20 - MILENA – A AMAZONA

Um conto erótico de Nassau
Categoria: Heterossexual
Contém 5715 palavras
Data: 31/12/2024 14:41:16

CAPÍTULO 20

– Você comeu alguma coisa? Será que foi a carne seca que não te fez bem?

“Santa ingenuidade!” pensou Milena e depois falou:

– Não acho que seja isso. É um tipo de queimação diferente. Olha.

Dizendo isso Milena pegou a mão do Henrique e a encostou em seu rosto, Ele comentou:

– Parece que está normal.

– Talvez no rosto esteja, Mas olha aqui.

Dizendo isso, Milena puxou a mão de Henrique para baixo e a encostou em um de seus seios. Ele suspirou e disse:

– Para com isso Milena. Eu não quero problemas com seu pai.

“Você escolhe cara. Problemas com meu pai, ou problemas comigo”,

Milena fez uma cara de assustada e falou, se contendo para não rir:

– Nossa Henrique! Acho que o meu problema é sério mesmo. Dê uma olhada nisso.

Falando isso ela forçou a mão dele para baixo até abaixo da curta saia que ela usava e depois forçou para cima fazendo com que, ao deslizar, a mão dele levantasse a saia de brim que ela usava. Henrique ficou sem reação ao sentir a maciez da pele da coxa da garota até que sentiu em seus dedos a maciez dos pelos da xoxota de Milena, Ela ficou na ponta dos pés e forçou a cabeça dele para baixo para poder sussurrar ao seu ouvido depois de emitir um gemido:

– Estou muito mal Henrique. Meu corpo está todo arrepiado.

Depois forçou mais um pouco até que ele sentisse os dedos ficarem úmidos com o suco que escorria da bucetinha dela. No mesmo tom de antes ela falou:

– Estou tão mal que está vazando. Você precisa me ajudar.

Com a mão livre Henrique tentou empurrar o corpo da garota. Só que, ao fazer isso, ele não fez nenhum esforço para afastar o seu próprio corpo e manteve a mão onde estava. Milena, percebendo que ele estava dividido por não querer trair Cahya e o tesão que sentia, então, deu o golpe de misericórdia, pegando no pau dele enquanto falava:

– Se você disser que não quer, eu saio daqui e te deixo em paz. Só que você tem que falar isso com esse seu pau gostoso mole. Com ele duro, não vale, porque é seu pau que está dizendo que me quer.

A voz de Milena em seu ouvido, a mãozinha dela fazendo carinho em seu pau por cima da calça estava deixando o rapaz sem forças para resistir e quando ela mordeu levemente sua orelha e em seguida explorou seu ouvido com a língua, seus dedos assumiram o controle e procuraram pelo contato com a buceta carnuda da garota. O gemido que ela deu em seu ouvido só contribuiu para que ele se entregasse de vez e enfiou de uma só vez o dedo médio naquela buceta que estava fervendo enquanto, com o polegar, começou a esfregar o grelinho dela. Milena parou o que estava fazendo, deixou a cabeça pender para trás e gemeu alto. Quase um grito:

– Ai delícia. Eu tenho esperado tanto por isso.

– Você esperava? Você queria que eu tocasse sua bucetinha de puta? – A voz tremida de Henrique já era uma prova de sua rendição.

– Você nem imagina o quanto eu quero. Quero que você chupe minha buceta. Quero gozar na sua boca, no seu pau gostoso. Faz comigo tudo o que você tem vontade. Por favor, me fode logo.

Henrique não era de falar muito enquanto transava, mas o estímulo de Milena o encorajou a dizer:

– Eu vou te foder todinha. Você vai ficar tão acabada que não vai conseguir ajudar a achar as vacas amanhã.

– Isso. Me fode mesmo. E por falar em vaca, faça de conta que você é um touro e eu sou a sua vaca. Fode logo... Aiiiiiiiiiii

Enquanto Milena falava, Henrique enfiou um segundo dedo em sua buceta e, com eles curvados, procurou pelo ponto G acertando na primeira tentativa e fazendo com que ela interrompesse o que dizia para gemer.

A partir daí, o descontrole atingiu aos dois. Eles já não sabiam mais onde estavam. Milena foi praticamente atirada ao chão, caiu com as pernas abertas e antes que pudesse fazer qualquer coisa, a língua ávida do rapaz lambeu sua xoxota, começando próximo ao cuzinho e subindo até chegar ao seu grelo que, duro e brilhante, se destacava entre os grandes lábios. Henrique chupou, mordeu e sugou até sentir que Milena levantava os quadris procurando um contato maior entre sua xoxota sedenta e a língua ágil de seu amante e ele, percebendo que ela estava para gozar, enfiou novamente dois dedos na buceta quente dela enquanto sugava com força seu grelinho.

O grito de Milena foi tão alto que provocou uma reação que não era esperada e quase que interrompe a foda deles. Fazendo eco ao seu grito, um lobo uivou por perto tirando o Henrique do transe que estava. Ela também ficou atenta e ouviu, logo depois do uivo do lobo, um tropel de cascos e logo a seguir o ganido do lobo, indicando que ele tinha sido atingido, pois seu uivo de dor foi diminuindo, indicando que estava fugindo dali.

– O que foi isso? – Perguntou o Henrique.

– Acho que é o Tornado. Ele está cuidando da gente. Fique tranquilo.

– Tornado? Que tornado?

– É o garanhão negro. Ele é nosso amigo. Agora, pare de falar e me dá esse pau gostoso aqui que vou retribuir o prazer que você me deu.

Milena não só falava, mas agia ao mesmo tempo, pois ao terminar sua frase a calça de Henrique já estava abaixada até seus tornozelos, juntamente com a cueca já bastante puída que ele usava. Ela brincou:

– Não demora nada e você vai andar sem cueca. Talvez até nu. Agora vem cá.

De joelhos, com o pau de Henrique balançando diante de seu rosto, ela segurou na base e começou a dar beijos, primeiro na cabeça, depois foi descendo dando beijinhos e lambidas ao longo dele até chegar à base, de onde passou para seu saco. Primeiro lambeu, mas não demorou em pegar um de seus ovos com sua boca e sugar com força, provocando nele um misto de dor e prazer. Milena chupou o quanto quis e depois fez o mesmo com o outro, para depois fazer com sua língua o trajeto de volta e quando atingiu a cabeça, abriu a boca engoliu a cabeça chupando com força. Henrique gemeu alto.

Quando Milena sentiu que Henrique forçava o pau para o fundo de sua boca, ela afrouxou a pressão e deixou o pau dele deslizar até atingir sua garganta. Ela procurou pelas duas mãos dele e as puxou para trás de sua cabeça e ele entendeu o que ela queria. Segurou então firmemente nos cabelos dela e começou a movimentar o quadril começando a foder aquela boquinha como se estivesse usando sua buceta. Milena resistiu a tudo. O contato da pica grossa em sua garganta provocou ânsia que ela, sem muito esforço, controlou enquanto ele continuava aquela deliciosa tortura. Milena estava tão disposta a se entregar de todas as formas para aquele macho que, quando ele aliviava os movimentos, ela mesma movimentava a cabeça para frente e para trás, ignorando a dor que esses movimentos provocavam em virtude de seus cabelos estarem sendo puxados. Não demorou em que ela ficasse com o nariz enfiado em meio aos pentelhos dele e, sem poder respirar, sentiu sua boca ser inundada com a porra do rapaz que, depois de vários jatos, ainda manteve a cabeça dela pressionada contra o seu corpo, só a soltando quando sentiu o corpo dela reagir à falta de ar, pois ela não estava conseguindo respirar. Quando se viu livre, ao puxar o ar, ela se afogou com a porra que enchia sua boca e tossiu alto até voltar a respirar normalmente. Nessa altura, ela já tinha engolido toda a porra de seu macho.

– Desculpe Milena, eu...

– Desculpa o caralho. Foi delicioso. Agora fode a minha buceta do mesmo jeito que você fez com minha boquinha.

Dizendo isso, Milena arrancou o top que usava e puxou a saia jeans até sua cintura. Em seguida ela se deitou e abriu as pernas as levantando e estendendo os braços para o Henrique em um convite irrecusável. Quando ele se abaixou, ela mesma movimentou seus pés para ficar sobre os ombros dele e, na posição de frango assado, deixou sua buceta melada na mira do pau de Henrique que, mesmo tendo gozado, ainda pulsava em virtude da visão daquela garota se entregando a ele.

Se o que Milena desejava era sexo selvagem, foi exatamente isso que ela teve.

Henrique agia como se estivesse possuído por algum deus do prazer e o que o mantinha preso naquele local eram os cabelos de Milena que ele não parava de puxar. Ele fodeu a boceta dela que gozou duas vezes antes que ele enchesse a bucetinha dela com o líquido de seu prazer e, quando fez com que ela ficasse de quatro e depois de lubrificar o cuzinho dela com sua própria língua, enfiou o pau inteiro naquele cuzinho apertado em um único movimento e quando começou a movimentar o pau dentro dela, puxou os cabelos dela para trás que curvou as costas ficando com os joelhos no chão e as mãos voltadas para trás, segurando o pescoço de seu amante, enquanto oferecia sua boca para um beijo profano enquanto seu rabinho era castigado até que ele gozasse no fundo dele e, ao sentir a porra quente dele preenchendo suas entranhas, ela gozou novamente, sem saber se era a quarta ou a quinta vez que gozava.

Eles só pararam quando, durante um sessenta e nove em que se chupavam mutuamente, ouviram a voz de Diana:

– Bela segurança que vocês oferecem. Se fosse depender disso, a gente já tinha sido atacado por todos os animais selvagens que tem por aqui.

Milena levantou o rosto todo coberto de porra e falou sorrindo:

– Nenhum bicho vai nos atacar. O máximo que pode acontecer é que eles fiquem assistindo para aprenderem alguma coisa, pois essa foi uma foda animal.

– Vocês são dois safados, isso sim. – Disse Diana também sorrindo e depois ordenou: – Agora vão dormir que eu fico de guarda. Mas é para dormir mesmo, porque amanhã vai ser um dia duro e não vou querer ninguém reclamando.

Os dois amantes se levantaram, juntaram suas roupas e foram em direção ao local que Diana ocupava antes de se levantar. Lá chegando, Milena se deitou de lado e convidou o Henrique para se deitar de conchinha com ela. Ele aceitou e, menos de dez minutos depois, os dois dormiam agarrados.

Na manhã seguinte, a primeira a levantar foi Milena. Ela correu até um riacho que havia perto e tomou um banho reconfortante. Depois vestiu sua roupa, se afastou um pouco e gritou por Tornado, depois emitindo um assovio alto, Em menos de um minuto o garanhão negro surgiu diante dela que abraçou sua cabeça e começou a dar beijinhos em sua cara, enquanto falava.

– Bom garoto Tornado. Você é um bom garoto.

O cavalo abaixou a cabeça, encostou-se ao peito dela e a empurrou para trás. Ela riu alta e depois falou:

– Seu convencido.

Ele voltou a repetir o movimento e ela falou rindo:

– Tá bom. Tudo bem. Você é um bom garoto e também é lindo.

Só então o cavalo ficou parado na frente dela, aceitando seus carinhos. Ficaram assim enquanto o Henrique tinha ido se banhar, mas logo a Diana se aproximou dos dois e falou:

– Esse cavalo vai nos ajudar?

– Não é “esse cavalo” Diana. O nome dele é Tornado.

– Tá bom. O Tornado vai nos ajudar?

– Lógico que vai. Por que você acha que ele nos encontrou?

– E como vamos fazer com um cavalo apenas.

– Não sei. Você também tem cada pergunta. Na hora a gente vê.

Enquanto aguardava o Henrique voltar, Diana segurou a pena de águia e se concentrou por alguns minutos e depois esperou o Henrique voltar do riacho para informar:

– Tem um rebanho a cerca de três quilômetros daqui. Vamos ver o que a gente consegue.

Em menos de uma hora chegaram a um local de onde era possível ver o gado pastando. Poderiam levar menos tempo se o Henrique não estivesse acabado. Ele reclamava de dores no corpo e gemia a cada passo que dava, o que o tornou alvo das brincadeiras das duas mulheres que ficavam repetindo que quem parecia ter sido fodido a noite inteira era ele e não Milena.

Foi o Henrique que passou algumas informações. Eles deviam cercar o gado impedindo que ele se espalhasse e depois o conduziam em direção ao rio. As duas primeiras tentativas foi um fracasso, pois as reses corriam antes que eles conseguissem se aproximar e a terceira acabou de vez com as esperanças deles, pois o gado disparou em direção a um bosque e desapareceu. Milena, frustrada, reclamou com Tornado:

– Você podia ajudar mais. Afinal de contas, você é um cavalo ou o que?

Como ela estava irritada, sua voz pareceu atingir o animal de uma forma não prevista, pois mal ela acabou de falar, Tornado saiu em disparada no sentido contrário àquele onde o rebanho desaparecera.

Desanimados, os três ficaram sentado em um capim alto. Nenhum dos três tinha ânimo para falar nada e o que se passava em suas mentes era que o projeto de juntar um gado para fornecer leite, principalmente para os filhotes, tinha sido um fracasso total. Só voltaram a se falar quando a Diana propôs que eles deviam iniciar a viagem de volta.

A mais irritada era Milena. Entretanto, sua irritação era com ela mesma, pois ela achava que tinha espantado o cavalo e que jamais o veria.

Quando eles estavam prontos para partir, ela estacou de repente e falou:

– Espera gente. O que é isso?

– Isso o que? – Perguntaram Diana e Henrique ao mesmo tempo.

– Vocês não estão ouvindo?

– Eu não estou ouvindo nada. – Disse Diana e em seguida perguntou ao Henrique: – Você está Henrique?

– Só o barulho que o vento faz ao roçar o capim... Espere um pouco... Agora estou. São cavalos!

Assim que o Henrique acabou de falar eles olharam para a direção que o Tornado tinha desaparecido e o que viram os deixaram pregados no chão, tamanha foi a surpresa deles. Aparecendo no cimo de uma colina, Tornado galopava em direção a eles. Mas ele não estava sozinho, pois atrás deles logo surgiram cinco outros cavalos. A pequena manada parou a cerca de vinte metros de onde eles estavam e o Tornado veio até Milena que abraçou sua cabeça e a cobriu de beijos enquanto dizia que ele era um “Bom garoto” e “muito lindo”. Depois de agradar muito ao cavalo, ela se afastou dele e disse:

– Então vai lá.

Imediatamente Tornado deu meia volta e saiu a passo rápido movimentando a cabeça. Ao passar pelos outros cavalos, ele iniciou um trote e todos eles o acompanharam. Quando percorreram uma distância de cem metros, dois dos cavalos avançaram para cima de outros dois como se quisessem mordê-los. Milena, ao ver isso, gritou zangada:

– Parem. Não façam isso.

Não adiantou. Milena reparou que os dois cavalos atacados eram menores que os outros e ficou aguardando e, quando esses dois deram meia volta, correram até o local onde estavam antes e começaram a pastar, ela falou como se fosse para ela mesma:

– Ah! Entendi! São novinhos ainda. São filhotes.

– Potros Milena. Crias de cavalos são chamadas de potros e não de filhotes.

Apesar de ter entendido o que o Henrique lhe explicara, Milena sequer se virou para ele e, andando calmamente, foi até onde os potros pastavam e, para espanto dele, e mais ainda de Diana, eles não fugiram dela e permitiram que ela se aproximasse. Cinco minutos depois, ela se dedicava a arrancar gramas e oferecer para os dois enquanto falava rindo:

– Toma bebê. Vem comer vem. Eu vou ajudar vocês.

E os dois potros aceitaram a oferta dela que logo fazia carinho em suas caras e pescoços.

Enquanto Milena se distraía com os potros que já estavam alimentados e brincavam com ela uma espécie de jogo em que eles esperavam ela se aproximar e depois fugiam dela parando logo a seguir para que o ato se repetisse, Diana que não parava de olhar em direção ao bosque onde o gado, e depois os cavalos, tinham desaparecido e falou:

– Olha lá gente. Tem alguma coisa acontecendo ali.

Apenas o Henrique olhou, pois nessa hora Milena tentava fugir dos dois potros que sempre a cercavam, mas nunca a atacavam. Ele não percebeu nada, mas quando ia perguntar para a Diana o que ela estava vendo, um touro enorme saiu de dentro do bosque em um trote ligeiro. Não parecia que ele estava fugindo, apenas indo em direção a um local previsto e isso ficou claro quando, logo atrás dele, apareceram algumas vacas e os quatro cavalos correndo em uma espécie de formação com dois trotando à direita do rebanho, sendo que um deles galopava mais rápido e já se emparelhava com o touro enquanto outro galopava a esquerda do rebanho. O último cavalo, justamente o Tornado, só apareceu depois que todas as reses tinham abandonado o bosque. Quando o gado chegou a um capim mais baixo, o cavalo que se emparelhava ao touro acelerou o passo e fez uma curva para ficar na frente dele. Só então diminuiu o passo até parar. Quando o cavalo parou, o touro o imitou e logo foi cercado pelas vacas, enquanto três dos cavalos ficavam andando lentamente ao redor deles e Tornado corria em direção à Milena que, quando o teve ao seu alcance, o abraçou enquanto não se cansava de agradecer.

Depois de agradecer, ela ficou falando em voz baixa com o Tornado que logo deu um curto relincho e dois dos cavalos correram na direção em que eles estavam e, quando ali chegaram, um foi se postar ao lado de Diana e o outro do de Henrique. Milena então explicou:

– Diana. Esse é Raio. – Disse ela apontando para o cavalo baio.

– Raio? Como é que você sabe o nome dele?

– Eu sei por que fui eu que acabei de dar esse nome a ele. É por causa do tom claro de sua pelagem. E Henrique, essa é a Tempestade. Esses dois vão te levar até a enseada.

Aquela foi a primeira vez que o nome enseada foi dito para se referir ao local onde eles estavam vivendo, mas não demorou em que passasse a ser seu nome oficial.

Milena então perguntou pelas cordas feitas de cipó que ela sabia que Na-Hi tinha dado para a Diana que lhe entregou, Ela pegou apenas uma, e as separou em duas, sob o protesto de Diana:

– Não faça isso sua maluca. Se precisar de duas, tem mais aqui. Eu trouxe três.

– Guarde essas duas que vamos precisar mais tarde. – Respondeu Milena enquanto ia até onde estava o Henrique e lhe entregou as duas enquanto dizia: – Improvise dois guias, por favor.

– Não são guias, sua ignorante. São rédeas.

– Isso. Improvise duas rédeas. – Respondeu Milena para surpresa dos outros, pois o fato de ser chamada de ignorante normalmente a irritava profundamente e ela sempre reagia mal a esse tratamento. Em vez disso, ela se limitou a ordenar: – Pode fazer diretamente nos dois cavalos, eles não vão se importar.

Henrique obedeceu e usou o primeiro pedaço em Raio. Ele amarrou uma ponta no pescoço do animal e depois fez uma volta no focinho. Em seguida passou a corda por cima do pescoço do animal, mediu um pedaço que chegava até a metade do lombo do mesmo e amarrou a outra ponta na volta que tinha feito no focinho. Depois repetiu a mesma coisa em Tempestade, mas como dessa vez a corda era muito comprida, ele cortou o que sobrou e devolveu para que Diana a guardasse.

Depois de terminada essa tarefa, Henrique e Diana ficaram esperando por ordem de Milena que, sem que ninguém combinasse, tinha se transformado na líder daquela expedição. Ela falou surpresa:

– O que está esperando? Montem logo.

– De jeito nenhum eu vou montar em um cavalo que não é domado. Nem fudendo. É montar e ele me derruba.

– E eu que nunca cheguei perto de um cavalo é que não vou fazer isso.

– Oras Henrique. Deixe de ser cagão e monte logo. Ela não vai te derrubar.

– Quem garante isso?

– Eu garanto. Quer dizer. Eu não. O Tornado garante.

– Ah tá. Por que não monta você?

– Eu vou montada no Tornado.

– Vai é? E como é que você vai se não tem rédeas para você usar.

– Eu não preciso Henrique. Olha. Essa rédea é só para vocês se segurarem. Não precisa dirigir os cavalos porque eles sabem para onde vão e o que têm que fazer.

Dizendo isso, Milena se aproximou de Tornado e falou algo que os outros não escutaram. Para surpresa deles, os cavalos se ajoelhou com as patas dianteiras e depois se deitou no chão. Milena agradeceu e montou sobre ele que voltou a ficar em pé.

– A minha também vai fazer isso?

– Eu acho que não Diana. Você vai ter que se virar. Henrique ajude a Diana, por favor.

Henrique se aproximou de Diana e cruzou as duas mãos para que ela apoiasse os pés, enquanto a orientava para dar um impulso e jogasse a outra perna para o outro lado do cavalo. Ela obedeceu e, para sua surpresa, Raio ficou imóvel. Milena então a orientou que ela tinha que usar as pernas para se manter sobre o animal e que devia evitar de tocar ele com os calcanhares, pois isso significava que ela queria que ele andasse ou, se já estivesse andando, aumentasse a velocidade. Diana, ainda tremendo de medo, se recusava a falar e apenas assentiu com um movimento da cabeça. Mais confiante com a reação de Raio ao ser montado por Diana, Henrique deu um impulso e montou Tempestade sem nenhuma dificuldade. Com todos montados, Milena apenas deu o comando de “vamos” e os três começaram a se movimentarem.

O animal que permanecera próximo ao gado era uma égua malhada e dos dois potros, um era cria dela e o outro de Tempestade. Milena batizou a égua de Ventania e os potros que eram machos de Furacão e Relâmpago.

Relâmpago era filho de Tempestade e sua pelagem era branca como a da mãe Já o Furacão, embora sua mãe fosse malhada, era uma cópia exata de Tornado, o que indicava de quem era filho.

O rebanho era formado por um touro e vinte e duas vacas, com dez delas paridas, cinco amojando e sete solteiras (parida=com bezerros – amojando=prenhas, futuras paridas – solteiras=sem bezerros e não amojadas – Não confundir com virgem, isso não existe, pois uma rês que nunca foi fecundada é chamada de novilha).

Aproximando-se do gado, não precisou de nenhuma ordem e, depois de juntarem o rebanho e colocarem-se em marcha. Raio, levando Diana em suas costas, tomou a dianteira e assumiu o papel de guia, pois era ela que tinha condições de saber qual caminho seguir e Tempestade se postou no franco direito levando o Henrique enquanto Milena seguia atrás. No franco esquerdo, sem ninguém montado, ia Ventania impedindo que o gado fugisse por aquele lado. Atrás de Milena, fechando o pelotão, iam Relâmpago e Furacão.

A marcha era lenta, pois quando Tempestade acelerou o passo, Milena gritou para ela orientando que devia mais devagar, pois o gado não aguentaria percorrer longas distâncias naquela velocidade e com isso eles chegaram à margem do rio no final da tarde e resolveram pernoitar por lá. O Henrique sugeriu que alguém ficasse de guarda para o gado não espalhar, sem contar que agora havia um atrativo a mais para os lobos que poderiam atacar o gado, principalmente os bezerros, porém, Milena discordou dele dizendo que eles ficariam pastando próximo à margem e iam se afastando lentamente e, na manhã seguinte, ainda estariam à vista e, quanto aos lobos, Tornado e seus companheiros equinos cuidariam deles caso se atrevessem a aparecer.

Entretanto, Diana não teve o mesmo otimismo que Milena e resolveu testar algo que já tinha pensando. Usando a pena, ela convocou a águia e quando a ave veio até ela, deu ordens para que ela ficasse vigiasse o rebanho e a avisasse se alguma coisa chamasse a atenção. A águia obedeceu e passou a voar sobre o rebanho ou a ficar empoleirada no alto de uma árvore de onde tinha uma visão de tudo o que acontecia a sua volta.

Antes de dormir, Milena teve a ideia de separar um bezerro do rebanho. Quando ela foi explicar o motivo para o Henrique ele dispensou dizendo que tinha crescido em uma cidade cuja principal atividade era a pecuária. Então os dois providenciaram um cercado com as cordas que restavam e Milena, montada em Tornado, conseguiu separar uma vaca parida e seu bezerro os conduzindo até o cercado e, lá chegando, o Henrique prendeu o bezerro e a vaca foi levada, com muita dificuldade, de volta ao pasto. O problema foi dormir durante a noite diante da sinfonia formada pelos berros de mãe e filho que não paravam de se comunicar em nenhum momento.

Diana, que não entendia o que Milena estava fazendo, ficou calada no início, mas durante a noite, ela acordou várias vezes e gritava:

– Alguém, por favor, quer calar a boca desse bezerro? Eu preciso dormir.

Foi uma noite longa. Sabendo que o Henrique estava muito cansado, Milena disse a ele:

– Hoje você dorme. Mas amanhã à noite você não me escapa.

– Amanhã à noite já estaremos com o pessoal.

– Engano seu. Só chegaremos na Enseada no entardecer do dia seguinte.

– Não penso assim. Se a pé a gente gastou um dia até o rio, a cavalo vamos demorar menos.

– A cavalo sim, mas conduzindo trinta e três cabeças de gado. A gente não pode forçar Henrique. Isso sem falar que temos um rio para atravessar, ou você acha que é só estalar os dedos e todo esse gado vai aparecer na outra margem?

– Do jeito que as coisas acontecem nessa ilha, eu não ficaria espantado se isso acontecesse.

– É. Tem muitas coisas para as quais não temos explicação. Só que são coisas que acontecem com a gente e não com os animais.

– Pois eu acho que acontecem com eles sim. Veja o exemplo de Ruta e Chantal. E agora essa água.

Diana, que ouvia a conversa de longe, gritou para eles ouvirem:

– Essa águia tem nome. Ela se chama Áquila e, antes que me perguntem, é macho.

– Áquila? Desde quando?

– Desde agora. Resolvi batizar ela com esse nome.

– Tá. E o que significa? – Perguntou Henrique.

– Significa Águia. – Responderam Milena e Diana ao mesmo tempo e foi Diana quem continuou explicando: – Vem do latim e o significado é esse mesmo.

Depois de um curto silêncio, Milena voltou ao assunto se dirigindo ao Henrique:

– Voltando ao assunto de antes. Você que é a cabeça pensante da turma, explique o motivo dessas coisas acontecerem nessa ilha.

– Não tenho nenhuma. Vai precisar que milhares de anos se passem antes que algum pesquisador encontre uma resposta. – Respondeu Henrique.

– E se ninguém encontrar nenhuma explicação?

– Essa é a alternativa mais provável. Ninguém conseguir explicar. Aí vai aparecer algum maluco com uma teoria maluca que, por ser um excepcional orador, vai convencer a muitos de que sua teoria é a correta. Daí surge uma religião e a vida vai seguir seu curso. O problema é que, se essa religião crescer muito, logo surgirão os ressentimentos gerando o ódio. Daí todos os ingredientes para uma guerra estarão presentes.

– É verdade isso. – Concordou Milena. – Na história da humanidade tem muito disso.

– Olha só! Quem diria! A filhinha de papai filosofando.

– Vai a merda Diana. Agora, vamos dormir que amanhã vamos ter que acordar cedo.

Por incrível que pareça, a sugestão de Milena soou como uma ordem e todos se deitaram e ficaram perdidos em seus pensamentos. Quer dizer, todos menos Milena, pois dois minutos depois ela já estava em um sono profundo.

Assim como à margem do rio os três dormiam, na Enseada ocorria quase a mesma coisa, pois somente Na-Hi e Cahya estavam acordadas. Por mais estranho que pareça, Ernesto e Pâmela foram os primeiros a dormir e não transaram, como vinha acontecendo desde a partida de Milena. Parecia que a garota tinha se tornado figura obrigatória no sexo entre eles e sua ausência fez com que o casal, embora demonstrassem estar mais unidos que antes, dependessem dela para praticarem sexo. Para Margie, não fazia a mínima diferença e, entre uma amamentação e outra, ela corria para a cama de Nestor, transou com ele e agora dormia, aproveitando o tempo em que tinha antes que algum filhote a procurasse para se alimentar, pois apenas Ártemis e Apolo ainda procuravam por Chantal quando sentiam fome.

E Cahya não conseguia dormir por causa da forma como Henrique partira para a expedição. Para ela, ele estava magoado e a união deles tinha se acabado e ela passava a maior parte do tempo chorando, o que levou Na-Hi a sentir pena dela. Naquele momento, Cahya estava se lamentando para Na-Hi:

– Eu ter certeza Na-Hi. Henrique não me quer mais.

O aprendizado do idioma português por parte de Cahya, com a ajuda de Na-Hi, Diana e Henrique, tinha melhorado muito nos últimos três meses e ela voltara a usar alguns verbos no tempo certo.

– Não diga isso Cahya. O Henrique te ama. Lógico que ele vai querer você.

– Se ele querer, não tinha ido junto com aquela putinha.

– Não fale assim da Milena. Ela pode ser maluca e muitas vezes age como uma riquinha que se acha importante, mas no fundo ela é boa pessoa e tenho certeza que ela ainda vai fazer grande coisas por nós.

– Milena não passa de grande putinha, isso sim. Não fica contente em foder com o pai e quer homens de nós.

– Sabe Cahya. Uma coisa que eu acho que é um grande erro é esse negócio de um homem ser de uma mulher ou o contrário. Veja o caso de Margie. Ela se sente livre para transar com quem quer, não se envergonha disso e é uma garota feliz. Nem mesmo os problemas que ela está tendo para ajudar a criar esses filhotes faz com que ela mude seu jeito.

– Eu gosto Margie. Ela é legal. É uma putinha, mas é legal.

– Então. Veja bem. Ela transou com os três homens e você não ficou com raiva dela. Essa birra sua é só com relação à Milena.

– Margie só quer sexo. Milena quer meu homem.

– Olha a bobagem que você está falando. A Milena está muito feliz nessa relação dela com o pai e a Pâmela.

– Pode ser feliz. Mas eu vejo como ela olha para o Henrique. Ela quer transar com ele.

Na-Hi ficou calada por um longo tempo pensando se devia dizer a verdade ou não. Era uma coisa que ela tinha notado que vinha acontecendo desde que chegaram naquela ilha. A princípio parecia ser algo casual, mas na medida em que o tempo foi passando, tornou-se uma coisa clara. Tão clara que ela se admirava por Cahya ainda não ter notado. Então ela resolveu dizer o que pensava ser a verdade:

– Olha Cahya. Não é só a Milena que deseja transar com o Henrique. Todas as mulheres que estão nessa ilha também desejam isso. Nós duas não precisamos nem pensar nisso porque somos nós que transamos com ele. Mas, se você prestar atenção, todas as outras também querem isso.

– Eu sabo disso.

– Não é sabo, é sei.

– É. Eu sei disso. A Margie deseja e ela vai conseguir na hora que querer. A Diana e a Pâmela são controladas e resistem a esse desejo. As duas respeitam nós duas. Mas a Milena eu sinto que não é só sexo. Milena quer algo mais do nosso marido.

– Sabe o que eu acho disso? – Falou Na-Hi e continuou antes que Cahya respondesse: – Eu acho que esse negócio de marido, casamento ou qualquer parentesco é uma bobagem. Isso devia acabar e cada um se relacionar com quem quiser. Afinal de contas, chegamos nessa ilha como se a gente tivesse sido escolhidos para alguma coisa importante e é bobagem esse negócio de ficar preso por algum laço que existiu antes de virmos para cá. Tudo o que aconteceu antes pertence a outro mundo Cahya. Um mundo que, para nós não existe mais. Então, o correto seríamos começar tudo de novo.

– Você pensa assim? Sério isso?

Na-Hi apenas assentiu com a cabeça e um silêncio caiu sobre as duas. Durante cinco minutos ambas ficaram com o olhar perdido no infinito até que Cahya, que estava deitada, se levantou e informou para a outra:

– Quer saber? Você ter razão. Ninguém é dono de ninguém. O Henrique que transe com quem quiser, mas se ele pode, eu também posso.

Cahya disse isso e saiu andando. Enquanto falava, ela tinha visto Margie se afastar de Nestor indo em direção ao local onde Chantal, Neve, Afrodite e Ares estavam. Neve estava lá porque Margie brigara com ele obrigando-o a permanecer ao lado da mãe enquanto se deitava com o Nestor e Ares e Afrodite porque os humanos a quem eles se juntaram, Henrique e Milena, tinham se ausentado para expedição em busca de gado. Ela sabia que o Nestor estava sozinho e caminhou em direção a ele enquanto Na-Hi perguntava:

– Aonde você vai Cahya?

– Eu vou foder. Henrique fode Milena e eu vou foder com Nestor.

– Não faça isso Cahya. Você sabe que o Henrique tem ciúme do Nestor por causa do que aconteceu com vocês antes.

– Eu saber. Não. Eu sei, mas foi você mesma que disse que isso foi em outro mundo. Agora tudo diferente.

Nestor, que viu Cahya se aproximando e ouviu o que ela disse à Cahya, ficou apreensivo, porque ele concordava com Na-Hi que qualquer coisa que ele tivesse com Cahya causaria problemas que ele não queria, afinal, a amizade dele com Henrique estava quase como era antes. Por causa disso, ele disse para a garota quando ela se aproximou dele:

– Vai embora daqui Cahya. Eu não quero problemas com o Henrique.

Cahya, em pé na frente dele, arrancou sua roupa com uma velocidade impressionante e, nua diante dele, se aproximou, encostou a mão espalmada em seu peito e o empurrou para trás enquanto dizia:

– Você cala boca. Agora você só me fode.

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Comentários

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Ótima série, pena que o pessoal não ha conhece

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Marcelo.

Para um conto ter muitas leituras, alguns detalhes têm que ser observados.

O título é fazer comentários no conto de outros divulgando o mesmo.

Prefiro não fã era nenhumas dessas coisas. Primeiro que me recuso a escolher um título que não condiza com o conteúdo só pra receber visitas.

Pela minha experiência, alguns títulos são atrativos, mas o conto não. Nesses casos eles são abertos, mais uma leitura é computada, mas eu fico em dúvida se todos que entram leem até o final. Então esses números são meios enganosos.

Quanto à divulgar em em contos de outro leitores, acho que é algo desrespeitoso para eles.

Então eu não me preocupo com o número de visitas ou o de estrelas.

O que me desanima mesmo é a falta de comentários. Quero dizer, daqueles comentários úteis que alertam sobre erros, como aquele que recebi do amigo Old Ted.

Tem comentários que me irritam sim, principalmente aqueles que atacam os personagens. Quando vejo um assim, fico imaginando como é que o cara não percebeu que o conto é fictício?

Mas o que gosto mesmo é de escrever e esse conto está me deixando empolgado. Imagine você o número de possibilidades que ainda podem ser explorados.

Obrigado pelo seu comentário e por ler meus contos.

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