rodolfo um dos amigos, disse baixo:
-Caralho! Como a chefinha é boa, hein? Pena ser uma frígida chata para cacete!
No mesmo momento, Alexandre o cortou:
-Cala a boca, gordo! Se eles te pegam olhando para lá ou ouvem uma merda dessas, vai dar justa causa para todos aqui.
Curioso com a bobagem que acabara de ouvir, perguntei bem baixo:
-Que papo é esse dela ser frígida?
-Um puta mulherão desses nunca está com ninguém, se não for frígida, é lésbica ou vai ver que ainda não surgiu homem capaz de aguentar esse jiló.
-Puta que pariu, gordo! O Dr. Mauro tem ouvido de cachorro, não fala mais da dita cuja nem dele! - Esbravejou Alexandre.
Eu ri por dentro: "Ah! Se eles soubessem que de frígida, Ellen não tem nada".
Rodolfo obedeceu e mudamos de assunto. Com o passar do tempo, o Dr. Mauro foi para o restaurante e meus amigos foram indo aos poucos, até que vi que Ellen e eu estávamos relativamente próximos e sozinhos. Mesmo pensando 500 vezes antes, não resisti e decidi me sentar numa espreguiçadeira ao lado da dela.
-Tudo bem, Ellen?
Ela ergueu os óculos, me olhando com certa surpresa, depois baixou-os e disse secamente:
-Tudo bem! E você e os amigos aproveitaram bastante?
-Sim, mas o motivo de vir aqui é para saber se está com raiva de mim.
Ellen fez um gesto de entediada com o canto da boca, meio que querendo dizer: "Que conversa é essa?"
-Por que eu estaria com raiva de um funcionário da empresa? Se fosse esse o caso, o demitiria logo.
-Sei...Mas é que no almoço, você foi bem fria, depois... Bem... Daquela noite em que nos demos tão bem.
Ellen olhou para os dois lados calmamente e vendo que ninguém nos ouvia, resolveu me descascar:
-Escuta isso pela última vez, não houve nada entre nós e se contar para alguém, além de demissão, vai tomar um belo de um processo por difamação, tá entendendo? Agora vai dar uma volta e não me importune mais.
Eu deveria recolher os meus cacos e sair, mas me esqueci quem ela era e decidi botar para fora o que eu queria:
-Para você pode não ter sido nada, mas para mim foi a melhor transa que tive e olha que já tive muitas, mas nenhuma me deixou em transe como você, peço desculpas por ser obsceno, mas nem daqui a 50 anos, me esquecerei do perfume e do gosto da sua boceta, queria sentir esse cheiro todos os dias de preferência duas, três, quatro vezes em um mesmo dia. Você é única!
Ellen ficou bem espantada e mesmo num tom baixo, demonstrou estar irritada:
-Você bebeu? Sim, porque para ter a ousadia de dizer isso para sua chefe, só pode ter enchido a cara, e eu achando que você era o mais comedido dos que vieram, quase nem bebia, mas pelo jeito resolveu se revelar um indecente.
-Não, não bebi e mesmo que custe meu emprego, tinha que dizer que não consegui mais parar de pensar em você, no seu corpo, no seu cheiro maravilhoso. Não se preocupe, já disse o que queria e quando chegarmos a São Paulo, entenderei se me demitir, realmente, não soube me colocar em meu lugar que é de um plebeu que teve uma noite de sorte. Quanto à discrição, fique tranquila, nunca fui de falar o que fiz nem com quem fiz e não seria agora que mudaria.
Resolvi subir para o meu quarto, já no elevador, percebi o tamanho da merda que fiz, coloquei a mão na testa e comecei a falar sozinho; "Burro! Além de perder o emprego, que papo mais besta foi aquele? Logo com a esnobe cheia de querer. Tô fodido! Só espero que fique apenas na demissão e não numa sessão vexatória, já que por muito menos, Ellen detonou funcionários que fizeram algo errado".
Mesmo ainda tendo metade do dia para aproveitar e a noite, decidi arrumar minhas malas. Em seguida, tomei um banho e quando já estava me enxugando, ouço batidas na porta, imaginei que fosse um dos amigos me chamando, mas quando abri, dei de cara com Ellen, já trocada, usava um vestido rosa curto e que deixava os ombros totalmente descobertos, antes que eu dissesse algo, ela ordenou, já dando um passo para dentro:
-Repete aquelas imundices que me disse lá embaixo!
Fiquei tenso, imaginando o escândalo que se avizinhava, Ellen poderia alegar que a assediei sexualmente, claro que escondendo que 2 dias antes fodemos por horas em sua suíte presidencial, eu teria que tentar contornar a fera.
Ao ser confrontado daquela maneira por Ellen, tratei de manter a calma:
-Olha, em menos de 5 minutos, já tinha me arrependido das bobagens que disse, deixei-me levar pelo desejo, nunca tive uma noite como aquela, isso tudo mexeu comigo e falei merda, não soube me colocar em meu lugar, mas independente de quem fosse, nenhuma mulher deveria ser abordada assim, só que não tem como remediar o que já fiz, como disse lá na beira da piscina, entenderei a minha demissão, mas não precisamos encompridar isso.
-Não quero suas desculpas, quero que repita, especialmente sobre o meu cheiro e o meu gosto, conte novamente o que sentiu, seu cafajeste!
Nesse momento, ao olhar melhor para Ellen, notei que estava nervosa, mas não no sentido de fúria, mas sim, tensa, quase trêmula, seu olhar e o fato de morder suavemente o lábio inferior denunciavam isso. Saquei a dela, apesar de vulgar, o que falei a deixou excitada, tirou-a do prumo do poder e arrogância. Resolvi falar sem pudor:
-Como se não bastasse você ser uma mulher incrivelmente linda e sensual, fiquei maravilhado quando bem...Te minha boca e minha língua tocaram em sua boceta, adoro sentir o cheiro e o gosto de uma mulher excitada e os seus são únicos, queria que tivessem ficado em mim para sempre, só de senti-los, ficaria de pau duro várias vezes e teria que me tocar pensando em você.
Com a respiração ofegante e uma cara de brava, Ellen respondeu:
-Cafajeste! Ordinário! Nunca vi tamanho atrevimento, namorei um dos herdeiros do ramo de bebidas mais ricos desse país e nem ele, após um tempo junto comigo, teve coragem de dizer essas vulgaridades.
Antes que eu voltasse a achar que ela estava brava, Ellen me deu a certeza de que estava mesmo era excitada, ergueu um pouco seu vestidinho rosa e deixou transparecer que estava sem calcinha, pude ver novamente aquela linda bocetinha de pelos pretos no formato de retângulo. Imperativa, ela exigiu
-Ajoelhe-se.
Eu obedeci e mais do que depressa, Ellen se aproximou de mim, segurou minha cabeça com as duas mãos e em seguida puxou-a de encontro a sua boceta. Ela ergueu seu vestido um pouco e mais que depressa, dei uma bela cheirada em sua boceta e já comecei a passar a língua.
Ellen começou a mexer o quadril suavemente e abriu um pouco mais as pernas para que minha língua a explorasse. A minha tese de que ela estava excitada já quando entrou no quarto se confirmou, pois tão logo sua boceta encostou em meu rosto, senti que estava um pouco melada.
A posição ali era um pouco desconfortável, por isso, Ellen simplesmente me empurrou e fez com que me deitasse no chão, em seguida se sentou em meu rosto com a boceta bem encaixada em minha boca. Comecei a chupar seu clitóris e o senti durinho novamente como se fosse uma pedrinha, logo seu mel foi se tornando abundante assim como seu cheiro para o meu delírio.
Ellen começou a esfregar a boceta e gemer:
-Ai, caralho! Como isso é gostoso! Puta que pariu!
Chupei-a por uns bons minutos até que a mesma não aguentou mais e passou a gozar urrando e me xingando. Pouco depois, Ellen se deitou sobre o meu corpo, ofegante, começou a rir, balançando a cabeça e disse que aquilo era uma loucura, em seguida arrumou o vestido e se virou para sair, nesse momento, protestei:
-Ei? Como assim? Já vai?
-Preciso passar em um local com meu pai no centro da cidade. À noite, a gente termina o que começou aqui. Agora, dá uma olhada no corredor se não tem nenhum amigo teu passando.
Fiz o que Ellen pediu. De repente, as coisas mudaram e de chateado, fiquei radiante. Por volta das 19h30, recebo uma ligação no quarto, era ela.
-Vamos jantar aqui no restaurante do hotel, mas a versão será a de que quero saber mais sobre seu planejamento de marketing. Ah! E sem nenhum contato físico em público.
-E depois?
-Depois o quê?
-Do jantar...
-Aí a gente vê. Esteja lá embaixo às 21h.
Aprontei-me e aguardei ansioso, incrível como aquela mulher tinha alugado um triplex na minha cabeça, não conseguia parar de pensar nela. No horário combinado, desci. Alguns amigos meus já até tinham jantado, pois gostavam de comer algo leve e irem logo para a piscina, desfrutarem do open bar, ainda mais que era a última noite.
Durante o jantar, Ellen até que foi simpática e num dado momento, resolvi perguntar mais sobre ela:
-Sabe, Ellen, tirando aquele rápido namoro que você teve com o tal de Jorginho (filho do dono de uma importante marca de cervejas e refrigerantes como já citei), nunca ninguém na empresa soube de um simples affair seu, falam que só gosta de trabalho, mas depois do que rolou entre nós, fiquei na dúvida, você costuma fazer assim, escolher um aleatoriamente como me escolheu e saciar a vontade?
Ellen não gostou da pergunta:
-Não que eu te deva satisfações, mas não fugirei da resposta, acho que transo bem menos do que deveria, em parte, a especulação dessa gente linguaruda do trabalho faz sentido, o trabalho me envolve tanto, que fico meses sem sexo, mas, vez ou outra, quando encontro alguém que me atraía numa festa, rola, só que é coisa de uma noite, com preservativo e tal.
-Hum! E eu fui o escolhido da vez, mas por quê?
-Você é bonito, tem um bom corpo e notei que tem compostura, mas antes que se ache o tal, vamos combinar que a competição não foi tão difícil, olha isso. - Ela disse fazendo um gesto com a cabeça para fora em direção à piscina. Nesse momento, Rodolfo tinha acabado de dar um salto todo atabalhoado e estava tossindo por ter engolido água. Já outros dois amigos, estavam na borda vermelhos feito pimentão por terem abusado do sol, além de um outro que só conhecia de vista e cantava solitariamente com um copo na mão. Não consegui deixar de rir levemente, apesar de brava, Ellen tinha um bom senso de humor.
Após um leve jantar, Ellen disse que era para eu ficar uma meia-hora conversando com os amigos e depois subir para a sua suíte. Fiz o que ela pediu, logo vieram me perguntar sem acreditar que eu tinha jantado com a chefe, alguns desconfiaram de algo, mas o álibi de que a chefe só tinha se interessado pelas ideias que passei a Alexandre acabou colando.
Após meia-hora, subi para a suíte dela que me esperava com um baby-doll branco de seda. Nos pegamos já na porta e foi outra noite intensa de sexo, até nos esquecemos de usar camisinha. Além de chupá-la muito, meti com vontade. Ellen perdeu seu jeito blazè e berrou muito, disse coisas enroladas, xingou e gozou várias vezes, já eu dei três, sendo que na última, gozei em sua boca e fera poderosa engoliu sem reclamar.
Entre uma trepada e outra, namoramos bastante, trocamos beijos, elogios, sobre a performance de cada um, eu realmente vi que estava apaixonado e acreditei que Ellen também tinha gostado de mim. Porém, quando já era madrugada, resolvi descer para o meu quarto, foi quando ela disse que precisávamos conversar:
-Talvez fosse melhor deixar essa conversa para depois já que o clima está tão bom, mas amanhã não teremos tempo, e na empresa, dificilmente, nos veremos. Não vou negar que esses encontros foram ótimos e nem que você é um excelente amante, só que não crie expectativas, somos de mundos totalmente diferentes e o que rolou aqui foi apenas uma aventura. Acredito que cumprirá com o que disse e não contará a ninguém, até porque isso traria prejuízos a ambos. Quanto ao seu projeto, entregue à minha assessora o mais breve possível, se realmente for bom, prometo que será recompensado com outro cargo ou uma remuneração extra. Agora, preciso que me diga se concorda em não me procurar como fez hoje, falando coisas obscenas ou mesmo achando que teremos um romance, não quero ser rude com você, mas não tolerarei qualquer intimidade depois que sairmos daqui.
Aquilo me quebrou todo, mas se tem uma coisa em mim que sequer se verga, é o meu orgulho, por isso, tratei de lhe dar a resposta apropriada:
-Nem precisava fazer esse discurso todo, já disse que sei o meu lugar e, por via das dúvidas, pode deixar minha carta de demissão pronta e no dia que eu lhe dirigir um olhar diferente ou uma gracinha, use-a sem pestanejar. Como você mesmo disso, foi apenas uma aventura, uma linda aventura, mas que termina agora.
Sai do quarto puto da vida, sem entender o paradoxo de como uma mulher podia me fazer tão bem e ao mesmo tempo tão mal. Decidi que a esqueceria e seguiria com a minha vida em São Paulo.
Essa viagem tinha sido no final de novembro. No dia 22 de dezembro, a empresa decidiu dar a sua tradicional festa de final de ano. Dessa vez, em seu enorme saguão e para mais funcionários, não digo todos, mas quase todos. Eu estava curtindo um bode danado por causa de Ellen, só que a vida tinha que seguir e fui ao evento com Marcia, uma ficante, minha intenção era marcar presença por uma hora, duas no máximo, e depois dali irmos para um motel.
Eis que vejo Ellen no evento, logicamente, que numa mesa isolada dos demais com a família e 2, 3 puxa-sacos mais próximos. Estava linda com um vestido verde e cabelos presos. Estranhei a presença da mesma, procurei não olhar para o lado dela, fiquei conversando com a minha ficante e com Flávio (um amigo da empresa) e sua esposa.
Após um tempo, notei que estava difícil do garçom passar próximo à mesa em que estávamos, então decidi ir pegar um drinque para mim e outro para Marcia. Já no balcão, enquanto aguardava para ser atendido, senti um leve tranco nas minhas costas e quando me virei para ver, era Ellen, que fingia olhar para as garrafas nas prateleiras para escolher algo, olhei-a rapidamente querendo entender o porquê daquele gesto, até que a mesma me disse sem me olhar:
-Pensei que tinha deixado claro que não era para me procurar mais...
Na hora, meu sangue subiu, além de me despachar daquela forma há algumas semanas, a arrogante ainda queria me provocar:
-E quem está te procurando? É o terceiro ano que venho a essa festa e nas outras duas, você nem compareceu. Vim aqui para pegar uma bebida para mim e para a pessoa que está comigo.
-Ah! Se for isso, tudo bem, achei que tinha vindo até o bar, atrás de mim.
-Ué?? Além de chefe, você virou bartender agora? Tenha santa paciência...
Em seguida, falei alto para ver se um dos bartenders me atendia:
-Amigo! Pode fazer uma cuba-libre e um gim com tônica e limão?
Ellen cerrou os olhos e me disse:
-Petulante! Você é petulante! Se eu batesse o pé aqui, até os diretores mais antigos da empresa sairiam correndo, mas você tem a audácia de ser engraçadinho.
-Olha, Ellen, se quiser que eu vá embora, mesmo sem ter te feito nada, vou, mas não quero continuar essa conversa, você pode me ferrar, mas saiba que o que está fazendo flerta com assédio moral, pois estou quieto aqui e sendo xingado à toa.
Ao ouvir o termo assédio moral, Ellen se espantou e saiu provavelmente enfurecida. Esperei pelos dois drinques e voltei para a mesa. Creio que meia-hora depois, meu celular tocou, não reconheci o número e como estava um som alto por causa da música e do falatório, afastei-me para ouvir quem era e naquela noite de surpresas, veio mais uma, era a minha chefe que disse:
-Despache essa suburbana que está com você, preciso falar sobre as ideias que me enviou, dentro de meia-hora, volto a te ligar.
-Epa! Que negócio é esse de ofender a minha companhia? Além disso, a essa hora da noite, discutir sobre projetos? Esqueça!
-Quero resolver isso antes de viajar para as festas de final de ano, se não quiser conversar, sem problemas, jogo seu projeto no lixo assim como a chance de ser promovido.
-Beleza! Só não se esqueça de jogar no lixo reciclável.
Ellen desligou e decidi que era melhor ir embora. Não entendi como tinha conseguido meu celular, mas sendo a chefe, deve ter perguntado a alguém. No caminho para o motel, pensei: "Não sei se ela está caída por mim ou se só queria uma nova transa, mas é quase certo que me foderei legal por rejeitá-la. Ellen não abaixa a cabeça nem para o pai".
Depois do Natal, naquela semana que fica bem morna antes da virada do ano. Estava em minha mesa, quando recebo um aviso para subir ao último andar, na sala de Ellen. Na hora saquei que era para ser demitido. Apesar de ter personalidade, admito que fiquei bem tenso e até triste, pois não se arruma um bom emprego assim da noite para o dia.
Ao chegar à sala que estava com a porta aberta, deparei-me não com Ellen e com cara de poucos amigos. Usava um terninho feminino salmão e uma camisa branca por baixo, estava com os cabelos soltos e tinha feito luzes, era difícil, mas ela estava ainda mais linda. Sem nem me olhar, disse:
-Feche a porta e pode se sentar.
Em seguida, Ellen assinou algumas coisas em um papel enquanto eu olhava imaginando que seria a minha demissão, eis que do nada, ela me pergunta:
-Serei direta, em Fortaleza, você me disse que não tinha namorada, noiva, esposa, então quem era aquela suburbana chinfrin que trouxe no dia da festa?
Na hora, senti um alívio, estava cada vez mais claro o que Ellen queria.
-Apenas uma amiga, digamos com privilégios, não temos nenhum compromisso. Mas por que a pergunta? Que eu saiba, a empresa permite que se traga uma companhia ou a família, caso seja casado, à festa de final de ano.
Ellen se levantou, olhou para a imensa janela, cruzou os braços, ficando de costas para mim:
-Tudo bem, mas não gostei do seu comportamento desafiador e ordinário e só abrirei uma exceção para não demiti-lo, pois poderia pensar que estou fazendo isso para abafar o que ocorreu em Fortaleza ou pior... Por ciúmes, o que convenhamos seria ridículo. - Disse mexendo os ombros como quem diz que não está nem aí.
- O que ocorreu em Fortaleza ficou em Fortaleza. Jamais falarei sobre isso. Agora, sobre ser ciúmes, aí já não posso cravar nada... -Respondi já num tom levemente irônico, o que a irritou.
Ellen se virou de frente para mim, colocou as duas mãos espalmadas na mesa e me disse brava:
-Você é mesmo petulante demais, um pé de chinelo que pensa ser um Don Juan. Não teste demais minha paciência ou mudo de ideia já.
-Tudo bem, Ellen, pode me dizer logo por que mandou me chamar aqui? Se for para me xingar e ficarmos girando sem sair do lugar, peço que me deixe ir, até porque, acredite ou não, é uma tortura ficar te olhando, você é tão linda que chega a doer - Disse meio que irônico, mas no fundo, expressando o que eu sentia.
Ellen ficou sem jeito, chegou a me dar um rápido olhar sofrido que exprimia desejo e raiva ao mesmo tempo:
-O motivo é bem simples, talvez tenhamos que nos encontrar novamente, mas junto com outras pessoas, por causa do seu projeto, mas quero ter certeza que não voltará a se portar de maneira insolente, quase como um bandoleiro como fez na festa. Quero que volte a ter o maior respeito por mim, sem gracinhas.
-Te dou minha palavra de honra que a tratarei como nas poucas vezes que nos vimos antes de Fortaleza.
- Ótimo!
- Posso ir? -Perguntei já e levantando.
- Sim, tenha um bom dia e um bom final de ano. - Respondeu Ellen balançando a mão como que me tocando.
Virei-me, porém ao dar dois passos, ouço-a dizer.
-Mas que droga!!! Que droga!!! Não acredito que estou apaixonada por esse insolente. Espera aí.
Virei-me e antes de entender direito o que ela disse, fui surpreendido por um beijo e pelos braços dela cruzando meu pescoço. Obviamente, que correspondi. Só não transamos ali, pois seria arriscado demais, mas, naquela mesma noite, tivemos mais um encontro que virou uma longa sessão de sexo, dessa vez, em sua luxuosa cobertura.
A partir daí, Ellen mudou da água para o vinho, mas só comigo, não conseguia esconder o que estava sentindo e eu muito menos. Transávamos alucinadamente e até seu cuzinho (que ela nunca havia dado), passei a comer. Sem contar o prazer que era poder sugar o mel e sentir o cheiro daquela bocetinha apertada que agora não ficava mais um dia sequer sem levar pica.
No começo, ninguém sabia do nosso namoro, porém, após dois meses, e ela exigindo que eu dormisse praticamente quase toda noite em sua cobertura, alguns familiares foram percebendo e logo, uma grande confusão se armaria.
Apesar de ser independente, Ellen ainda era filha do Dr. Raul e o mesmo não estava gostando nada dos boatos, tanto que num sábado, bem cedo, ele veio até à cobertura para ter uma conversa dura e tentar botar um ponto final em nosso romance.
A confusão não tardaria.
( a 1ª e a 3ª partes já foram postadas, se não estiver visualizando-as, suba a página e clique em Lael e aparecerão as demais partes).