O sol brilhava intensamente sobre a área da piscina, iluminando a cena de um brunch cuidadosamente preparado. A mesa estava coberta com uma toalha branca impecável, decorada com arranjos florais delicados, copos e taças que refletiam a luz em prismas coloridos. Um buffet variado com frutas frescas, pães artesanais, queijos finos, drinks e sucos estava à disposição dos convidados, tudo montado com a elegância característica do resort.
Os casais estavam reunidos ao redor da mesa, alguns já servindo-se, outros com seus drinks nas mãos. Era o último dia do ano, e o grupo parecia mais descontraído, como se as interações das noites anteriores tivessem quebrado barreiras invisíveis entre eles.
Rodrigo ergueu-se, chamando a atenção de todos com um gesto. Ele sorriu, observando os rostos ao redor da mesa, alguns sorrindo de volta, outros curiosos para ouvir o que ele tinha a dizer.
— Quero começar dizendo que estou muito orgulhoso de todos vocês — disse ele, com a voz calorosa e confiante — A coragem de vocês é inspiradora. Estamos aqui para explorar, confiar e, acima de tudo, nos divertir. Que hoje seja o dia de rompermos ainda mais barreiras.
Fabíola complementou:
— Vocês têm sido incríveis. Ver como cada um de vocês tem se permitido viver essas experiências é exatamente o que torna tudo isso tão especial. Vamos aproveitar este dia ao máximo, porque hoje à noite… bem, digamos que teremos algo inesquecível.
O grupo riu levemente, embora fosse claro que as palavras dela despertaram a curiosidade. Rodrigo e Fabíola trocaram olhares cúmplices antes de brindarem juntos, iniciando um coro de “Saúde!” ao redor da mesa.
Conforme a refeição avançava, os casais pareciam cada vez mais à vontade, trocando histórias engraçadas e comentários leves sobre o jogo. Yasmim, sempre animada, inclinou-se na direção de Alice, com um sorriso provocante.
— Então, Alice — começou ela, cutucando-a com o cotovelo — Você não me engana. Depois daquele beijo com Rodrigo, tenho certeza de que você está cheia de pensamentos proibidos.
Alice corou instantaneamente, tentando disfarçar o nervosismo com uma risada.
— Não sei do que você está falando — disse ela, olhando rapidamente para Jorge, que parecia estar mais interessado em seu café do que na conversa.
— Ah, vamos lá — insistiu Yasmim — Todo mundo aqui tem algo que gostaria de experimentar e nunca teve coragem de admitir.
Marcelo, rindo, ergueu a mão.
— Por que sinto que isso é uma armadilha?
— Porque é — respondeu Yasmim, piscando para ele.
Enquanto a conversa continuava, Lara manteve-se em silêncio, mexendo distraidamente no garfo sobre o prato. Seus pensamentos estavam presos nas interações com Marcelo e Rodrigo, e ela mal conseguia encarar André, que estava sentado ao seu lado.
Yasmim notou o desconforto de Lara e decidiu provocá-la.
— E você, Lara? Alguma fantasia interessante para compartilhar? Não seja tímida, estamos entre amigos.
Lara ergueu os olhos, forçando um sorriso.
— Eu… acho que já estou no limite das novidades — disse ela, tentando soar casual.
— Ah, não acredito — disse Yasmim, balançando a cabeça — Você tem mais para mostrar, eu sei.
André lançou um olhar curioso para Lara, mas não disse nada.
Jorge, que geralmente era o mais introspectivo do grupo, surpreendeu-se ao entrar na conversa.
— Eu admito — disse ele, com um sorriso tímido. — Não achei que diria isso, mas tem sido interessante explorar coisas fora da minha rotina.
Alice olhou para ele, surpresa, mas satisfeita com a honestidade.
— Eu também — acrescentou ela, com um tom hesitante, mas sincero — Acho que… tem algo libertador em apenas deixar acontecer.
— Isso! — disse Yasmim, apontando para Alice — É disso que eu estou falando. Deixar acontecer.
Enquanto o grupo ria e trocava comentários, Fabíola levantou-se, chamando a atenção de todos novamente.
— Bem, já que estamos todos em clima de reflexão — começou ela — quero propor algo para mais tarde. Um ‘aquecimento’ para a noite de Réveillon.
— Aquecimento? — perguntou Marcelo, levantando uma sobrancelha.
Fabíola sorriu misteriosamente.
— Digamos que será algo para nos preparar para o que está por vir. Confiança, conexão, diversão… tudo isso faz parte do processo. Prometo que será algo que vocês vão lembrar para sempre.
— E, claro… — disse Rodrigo — ninguém será obrigado a nada, mas se chegamos até aqui, por que não aproveitar ao máximo?
O grupo assentiu, com expressões mistas de curiosidade e ansiedade.
Conforme o brunch chegava ao fim, Rodrigo e Fabíola caminharam entre os casais, garantindo que todos se sentissem à vontade. Lara e André saíram juntos, embora o silêncio entre eles fosse palpável. Jorge e Alice pareciam mais próximos, caminhando de mãos dadas. Marcelo e Yasmim conversavam animadamente sobre as próximas atividades, enquanto Rodrigo e Fabíola permaneciam na área da piscina, observando o grupo dispersar.
— Eles estão prontos — disse Fabíola, olhando para Rodrigo com um sorriso satisfeito.
— Mais do que prontos — respondeu ele, segurando a mão dela — Hoje à noite será inesquecível.
O calor úmido da sauna envolvia Yasmim e Alice como um cobertor invisível, relaxando seus músculos e acentuando o brilho de suas peles sob a luz suave que filtrava pela pequena lâmpada no teto. As duas estavam sentadas em bancos de madeira, envoltas apenas por toalhas brancas. O ambiente, tranquilo e isolado, parecia um refúgio perfeito para escapar dos olhares atentos de seus maridos e das tensões crescentes entre o grupo.
Yasmim, sempre descontraída, inclinou-se para trás, apoiando-se nos cotovelos. Ela fechou os olhos por um instante, permitindo que o calor relaxasse seu corpo antes de abrir um sorriso travesso.
— Essa sauna é tudo o que eu precisava — disse ela, rompendo o silêncio — Mas preciso admitir uma coisa.
Alice olhou para ela, ajustando a toalha ao redor do corpo, visivelmente mais tímida.
— O quê?
— Esse jogo… esse lugar… — Yasmim fez uma pausa, abrindo os olhos para encarar Alice — Despertaram algo em mim que eu não sabia que estava lá.
Alice arqueou as sobrancelhas, surpresa com a honestidade.
— Como assim?
— Você nunca sentiu que tinha algo… escondido? Algo que estava lá, mas você ignorava porque parecia errado ou… complicado demais? — Yasmim perguntou, seu tom ficando mais sério.
Alice hesitou antes de responder, seus dedos brincando com a borda da toalha.
— Eu… talvez. Acho que a noite passada me fez questionar coisas. Não sei exatamente como me sinto, mas sei que não sou a mesma.
Yasmim sorriu suavemente.
— Exatamente. É como se uma parte de mim tivesse acordado, e agora não quero que ela volte a dormir.
A porta de vidro da sauna abriu-se lentamente, deixando entrar um fluxo breve de ar fresco que fez ambas olharem na direção do visitante. Era Dante. Ele estava com uma toalha amarrada frouxamente ao redor da cintura, os músculos de seu torso reluzindo com o suor que já começava a formar uma camada brilhante.
— Desculpem interromper — disse ele, a voz baixa e rouca — se incomodam se eu me juntar a vocês?
Yasmim piscou, momentaneamente sem palavras, enquanto Alice endireitou-se, puxando a toalha para cobrir mais do corpo, embora não houvesse necessidade.
— Não — respondeu Yasmim rapidamente, recuperando-se do impacto inicial — Fique à vontade.
Dante entrou e fechou a porta atrás de si, caminhando com passos calmos até o banco oposto, onde sentou-se de forma relaxada, inclinando-se para trás.
O silêncio que se seguiu era pesado, carregado com algo que nenhuma das mulheres ousava admitir em voz alta. O vapor na sala parecia intensificar a presença física de Dante, que, mesmo quieto, dominava o espaço com sua postura.
Yasmim foi a primeira a quebrar o silêncio.
— Então, Dante, o que traz você para a sauna? Precisa de um momento para relaxar?
Ele sorriu de lado, olhando para ela com um brilho provocador nos olhos.
— Algo assim. Depois de uma manhã movimentada na academia, um pouco de calor faz bem.
Alice, que até então estava calada, deixou escapar uma risada nervosa.
— Vocês parecem tão dedicados aos treinos. É impressionante.
— Disciplina — respondeu Dante, inclinando-se para frente e apoiando os antebraços nos joelhos, o movimento destacando ainda mais os músculos de seu torso.
— Mas acho que o relaxamento é igualmente importante. Como vocês estão aproveitando o resort até agora?
Yasmim deu de ombros, jogando o cabelo para trás de forma casual.
— Acho que estamos aproveitando mais do que esperávamos.
Alice mordeu o lábio, desviando o olhar quando percebeu que estava encarando Dante por tempo demais.
Conforme o vapor preenchia ainda mais a sala, as gotículas de suor começaram a escorrer pelo corpo de Dante, destacando cada contorno de seus músculos. Yasmim, lutando contra seus próprios pensamentos, desviou o olhar para Alice, que parecia igualmente afetada pela presença dele.
— Você estava dizendo algo sobre a noite passada? — perguntou Yasmim, tentando recuperar o foco da conversa.
Alice assentiu, ainda evitando olhar diretamente para Dante.
— Sim… Acho que foi a primeira vez que me senti… diferente em muito tempo.
— Diferente como? — perguntou Yasmim, inclinando-se levemente na direção dela.
— Como se eu estivesse… conectada a algo que eu não sabia que precisava — disse Alice, sua voz quase um sussurro.
Dante observava as duas em silêncio, mas o sorriso sutil em seus lábios sugeria que ele entendia mais do que dizia.
O ambiente tornou-se ainda mais carregado quando Dante deslizou as mãos pela nuca, puxando a toalha que estava sobre seus ombros para enxugar o rosto. O movimento expôs ainda mais de seu físico, e Yasmim sentiu seu coração acelerar.
— Vocês duas parecem pensativas — comentou ele — Algo a ver com o jogo de ontem?
Yasmim riu suavemente, tentando disfarçar o nervosismo.
— Talvez. Acho que todos nós estamos lidando com… novas descobertas.
Alice não respondeu, mas sua respiração tornou-se visivelmente mais rápida, e ela puxou a toalha ao redor do corpo como se fosse uma armadura.
Dante inclinou-se para trás, ajustando-se no banco de madeira.
— Sei que não faz parte do meu trabalho me envolver no que vocês estão fazendo aqui, mas parece que o resort tem sido bom para todos vocês. Estou errado?
— Não está errado — respondeu Yasmim, sorrindo — Acho que todos estamos aprendendo algo novo sobre nós mesmos.
— Que bom — disse ele, com um sorriso caloroso — É sempre bom quando um lugar pode proporcionar isso. Mas também acho que as pessoas que você encontra fazem toda a diferença.
O olhar de Dante pousou brevemente em Alice, que engoliu em seco, desviando o olhar.
O calor na sauna parecia ter atingido um novo pico. Dante passou a mão pelo peito, enxugando o suor, e Yasmim observava o movimento com mais atenção do que gostaria de admitir. Alice, por sua vez, estava imóvel, mas seus olhos traíam sua tentativa de manter a compostura.
A sauna permanecia imersa em um calor quase sufocante, com o vapor criando uma névoa densa que deixava tudo ao redor com um toque de surrealismo. Yasmim deslizou a mão pelo cabelo, afastando os fios úmidos de sua testa. Seus olhos, entretanto, voltaram-se para Dante, que parecia tão à vontade quanto um rei em seu trono. Alice, sentada ao lado, estava mais rígida, mas era impossível ignorar a maneira como seus olhos se desviavam discretamente para ele antes de voltar a fitar o chão.
Dante sorriu, aquele sorriso que parecia carregar uma mistura de gentileza e provocação.
— Vocês ficaram quietas de repente. A sauna não é para relaxar?
Yasmim soltou uma risada curta, inclinando-se um pouco para frente.
— Acho que o calor está nos deixando… reflexivas.
— Reflexivas? — Dante arqueou uma sobrancelha, claramente se divertindo — Não esperava que isso fosse acontecer em uma sauna.
Alice finalmente encontrou sua voz, embora ainda tímida.
— Talvez o calor intensifique… outras coisas.
Yasmim olhou para Alice, surpresa pela resposta, mas satisfeita com sua tentativa de participar da conversa. Ela decidiu empurrar a situação um pouco mais.
— Você tem razão, Alice. O calor faz a gente pensar em coisas que normalmente ignoraríamos.
Dante inclinou-se para frente, seus olhos movendo-se entre as duas mulheres.
— E em que vocês estão pensando agora?
O silêncio que se seguiu foi carregado de tensão. Alice desviou o olhar, tentando esconder o rubor que subia por seu rosto, enquanto Yasmim, decidida a não se intimidar, inclinou-se ainda mais para frente.
— Eu estou pensando — começou Yasmim, sua voz baixa e cheia de intenção — que algumas coisas são inevitáveis.
Dante manteve o olhar fixo nela, sem desviar. O sorriso em seus lábios era quase imperceptível, mas estava lá, desafiador e provocativo. Ele recostou-se novamente no banco de madeira, mas dessa vez seus movimentos foram mais lentos, quase calculados, como se soubesse exatamente o impacto que estava causando.
Alice, que até então tentava se manter discreta, sentiu-se completamente exposta quando Dante virou-se brevemente para ela, seus olhos capturando os dela por um momento longo o suficiente para fazê-la desviar rapidamente o olhar.
Dante levantou-se devagar, o movimento destacando o brilho do suor que escorria por seus músculos. Ele ajustou a toalha em volta da cintura, mas não fez nenhum esforço para escondê-la completamente, deixando à mostra a definição do abdômen e a linha que desaparecia sob o tecido.
— Se o calor está ficando insuportável, talvez seja melhor tornarmos o ambiente mais… leve — disse ele, caminhando até as mulheres.
Yasmim inclinou-se para trás, observando cada movimento de Dante. Alice tentou manter o olhar em qualquer outro lugar, mas não conseguiu evitar espiar enquanto ele se aproximava.
Dante parou na frente delas, olhando de uma para a outra. Sem dizer nada, ele desfez o nó da toalha, deixando-a cair no chão.
Alice ficou imóvel, sua respiração presa no peito enquanto seus olhos relutantes, caíam na direção da revelação. Yasmim, no entanto, reagiu de forma diferente.
Ela aproximou-se, seus olhos fixos em Dante com uma mistura de curiosidade e desejo. Sem dizer uma palavra, ela ajoelhou-se na frente dele, suas mãos subindo até os quadris dele enquanto seu olhar permanecia fixo em seus olhos. Dante inclinou-se, uma de suas mãos descendo para acariciar os cabelos de Yasmim, incentivando-a.
Alice, ainda sentada, não conseguia acreditar no que estava testemunhando. Ela queria desviar o olhar, mas era impossível. O calor na sala parecia ter dobrado, e ela sentiu seu corpo reagir de uma maneira que não conseguia controlar.
Conforme Yasmim começou a explorar Dante com os lábios, Alice sentiu uma onda de calor subir por seu corpo. Ela estava dividida entre o choque e a excitação, e suas mãos apertaram a toalha ao redor de seu corpo como se fosse uma âncora.
Dante, com os olhos semicerrados, olhou para Alice enquanto acariciava os cabelos de Yasmim. Sua outra mão moveu-se devagar até o rosto de Alice, tocando-a levemente na bochecha. O toque era quente, mas não invasivo, quase como se ele estivesse pedindo permissão.
Alice não recuou. Ela fechou os olhos por um momento, sentindo o calor do toque dele e a intensidade do momento. Quando abriu os olhos novamente, o olhar de Dante era gentil, mas cheio de intenção.
Os movimentos de Yasmim tornaram-se mais rápidos e intensos, e o corpo de Dante começou a responder. Ele deixou escapar um gemido baixo, seus músculos tensionando enquanto o momento atingia o ápice.
Alice observava tudo, seu corpo em chamas e sua mente em conflito. Quando Dante finalmente gozou, soltando um suspiro pesado ele abaixou o olhar para Yasmim, que ergueu-se lentamente, um sorriso satisfeito em seus lábios e a garganta deslizando todo o creme para dentro.
Dante voltou seu olhar para Alice, que desviou novamente, incapaz de lidar com a intensidade do momento.
— Bem — disse Yasmim, quebrando o silêncio com um tom leve — Acho que isso conta como relaxamento.
Alice soltou uma risada nervosa, mas não conseguiu encontrar palavras para responder. Seu corpo ainda estava tremendo, e ela sabia que aquele momento ficaria gravado em sua mente por muito tempo.
Dante pegou a toalha do chão, enrolando-a novamente na cintura, e deu um sorriso para ambas.
— A sauna nunca decepciona.
Com isso, ele abriu a porta e saiu, deixando as duas mulheres sozinhas com seus pensamentos e o calor sufocante.
A manhã seguia ensolarada, mas o calor do lado de fora parecia irrelevante para Lara, que estava em seu chalé, cercada por seus próprios pensamentos. Após o brunch, ela alegou precisar trocar de roupa para aproveitar a piscina, mas a verdade era que precisava de um momento sozinha para lidar com as emoções conflitantes que borbulhavam dentro dela.
No banheiro, Lara fechou a porta e se olhou no espelho, os olhos verdes refletindo uma mistura de ansiedade e desejo que ela mal conseguia compreender. Ela respirou fundo, tentando acalmar os pensamentos que corriam desenfreados, mas, ao invés de se dissiparem, eles se tornaram mais fortes.
Sentada na tampa fechada do vaso sanitário, Lara segurava o celular em uma das mãos, hesitando antes de tocar na tela para abrir o vídeo que já havia salvo. O som abafado de gemidos encheu o pequeno espaço, e ela imediatamente abaixou o volume, o rosto corando de vergonha.
Sua mão livre começou a deslizar por seu corpo, os dedos explorando com movimentos hesitantes no início, mas que logo se tornaram mais ousados. Sua respiração tornou-se mais pesada, e ela fechou os olhos, permitindo-se mergulhar completamente na fantasia.
Enquanto o vídeo mostrava imagens de um ménage entre um casal, uma mulher sendo penetrada pelo marido e um amigo, Lara não conseguia evitar que sua mente vagasse. Ela imaginava Marcelo em sua frente, seus músculos fortes a segurando, enquanto Rodrigo a abraçava por trás com aquele sorriso provocador.
Do lado de fora, André havia decidido ir ao chalé para encontrar Lara. Ao entrar, viu que tudo estava silencioso. Supondo que ela estivesse no quarto ou no banheiro, ele caminhou diretamente até o corredor.
Quando chegou à porta do banheiro, ele notou que estava apenas encostada, não completamente fechada. Sem anunciar sua chegada, empurrou-a com cuidado e foi recebido por uma cena que o deixou completamente imóvel.
Lara estava sentada no vaso sanitário, os olhos fechados e o rosto ligeiramente inclinado para trás. Sua respiração estava ofegante, os sons do vídeo ainda baixos, mas claramente audíveis. A mão dela estava entre as pernas, os movimentos ritmados e cheios de urgência.
— Lara?
A voz de André cortou o ar como um trovão. Lara congelou instantaneamente, seus olhos arregalados enquanto a realidade a atingia como um golpe. Ela tentou cobrir-se rapidamente, derrubando o celular no chão no processo, mas já era tarde demais.
— André! — gritou ela, a voz um misto de surpresa e desespero.
André permaneceu na porta, o rosto incrédulo e as sobrancelhas franzidas. Ele olhou para o celular no chão, onde o vídeo ainda estava pausado em uma cena explícita, e depois voltou o olhar para Lara, que parecia incapaz de encontrar palavras.
— Isso… isso é sério? — perguntou ele, a voz carregada de incredulidade e frustração — O que está acontecendo?
Lara tentou cobrir-se com a toalha que estava pendurada ao lado, mas sabia que não havia como escapar da situação.
— Eu… eu posso explicar — começou ela, mas a voz saiu fraca e incerta.
— Explicar o quê? — André cruzou os braços, o olhar fixo nela.
— Você está aqui, sozinha, assistindo isso? Fazendo isso?
Lara abaixou a cabeça, sentindo as lágrimas começarem a escorrer.
— Sim — admitiu ela, sua voz quebrando — Sim, eu estava. Eu não sei o que está errado comigo, André. Eu simplesmente… eu precisava disso.
André soltou um suspiro, passando a mão pelos cabelos, claramente tentando processar a situação.
— Precisava? Por que não falou comigo? Por que não… não veio até mim?
— Porque não é tão simples — disse ela, a voz embargada — Eu tenho… eu tenho desejos que eu não sei como lidar. E esses últimos dias… tudo o que aconteceu… só piorou as coisas.
Lara respirou fundo, tentando recuperar o controle.
— André, eu tenho uma libido que eu não consigo controlar. E durante anos, eu tentei ignorar isso. Tentei ser… normal. Mas agora, aqui, com o que está acontecendo entre nós, entre o grupo, é como se algo tivesse despertado. E eu não sei como voltar atrás.
André olhou para ela, seus olhos agora menos duros, mas ainda cheios de questionamentos.
— Você está me dizendo que isso… que esses últimos dias estão fazendo você questionar tudo?
— Sim — respondeu Lara, suas mãos tremendo — Eu nunca quis te magoar. Mas eu sinto como se estivesse vivendo uma vida dupla. E eu odeio isso.
André respirou fundo novamente, caminhando até ela e ajoelhando-se para pegar o celular do chão. Ele desligou o vídeo antes de olhar para ela novamente.
— Eu não vou mentir, Lara. Isso é difícil de ouvir. E ver isso… foi um choque.
Lara olhou para ele, lágrimas escorrendo livremente agora.
— Eu entendo se você estiver com raiva. Eu entendo se isso for demais.
André balançou a cabeça.
— Eu não estou com raiva, Lara. Eu estou… confuso. E, sim, machucado. Mas acima de tudo, eu quero entender. Eu quero saber o que está acontecendo com você.
Lara soluçou, sentindo uma onda de alívio misturada com culpa.
— Eu não sei como resolver isso. Mas eu quero tentar. Quero ser honesta com você. Quero que isso funcione.
André aproximou-se dela, colocando uma mão firme em seu ombro
— Então vamos tentar juntos. Vamos descobrir o que isso significa. Porque, Lara, eu te amo. E não importa o quão difícil seja, eu quero que sejamos honestos um com o outro.
Lara olhou para ele, surpresa pela suavidade em sua voz. Ela assentiu lentamente, permitindo que ele a ajudasse a levantar-se.
André apertou a mão dela suavemente.
— Mas, por favor, da próxima vez… lembre-se que eu estou aqui pra você. Não precisa fazer isso sozinha.
Lara soltou uma risada nervosa, sentindo que, apesar de tudo, havia esperança.
O salão de festas estava mergulhado em um ambiente de mistério e sensualidade. O sol da tarde atravessava as enormes janelas iluminando o piso de madeira, enquanto uma trilha sonora lenta e envolvente preenchia o ar. As mesas que normalmente decoravam o salão haviam sido retiradas, deixando um amplo espaço central.
Os casais estavam reunidos em silêncio, lado a lado, enquanto Rodrigo e Fabíola ocupavam o centro da sala. Rodrigo, como sempre, exalava confiança. Fabíola, ao lado dele, parecia radiante, com um sorriso que combinava excitação e um toque de malícia.
— Bem, meus queridos — começou Rodrigo — Chegamos ao momento em que precisamos relaxar e nos abrir ainda mais. E, para isso, Fabíola e eu preparamos algo especial: um aquecimento.
Fabíola deu um passo à frente, seus saltos ecoando no piso.
— Vocês devem estar se perguntando o que exatamente queremos dizer com isso — disse ela, sua voz macia mas firme — A ideia é simples: uma dança. Mas não uma dança qualquer. Vocês estarão vendados, deixando seus corpos guiarem os movimentos e explorarem as sensações. Sem palavras. Apenas toques e a música. Vocês não saberão quem é seu parceiro, e isso faz parte do encanto. Trata-se de confiança, entrega e, claro, diversão.
Os casais se entreolharam com sorrisos nervosos, mas ninguém questionou. Fabíola e Rodrigo distribuíram vendas pretas, certificando-se de que todos estivessem devidamente cobertos. Um a um, os participantes ajustaram as vendas sobre os olhos, mergulhando em uma escuridão que parecia aumentar a sensibilidade do restante de seus sentidos. Após posicioná-los em linha, Fabíola deu o comando:
— Agora, comecem. Sintam a música e deixem seus corpos falarem.
A música mudou para um ritmo lento, mas intenso, com notas graves que pareciam reverberar pelo chão, subindo pelos pés dos participantes.
Vendados, os casais começaram a se mover, hesitantes no início, mas logo se soltaram ao ritmo da melodia. Os passos, inicialmente tímidos, tornaram-se mais fluídos. Cada um começou a explorar o espaço, as mãos estendidas à procura de um parceiro.
Lara sentiu o primeiro toque: mãos firmes que envolveram sua cintura com confiança. O calor que irradiava daquele contato era familiar, mas ao mesmo tempo desconhecido. Ela deixou-se levar, movendo-se em sincronia com os braços que a seguravam. Marcelo. A força, os músculos e a segurança nos movimentos dele eram inconfundíveis.
André sentiu o toque macio de dedos pequenos e delicados em seus braços. Quando ela se aproximou, o calor do corpo dela pressionou-se contra o seu, e ele percebeu o peso sutil dos seios dela comprimindo contra seu peito. Ele sabia que era Alice. A respiração ofegante que sentiu perto de seu pescoço fez seu corpo reagir de forma automática.
A música pareceu ditar o movimento, e ele, na segurança do anonimato, inclinou a cabeça levemente, os lábios roçando de forma hesitante. Quando encontrou os dela, a resposta foi suave, mas clara. Alice não recuou.
Yasmim, com seus movimentos graciosos, deslizou os dedos por braços peludos e fortes. O perfume amadeirado que chegou ao seu nariz a fez sorrir levemente. “Jorge”, pensou. Ela sentiu-se intrigada com a hesitação nos movimentos dele, mas também encontrou segurança na forma como ele a conduzia.
Enquanto dançavam, Yasmim pressionou o corpo contra o dele, os lábios pairando perto do pescoço dele. Jorge sentiu o calor que irradiava dela, e, embora relutante no início, não conseguiu evitar que seus próprios movimentos se tornassem mais ousados.
Rodrigo e Fabíola permaneciam no canto, observando o grupo com sorrisos satisfeitos. O salão estava cheio de toques cuidadosos, suspiros contidos e a eletricidade palpável do desejo.
Lara, ainda nos braços de Marcelo, sentiu as mãos dele subirem levemente por suas costas. O perfume masculino e a firmeza com que ele a segurava a fizeram esquecer de qualquer racionalidade. Ela deixou-se levar, o coração acelerando com a proximidade.
Alice, por sua vez, sentiu o beijo de André intensificar-se, o toque dos lábios dele cada vez mais confiante. Ela sabia que deveria parar, mas algo dentro dela a incentivava a continuar.
Jorge lutava contra os pensamentos que invadiam sua mente enquanto sentia o corpo de Yasmim tão próximo ao seu. O calor dela parecia um convite, mas ele ainda tentava manter-se sob controle.
A música atingiu uma nota mais grave, e o salão parecia vibrar com a intensidade do momento. Os movimentos de todos tornaram-se mais lentos, mas carregados de intenção.
Lara pressionou o corpo contra Marcelo, sentindo a tensão muscular dele contra a curva de seus quadris. Ela mal percebeu quando ele abaixou a cabeça, sua respiração quente roçando sua clavícula, antes de deslizar até seu pescoço.
Yasmim, agora completamente entregue à dança, deslizou as mãos pelos ombros de Jorge, apertando levemente, quase como um pedido mudo de mais proximidade.
Alice, ainda em choque com sua própria ousadia, afastou-se levemente de André, mas não antes de sentir o último roçar dos lábios dele contra os seus.
Quando a música finalmente diminuiu e o ritmo se dissolveu, Rodrigo interrompeu o momento, batendo palmas suavemente para chamar a atenção do grupo.
— Podem tirar as vendas — anunciou ele, sorrindo.
Um por um, os participantes retiraram as vendas, piscando contra a luz suave do salão. Olhares foram trocados, alguns cheios de curiosidade, outros de constrangimento.
Lara rapidamente voltou para o lado de André, enquanto Yasmim lançou um sorriso malicioso na direção de Marcelo. Alice e Jorge evitaram trocar olhares, mas ambos sabiam que algo havia mudado.
A movimentação pelo resort era frenética. Funcionários percorriam os jardins carregando arranjos florais, toalhas brancas impecáveis e caixas com utensílios de cristal e prata. A ornamentação do salão principal, da área externa e da piscina era finalizada com um toque luxuoso: tecidos leves em tons de branco, dourado e prateado decoravam as entradas e lounges, enquanto luzes cintilantes completavam a atmosfera mágica e intimista.
No restaurante, o espaço havia sido transformado em um ambiente de celebração requintada. Mesas cobertas com toalhas de linho branco estavam decoradas com velas altas, flores tropicais e detalhes prateados. Os lustres de cristais pendiam do teto, lançando reflexos brilhantes que dançavam sobre as paredes.
Do lado de fora, a piscina estava cercada por sofás com almofadas em tons claros e lanternas flutuantes que prometiam criar um espetáculo à noite. Um bar exclusivo servia coquetéis com frutas frescas e espumante, enquanto uma pista de dança improvisada aguardava os primeiros passos dos convidados.
Nos chalés, cada um colocando os toques finais em seus visuais para a noite especial. Lara estava deslumbrante em um vestido branco de cetim que abraçava suas curvas. A peça tinha um decote profundo nas costas e detalhes delicados em dourado nos ombros e na cintura. Ela prendia o cabelo em um coque baixo, com alguns fios soltos para emoldurar seu rosto.
— Você está magnífica — disse André, ajustando sua camisa branca de linho, combinada com uma calça social clara e sapatos marrons. Ele vestia um blazer branco com uma lapela prateada discreta, que complementava o visual.
Lara sorriu, mas sua expressão carregava um toque de ansiedade.
— Espero que esta noite valha todo o suspense — disse ela, pegando uma pulseira dourada e ajustando-a no pulso.
— Vai valer — respondeu André, aproximando-se para beijar-lhe o ombro exposto.
Yasmim, sempre ousada, optou por um vestido branco com fendas altas em ambos os lados. O tecido fluido caía perfeitamente em seu corpo, enquanto bordados em fios dourados formavam desenhos florais na área do decote e nas costas. Ela usava um rabo de cavalo alto, com brincos longos e brilhantes que complementavam o visual.
Marcelo, em um terno branco com camisa aberta no colarinho, tinha um ar descontraído e elegante. A gravata dourada pendurada em uma das cadeiras parecia um detalhe esquecido, mas proposital.
— Você vai acabar atraindo mais atenção do que a própria festa — brincou ele, observando-a enquanto ajeitava os punhos da camisa.
Yasmim sorriu provocativamente.
— E qual é o problema nisso? O importante é que você goste.
— Eu gosto… até demais — respondeu ele, puxando-a pela cintura para um beijo intenso.
Alice, ainda tímida em meio às mudanças que estava vivendo, escolheu um vestido branco discreto, com detalhes prateados na cintura e no decote em forma de coração. Ela usava o cabelo solto, mas preso em um lado com um grampo brilhante.
Jorge vestia uma camisa branca ajustada, com calça social clara e blazer bege. Ele completava o visual com uma gravata dourada simples, mas elegante.
— Você está linda — disse ele, tocando levemente o rosto de Alice enquanto ela passava um pouco de brilho nos lábios.
Alice sorriu timidamente, ainda insegura.
— Espero que esta noite não seja… demais.
Jorge segurou sua mão.
— Se for demais, a gente para. O importante é que estejamos juntos.
Em seu quarto, Rodrigo estava impecável em um terno branco com detalhes dourados no lenço do bolso e nos botões do blazer. Ele ajustava os punhos da camisa enquanto Fabíola terminava de passar batom diante do espelho.
Fabíola, em um vestido branco brilhante com detalhes prateados na cintura e nas alças, exalava confiança. Seu cabelo estava preso em ondas soltas, e seus olhos delineados destacavam-se sob a maquiagem leve, mas marcante.
— Eles estão prontos — disse ela, olhando para Rodrigo através do espelho.
— Prontos para uma noite que nunca vão esquecer — respondeu ele, com um sorriso satisfeito.
No restaurante do resort, os casais começaram a chegar, sendo recepcionados por Rodrigo e Fabíola na entrada. Eles receberam taças de champanhe enquanto admiravam a decoração e se cumprimentavam.
A conversa fluiu naturalmente durante o jantar, com risadas e comentários sobre o clima sofisticado da festa. O cardápio oferecia pratos requintados, como salada de figo com queijo de cabra, medalhões de filé mignon e sobremesas delicadas.
O vinho e o champanhe fluíam livremente, e a atmosfera tornou-se mais íntima à medida que a noite avançava. A música suave ao fundo criava o ambiente perfeito para que os casais se sentissem relaxados, mas atentos ao que estava por vir.
Yasmim, sempre espirituosa, inclinou-se na direção de Lara durante o jantar.
— Então, o que você acha que Rodrigo e Fabíola estão planejando para hoje à noite?
Lara deu de ombros, tentando parecer despreocupada.
— Com eles, pode ser qualquer coisa.
— E você está pronta para qualquer coisa? — perguntou Yasmim, com um sorriso travesso.
Lara hesitou antes de responder.
— Acho que não tenho outra escolha, tenho?
André, sentado ao lado, olhou para Lara com curiosidade, mas não interferiu.
Após o jantar, Rodrigo e Fabíola conduziram os convidados ao salão principal, que havia sido transformado para o momento mais esperado. Os sofás haviam sido retirados, e poltronas confortáveis estavam dispostas em um grande círculo ao redor de um espaço central vazio.
No centro do círculo, um recipiente elegante e translúcido repousava sobre um pedestal, iluminado por uma luz suave que destacava sua importância. O ambiente era preenchido por uma música baixa e envolvente, e a expectativa permeia o ar.
Rodrigo posicionou-se no centro do círculo, sorrindo para todos os presentes.
— Bem, meus amigos — começou ele — este é o momento pelo qual todos esperávamos. A última fase do jogo.
Fabíola acrescentou:
— O que vai acontecer agora exigirá total confiança entre vocês, mas prometo que será inesquecível.