JORGE – Boa tarde, Cláudio. Tudo bem? Eu sou Jorge e esta é Clara. Conforme combinamos por telefone, queríamos fazer uma entrevista sobre literatura erótica e...
CLÁUDIO – Ah, sim... Sim... Podem entrar, se acomodar... Podem tirar a roupa e sentem aqui no sofá...
CLARA – Então, Cláudio... Eu queria saber se é mesmo preciso tirar a roupa...
CLÁUDIO – Claro que sim, Clara! Se vamos falar sobre erotismo, me parece fundamental que estejamos desnudos de toda e qualquer convencionalidade, simbolizada pelas roupas. Além do mais, se apenas eu estiver nu, vou me sentir constrangido com vocês vestidos, e eu não pretendo me vestir. E finalmente, foi a única exigência que fiz por telefone... Então Clarinha, siga o exemplo do seu companheiro Jorge, que já está completamente pelado, e livre-se de suas roupas também... Isso: primeiro a blusa, agora a saia (saia curtinha, hein, Clara? Muito mais excitante do que sem ela, sabia?), e finalmente a calcinha... Pronto: somos todos iguais agora.
JORGE – Muito bem, Cláudio, nós lemos uma boa quantidade dos seus contos na Casa dos Contos – não conseguimos ler todos, porque são muitos, mas destacamos alguns...
CLÁUDIO – De fato, são mais de 250 contos até agora. 256 para ser mais exato. Qual foi o critério que vocês utilizaram para a escolha das leituras?
CLARA – As listas que você criou nos ajudou bastante. Depois, fomos pelos títulos e pela breve sinopse dentro das listas.
CLÁUDIO – E como se sentiram, com a leitura?
JORGE – Excitantes todos. Eu sempre terminava a leitura de pau duro, e em alguns deles eu toquei uma punheta.
CLÁUDIO – Você também, Clara?
CLARA – Sim, é impossível ler sem me sentir excitada. Também me masturbei com alguns... Só de lembrar e de ver a pica do Jorge crescendo, já estou ficando toda molhada...
CLÁUDIO – É, estou vendo... Mas vamos à entrevista, que eu me empolguei e comecei a fazer o papel de entrevistador. Vocês que são os jornalistas. Podem começar.
JORGE – Então... Queria começar perguntando de onde vem a inspiração dos seus contos? Todos eles aconteceram mesmo?
CLÁUDIO – Bem, comecemos com a definição de conto literário: é uma narrativa ficcional, imaginária, e é isso que eu escrevo. Não escrevo relatos. Acho que, de todos os contos, somente uns três são relatos, e assim mesmo não são fiéis ao que aconteceu. O conto fica mais bonito, mais excitante, quando você pode criar algumas imagens e situações eróticas. A excitação vem principalmente da imaginação, da fantasia. Na realidade, a fantasia não se sustenta como fantasiamos, vocês sabem disso. Então, o conto literário me dá a possibilidade de ficar no mundo da fantasia, e por isso é tão excitante. A inspiração vem exatamente da idealização, de pessoas que encontro pela rua, nos bares, e fico imaginando como seria uma foda extraordinária com elas... Aí é só alimentar essa fantasia e passar para o computador.
CLARA – E você fica excitado quando está produzindo o conto?
CLÁUDIO – Sim, sim. Invariavelmente. Como vivo nu, também escrevo sem roupa, então quando estou narrando as partes mais quentes, naturalmente minha rola fica dura, pedindo uma carícia. E mesmo depois de pronto, quando o leio, antes de publicar, fico bastante entusiasmado.
CLARA – Já chegou a gozar, escrevendo um conto?
CLÁUDIO – Escrevendo não; mas depois de pronto, no processo de revisão para publicação, já teve conto que li e me masturbei.
JORGE – Você costuma ler seus contos, depois de publicados?
CLÁUDIO – Como eu disse, eu leio depois que escrevo e antes de publicar, quando faço os consertos, as revisões, mudo uma coisa aqui outra ali... Aí publico, e leio outra vez, quando está na Casa, para colocar na lista e fazer a sinopse – às vezes nessa nova leitura ainda faço algumas edições. Depois disso, raramente leio.
CLARA – Existe algum conto que você tenha uma predileção especial?
CLÁUDIO – Sim. Há um conto que de vez em quando eu releio, e invariavelmene me masturbo com sua leitura. Chama-se “Isabela”. É uma maravilha! E tem uma série de três contos, chamada “Papi”, que também releio algumas vezes. São os meus preferidos.
CLARA – Eu li esses que você falou, “Isabela” e “Papi”. Curiosamente, as protagonistas são meninas de menos de vinte anos. Você prefere as novinhas?
CLÁUDIO – Opa, senti uma sutil cantada nessa pergunta...
CLARA – Eita... putz, foi mal... Não...
CLÁUDIO – Relaxe, Clarinha! Estou brincando... (ou não...) Mas, assim, não tenho preferência etária. Se pudermos trocar prazer, não importa se a outra pessoa seja novinha, madura ou tenha passado dos sessenta, feito eu. O que me atrai nesses contos, mais do que o corpo vibrante e jovem de Isabela e Lara, respectivamente, é a perspicácia, a inteligência de cada uma delas. Acho que sou meio sapiófilo...
JORGE – Coincidentemente, os contos que você citou são héteros, mas a quantidade maior de suas narrativas são homo. Sua rola reage mais fortemente a homens ou mulheres, ou de forma igual para os dois?
CLÁUDIO – Eu sou bissexual, então depende muito da narrativa. Mas eu arriscaria dizer que há um equilíbrio na atração física por rolas e bucetas. Eu tenho uma fixação por sentir e dar prazer, independentemente do que seja preciso para conseguir isso. Então, eu curto chupar e comer buceta e cu de mulher, adoro ser chupado por mulheres e por homens, com homens prefiro ser passivo, mas também penetro com muito prazer, e, claro, adoro uma ou mais rolas na boca.
JORGE – Você já teve duas rolas na boca?
CLÁUDIO – Sim, mais de uma vez, inclusive. Uma delas foi num cinema, e essa cena está diluída em um dos contos.
CLARA – Quando a gente lê os contos, fica com a impressão de que você viaja bastante. Alguma vez, nas suas andanças, você presenciou algum fato que, mesmo com toda sua experiência, chegou a surpreender?
CLÁUDIO – Viajo mais na imaginação, viu, Clarinha? Mas ultimamente estou conseguindo experimentar um pouco, na realidade, o que antes apenas vivia na fantasia. Claro, que, como já falei, a imaginação é bem mais excitante, bem mais completa – a realidade nem tanto. Rebuscando a memória, estou me lembrando de um fato que me marcou tanto que o coloquei em mais de uma de minhas narrativas: eu estava numa praia de nudismo, de bruços, acompanhando o exibicionismo de um bem dotado rapaz, atrás de uns arbustos, quando ele saiu e julguei que tivesse entrado no mar; surpreendentemente, ele estava atrás de mim, agachado, e perguntou, polidamente: “Eu posso?” Achei tão fofa a forma com que me abordou, que mesmo um pouco preocupado com o tamanho da rola, ereta e pulsante perto de minhas nádegas, consenti com um gemido bem escrotinho. Ele me cobriu e se enfiou em mim completamente, sem que me machucasse, meu cu se adequou perfeitamente ao cacete que recebia. E aqui estamos nós, Jorge, eu com a rola dura, me lembrando do fato, e a sua endurecendo, acompanhando a minha...
JORGE – E ainda bem que foi a sua que começou a endurecer, isso me deixa mais à vontade... Deixa eu te perguntar: para você, como é o sexo perfeito?
CLÁUDIO – O que tem prazer. Prazer em toda sua extensão, não somente físico, não somente o gozo, mas o prazer de pequenas coisas, como o roçar de pele, o arrepio dos pelos, o beijo na nuca ou na cabeça da rola, ou ainda nos lábios de uma buceta; o prazer mental de se conversar com alguém inteligente – uma vez eu estava ouvindo uma senhora já de certa idade falando sobre a beleza do por do sol, e minha pica foi endurecendo imediatamente. Mas também é muito excitante e dá um tesão imenso gente jovem inteligente, falando bonito...
CLARA – Você tem alguma restrição, no sexo?
CLÁUDIO – Acho importante que os dois (ou mais) conversem abertamente sobre o que curtem e o que não curtem na cama (ou em qualquer lugar), porque só deve rolar o que faz bem a todos, senão não vale a pena. Eu só tenho uma restrição inegociável: dor. Não curto sofrimento, violência, dor de qualquer espécie; pra mim só vale o prazer, e eu não consigo conceber prazer que venha da dor. Aquelas tapas na bunda que algumas pessoas dizem sentir prazer em dar ou receber, que deixam as nádegas avermelhadas... Não é comigo mesmo!
JORGE – Também não curto apanhar numa relação sexual. Acho que tem que ser só prazer...
CLÁUDIO – Que maravilha! Temos algo em comum, então, meu caro Jorge... Isso é bom!
CLARA – Eita, Jorginho ficou vermelho agora, e não foi na bunda... Acho que pintou um clima... Vamos acelerar a entrevista, então...
CLÁUDIO – E quem disse que você precisa se excluir do clima, Clarinha?
CLARA – Agora fui eu que fiquei corada... De novo... Ai, gente! Vamos adiante: você já teve algum encontro com um leitor, Cláudio?
CLÁUDIO – Mais ou menos... Assim: nunca fiquei com alguém que leu meus contos, mas já fiquei com alguém, que, depois da transa, escrevi um conto, coloquei na Casa e enviei para a pessoa ler.
CLARA – Ah, massa! Lendo seus contos, a gente percebe que você não gosta da ideia de ter um relacionamento... Por quê? Alguma desilusão?
CLÁUDIO – Já tive alguns relacionamentos convencionais, tanto héteros quanto homos, na minha vida, e eles foram suficientemente enfáticos para me convencerem de que todos são reducionistas, na medida em que se colocam como monogâmicos e nos subtraem muitos momentos felizes, que poderiam ter sido e não foram. Nosso corpo não é monogâmico, nossa natureza não é monogâmica, tanto que a gente se apaixona e se sente atraído facilmente por uma pessoa, independentemente de estarmos num relacionamento ou não. E por mais que existam os relacionamentos abertos, mais cedo ou mais tarde alguém cobra uma parcela de atenção ao outro. Assim, minha definição de relacionamento aberto não é apenas aquele que admite a presença de outras pessoas nele, mas o que é livre inclusive para a outra pessoa sair dele, e voltar quando e se quiser. Aprendi que o saudável relacionamento é aquele que não faz sofrer quando termina, porque sempre pode acontecer outra vez.
JORGE – Cláudio, o que você lê? Só literatura erótica ou seus gostos são mais abrangentes? Quem são seus autores preferidos?
CLÁUDIO – Adoro ler. Sempre fui um ávido consumidor de livros. Não dispenso os clássicos, Machado de Assis, Mário de Andrade, Clarice Lispector, mas também curto gente jovem, que está chegando agora na literatura. Só faço uma exigência, também inegociável: um texto literário tem que me surpreender, tem que me provocar alguma reação física, seja de riso, seja de tristeza, de susto, de excitação – isso tudo através de uma linguagem bacana, sem erros de português ou lugares-comuns.
CLARA – Você acha que a sociedade atual trata o sexo como deveria?
CLÁUDIO – De forma nenhuma, Clarinha. O sexo é uma das melhores dádivas da natureza aos seres que criou. Nada se compara, em intensidade, em energia, ao prazer sexual, ao gozo. Mas uns filhos da puta, com a cabeça repleta de nóias e de bosta, acharam que deveriam disciplinar os outros, e esse adestramento passa por vários campos, inclusive pelo sexo. Primeiro disseram – e convenceram – que era algo pecaminoso, que deveria ser evitado; na verdade, é algo libertador, e esses cretinos têm é um puta medo de qualquer coisa que cheire a libertação, porque ameaça sua hegemonia dominadora. Então enfiaram o sexo no saco dos pecados e o proibiram; mas, por ser uma energia natural, por mais pressão que sofresse, começou a escapar pelas brechas, mas infelizmente muito associado à maldade dos seres. Por isso que tem se desvirtualizado tanto em assédios, estupros e outros crimes. O sexo deve ser tratado com a naturalidade que ele de fato é. Por exemplo: Jorge aqui está com a rola duraça, igual a mim, nossos paus estão quase se tocando de tão rígidos; é o sexo se manifestando em sua forma mais natural. Você, Clara, está com os mamilos durinhos, e com a xoxota encharcada (estou vendo o lubrificante natural escorrendo). Ou seja, estamos os três a fim de fazermos sexo, e não fomos nós que escolhemos isso, mas a natureza que se manifestou em nós. Concorda com isso?
CLARA – Sim, até porque não há como discordar, se estamos assim tão expostos, as reações físicas dos nossos corpos entregando os desejos que temos. Por isso a nudez é tão perigosa, a roupa disfarça nossas vontades.
CLÁUDIO – Isso mesmo, Clarinha. Você entendeu exatamente o que eu quis dizer. Esses seios durinhos estão me atraindo terrivelmente... Veja como eles reagem ao toque dos meus dedos... dos meus lábios então...
CLARA – Ai, Cláudio...
CLÁUDIO – Meus dedos estão tomados pelo seu líquido vaginal. Vou sentir o gosto de sua buceta... Que delícia, Clarinha! E aqui está o botãozinho mágico...
CLARA – Ai, Cláudio... Ai, que gostoso!... Isso... me chupa, vai... Isso... Vai... Vou gozar... Vou gozaaaaaarrrr...
CLÁUDIO – E você Jorge, disfarçando essa punheta por quê? Venha cá! Deixe-me engolir esse seu mastro palpitante... Que delícia! Clarinha, me ajuda aqui... Isso... Chupe comigo nosso amado Jorge, que ele está se contorcendo e gemendo...
JORGE – Ai, Cláudio... Eu nunca ganhei um boquete tão perfeito... Ai... que tudo! Clarinha, como você chupa gostoso também... Não vou mais segurar... Aaaahhhhhh...
CLÁUDIO – E vocês dois, seus lindos! Que cena maravilhosa! Se beijando sofregamente, enquanto as mãos dos dois me punhetam. Vocês nunca se comeram, não é? Está claro, na ansiedade com que se pegam, que sempre estiveram a fim um do outro, mas jamais ousaram... Eita, Clarinha, que boca deliciosa você tem – minha pica cabe todinha dentro dela, olha só... Agora você, Jorge, me chupe... Isso, que perfeição! Os dois agora, como eu e Clara fizemos em você, Jorge... Assim... Que delícia... Eita Jorge, o dedo no meu cu é demais... Não vou segurar mais... aaaahhhhhh...